Eu estava no meu quarto me olhando no espelho, eu estava… linda, sim, acho que essa era a palavra. Usava um vestido azul escuro curto, colado ao corpo no busto e depois mais largo, o meu cabelo estava solto caindo em cachos e eu tinha uma fita preta no cabelo. Infelizmente tive de calçar saltos altos pretos, pois a minha mãe obrigou-me.

Aquele jantar seria um tédio, disso eu tinha a certeza, mas fazer o quê? Tenho de começar a pensar num plano para impedir este casamento, até agora não tenho nenhum plano em concreto.

Ouvi um barulho e dei um pequeno pulo com o susto, era Ginn, o elfo doméstico que tinha aparatado no meu quarto.

- Menina Astoria, sua mãe mandou chamá-la pois já estão atrasados para o jantar na casa dos Malfoy.

- Eu já desço Ginn – dei um sorriso e ela desaparatou.

Desci a grande escadaria com cuidado para não cair e cheguei ao hall de entrada onde os meus pais e Daphne me esperavam. Daphne usava um vestido preto parecido ao meu, os seus cabelos loiros estavam lisos e perfeitos. Os meus pais também estavam elegantemente vestidos, já que para eles, a imagem conta muito.

- Finalmente – afirmou o meu pai chateado e desaparatamos todos.

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O jantar, como eu esparava, foi o maior tédio dos tédios. Os meus pais e os do Malfoy conversavam sobre a festa de casamento, sobre quem iam convidar, sobre onde seria a festa e em que dia. Eu simplesmente abanava a cabeça afirmando e dizendo: “hm… sim… ok”.

Draco também estava entediado. A única coisa divertida foi ver a cara do Malfoy quando eu entrei, sim, eu estava linda, mas não esperava uma reação dessas vinda dele. Ele arregalou os olhos ficando a olhar para mim de boca aberta e eu não consegui deixar de rir.

Agora eu ficava a provocá-lo, a piscar-lhe o olho e a mostrar-lhe a língua, enquanto ele revirava os olhos.

Quando finalmente o jantar acabou eu estava quase pulando de alegria.

- Foi um prazer senhor e senhora Greengrass – afirmou Draco apertando a mão do meu pai.

- O prazer foi nosso, ainda bem que conseguimos marcar a data do casamento, para logo começarmos a tratar de tudo – afirmou a minha mãe.

- Qual é mesmo a data? – perguntei entediada.

- Combinamos de realizar o casamento em Julho, porque? – perguntou a minha mãe.

- Nada, nada – afirmei. Boa, tenho 4 meses para estragar este casamento.

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Depois de sairmos de lá informei os meus pais que ia ir a uma festa com os meus amigos, pois Blásio, Sophie e Pansy tinham-me dito que esta noite ia haver uma festa no Party Club e com certeza eu não ia faltar.

Antes de começarem a brigar comigo desaparatei. Aparatei perto dos Dedos de mel, em Hogsmeade que naquela noite estava um frio de rachar. Andei até o Party Club, um clube nocturno muito legal onde eu costumava ir.

Quando entrei no estabelecimento fui invadida por uma onda de calor, lá dentro o frio da rua não se podia sentir o que era muito bom.

- Asty – ouvi alguém me chamar – Sempre veio – Sophie abraçou-me animada. Ok, ela já tinha bebido.

- Sim, eu disse que vinha. – sorri animada e fui pedir uma cerveja amanteigada.

A noite foi agradável, dançamos, rimos e conversamos. Conheci um garoto lindo que dançou comigo e de quem eu gostei muito, mas isso é porque eu já estava um pouco fora de mim.

Infelizmente, Draco também estava na festa, mas ele nem se aproximou de mim, obrigada Merlin. Ele só ficou no balcão a beber whisky de fogo.

Quando já eram umas 2 da manhã, eu decidi que era melhor ir para casa, Sophie queria-me acompanhar, mas eu achei melhor ir sozinha.

Sai do Party Club sentindo o vento frio da rua. Caminhei um pouco até que ouvi uns sons estranhos.

- Astoria meu amor, espera por mim, por favor – ouvi Draco cantar enquanto tenta acompanhar-me. Revirei os olhos, ele estava completamente bêbado.

- O teu amor vai-te dar um tapa na cara. Idiota, o que você quer?

Ele aproximou-se mais de mim, andando a cambalear.

- Eu quero um beijinho – ele disse fazendo bico.

- Vá sonhando – eu ri alto. Comecei a andar deixando-o para trás quando vi que ele não me acompanhou virei-me e vi-o sentado no chão.

- Voce vai ficar ai? – questionei de braços cruzados.

- Sim – ele riu.

- Vem cá idiota, vou-te levar a casa – ajudei a levantá-lo e coloquei o braço dele em volta do meu ombro. Eu espero não me arrepender de ajudar o Malfoy.

- Obrigado – ele disse. O seu rosto estava muito próximo do meu e senti algo de estranho dentro de mim.

- De nada, acredita, não estou a fazer isto porque gosto de você. – afirmei.

- Porque nega? – ele perguntou. O seu tom de voz era diferente, parecia sério e sincero.

- Nego o que? – perguntei entediada. Conversar com um bêbado é uma idiotice, já que eles só falam merda.

- Que gosta de mim… - ele respondeu – Eu sei que gosta.

- Eu? – ri muito – Gostar de você? Voce é tudo o que eu odeio num garoto. – respondi irritada.

- E você é tudo o que eu adoro numa garota – ele falou.

Abri a boca espantada. Como assim? O Draco acabou de se declarar a mim?

Perdida nos meus pensamentos, nem reparei quando ele me puxou para mais perto, colocando os seus lábios nos meus. O beijo dele era ótimo, os seus lábios eram doces e embora ele tivesse hálito a bebida, podia sentir o seu hálito fresco e doce. Eu coloquei os braços em volta do pescoço dele enquanto o beijava mais intensamente.

Agora percebia porque o Draco pegava tantas garotas, o beijo dele tinha algo de especial, era ótimo, incrível e viciante.

Mas então… o meu cérebro parou e quando voltou a funcionar eu percebi o que estava fazendo. EU ESTAVA BEIJANDO DRACO MALFOY!! Eu não podia estar a beijar Draco, quer dizer… podia ser um beijo incrível, mas eu não podia, eu tinha namorado e eu odiava aquele ser idiota. Eu não podia.

Mas sempre que eu pensava em me afastar, ele tornava o beijo mais mágico e mais vibrante. Era como se o meu cérebro gritasse para eu parar, mas cada músculo do meu corpo pedisse para eu continuar. Eu estava lutando comigo mesma, eu estava perdida nos meus sentimentos.

A sua língua pediu permissão para passar e sentiu-o explorar cada canto da minha boca, as nossas línguas dançávamos sincronizadamente e senti um arrepio na espinha quando Draco colocou as mãos dele em volta da minha barriga e puxou-me para mais perto.

Eu tinha de parar, eu sabia que devia parar, mas era viciante, eu queria mais e ao mesmo tempo não queria.

Quando consegui arrecadar coragem suficiente, afastei-me dele e fiquei a olhá-lo. Draco olhava para mim com o mesmo olhar de espanto.

 “O que acabou de acontecer?” essa pergunta pairava na minha mente e eu simplesmente não sabia reagir ao que tinha acabado de acontecer.