Mansão Yamashida - WC

— Senhor... esse garoto é o mesmo que derrotou Maytsa em Celestial?

— Claro que sim. Mas não me atentei aos fatos. Não sabia desse sobrenome "Krueger" até agora. Entretanto, só o sobrenome não me diria muita coisa, e sim o nome completo de Robert Krueger.

Yamashida foi até a biblioteca e sentou na cadeira do escritório. Gerson ofereceu uma dose de licor ao patrão.

— Esse tal Robert é aquele Robert que conhecemos? — Perguntou o mordomo ao entregar o copo.

— Não sei, mas isso me intrigou demais. Robert Krueger. Depois de tantos anos... tantos anos... ele cruza o meu caminho. Parece que está usando o próprio filho para se vingar de mim.

— O senhor pretende mandar algum comandante Black para ir atrás dele?

— Não posso. Esse é o problema, Gerson. Recentemente El Charco capturou o Moltres, mas preciso dele no laboratório. Maytsa e Dark Ling ainda estão ocupados nesse momento. Mesmo assim chamamos muita atenção em Rock'atown. Preciso de tempo para a poeira baixar. Não posso usar a Black agora.

— Senhor, tenho uma sugestão. O meu sobrinho Bernardo pode ajudar. Ele é adolescente, mas já é ambicioso. Se o senhor oferecer dinheiro, ele com certeza vai atrás.

— Contate ele. Vamos tentar a sorte.

Gerson se retirou do recinto. Yamashida ficou pensativo.

...

Ilha Celestial

Lola desceu à praia e aproveitou para passar na casa do seu avô. Na sala, uma mulher jovem tomava chá com o idoso.

— Vovô? Quem é essa?

— Lola, quero te apresentar a senhorita Victoria Yamashida. Ela é a atual campeã da Liga de Hokkaishin — respondeu Kula Kobayashi.

Victoria se levantou e cumprimentou Lola. Esta quis saber o que uma celebridade da liga fazia naquela humilde casa de praia.

— Estou aqui para falar um pouco sobre Robert Krueger.

Lola se sentou e ouviu tudo o que Vicky falou. Ficou totalmente estarrecida com as revelações.

— A senhorita precisa falar com o senhor Gary Oak. Mas ele não vive em Celestial. Cocconut, a ilha menor, é onde ele abriu um laboratório recentemente. — Sugeriu Kobayashi.

— O neto do famoso doutor Oak. Como uma pessoa assim veio parar aqui? Já vou.

Vicky agradeceu a hospitalidade de Kobayashi e Lola e fez com que um Dragonair saísse da pokébola. Ela subiu no dragão e foi voando para a outra ilha. O que Vicky queria?

...

Margot contou um pouco mais da vida da sua filha e da Charmander shiny. A raridade da criatura chamou a atenção de alguns passageiros, que pediam para tirar fotos.

A luz do sol batida em Chandele e a sua pele reluzia.

— Dizem que shinys possuem luz natural. Essa é a prova — comentou Margot.

Jason brincava junto com Sasha e os dois Charmanders.

O trem parou na estação de uma vila ainda no distrito de Kabuto, mas mais perto da fronteira.

— Essa é a minha parada. Sasha, vem filha.

— Sim, mamãe.

Jason se despediu de Margot, Sasha e Chandele. A mulher agradeceu pela companhia de Jason durante a sua viagem.

— Ele era legal. Queria brincar mais.

— Talvez num outro dia. Quem sabe. Mas estou a fim de preparar uma vitamina de banana com chocolate.

— Eba!! Chandele quer também, né? — A Charmander afirmou.

E assim as três foram embora.

Dentro do trem, Robert entrou desesperado no vagão. Viu o seu filho e Pyro dormindo nuns assentos que não eram deles. O homem sorriu e beijou a testa do menino.

E o trem seguia a sua rota. A fronteira com o distrito de Mokuzai estava próxima. O cenário rochoso e quase sem vida deu lugar a montanhas cobertas de floresta e campos esverdeados. A locomotiva passou ao lado de um rio que era a fronteira natural.

O maquinista soou a buzina e passou por uma avenida movimentada. Depois entrou numa ponte exclusiva do trem, cortando o caminho pelo rio.

— Achou ele? — perguntou Simon.

— Tá em outro vagão.

O ruivo parou de mexer no celular e viu a paisagem pela janela.

Luiza acordou e mexeu em sua mochila. Havia objetos de valor que roubara durante a sua estadia em Rock'atown. Pensou no dinheiro que ganharia ao vender tudo.

Mas o problema de Luiza não era ser ambiciosa e fútil. Sua ladroagem tinha um motivo muito forte. Ajudar a sua família. Desde que cruzou o caminho de Dark Ling, sua vida virou um inferno.

O trem passou pelo trecho limítrofe entre os dois distritos. No caminho havia um bando de Drifloons sobrevoando a região.

— Uau. Parecem balões — disse Jason

E a viagem continuou.

...

Ilha Cocconut

A assistente chamou Gary em seu laboratório. O professor foi até a recepção e viu Victoria.

— Você?

— Podemos conversar, senhor Oak?

Minutos depois, ambos sentaram no jardim atrás do laboratório.

— Vou ser direta. Preciso falar com Robert Krueger. Tenho pendências com ele.

— Conheço Robert muito bem. Mas o que a campeã de Hokkaishin quer com um simples morador de uma ilha afastada?

— Descobri recentemente que ele se envolveu com Miranda Cinnamon. É verdade?

Gary assentiu, mas desconhecia o passado mais profundo de Robert. Perguntou o motivo da procura.

— Miranda... Miranda é a minha mãe biológica. Isso quer dizer que a falecida esposa do meu pai, que eu pensei ser a minha mãe, adotou-me como filha. Descobri um dia desse. Nem meu pai desconfia da minha descoberta.

— Incrível — Gary se levantou repentinamente. — Então você tem um meio-irmão. Jason!

Victoria imediatamente se interessou no assunto. Um meio-irmão que ela desconhecia.

...

Gerson ligou para o seu sobrinho.

— Tio? Há quanto tempo!

— Tenho um serviço para você.

— Espera um minuto.

Num litoral longe dali, um concurso de kitesurf ocorria. A praia estava bastante cheia. Pessoas e pokémons na torcida. Um dos participantes era Bernardo Greco, um garoto de apenas 14 anos, loiro e com pele bronzeada. Usava traje de mergulho durante a sua apresentação.

Bernardo venceu o campeonato juvenil. Esqueceu o tio na linha, pois estava com um fone bluetooth.

— Agora pode me ouvir?

— Claro que sim.

— Quero que capture uma pessoa.

O menino escutou os detalhes enquanto se preparava para receber a medalha. Ao seu lado estava um pokémon anfíbio chamado Greninja.