E dois dias após a tempestade, o circo nipônico abriu. Bruno se fantasiou de palhaço pouco antes de sair com o seu pai. Durante as atrações circenses (que contavam até com a apresentações de pokémons), Marshall recebeu a ligação de Benny. Este acabava de chegar na ilha.

Na ida para o local de encontro, o carro foi interceptado por outro. Quatro homens encapuzados saltaram do veículo e ameaçaram tanto o motorista quanto pai e filho no banco do passageiro. Um dos criminosos levou Bruno e eletrocutou Marshall.

Vendado, o garotinho foi levado para dentro de um navio — o S.S. Aquamarine. Entretanto, Bruno escapou dali ao usar o seu poder psíquico para hipnotizar um blacker. Não soube como conseguiu manipular o homem e fazê-lo abrir a porta do quarto em que estava trancado. Todo esse movimento foi feito sem o capitão Noah saber, haja vista estava demasiado ocupado com o fluxo de turistas saindo de Celestial.

E foi assim que Bruno e Marshall se separaram. Benny ficou encarregado de procurar a criança pelo navio. Sua história se cruzou com a jornada de Jason.

Mas a pergunta que não queria calar. Como Noah soube dos poderes psíquicos do jovem Bruno? A resposta era simples.

Anos antes, quando o capitão Cole Williams ainda era vivo, deixou anotado no seu diário pessoal uma página e meia dedicando-se ao seu neto. Noah achou o objeto após a morte do colega e descobriu a página que dizia sobre os poderes da criança. Levou o segredo por um tempo considerável, entretanto, com a interferência de Dark Ling para ajudar Faisal, teve que contar sobre o suposto poder.

— Isso é um absurdo. Não contei antes, porque não acreditei.

Dark Ling, que vestia apenas uma bermuda floral, levantou-se da cadeira de praia e retirou o óculos preto para olhar o seu subordinado olho a olho.

— Pois eu acredito. Talvez um senhor medíocre como você nunca tenha visto, mas eu sim. Viajei por alguns lugares do mundo e vi humanos que mais pareciam pokémons do que humanos.

A arrogância que saía dos poros do loiro deixou Noah desconcertado. Era um homem com mais de 30 anos falando com autoridade a um ancião que poderia ser o seu pai. Foi a primeira vez que o idoso sentiu raiva de Dark Ling.

— O que o senhor quer que eu faça?

Alongando os músculos, Ling ordenou que Noah mantivesse o status quo da Black.

— Apenas quando eu ordenar, ouviu? Primeiro, preciso fazer com que Faisal não deixe o acordo com a Black.

Noah assentiu. Preferiu humilhar-se. Entendeu o motivo de Williams desertar

...

Parque Nacional

Os aliados se reuniram para tratar da invasão do dia seguinte. Alfredo foi quem liderou.

— Tá mais do que na cara que o capitão Noah e a Equipe Black querem o menino para poder usá-lo. Só não entendo pra quê. — Disse Stone ao tentar pensar num motivo.

— Espera. Disse que o seu filho lê mentes, não é? Pode ser que usem para ler o segredo de algum desafeto. Dependendo da situação, esse poder é útil. — Falou Nikky.

— Mas algo não encaixa — disse Robert. Todos olharam para ele. — O que isso tem a ver com as minas, com o que houve por aqui mais cedo?

Luiza, que preferiu ficar longe, chamou a todos de burros. Marshall falou para ela ficar quieta, pois ali não era lugar para criança.

— Então essa criança é mais inteligente do que um bando de adultos. Ouçam. Se estavam a levar aqueles pokémons em caminhões, obviamente o destino era as tais minas. O que me faz pensar que pode haver algum tipo de compra e venda desses pokémons pelo mercado negro. E se esses bandidos estavam aqui para roubarem os pokémons a fim de vendê-los ou até leiloá-los?

Stone concordou com Luiza. O motivo da Black era roubar para vender ao mercado negro. Mas não havia compradores ou pessoas estrangeiras na cidade. Tudo levava a crer que o tal evento ainda não começou.

— Espere! E se levaram o Bruno para vendê-lo? — Disse Luiza. Isso deixou Marshall com muita raiva. — Ai, que cara feia, tio. Mas é a realidade.

Stone pediu para Marshall se acalmar. A investigação sobre um suposto leilão ou venda ilegal precisava começar. Afirmou que tinha amigos na sede do departamento da polícia ranger.

— Como uma pessoa inteligentíssima como eu é essencial... AI AI... — Luiza era levada por Marshall num puxão de orelha.

— Como sabe disso?

— Ai minha orelha!!! O que quer dizer?

— Sobre o mercado negro. Isso não seria algo que uma ladrazinha de trocados saberia.

Luiza suspirou.

...

Minas

Faisal alisou o bigode antes falar sobre o seu plano para Bruno. Mesmo sabendo da sua incapacidade vocal, o empresário quis incutir medo na criança, ameaçando matar os seus amigos.

— Ele tá chorando. Fui muito cruel? — Perguntou ele.

— Nada demais. Ele é um bebê chorão. Sempre foi — respondeu Bonney.

Por fim, Noah pediu que Khan vigiasse a criança.

— Não é hora de amolecer. Ou quer levar outro tiro?

— Não, capitão. Cumpro suas ordens.

— Ótimo.

Todos, exceto Khan, saíram.

No final da tarde, o prefeito Gordon conseguiu sair da mina num carro preto governamental. Não foi visto por manifestantes ou a imprensa. Os que ficaram foram apenas Faisal e a Black.

— E quando começará o leilão? — Perguntou Noah.

— Amanhã às 21 horas. Hoje e amanhã de manhã, os clientes aparecerão. São empresários e políticos de outras regiões. O plano daquele Dark Ling vai conforme esperado. Aquele rapaz é brilhante. Bom, preciso me ausentar um pouco. Não quero passar o resto do dia aqui. Até amanhã.

Faisal e os seus seguranças foram para uma parte plana. O árabe entrou no helicóptero e saiu para o sul, a direção da cidade.

Enquanto isso, Khan continuou vigiando Bruno. Lembrou de alguém importante. Retirou do bolso da calça um colçar com pingente redondo que abria. Apareceu a foto de duas garotas. Eram as suas filhas. Precisava do emprego como blacker para sustentá-las. Mas nenhuma sabia da sua vida fora da lei. Não podia revelar e fazer delas alvo de bulliyng.