Bem, me chamo Kurai... Sou um deus, considerado o guardião das matas. Completei 180 anos hoje e sinto a falta dele.

Ai me pergunto: “Dele quem?”

Ele foi aquele que me trouxe a felicidade, mas esqueci de falar um fato... Essa é a quarta vez que completo 180 anos... E ele veio muito antes... E já se foi.

Seria muito bom senti-lo novamente... Escutar seus risos... Limpar suas lagrimas...

Ahn, agora vou enxugar minhas lagrimas e vou falar um pouco sobre mim. Não tenho aparência de um humano em minha forma normal, sou um lobo negro... Em meus pelos naturais se observam as cores preta e vermelha, só no inverno que fica branco e vermelho. Apesar disso... Desenvolvi uma forma melhor, tento uma aparência mais humana, porém com rabo e grandes orelhas de lobo, Ah! E meu longo cabelo possui as mesmas cores de meu pelo.

Agora me levantando da minha fortaleza... Caminho até meu passado... Relembrando a minha falha. Eu havia feito uma promessa a ele, mas... Até hoje não sei se realmente falhei.

Lembro-me dele perfeitamente e do jeito como o arrastei até minha terra. *dá risada* O mordi na perna e o arrastei até minha caverna, assim o fiz ir ao outro lado comigo e ele ficou em minha casa. Será que mordi muito forte? Enfim... Ele acabou dormindo em uma das poltronas de minha pequena casa, até este ponto eu não sabia o que era.

No dia seguinte, resolvi apresenta-lo ao meu “dono”, Xerxes, este era o senhor dos cavaleiros e ele quem me achou na mata. A reação de Xerxes não foi das melhores e eu sai ferido, assim fugindo com meu novo dono, Rento.

Estranhamente quando disse que iriamos a um portal de região gelada... Entrei na casa de Rento e comecei relembrar coisas de meu passado, nesta época... Eu tinha 150 anos... A primeira vez que completava isso. E não eu não tenho cara de velho.

Tempo depois eu quis... Descobrir quem era, então fomos a uma enorme biblioteca, falar com os guardiões... Mas antes que eu pudesse descobrir... Xerxes apareceu e quis matar Rento, que era o ultimo de sua espécie. Então... Eu o protegi e acabei morrendo por isso... Ele chorava e chamava meu nome, até eu voltar e lhe dizer o que descobri.

Ele disse me amar e... Eu só percebi o que ele sentia... Quando seus lábios tocaram nos meus pela primeira vez. Confesso que assustei com essa ação dele, mas no fundo eu queria mais e mais.

“ – Rento, não está com frio? Você não aguenta esta temperatura. – Falava preocupado com ele.

Rento me olha e sorri, enquanto acariciava minha cabeça. – Estou bem... Dessa vez eu não vou congelar.

– Tem certeza? – Olhei em seus olhos, percebendo sua tremedeira.

– Ah... Não, só queria te tranquilizar. – Ele fala meio envergonhado. – Eu não estou sentindo mais minhas pernas. – Dá um sorriso, não parando de bater os dentes.

Levantei-me da neve e o peguei no colo, levando para dentro dos destroços da casa. O coloquei perto da lareira que já se encontrava acesa e o embrulhei em uma grossa coberta, enquanto ele se aquecia perto do fogo eu peguei neve, a colocando no fogo para fazer uma agua quente.

– Aqui... Espero que não faça mais isso... – Falei enquanto colocava seus pés dentro da agua quente.

– Desculpe... – Ele sorri e acaricia minha cabeça.”

Rento parecia gostar de me acariciar, pois sempre sorria e dava risadas de meu jeito. Quando recebia suas acaricias, meu rabo não parava um minuto. Agora... Meu rabo parece nem ter mais vida...

Uma das coisas que mais gostava... Era o observar enquanto estava adormecido. Ele era muito bonito, tanto que na primeira vez que o vi sem roupas, fiquei o mais sem graça possível. Seus cabelos eram negros, assim como suas roupas de energia, mas... Mesmo que sua raça fosse meio diferente o que mais me chamava atenção, não eram seus pulsos negros... E sim... Seu sorriso.

“ Estava lambendo sua face, para acorda-lo. – ahn... nhm... – Era uma mania resmungar enquanto dava lambidas.

– Ahn...? - Ele vai acordando lentamente enquanto eu ainda continuava o lambendo. - Há... Hahaha... Está bem, está bem! Estou acordado... – Ele sorri e bagunça meu cabelo.

– Não faça isso! – Falei tentando ajeitar o cabelo, enquanto ele ria de mim.

– Bobo... – Rento coloca sua mão em meu queixo e levanta o mesmo, assim me fazendo olhar em seus olhos acinzentados. – Você é tão fofo... – Se aproxima e dá um beijo em minha testa, depois se afasta sorrindo.

Abanei o rabo para ele, estava muito feliz.

– Venha aqui! – Ele me puxa e começa fazer carinho em minha barriga, assim me fazendo contorcer todo meu corpo e me deixando quase sem folego. ”

São lembranças boas dele... Fico feliz de ainda ter essas memórias... E de ainda sentir minhas lagrimas escorrendo por causa dele. Ele é um ótimo motivo para fazê-las correrem meu rosto, mesmo que ele não gostasse que isso acontecesse... Ele sempre as limpava, com um sorriso no rosto.