I Knew You Were Trouble escrita por Barbara Fuhrwig


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Enquete: vocês querem me matar: sim, com certeza ou obviamente? Lskdfjb enfim seus lindos, mil desculpas pelas demoras, mas vocês podem culpar meu colégio. Bom, gostaria de agradecer muuuuito mesmo às meninas que recomendaram (Katniss Odair, Luly e Mariana Trinket) + a Bia Oliveira e a Bárbara Mello, que me mandaram MP, o que foi um empurrãozinho pra eu terminar o capítulo, então esse capítulo é totalmente delas *---* enfim, espero que gostem e, como sempre, se preparem para as enormes notas finais sdlfjgls



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/323918/chapter/11

Dei um suspiro, jogando meu caderno para o lado.

Meu celular marcava 23h55min, e eu ainda não havia terminado a lição de química, que eu estava fazendo havia duas horas. Coisa mais inútil! Eu sabia que jamais usaria isso em minha vida, mas minha professora era orgulhosa demais para admitir, alegando que química era muito importante para a harmonia do universo.

Papo de velha gorda que não conseguiu arranjar um namorado quando era mais jovem, e agora desconta todas as suas frustrações atolando os alunos de lições e testes impossíveis de se resolverem em menos de uma hora!

Tirei meus fones, que tocavam 30 Seconds To Mars, e me dirigi às escadas. No caminho, passei pelo escritório de minha mãe e, como toda boa filha curiosa, parei pra escutar a conversa. A porta estava aberta, indicando que provavelmente não conversavam nada importante.

– Vai demorar muito? – minha mãe pergunta, se apoiando na cadeira que Henri ocupava.

– Estou resolvendo alguns problemas – responde ele, ainda sem desviar os olhos do notebook – Fechando negócios, na verdade. Há alguns compradores interessados em minha antiga casa em Nova Iorque.

– Você ainda não resolveu isso? – minha mãe suspira – Quero dizer, já fazem o quê? Cinco meses desde que vocês deixaram definitivamente aquela casa? Não havia compradores antes? – minha mãe parecia estar contendo a irritação.

Ela é sistemática demais, gosta das coisas feitas rapidamente, e não de arrastá-las, para fazer mais tarde, que era o que parecia que Henri tinha feito.

– Eu sei, mas é que nós estávamos ocupados ajeitando as coisas aqui. A mudança não foi fácil, você sabe. E ainda tinha as coisas do casamento – Henri desvia sua atenção da tela, girando a cadeira para o lado e encarando minha mãe.

– É, eu sei. Me desculpe – ela pede, dando um sorriso e, então, senta-se no colo dele.

Antes que eles se beijem, mamãe parece notar minha presença em frente à porta, fazendo Henri me olhar também.

Dou um sorriso amarelo, sentindo o rubor tomar conta de meu rosto, e disparo escada a baixo.

Vou até a cozinha, sentindo meu estômago roncar, e decido fazer um lanche. Preparo um sanduíche de pepino, com maionese e pimenta. Dou uma mordida, saboreando-o. Eu adorava isso. Deixo-o sobre um prato enquanto vou até a geladeira pegar suco.

– Cara, que troço ruim! – escuto uma voz masculina atrás de mim, e me levanto, fechando a geladeira com o pé, enquanto minha mão está segurando a jarra.

Cato está em frente ao balcão de centro, olhando enojado para meu sanduíche.

– O que é isso? – ele pergunta, franzindo o nariz, e me permito pensar em como ele fica bonitinho fazendo isso.

– Um sanduíche, nunca viu?

– Engraçadinha – ele debocha, enquanto eu pego um copo.

– É sanduíche de pepino, você não gosta? Eu adoro! – digo, dando outra mordida.

– Nunca comi coisa pior.

– Que exagero! – exclamo, indo até a sala.

Cato me segue, sentando ao meu lado no sofá, e ficamos vendo TV em silêncio.

– Por que ainda está acordada? – ele pergunta, quebrando o silêncio.

– Estava resolvendo aqueles exercícios de química. Você já fez?

– Ainda não, depois eu pego as respostas de você – ele sorri convencido, fazendo-me rolar os olhos.

– Cato, você morava em Nova Iorque antes? – pergunto, o encarando.

– Sim, por quê?

– Nada demais. É que vi seu pai comentando que queria vender a casa de lá – dou de ombros.

– Ah.

– Mas por que, mesmo depois de separados – continuo, raciocinando –, seus pais se mudaram para o mesmo estado, para a mesma cidade, em um país com mais de cinquenta estados?

– Eu não sei – ele responde sem me encarar, assumindo um tom de arrogância em seguida – Por que não pergunta pra ele? Como estou sob responsabilidade dele, apenas o segui para onde ele foi. Além do mais, minha... minha mãe já morava aqui há um tempo.

– Há quanto tempo?

– Não sei.

Olho pra ele, não reconhecendo o garoto que me dizia ir visitar sua mãe em alguns finais de semana. Que tipo de garoto não sabe há quanto tempo sua mãe mudou-se para o outro lado do país, enquanto ele ainda morava em Nova Iorque?

Mas por que Henri se mudaria para a mesma cidade que sua ex-mulher?

– E sua família, já morava aqui faz tempo?

– Qual é a do interrogatório hoje, Clove? – Cato exclama, estreitando os olhos pra mim.

– Eu não posso saber sobre a vida do garoto com quem eu divido um teto? – me finjo de indignada.

– Tá, não importa. Vou dormir, boa noite – ele se levanta, me dando um rápido beijo na têmpora, e vai para seu quarto.

Nota mental: marcar um psicólogo para Cato, porque ele certamente tem algum tipo de distúrbio de humor.

[...]

Acordo com meu despertador tocando, gemendo de dor ao sentir minhas costas protestarem por dormir sentada, em meio a toda aquela papelada de química. Apenas desligo meu celular, empurrando meu caderno e minhas folhas para o chão, e volto a dormir.

– Hey, garota, acorda! – sou cutucada no ombro logo após eu me virar, pelo que parece.

Resmungo qualquer coisa em resposta, virando-me para o lado oposto da voz.

– Vamos logo, Clove! Sabe que horas são?

– Não importa a hora – murmuro, cobrindo meu rosto com o cobertor.

– Se você não sabe, você só está, tipo, uma hora atrasada! – ele exclama, porque de feminina aquela voz não tem nada, e sinto meus pés serem agarrados.

Sou puxada, ficando com metade do corpo no chão.

Bufo, empurrando as cobertas para o lado e encarando a pessoa que me puxou. Obviamente, é Cato.

– Vai tomar banho logo! – ele diz, emburrado.

– Ok, mamãe.

– Por sua culpa, vamos ter que ir de metrô, já que perdemos a carona tanto de Henri quanto de sua mãe, então vê se não esgota minha paciência.

Apenas rolo os olhos, disparando para o banheiro.

Tomo um dos banhos mais rápido da minha vida, com consciência de que estou muito atrasada, o que explica a reação irritada de Cato.

Troco de roupa, me arrumo e vou pegar meu caderno e as folhas que derrubei, me surpreendendo quando não os encontro no chão. Sabendo que não encontraria minhas coisas em qualquer outro lugar, já que tenho certeza que elas estavam no chão quando entrei no banheiro, desço as escadas correndo.

Cato está sentado no braço do sofá, lendo alguns papeis enquanto segura uma maçã com a outra mão.

– Pensa rápido – ele diz, jogando a maçã pra mim – E não faça careta, fique feliz de você poder comer alguma coisa antes de sair.

Desmancho a careta de desgosto que eu estava prestes a fazer e vou para a porta.

– Toma – Cato me estende as folhas que estava lendo antes, após fechar a porta.

– O que é isso?

– Seus exercícios de química. Não é pra hoje? – ele pergunta.

– Ah, sim. Obrigada – sorrio.

Vamos caminhando vagarosamente até a estação próxima a minha casa, pois, a essa hora, não conseguiríamos mais assistir a primeira aula.

Já dentro do metrô, fico de pé ao lado de Cato e reparo em uma garota ruiva, que vez ou outra encarava Cato. Quando ela via que eu estava olhando pra ela, rapidamente voltava a mexer em seu celular.

A garota era bonita. Seus cabelos ruivos ondulados iam até a altura do busto, sua camiseta justa deixava marcada a cintura e seus peitos.

Olhei para a bunda de Cato, certificando-me que ela não havia secado, já que agora a garota olhava para cá a cada cinco segundos.

– Algum problema? – Cato pergunta, vendo que eu o encarava.

Não era possível que ele ainda não havia percebido a ruiva que o olhava descaradamente!

– Aquela garota ali – suspiro, apontando discretamente com o queixo pra ela – Ela não pare de te encarar.

Cato, nem um pouco discreto, olha para a ruiva, que nem sequer desvia o olhar.

– Ela é bonita – ele diz, sem me olhar, e sorri.

A pele da ruiva fica quase da mesma cor de seu cabelo, mas ela sorri timidamente de volta.

Solto um grunhido e vou me sentar em um lugar que uma senhora de meia-idade acabou de desocupar, afinal, eu não sou obrigada a ficar ao lado de Cato enquanto ele paquera uma desconhecida.

Cruzo os braços, emburrada repentinamente sem saber por que, e Cato só vai até mim quando temos que sair. Ele dá um aceno de mão para a ruivinha, e seguimos nosso caminho. Ignoro até chegarmos ao colégio e cada um ir para sua respectiva aula.

[...]

Fui embora assim que o sinal tocou, sem nem falar com Cato antes de sair. Ele sabia o caminho de casa, tinha duas pernas e não era mais uma criança de cinco anos que não podia andar sem a mãe pela rua, então ele podia vir embora sozinho muito bem.

Encontro Henri sentado em frente ao balcão da cozinha, tomando café enquanto lê o que me pareceram artigos jornalísticos.

– Olá, Clove, como vai? – ele sorri pra mim.

– Bem e você? – pergunto, sentando em cima do balcão, ao seu lado.

– Onde está Cato?

– Não sei. Talvez ele venha de metrô pra ver se encontra a ruivinha – resmungo.

– O quê? – Henri faz uma careta confusa.

– Nada não – sorrio minimamente.

Ele dá de ombros, voltando a ler seus papeis. Permaneço sentada no balcão, balançando meus pés no ar e encarando o arco de madeira, sem porta, que dava para a sala.

– Fazia quanto tempo que a mãe de Cato morava aqui, antes de vocês se mudarem? – pergunto de repente.

Henri se engasga com o café.

– Desculpe?

– Ah, é que eu sei que vocês, incluindo sua ex-mulher, moravam em Nova Iorque antes, certo? Só fiquei curiosa com relação há quanto tempo ela já morava aqui.

– Ah, bom... Hm, acho que fazia uns seis meses – ele responde remexendo as folhas – Mas nós... Nós já estávamos separados há quase um ano. Por quê?

– Só achei estranho o fato de você se mudar para a mesma cidade que sua ex-mulher.

– Você está querendo insinuar alguma coisa, Clove? Porque, se você quer saber, eu e a... a mãe de Cato não temos mais nada – ele diz tranquilamente, me encarando.

– Fico feliz de saber disso – dou de ombros – Mas se eu souber que você está botando alguma coisa na cabeça de minha mãe, você vai sofrer. Muito. Considere-se avisado.

Henri ri. Mas logo depois faz uma careta confusa.

– Colocando alguma coisa na cabeça de sua mãe? – ele repete de maneira retórica.

Agora eu entendia que a burrice de Cato vinha de família.

Um segundo atrás estávamos falando sobre o fato de ele possivelmente ainda ter um caso com sua ex-mulher, e agora ele não sabe do que estou falando.

– Chifres! – exclamo – Se eu souber que você está colocando chifres nela, você já sabe, não é? – dou um sorrisinho inocente.

Ele ri outra vez, bebericando seu café.

– Não se preocupe, Clove.

Dei de ombros, pegando minha mochila e subindo para meu quarto.

Eu já tinha me acostumado com a presença de Henri e até gostava dele, mas não suportava pensar que ele algum dia traísse minha mãe, afinal, ela estava feliz com ele.

Depois de fazer fotossíntese durante horas sentada na cama, Cato deu o ar da graça na casa, logo aparecendo em meu quarto.

– Ei, por que não me esperou hoje? Ou pelo menos me avisou que vinha sozinha?

– Pensei que talvez você quisesse voltar sozinho de metrô, sabe, pra não ter a chata da sua meia-irmã na sua cola enquanto você se jogava pra cima da ruivinha, se por acaso a encontrasse – digo sem encara-lo, enquanto respondo uma mensagem de Katniss.

– O quê? – ele ri, parecendo meio incrédulo.

– Tenho cara de idiota por acaso? – pergunto, o encarando.

– Bom... – ele começa, me deixando mais irritada do que já estou.

Se eu antes estava irritada por nada – ou sem saber o por quê –, Cato começava a me dar motivos.

– Você ficou olhando para aquela garota no metrô na maior cara de pau! E ainda disse pra mim que ela era bonita.

– Mas ela era mesmo!

– Mas eu não estava interessada em saber. Vamos fazer o seguinte: amanhã você vai de metrô sozinho e pega o número dela se ela estiver lá, ok?

Cato gargalha.

– Está com ciúmes, Clovinha?

– Do quê? Dessa sua cara de palhaço? – sorrio de maneira sarcástica.

Ou desse sorriso lindo, formado por fileiras de dentes brancos e perfeitos? Ou desses braços fortes? Ou talvez você estivesse perguntando se eu estava com ciúmes desses intensos olhos azuis...

Pisco várias vezes, retornando a realidade e xingando-me mentalmente.

– Pare de babaquice, Clove. Apesar do tamanho, acho que você não tem mais cinco anos de idade, certo? – ele me olha cinicamente – E se eu quisesse ver a ‘ruivinha do ônibus’ outra vez? E se quisesse pegar o telefone dela?

– Então faça isso! Pegue o telefone dela se a ver no metrô, saia com ela, namora ela, case com ela e então tenha lindos filhos com ela! – exclamo.

– Qual o seu problema? – ele diz calmo, mas ainda com o olhar maldoso.

– Você é meu problema agora! Então sai daqui – falo mais alto que o normal e jogo um travesseiro nele.

– Quanta imaturidade – o escuto resmungar, enquanto ele fecha a porta.

Enterro minha cabeça em um travesseiro, sufocando um grito.

Eu queria gritar para Cato que se ele visse aquela garota novamente e fosse falar com ela, ele que não me considerasse mais sua amiga. Isso, se ele tinha alguma consideração por mim.

E não, isso não era ciúme. Podia ser qualquer coisa, menos ciúmes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Pela minha demora, esse foi o maior capítulo até agora e eu fiquei até às 3 da manhã escrevendo, pra poder postar hoje u-u Enfim... Demorei porque antes de entrar em férias, tive dez provas seguidas e, como comecei a estudar antes, ñ tive tempo nem criatividade pra escrever. E outra: meu pen-drive tava com vírus, então sim, perdi quase todos os meus arquivos! E, pra minha infelicidade, isso inclui os rascunhos que eu tinha de IKYWT.
Enfim, mais uma vez agradeço todas as meninas que comentaram e recomendaram, e aviso que ainda essa semana postarei outro capítulo ~todos comemoram~. Mas eu também queria pedir uma coisa: sei que sou muito enrolada, mas queria que os fantasmazinhos aparecessem. Olha só, amo as garotas que estão comigo em todos os capítulos, mas elas são só ¼ dos meus leitores. Conheço escritoras que estão colocando as fanfics em hiatus, como a Mellathorne, escritora de BIL, porque os leitores não aparecem. Então, sim, os comentários aumentam o nosso ego e ajudam a saber o que estão achando da fic. Então, mais uma vez, aparecem fantasmas, juro que sou legal, apesar de falar demais, rsrs.