A aparição de uma estranha criatura deixou Jason amedrontado. Seu pior pavor era fantasma e coisa sobrenatural. Para piorar a situação, estava perdido na floresta.

As árvores eram assustadoras. As folhas escarlates davam um aspecto enferrujado no ambiente já estranho e meio chuvoso.

— O que vamos fazer, Eevee? Ainda não sei onde o Pyro foi parar — falou choroso.

A raposa tentou acalmá-lo ao lamber a sua mão. Jason acariciou o pokémon e se levantou. Engoliu o choro.

— Tenho que ser valente. Preciso achar o meu Pyro de uma vez por todas. Aquele ladrão não deve tá longe.

...

O ladrão foi surpreendido por alguém à beira do riacho. Era uma pessoa usando uma máscara branca que cobria todo o rosto (tal máscara era como de teatro). Aparentemente uma criança com longos cabelos negros desgrenhados. Vestia um manto grená e aparentemente lavava uma fruta na água.

— Quem é você?

A criança mascarada olhou para trás e se assustou. Correu imediatamente, pulando as pedras que ficavam no meio do riacho. Atravessou para a outra margem.

De repente, um cajado bateu no chão. O ladrão presenciou um ancião careca vestido todo de branco.

— Uau. Como foi que você surgiu do nada?

— Essa floresta é protegida pelos quatro anciãos da natureza. Deixaram o trabalho de supervisão a Celebi. Ele contou que um intruso de coração impuro invadiu Aonikahara.

O homem desdenhou do idoso. Retirou um revólver da cintura e apontou.

— Melhor sair do meu caminho, vozinho. Só quero sair daqui. Nada mais.

O velho desapareceu num piscar de olhos e surgiu atrás do homem.

— Não faria isso se fosse você. Celebi?

A criatura verde surgiu de repente e ajudou Pikachu e Charmander. Levou os dois com o seu poder psíquico.

O ladrão puxou o gatilho. O tempo parou repentinamente. Tudo ficou estático. A bala não saiu, nem o homem se mexeu. O ancião caminhou na direção do intruso e retirou a bala da arma. Depois colocou o objeto de volta à sua mão.

— Melhor não brincar com isso, criança. O que faremos com ele, Celebi?

O pokémon fada abriu um portal para outro lugar. Jogou o ladrão dentro.

— Só queria ver a cara dele quando voltar a si.

Tanto Celebi quanto o ancião desapareceram.

O ladrão acordou no meio da cidade de Rock'atown. As pessoas pararam assustadas quando viram ele segurar um revólver. Uma viatura policial parou de repente. O ladrão não fazia ideia como foi parar ali e correu com todas as forças. Os policiais perseguiram.

...

Celebi sobrevoava a floresta quando se lembrou de Jason e Eevee. Foi até eles.

— Você é um pokémon?! Pensei que era um fantasma. Quer brincar?

A fada usou a sua telecinese para fazer Jason e Eevee flutuarem e seguirem para o templo da floresta.

— Uau!! Eu tô voando.

Celebi criou um tipo de bolha com Jason e Eevee dentro. Levou ambos para uma parte profunda da floresta em que um templo ficava.

...

Robert, Simon, Poirrot e o maquinista saíram do trem e foram atrás do Jason e os pokémons. O ruivo utilizou o seu Houndour para farejar o caminho em que o garoto pegara momentos antes.

A floresta era úmida e com o solo encharcado por causa da recente chuva. Não seria fácil achá-los.

— O seu Houndour é capaz mesmo de achar pistas sobre o padadeiro do garoto? — perguntou Poirrot.

— Claro que sim. Essa espécie possui um faro bem apurado.

Eles caminharam mais para dentro. O maquinista levava uma bússola para caso se perderem do trem.

Enquanto isso, Luiza continuou dentro do vagão, mas sentiu que poderia fazer algo para ajudar. Não seria vantajoso ficar dentro de um trem parado no meio das montanhas. Pegou uma pokébola.

...

Celebi continuou a voar pela floresta. Avistou o templo e desceu. Chegou em terra firme e desfez a bolha psíquica. Jason e Eevee pousaram em segurança.

— Que lugar é esse? Espere aí.

Havia um templo no meio da floresta de Aonikahara. Era um santuário antigo, sob raízes das árvores e muitas folhas secas ao redor. Jason acompanhou Celebi, subindo um lance de escadas e passando por uma entrada.

Quatro crianças estavam sentadas no meio do salão de mármore. Pareciam brincar com algo. Uma delas era a criança mascarada com cabelos compridos de antes. Assim que viram Jasos, correram.

— Esperem! Não quero fazer nada contra vocês. Droga. Eles sequer me ouviram.

O pokémon fada apareceu mais uma vez para Jason e permitiu que ele verificasse em sua pokédex.

Nome: Celebi

Designação: Pokémon viagem no tempo

Número: 251

Tipo: Psíquico/Planta

Sexo: Nenhum

Grupo de ovos: não descoberto

Peso: 5 kg

Altura: 0,6 metro

Razão de gênero: desconhecido

Estado: Energia

Celebi é um Pokémon verde, parecido com uma fada . Tem pés redondos sem dedos, mãos de três dedos e asas claras nas costas. Tem uma cabeça redonda que chega a um ponto curvo. Tem grandes olhos azul-bebê com anéis pretos grossos ao redor deles e um par de antenas verdes com pontas azuis.
Frequentemente encontrado em florestas , Celebi é um Pokémon Mítico, conhecido na lenda como a "Voz da Floresta". É capaz de viajar no tempo e existir simultaneamente ao longo do tempo, e a vida vegetal floresce onde quer que esteja.

Jason definitivamente achou estranho a sua pokédex analisar o pokémon sem ter sido capturado. Mas era a primeira vez em sua vida que via uma criatura mítica frente à frente. Celebi era demasiado dócil. Diferentemente de Suicune.

O rapaz caminhou pelo lugar. Parecia abandonado e cheio de raízes. Num outro salão, uma piscina cheia de lodo, dando uma coloração verde bastante chamativa.

De repente, uma voz surgiu perto do seu ouvido. O sussurro quase deu um infarto no menino. Jason caiu no chão.

— Ahahahahaha!! Que foi, menino? — indagou o monge.

— Que-quem é você?

O careca passou a mão na cabeça. Era uma pergunta que muitos faziam.

— Digamos que sou o guardião desse templo. Sou um dos anciãos da natureza. Chame-me de Fujin, o ancião que cuida dos ventos dessa floresta.

Jason se levantou, retirou a poeira da roupa e fez uma reverência. Fujin coçou a careca e pediu para o garoto não ser tão formal.