A aparência de Pyro chamou a atenção de todos os envolvidos ali. Era como se fosse um outro pokémon, pois até a cor havia mudado drasticamente.

Jason pulou no chão e imediatamente pediu que soltassem Elza e Nicolau antes do regresso de Zeraora.

— Essa é a forma com a mega-pedra x? — perguntou Luiza ao se aproximar do pokémon.

— Sim. Victoria tinha razão. Agora Pyro usa poderes místicos como um verdadeiro dragão.

— Jason, preciso explicar algo — Elza se aproximou do menino e contou brevemente o ocorrido em Geada.

Iceburgh ficou chateado por Zeraora ainda não levantar, mas cochichou algo para Sirfetch'd. O pokémon se afastou e não foi percebido pelos heróis.

— Ela tá morta? — Jason viu o corpo de Lady Kumo no chão e Iceburgh ao lado. — Pensei que tinham se livrado daquele ali.

Nicolau explicou que era o responsável por não deixar Cheyenne eliminar Iceburgh, mas que não se arrependia da sua decisão.

— Não sou vingancista.

— Ah tio. Você é do seu jeitinho. Ninguém aqui vai te julgar por isso. Mas agora aquele velho vai se ver comigo — disse Jason, tentando animar o Nicolau.

Ainda dentro do lago, ZeroKumo esquentou tanto que ferveu a água ao seu redor. Subiu imediatamente e retornou para a Geada.

— Aí vem ele — apontou Simon ao céu.

Iceburgh desdenhou dos heróis e afirmou que o resultado seria o mesmo com Charizard.

...

Ainda fora da aldeia...

— Que barulho é esse? — um guerreiro questionou enquanto ajudava Cheyenne a caminhar.

O barulho era Zeraora retornando.

— Não podemos voltar. Tenho que chegar o quanto antes e achar aquilo.

Cheyenne não explicou exatamente o que era.

Por fim, chegaram na aldeia por um caminho não afetado pela guerra. Mesmo assim, moradores trancaram todas as casas e ninguém era visto ao lado de fora.

— Kyuubi, veja se o caminho está livre.

Ninetales obedeceu Cheyenne e correu pelas ruas da aldeia. A pokémon viu alguns kumos restantes e atacou. Abriu caminho para que o homem passasse sem problema. Difícil seria chegar até a sua casa, que ficava próximo à praça central, local da batalha.

...

Zeraora retornou liberando ainda mais raios. Sua forma estava mais poderosa, pois Iceburgh aumentou a potência ao máximo num medidor que tinha no cetro.

— Não tem como derrotar um pokémon manipulado. Esqueceram que eles nunca se cansam? Tem certeza de que o seu Charizard terá fôlego suficiente? — Iceburgh questionou ao protagonista.

— Ele vai sim. Você não conhece tudo o que o Pyro é capaz. Pyro, conto com você. Precisamos salvar Zeraora e devolvê-lo ao senhor Baoba.

Charizard assentiu e logo voou na direção do Zeraora. Ambos liberaram os seus poderes. Fogo versus eletricidade. Mas agora Charizard tinha uma vantagem: seu tipo dragão anulava a fraqueza para os elétricos. Mesmo a megaevoluçao Y teria dificuldade contra Zeraora.

Pyro soltou uma rajada de fogo, mas Zeraora desviava. Aproximando-se do dragão, o elétrico deu um soco de trovão na barriga do adversário. O mesmo ataque que dera em Ludicolo atingiu Pyro em cheio, mas o réptil resistiu muito bem. O Pyro Claw pegou o mítico em cheio. Zeraora caiu sobre uma casa.

A família de pai, mãe e um filho correu para fora da residência. 

— Que droga... mas ainda não terminou — Iceburgh mexeu no contador do cetro.

Os olhos da máscara de ZeroKumo brilharam. Zeraora se levantou e soltou um laser com os olhos, destruindo a parede da casa. 

— Olha, Luiza.

— Que foi, Simon?

— Pyro começou a ofegar. Está se cansando mais rápido que o normal.

De fato, Pyro, assim como Kyurem, não descansou completamente a noite passada após a luta no ginásio. Não dormiu e até megaevoluiu. O corpo dele começou a sucumbir ao cansaço.

E mais uma vez os dois voltaram a lutar. Desta feita, Zeraora com muito mais "poder de fogo" por causa da ação de Iceburgh no controle do cetro. E não foi fácil para Charizard, já que a sua resistência diminuía cada vez mais.

...

Kyuubi permitiu a passagem de Cheyenne e outros indígenas guerreiros até a casa do ex-líder da aldeia. O local ficou com algumas partes da construção deterioradas devido ao uso dos poderes de Zeraora. Mas ainda tinha 70% das suas paredes em pé.

— Chefe... precisamos nos apressar. O teto pode desabar a qualquer momento.

A casa era de uma mistura de cimento e madeira, construída ao redor de uma árvore (tal árvore era vista na sala da casa e ia para além do teto). O Cheyenne subiu as escadas e entrou no quarto. Abaixo do colchão, um baú feito de madeira. Dentro existia uma berry brilhante de coloração rosa, mas sua casca parecia um céu cheio de estrelas.

— Que berry linda — falou um dos guerreiros.

— Eu colhi na floresta há um mês. Ela é raríssima e dá em situações específicas.

— Como não apodreceu?

— Não apodrece facilmente.

— Chefe, precisamos sair daqui. É muito perigoso — disse outro guerreiro.

— Mas agora vem a parte arriscada, homens. Eu tenho que dar essa berry aos que estão lutando lá fora.

Os guerreiros tentaram negar a decisão de Cheyenne, mas foram repreendidos. 

— Aonde foi o espírito de guerreiro de vocês? Nosso povo sofrendo com esses bandidos. Talvez essa berry seja a última chance de uma vitória. 

Os guerreiros não tiveram outra escolha.

...

Zeraora caiu no chão depois de perder mais um turno para Charizard. 

Durante a luta, Jason e os outros prestaram mais atenção no duelo do que no perigo de Iceburgh. 

Sirfetch'd atacou os humanos com a sua espada de madeira e ficou perto de Jason. A ave lutadora havia seguido as instruções de Iceburgh: aproveitar uma brecha para eliminar Jason. Tentou perfurar o menino com a sua arma.

Emboar queimou a espada antes de qualquer ataque por parte de Sirfetch'd.

— Senhor Shingo!

— Qualé, Jason. Esqueceu do que fez em Sahaarian? 

— Eu te devo uma.

— Vai fazer qualquer coisa que eu pedir?

Jason riu de nervoso.

— Mas agora a minha meta é mostrar que Emboar vai assar um frango de Galar.

Shingo e Emboar salvaram Jason. Agora estão prestes a entrar na luta final.