O Jogo escrita por Sweet Lolita


Capítulo 5
Capítulo IV - Desentendimento


Notas iniciais do capítulo

Sim, esse capítulo também é decepcionante e sem graça. Desculpe. Mas espero que goste. Deixe reviews, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/324097/chapter/5

POV - Damon

   - Hei Damon! - chamou Ariane.

   - O que foi? - atendi desanimado.

   - O que você tem? - perguntou.

 Eu ri.

   - Você fala como se não tivesse nenhuma preocupação. - voltei a olhar pela janela - E se o Peão vier até aqui?

 Ouvi o som de três batidas leves na madeira da porta, era Ariane, ela tinha esse costume de sempre que dissermos algo ruim bater três vezes na madeira. Diz ela que dá sorte.

   - É nunca parei pra pensar nisso. - suspirou.

 Anna se entupia de salgadinhos, e logo depois de comer um monte ela lambia os dedos sujos. Ela parecia entretida demais com aquelas porcarias, nem prestava atenção no que falávamos. Dei de ombros e deitei dentro da banheira. Ariane riu.

   - O que é? - perguntei.

   - Nada, nada. - respondeu.

 Ignorei aquilo e voltei a mergulhar em pensamentos. E depois que o jogo terminasse? Ficaríamos sem nossos amigos e com essa lembrança terrível. E se eu não sobrevivesse? Quem iria sobreviver? Era uma dúvida que me atordoava e me impedia de dormir, me preocupava mais com minha irmã. Ela era sangue do meu sangue, sempre vivemos juntos, seria desesperador se ela morresse, pelo menos pra mim. Ouvi ruídos vindos do corredor, pareciam passos, me levantei rapidamente e gesticulei para que Anna parasse de comer.

   - Shh. Fiquem quietos, ouviram isso? - sussurrou Ariane.

 Fez-se um silêncio mortal dentro do banheiro e assim todos podemos ouvir com mais clareza. Eram realmente passos. Eu e Anna balançamos a cabeça positivamente para responder Ariane. Ariane rapidamente abriu a porta do alçapão e ordenou que Anna se escondesse lá com toda comida, Anna não hesitou em obedecê-la, Anna fechou a porta do pequeno alçapão e eu escondi a porta com o tapete verde e felpudo do banheiro, Ariane abriu o armário vazio e revelou o fundo falso, logo me enfiei lá dentro e Ariane foi logo atrás de mim, fechando as portas do armário e recolocando o fundo falso.

   - Meu Deus, essa casa inteira tem alçapões e esconderijos secretos? - sussurrei incrédulo.

 Ela balançou a cabeça positivamente em resposta. Os passos foram se aproximando até que cessaram, nervoso, prendi a respiração e desejei mentalmente que não fosse o Peão e que se fosse, que ele fosse embora. Então se fez novamente um silêncio assustador até que um alto estrondo nos assustou, tive de cobrir a boca de Ariane para que ela não gritasse, os passos voltaram a ser ouvidos, mas desta vez, pareciam vir de dentro do banheiro. Ouvi a porta do armário ser aberta. Ele estava nos procurando. Ao olhar nos olhos de Ariane vi o pavor tomando conta dela e ela parecia dizer algo como "O Peão...". O som de passos foi ouvido novamente, pareciam se distanciar do banheiro, esperei por mais alguns minutos até que os sons sumissem, estava ficando quente e sufocante aquele esconderijo. Soltei Ariane e retirei o fundo falso, logo depois saí do esconderijo e do armário com cautela, a porta do banheiro estava derrubada ao chão, corri abaixado e na ponta dos pés até a porta e olhei para os dois lados do corredor. Nada. Ele já havia partido. Suspirei aliviado e abri a porta do alçapão encontrando Anna comendo, isso era bem normal, ela comia o tempo todo principalmente quando estava nervosa, ainda me perguntava como ela conseguia manter a forma. Estendi a mão e Anna a agarrou, a ajudei a sair do estreito alçapão e logo vi Ariane de pé à minha frente, sabíamos que aquele lugar não era mais um local seguro, teríamos de arranjar outro abrigo.

   - Vamos sair daqui. - disse Ariane - Temos de sair daqui agora mesmo.

 Eu assenti em concordância. Anna pegou o pacote de salgadinhos que comia e assim saímos correndo do banheiro, corremos escada a baixo e fomos até a cozinha. Ajudei Ariane a empurrar a geladeira até a porta e quando fomos lacrar as janelas percebemos que já estavam lacradas. Assustamos-nos ao ouvir sons vindos de dentro de um dos armários da cozinha, Anna me abraçou com força e Ariane agarrou meu braço logo após pegar uma frigideira. Para nossa surpresa, quem saiu de dentro do armário foi Hideki.

   - E aí, gente? - falou com um sorriso sarcástico estampado no rosto.

   - Hideki! Que susto seu filho da mãe, como pode simplesmente aparecer assim do nada?! - repreendeu Ariane.

   - Calminha. - falou na defensiva.

   - Há quanto tempo está aqui? - perguntei.

   - Olha pior que eu não sei. Eu tinha ido pro quarto, depois voltei pra cá, não fiz uma barricada na porta porque poderia parecer suspeito pro Peão. - explicou.

   - É bom encontrar mais um de nós. - sorriu Anna.

   - Por quê? - perguntou indiferente.

   - A união faz a força, se formarmos alianças, teremos mais chances de sobreviver. - respondeu Anna.

   - Olha, desculpa aí, mas eu discordo. - falou - Formar alianças é uma bosta, é um pé no saco, sabia? Se houver alguém lerdo no grupo que fique atrapalhando, e sempre tem, vamos todos afundar junto com ele.

   - Como pode dizer isso Hideki? - perguntou Anna surpresa.

   - Deixa Anna, deixa. - falei.

 Hideki deu de ombros. Ele se sentou na bancada e ficou nos encarando, como se esperasse por uma reação, Ariane se distanciou e foi revirar as gavetas e Anna continuou agarrada a mim, eu encarava Hideki, ele nunca me pareceu amigável e parecia que ele pensava o mesmo de mim. Desviei o olhar e me sentei no chão, encostado a parede, aquele garoto esquisito estava me dando nos nervos, não entendo como ele pode ser primo de Andrew, ele são... Opostos.

   - Bem... Acho que temos que procurar por nossos amigos. - disse Anna.

   - Não. - discordou Hideki.

   - Como assim "não"? - perguntou Anna.

   - Que parte de "jogo de sobrevivência" você não entendeu? - ele se levantou da bancada - Já não basta eu ter que ficar carregando vocês, agora também vou ter que ficar aturando frescuras? Não podemos procurar seus amigos, provavelmente já estão mortos, se sairmos lá fora pra procurar eles vamos colocar nossas próprias vidas em risco.

   - São nossos amigos Hideki, não podemos abandoná-los assim. - disse Anna - Somos três e você é um, não seríamos nós que estamos te carregando?

   - Não, não seria porque vocês estão no meu esconderijo, entendeu princesinha? - respondeu - Se eu sobrevivi, foi porque eu lutei por minha vida. Não entendo como vocês ainda estão vivos.

   - Ata, então vai me dizer que já enfrentou o Peão? - debochou Anna.

   - Pior que já. - ele riu.

   - Tá bom! Já chega vocês dois! Ninguém está carregando ninguém, nos encontramos por obra do acaso e nenhum lugar é esconderijo de ninguém porque essa mansão é dos meus tios! - Ariane quase gritou.

   - Calma gente, não vamos criar tumultos, nossas vidas estão em risco. Hideki está certo, não podemos procurar por nossos amigos, por outro lado, temos de permanecer unidos. - intrometi.

 Hideki me encarou mal-humorado. Eu o ignorei, voltei a fitar o chão a minha frente, Anna foi ajudar Ariane vasculhando as gavetas e Hideki voltou a se sentar sobre a bancada e observar o teto. Termos nos encontrado não foi algo muito bom e se formássemos uma parceria, não daria muito certo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido. Até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Jogo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.