I Knew You Were Trouble escrita por Barbara Fuhrwig


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Ok, sei que prometi semana passada a postagem, mas é que tive alguns problemas :s E fiquei meio desanimada com a coisa. Tipo, uma garota escreve uma fanfic Clato que eu estava lendo, só que não tem nada a ver com o tema da minha, mas parece que ela pegou os fatos que escrevi no capítulo em que assaltaram a loja a 1º vez, e colocou em um parágrafo da fanfic. Não estou dizendo que ela realmente pegou daqui, até pq não vi a minha fic nos acompanhamentos dela e nem nos favoritos, mas é muito parecido, tanto que me toquei na hora que li. Fiquei meio chateada, mas né... De qualquer maneira, ai está um novo capitulo. Ele está um pouco mais sério do que queria, mas acho que dá pro gasto.Aproveitem!



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– Clove, querida, você poderia ir acordar Cato? Se não, ele é quem irá atrasá-los hoje – minha mãe pede, assim que me vê passar pela porta da cozinha.

– Não – digo.

– O quê? – ok, o fato de ela estar com uma faca na mão pode me causar muitos problemas, então acho melhor satisfazê-la.

– Eu estava dizendo que não me importo de fazer isso – dou um sorriso amarelo – A senhora não me deixou terminar.

– Hm, sei. Então vá lá agora, e depois venha tomar café, por favor.

Subo as escadas arrastando-me, até porque eu me perguntava se Cato não estava atrasando-se de propósito. Argh!

– Ei Cato, você vai demorar mais quantos anos pra... Ai meu Deus! – cubro meus olhos com as mãos, assim que o loiro, que observava seu computador atentamente, vira-se pra mim.

Sim, era muito constrangedor vê-lo nu.

– O que você está fazendo aqui? – ele pergunta irritado.

– Eu não quero me atrasar de novo. E minha mãe pediu pra eu te chamar – eu mantenho a mão firme em frente a meus olhos, embora a vontade de dar uma espiadela seja grande.

– E você não sabe bater na porta, não?

O escuto caminhar pelo quarto, indo até seu armário.

– E eu ia saber que você estava vendo pornografia a essa hora da manhã, seu pervertido? – bufo, levantando minhas mãos para cima em um gesto automático.

Pra minha sorte – ou não –, Cato já estava de cueca, apanhando uma calça jeans e uma camiseta.

– Vai olhar por muito tempo? – ele pergunta, em tom zombeteiro, quando percebe que o encaro – E depois eu que sou o pervertido!

Minhas bochechas esquentam, provavelmente adquirindo um tom avermelhado.

– Acho que não sou eu que antes das sete da manhã já estou pelada, em frente ao computador!

– Eu não estava vendo pornografia – ele rebate.

– Então estava fazendo o quê? – pergunto, tentando dar uma olhada na tela de seu notebook.

– Nada que seja da sua conta – ele dá um sorrisinho afetado, fechando o mesmo.

– Pela manhã, você é grosso com todo mundo ou só comigo?

– Digamos que, no seu caso, não precisa ser apenas de manhã. Você é irritante demais, é fácil as pessoas serem grossas com você – ele dá de ombros, como se tivesse acabado de me dar bom dia.

Pra começar, ele nem estava falando sério. Afinal, as pessoas não eram grossas comigo. Não sempre. Quer dizer, temos Katniss, ela adora dirigir-me palavras grosseiras, mas podemos dizer que ela é uma exceção, já que tem um temperamento difícil e é capaz de me mandar para o inferno só por eu dizer que o cabelo dela está estranho. E sim, isso já aconteceu.

De todo modo, não me dou nem ao trabalho de responder Cato, antes que eu lhe grite várias blasfêmias, que garanto que minha mãe não gostaria de ouvir pela manhã. Apenas rolo os olhos, saindo do quarto e batendo a porta com toda força. Se minha mãe perguntasse, teria sido o vento.

Vou tomar café, resmungando à minha mãe que Cato logo desceria. E não se passam nem cinco minutos antes de ele aparecer.

– Se quiserem carona, não demorem – Henri diz – Eu levarei Samantha e posso levar vocês também.

– Não precisa. Vou de metrô – Cato dispensa o convite.

– Como assim vai de metrô? – o encaro, parando de comer.

– Você sabe o que é metrô? São tipo trens, só que subterrâneos – o loiro ri – Então. Eu vou até a estação aqui perto, e pegarei um metrô até a escola.

– Foda-se. Eu preciso da carona! – exclamo, me levantando.

– Isso são modos, Clove Elizabeth Kentwell? E não grite! – minha mãe me olha feio.

– Não me chama de Elizabeth, é ridículo! E EU NÃO ESTOU GRITANDO – saio da mesa, carregando meu copo de chá comigo, caminhando até as escadas – MAS QUE DROGA!

[...]

– Clove – Katniss me interrompe.

– O quê?

– Cale a boca!

A olho surpresa.

– Por que todo mundo está sendo grosso comigo hoje?

– Não me entenda mal – ela começa –, mas é que você não parou de falar desde que chegou. Você podia pelo menos respirar entre um monologo e outro. E, aliás, você está muito chata hoje.

Não me entenda mal?

– Até você?

– Como assim?

– O babaca do Cato já fez questão de reforçar, hoje pela manhã, que sou chata e blá blá blá – digo.

– Tão babaca assim que você só falou dele até agora! – ela irrita-se.

– Você fala como se eu estivesse o elogiando todo esse tempo. Eu estou reclamando dele, tem certa diferença – rebato.

– Quando esse é o único assunto sobre o qual você fala, a diferença não é tão grande assim, considerando que você podia estar falando de milhares de outras coisas. Qual o problema com Cato afinal? – ela me olha compreensiva, pela primeira vez desde que comecei a falar com ela.

– Nenhum, por quê?

– Você parece incrivelmente irritada com Cato ultimamente. Aconteceu mais alguma coisa depois daquele beijo? – ela estreita os olhos.

– Não, é obvio que não. Nós somos... – deixo a frase no ar, mordendo minha bochecha.

– Vocês são o quê? Me fale, Clove. Termine essa frase, eu quero ver.

– Por quê? Qual a diferença entre eu terminar uma frase ou não? – cruzo os braços, fazendo birra.

– Porque você não consegue admitir pra si mesma que são meios-irmãos. Até porque parece que você não o está vendo apenas desse jeito.

– Qual seu problema, Katniss? – exclamo, realmente irritada – Você está aqui pra me ajudar ou pra jogar insinuações ridículas pra cima de mim?

– Estou aqui pra tentar abrir seu olho. Se toca, Clove! Aquilo não foi apenas um beijinho, não pra você.

– Cale a boca, Katniss! – falo mais alto que o normal, atraindo o olhar de algumas pessoas que estavam passando pelo corredor.

Bando de desocupado!

– Parece que alguém aqui está de TPM – Cato simplesmente materializa-se ao nosso lado, soltando um risinho.

– Acredite, ela está mesmo – escuto Katniss confidenciar-lhe.

– Quem te chamou aqui? – pergunto para o loiro – Quer dizer, o que você está fazendo aqui a esse horário? Não ia pegar o metrô, pra ver se encontrava aquela ruivinha com cara de raposa?

Cato ri, me fazendo perguntar para mim mesma no que ele está achando graça.

– Sei que somos meio-irmãos, mas esse teu ciúme todo já não está meio exagerado? A propósito, eu a encontrei, sim. Sabe, ela não estuda muito longe daqui. Ela me disse que também estava atrasada ontem e eu até peguei o celul...

– Eu não quero saber! – o interrompo – E eu não estou com ciúmes de você! Por que eu teria ciúmes de você? Nós temos ciúmes de quem gostamos, e acho que ‘ser obrigada a morar com o filho do novo marido da minha mãe’ não é exatamente uma definição de gostar.

– Mas quando você beija esse ‘filho do novo marido da sua mãe’ a coisa é diferente – ele rebate, parecendo um pouco irritado.

– As coisas não mudaram em nada pra mim por aquele beijinho, ok? Você continua sendo o mesmo garoto insuportável que conheci há oito meses e que eu desejava que nunca tivesse vindo morar debaixo do mesmo teto que eu! – exclamo, elevando meu tom de voz – E nem sei por que você está tocando nesse assunto. Não deve ter diferença nenhuma pra você também, já que faz questão de esfregar na minha cara que dá em cima de uma garota que você conheceu no metrô... Não que eu me importe com isso, é claro – murmuro.

O rosto de Cato tem um leve tom avermelhado, e sua expressão não é das melhores. Ele abre a boca algumas vezes, mas desiste de falar o que quer que fosse. E, então, me dá as costas, pisando duro.

Katniss me olha.

– O quê? – pergunto.

– Você é uma babaca.

[...]

– Querida, onde está Cato? – minha mãe pergunta, após me cumprimentar, assim que chego em casa.

– Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe – digo.

– E eu tenho raiva dessa sua falta de educação ultimamente – ela rebate.

– Não é falta de educação – jogo minha mochila no chão, caindo no sofá – Cato apenas não ajuda em nada o meu humor.

– Cato é sempre o problema, não? – seu tom não era dos melhores, por isso segurei minha vontade de responder-lhe um “sim” bem grosso.

– O que você está fazendo em casa a essa hora? Não devia estar na delegacia? – mudo de assunto.

Ela suspira, indo até a cozinha e depois voltando com um copo de água em mãos.

– Vim para casa apenas para pegar alguns papéis sobre a investigação daquele último assalto. Aquele em que... – em que você foi presa, completo mentalmente a fala de minha mãe.

– Então já vai sair? – pergunto, subitamente querendo que ela dissesse que ficaria.

– Sim, eu tenho que ir – ela responde, sentando-se em uma poltrona.

– Mas acho que antes você me deve uma resposta... – murmuro incerta.

Mas eu tinha que perguntar aquilo. Nunca a forçara, com medo de deixar-lhe triste, e também nunca tive real vontade de saber; já era difícil o suficiente sem saber o motivo.

Contudo, já fazia seis anos. Ela, assim como eu, já havia superado isso – ou pelo menos devia –, e o fato de ela ter tocado nesse assunto há poucos dias atiçou toda a curiosidade que eu segurei algumas vezes.

Minha mãe assente relutante.

– Acho que sim.

– Você me pediu pra vir pra casa sozinha, praticamente de madrugada, e depois disse que... Que isso tinha a ver com meu pai – comecei – Mas... como?

– Porque, por sorte, estávamos sozinhos naquela noite. Você tinha ficado na casa de sua tia Enobaria, porque ela queria levar-lhe pra passear no dia seguinte – parecia que minha mãe já forçava a voz, como se algo em sua garganta impedisse que a mesma saísse – E nós fomos assaltados. Seu pai, me ignorando, foi tentar confrontar os assaltantes. Ele achava que podia, que tinha treinado o suficiente para aquilo, mas ele não pôde. E não conseguiram salvá-lo. Ele já tinha perdido muito sangue por causa do tiro quando chegamos ao hospital – uma única lágrima escorreu por sua bochecha, mas pude ver que ela segurava as outras.

Eu queria falar alguma coisa. Mas o quê, quando eu mesma me sentia deprimida e com uma saudade que parecia maior ainda?

– É muito ruim ficar sozinha durante a noite – ela me interrompeu antes que eu falasse –, quando isso só me trás lembranças de seu pai. Toda vez que fico sozinha, ou ficava pelo menos, é como se aquela noite viesse para o presente. E me lembrasse de tudo.

Sentei no braço de sua poltrona, abraçando-a de lado, mas ela continuou na mesma posição.

– E agora eu me sinto extremamente burra de ter pedido pra você vir pra casa aquela dia. Você teve sorte de passar em frente àquela loja depois do assalto, mas e se você não tivesse tanta sorte e algo tivesse acontecido a você? Eu nunca iria me perdoar.

– Se você tivesse me falado, eu... Eu não teria ido dormir na casa de Katniss – digo.

– Não fale besteiras, Clove – ela quase esbraveja – Quero dizer, eu não posso poupá-la de aproveitar sua vida porque sou alguém que não consegue superar os próprios traumas. Porque sou fraca.

– Você não é fraca, mãe.

– Clove, não me olhe desse jeito, como se sentisse pena de mim – ela diz, após se levantar.

– Não sinto pena de você – respondo – Apenas estou tentando dizer que você não tem medo porque é fraca, e sim, porque não quer superar isso.

– Você acha mesmo que eu não quero?! – ela exclama, o tom de voz uma oitava mais alta – É obvio que eu quero, mas você tem noção do quanto é difícil superar quando você viu uma das pessoas que você mais amava morrer na sua frente?! Olha só, vamos encerrar essa conversa aqui, certo? Eu não quero discutir mais com você, e não quero mais falar sobre isso!

– Você nunca quer falar sobre isso, mãe. Esse é o problema! Quer saber? Você é fraca sim, mas é porque você quer ser. Agora, não é porque você é assim, que eu também sou. Acho que já passei da idade de saber das coisas, não é? Eu não tenho mais dez anos de idade, não sou mais aquela garotinha que ficou chorando por uma semana pela morte do papai. E você não tem porque, e não pôde mais, esconder as coisas de mim – elevo minha voz também.

– Clove, eu... – ela é interrompida por Cato, que abre a porta nesse instante.

Ele nos olha confuso.

– Obrigada por me poupar das coisas porque você é uma medrosa – falei, não segurando mais as lágrimas, antes de correr escada acima.

Ainda no corredor, escuto a porta da frente ser batida e um carro acelerando lá fora, e imagino que minha mãe tenha saído.

Talvez eu tenha sido um pouco cruel com ela, mas quem sabe assim ela pare de me esconder coisas.

Chorando, corro até escritório dela e bato a porta.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? E agora é sério: já tenho quase todo o capítulo doze (momentos Clato chegando ♥) e, se vocês comentarem bastante e quem sabe derem alguma recomendação, pq eu só vejo o numero de leitores subindo e o de reviews caindo, posto até o domingo. Juro pela vida do Cato. Agora porra ficou séria jsdhfjkslhReviews/recomendações? Beijos :3