As pessoas aplaudiram os três melhores atletas no pódio. Bernardo Greco recebeu a medalha de ouro pela vitória. Seu pokémon, Greninja, também foi agraciado com uma insígnia comemorativa, haja vista o kitesurf era dividido entre parceiros humanos e pokémons.

O rapaz vestiu-se adequadamente, colocou o seu parceiro de volta à pokébola e pegou carona num táxi.

— Pensou? — Perguntou Gerson numa segunda ligação.

— A oferta é ótima, mas como vou atrás de um homem que não conheço o rosto?

— Estamos trabalhando nisso. Em breve darei uma fotografia por email. A metade do dinheiro será depositada previamente, a outra depois da captura.

O rapaz assentiu. Era um caçador de recompensas particular com tão pouca idade. Trabalhava para pessoas importantes em particular.

Ilha Cocconut

Gary pediu calma para Victoria. Nem Jason nem Robert estavam em perigo, segundo ele.

— Tenho um irmão por parte de mãe e uma irmã por parte de pai. Os dois estão perto da influência do meu pai. Eu preciso fazer algo.

— Realmente o seu pai parece alguém sem escrúpulos. Conheci brevemente na empresa dele quando anunciou o cancelamento da produção de pokébolas na região.

Ela não quis ficar parada. Gary, porém, preferiu pedir a Vicky que visitasse o túmulo de Miranda.

O momento era de tensão. Vicky observou o sepulcro da mulher que sequer conheceu como mãe. Pensou que sentiria muitos sentimentos encontrados, mas nada sentiu. Talvez a ausência no convívio de ambas fez com que a campeã não demonstrasse tristeza.

— Nada?

— Nada. Sinto muito por ela, mas não a enxergo como uma mãe.

Gary afirmou que Miranda era médica e curou muitas pessoas nas duas ilhas. Além disso, era apegada demais ao filho.

— Quero me encontrar com Jason. Por favor, senhor Oak.

Gary revelou que Jason e Robert foram para o distrito de Kabuto muitos dias atrás.

— Soube semana passada que ganhou a segunda insígnia.

— Tem como entrar em contato com ele agora?

— Sim, mas é difícil. Às vezes o sinl de internet falha.

— Tente.

Gary atendeu ao pedido de Victoria, pegou a sua pokédex e tentou entrar em contato com Jason.

...

A pokédex de Jason, que estava no silencioso, piscou. Porém, o aparelho estava dentro da mochila e com Robert.

O trem passou por debaixo de um viaduto, deu a volta e passou por ele. O veículo de transporte passava na metade de uma montanha. Entrou em mais dois túneis e duas pontes. Desceu e passou por um vasto campo verde. Era visível fazendas e pokémons pastando.

Jason e Charmander retornaram para o vagão original. No meio do caminho viram um velhinho caminhar de maneira vagarosa.

— O senhor tá bem? — Indagou o menino.

— Sim... estou — a moça do ticket foi para o vagão em que o velhinho vinha. — Mas eu aceito uma ajuda.

O velhinho aparentava ser magro e fraco. Jason segurou em sua mão.

— E esse volume na sua barriga, senhor?

— Oh... é a minha bolsa de colostomia. Eu faço cocô numa bolsa.

O garoto reagiu com nojo, mas continuou ajudando o idoso trêmulo.

Robert olhou para o relógio de pulso. Estava perto da próxima parada. Viu a moça do ticket passar para o vagão da frente. Ela parecia apressada.

Minutos antes...

— Ahhh!! — Gritou uma mulher.

— Que foi? — Perguntou a amiga.

— Meu colar de pérolas que estava em minha bolsa sumiu. Quero que chamem os responsáveis por esse trem!!

A moça do ticket chegou para acalmar a mulher. Fez perguntas. A mulher, arrogante, disse que morava numa fazenda e que levava joias na bolsa.

— Meus brincos banhados a ouro estão aqui, mas o colar não. Vocês vão se responsabilizar?

A moça pediu calma. Os demais trabalhadores investigariam o caso. A fazendeira, porém, pediu que avisassem a polícia.

— Não creio que seja necessário — disse um homem sentado alguns assentos à frente.

Todos olharam. Era um homem de uns cinquenta anos, baixinho, bigodudo. Usava um chapéu cinza, um terno preto com um sobretudo da mesma cor.

— E quem é o senhor? — Perguntou a fazendeira.

— Sou Arthur Poirrot. Detetive Poirrot a seu dispor.

Todos se perguntaram como um objeto desapareceu com um detetive por perto. Poirrot esclareceu que estava no banheiro tentando limpar o intestino.

— Minha prisão de ventre ainda me mata. Mas... posso saber onde a senhora foi durante o roubo?

A mulher respondeu que havia saído para um outro vagão ver a sua prima.

— Interessante. O suspeito agiu no momento em que nem eu, nem você estávamos. E a sua amiga?

— Eu fui junto. Moramos na mesma vila.

Poirrot alisou o bigode. Era estranho uma ação ser tão rápida num vagão com 5 pessoas sentadas no momento do crime.

— Se me derem licença, tenho que chamar meu ajudante. Hastings.

Do assento surgiu um pokémon também vestido de detetive. Era pequeno, amarelo, com marcas nas bochechas, cauda em ziguezague. Seu nome era Pikachu. Um detetive Pikachu.

— Anote tudo o que eu disser.

— Pika pika!!

O homem relatou tudo o que a fazendeira disse.

No vagão de Robert, Luiza mexia em sua mochila quando algumas pessoas pararam no corredor.

— O que você guarda nessa mochila? — Perguntou a fazendeira.

— Quê? Por que quer saber?

A amiga da mulher pediu calma e que não acusasse ninguém.

Simon retirou os fones do ouvido quando a discussão teve início.

Robert defendeu Luiza, afirmando categoricamente que a moça sequer se levantou do assento a viagem toda.

— Eu vi algo parecido com o meu colar de pérolas. Eu exijo que me mostre!!

— Eu quero ver você tentar pegar a minha mochila. Vamos, tente — disse ela bastante intimidadora.

Arthur Poirrot suspirou. Não era assim que queria investigar o caso. Pediu ao seu Pikachu para ficar atento aos outros vagões.

— Pika! — O pokémon elétrico saiu correndo.

Jason e Charmander esbarraram no detetive Pikachu. Ele nunca viu um pokémon vestido com roupinha de detetive.

— Quem será ele? Pyro, espera.

O clima tava tenso quando Jason chegou no vagão. Luiza abriu a sua mochila e mostrou tudo ali dentro. As pessoas olharam os tesouros. No meio deles, uma pulseira de pérolas pega no cofre do quinto andar da mina.

Continua...