The Second Noah Clan escrita por Second Noah


Capítulo 5
Brinquedo número 1: Elizabeth Hawthorne.


Notas iniciais do capítulo

Ehh... Eu acho que a partir de agora vou começar a publicar os caps semanalmente. E só pra avisar, como se vocês se importasse, esse cap tem muita linguagem imprópria. Ah, e a narração é feita por Bianca.



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Bianca

            Dor. Apenas dor. A única coisa que pude sentir ao ver aquela menina diante de mim. Eu acho melhor explicar como havia chegado ali antes de começar a descrever aquela Noah. Bem, eu havia terminado de evacuar todos pela porta dos fundos, acho que uns dez minutos após me separar do grupo. Eu não ouvia nada além de um silêncio tenebroso. Eu tinha que voltar. Eu tentava descobrir o caminho de volta, porém algo me chamou a atenção. Um choramingo vinha de um corredor próximo. Mas como...? Eu tinha pura certeza que havia evacuado todos os convidados. Como eu sou uma pessoa extremamente burra e levada pelo que eu acho que pode ser a coisa certa, eu comecei a seguir o som. Soluços. Eu acabei chegando a um corredor estreito onde uma linda menininha vestindo um vestido rosa claro, estava sentada no canto da parede. Ela abraçava suas pernas enquanto chorava. Ela possuía lindos cabelos ondulados e dourados, ela levantou sua cabeça em minha direção e pude ver seus olhos. Eles superavam os olhos de qualquer um. Eram tão lindos. De um azul tão cristalino como as águas do paraíso. Seus olhos que estavam se afogando em lágrimas ficaram assustados ao me ver. Ela se levantou rapidamente e começou a correr corredor adentro. A pior coisa que eu podia fazer, eu fiz. Eu a segui.

 - Espere!! – eu berrei, enquanto corria atrás dela.

            Ela parecia não me ouvir, continuava a correr com se fugisse de mim. O que eu achei estranho naquela mansão, foi que havia armaduras medievais em tudo que é canto, mas elas não seguravam lanças ou espadas. Ignorei aquilo. Acabamos chegando a terraço. Era belo, com um chão de mármore bege polido, balaustres simétricos de mármore branco e dezenas de vasos com as mais belas flores que se pode imaginar, a vista de um jardim enorme com chafarizes ao longe. O terraço seria a coisa mais bela que eu já havia visto, se não estivesse cheio de cadáveres de passarinhos e com manchas de sangue seco por todo lugar. Meus olhos se fixaram no pássaro dilacerado em frente aos meus pés. Só pude saber que se tratava de um pássaro por causa do tamanho dos ossos. A menininha cuja eu correra atrás estava ajoelhada diante de outra garota. Ambas pareciam ter a mesma idade e a mesma... Aparência.

 - Muito bem, querida. – a outra menina disse num tom comemorativo, batendo palminha. – Você me trouxe alguém!

            Elas eram iguais. Exceto porque a que batia palmas usava roupas completamente diferentes. Ela usava coturnos negros repletos de sangue seco, uma meia-calça preta rasgada, uma minissaia quadriculada roxa e preta, uma regata preta folgada e um casaco preto extremamente folgado para ela e que me era tremendamente familiar. Ela usava aquele tipo de luva que não cobre os dedos, outra coisa preta em seu vestuário. Seus cabelos dourados estavam presos em um coque malfeito e seus olhos azuis estavam cheios de delineador preto. Ah, e ela mascava um chiclete. Sentada no balaustre de um jeito nem um pouco educado, batendo palmas para a menina de vestido rosa. Eu ainda continuava encarando elas com um olhar indiferente. De repente, a menina de preto repousou a mão sobre a cabeça da outra. A menina que estava ajoelhada de repente se transformou num coluna de fogo negro. Em dois segundos não havia mais rastros de que aquela garota havia existido. Literalmente, não havia cinzas, nem um cadáver queimado e muito menos um sinal de que lá haviam existido chamas. Eu quis atacar a garota imediatamente, mas me mantive quieta. Ela sorriu de um modo doce para mim. Eu a encarei com um olhar sério.

 - Então foi você que escreveu a carta, certo? – eu disse com um tom indiferente.

 - Parabéns pra você, nessa data fudida, muitos choros e gritos, vou te espetar num palito. – ela cantarolou balançando a cabeça, batendo palminhas e sorrindo.

 - Que rima maravilhosa. – eu resmunguei. – Então, você ficar sentada aí cantando “Parabéns pra você” ou vai lutar comigo logo? Estou com pressa.

 - Você jura? Eu improvisei. – ela respondeu, pulando do balaustre e ficando em pé diante de mim. Á uns seis metros de distância. Ela apontou para mim enquanto falava. – Primeiro vou testar você, sua puta imunda. Seu nome, querida? Falar puta imunda é muito cansativo.

 - Não lhe interessa, brinquedo número um. – eu sorri levemente, retirando meu bracelete dourado do braço.

 - Owwwnt! – ela pressionou as mãos contra suas bochechas, fazendo um biquinho. – Só o Milênio-sama pode me chamar assim, VADIA! – ela relaxou os braços e olhou fixamente para o chão que rodeava seus pés. Ela começou a falar num tom baixo, porém arrepiante. – Sabe...? Meu nome é Elizabeth Hawthorne, 13 anos. E você terá a honra de morrer por estas mãos...

 - Eu acho que não. – eu estendi minha mão que segurava o bracelete dourado.

 - Que falta de educação interromper os outros. – ela ainda continuava falando naquele tom baixo. – Eu sou uma segunda Noah, vadia. Eu herdei o sangue do Conde do Milênio e de Tried, o Julgamento. Tendo essas duas matrizes... Eu, Elizabeth...

            Ao pronunciar seu próprio nome, seus braços começaram a tremer e as veias começaram a se dilatar. Ela começou a levantar os braços, fazendo um círculo no ar. Um sorriso demoníaco que se estendia até as maçãs do seu rosto se estampou em sua cara.     

 - Sou a primeira apóstola do Segundo Clã Noah. – ela levantou o rosto para mim. Seu sorriso doentio ainda estava lá e suas órbitas, agora estavam completamente negras. – O medo.

            Eu fiquei perplexa. Minha cabeça ficou muito bagunçada. Milhões de perguntas invadiram minha mente. Como uma garota de treze anos podia... Não tinha tempo para pensar nisso. Meu bracelete começou a brilhar levemente em minha mão. Eu encarei minha Innocence e murmurei.

 - Golden Serpent... Ativar.

            O bracelete se transformou em um arco ondulado em minhas mãos. Com adornos de escamas por todo ele. Em forma de um “D”, exceto pelo fio todo o arco era dourado e tinha a forma de uma cobra fina. Eu abaixei o braço, ainda encarando Elizabeth. O sorriso demoníaco havia sumido de seu rosto, mas suas órbitas ainda continuavam negras como o breu. Ela deu um risinho, com os braços acima da cabeça, quase se tocando um com o outro.

 - Um arco? Que ridículo para um Innocence. Falta de criatividade. – ela deu outro risinho. – Quer saber qual é meu poder como primeira apóstola do segundo clã? – os braços dela se tocaram no ar. – Que draminha eu estou fazendo, né? Bem, meu poder é este.

            Cinco colunas de fogo negro brotaram em frente a ela. As colunas de fogo se contorceram cada uma até criarem formas... Humanoides? Meus olhos se arregalaram ao ver as figuras criadas. Eram completamente iguais entre si. Completamente iguais a Elizabeth. As roupas, o modo de como o cabelo estava arrumado, o rosto as órbitas negras. Em meio aquela noite escura, as cinco meninas pareciam demônios vindos do próprio inferno. A Elizabeth em si, repousou os braços atrás do pescoço.

 - Gostou? – ela deu um riso abafado. – Eu posso ser quantas eu quiser! Me multiplicar em quantas eu quiser! Não batendo punheta que nem vocês, humanos podres de merda!! – ela riu doentemente por alguns segundos e depois levantou o rosto com um olhar sério e ordenou: - Ataquem.

            As cinco “Elizabeths” agarraram lanças prateadas do nada. Então por isso que as armaduras estavam incompletas. A primeira delas veio em minha direção, por questão delas serem iguais eu vou chamar essa daqui de Loira 1. Ela se movia como o vento. Correndo como um touro pronto para atacar. Eu tinha menos de três segundos para pensar. Não era boa em combates de curta distância, nunca fui. Bem... Eu só tinha um arco em mãos. Eu tive de arriscar. Corri na mesma na direção em que Loira 1 vinha atrás de mim. Ela empunhou a lança, preparada para enfia-la em meu estômago, eu apenas pulei. Enquanto passava por cima dela, finquei meu arco na base de sua coluna. A menina se transformou em fogo negro e sumiu deixando apenas a lança prateada tilintando sobre o chão. 

 - Bom, bom. – Elizabeth assentiu levemente, ficando de cócoras para me observar. – Vão.

            Todas as Elizabeths começaram a vir para mim. Eu toquei no fio do arco e uma flecha se materializou pronta para atirar. Eu gostava disso na minha arma porque eu não precisava mover minha mão até a aljava para pegar uma flecha. Sim, eu sou preguiçosa. E muito. Bem, mas isso não vem ao caso. Tinha cerca de dois segundos e meio para pensar em como desviar de quatro ataques diretos. Elas vinham em linha reta, como uma barreira num pênalti em jogos de futebol. Dois segundos. Percebi que não estava exatamente no centro do ataque delas. Digamos que da esquerda pra direita, eu estava entre a número um e a número dois. Um segundo. Armei a flecha. Me atirei para a esquerda, deslizando no mármore com o meu corpo. Num momento muito breve, a mira do arco e as costelas da Elizabeth número um se encontraram.

 - Bote da cascavel noturna. – murmurei, ordenando para minha Innocence.

            Um brilho prateado se enroscou na flecha e eu disparei. Um. Dois. Três. Três sons de carne sendo perfuradas. Seguidos.  Eu pude ver o rastro que o tiro havia deixado. Havia sido um disparo diagonal que havia atingido as costelas da Elizabeth número um, os pulmões da número dois e o pescoço da número três. A flecha estava fincada no pescoço da número três. Ela desapareceu junto com as três cópias atingidas. Antes que pudesse me levantar a cópia número quatro veio correndo em minha direção e teria fincado a lança em meu estômago se eu não tivesse enfiado a ponta do arco em seu estômago antes disso. Ela desapareceu em meio ao fogo negro junto com a lança . Depois disso me levantei e fiquei de frente para Elizabeth.

 - Maravilhoso. – o queixo dela havia caído e ela batia palmas como se estivesse em transe. – Exorcistas são realmente incríveis! Esse foi exatamente o número de cópias que eu usei para massacrar todo aquele grupo de Finders e com você elas não causaram nem um arranhão. – ela se levantou e começou a pular de alegria. – Maravilha! Maravilha, maravilha!! Posso lutar com você? Posso, posso?!

 - E eu tenho escolha? – eu dei de ombros. – Mas me responda uma coisa antes. O que você fez com os outros?

 - Não se preocupe, vadia podre. Seus amiginhos não vão lhe ajudar. – ela sorriu de um jeito esquisito. – Eu só quero um convidado mesmo, eles estão sendo bem cuidados por um belíssimo Akuma nível três. – ela virou o rosto e resmungou, franzindo a testa: - Que Louis já deve ter notado a falta por falar nisso...

 - Entendo. – eu murmurei para mim mesma. Eles deviam estar em perigo. Eu realmente tinha que voltar. Mas não podia deixar uma coisa como ela ir atrás deles. Eu posso estar até narrando isso normalmente, mas minha cabeça estava muito mais confusa do que a sua está agora. Mesmo assim, eu não tinha a mínima vontade de matar uma criança. Eu respirei fundo. – Então...?

            Ela apenas sorriu levemente.  Ela retirou suas luvas de couro pretas.  Elizabeth fincou as unhas nas maçãs de seu rosto e esticou sua língua para fora. Cruzes negras apareceram em suas mãos. Iguais as de Tyki, só que as delas pareciam rasgar a pele de suas mãos. Isso é assustador..., pensei. Suas unhas rasgaram a pele de suas bochechas e, em reação, Elizabeth riu.

 - Ai, ai... Você deve ganhar duas diquinhas. Primeira: Meus “eus” são completamente iguais à mim. – E o título de Capitã Óbvia vai para Elizabeth! Ela suspirou rindo e deu uma piscadela para mim. – Dois... Sabe? Eu costumo separar os tipos de “eus” em dois tipos. – ela começou a morder a cruz de sua mão. – Há o tipo de “eu” que me serve como um bom servo faria. Porém, há outro tipo de “eu”...

            Seus dentes morderam sua pele e ela puxou a mão para baixo. O sangue jorrou de sua cruz da mão direita. O sangue era... N-Negro. As gotas pingavam no chão. Aquela quantidade de sangue não era normal. O sorriso tenebroso dela havia voltado ao seu rosto. Eu quis vomitar. Era realmente nojento o sangue dela. Mas aquela sensação era... Matéria negra. Porém o que eu menos esperava aconteceu. O sangue dela começou a queimar em fogo negro. Isso pode até parecer clichê, mas aquilo era matéria negra, esperava o que? Três Elizabeths saíram da coluna de fogo e pararam em linha reta em frente à Elizabeth original. A Elizabeth em si repousou as mãos nos ombros das outras. Ela me deu um último sorriso demoníaco. Ela deu um mortal para trás e desapareceu em fogo negro no ar. Eu quase que explodia de raiva por ser tão estúpida e deixa-la fugir. Meu punho se fechou em torno do cabo do meu arco.

 - Owwnt! – elas inclinaram a cabeça simultaneamente. – Não fique triste, sua puta de merda. Elizabeth ainda está diante de seus olhos. – elas disseram. – Basta apenas adivinhar qual é ela.

            Meu único pensamento e a única coisa que pude murmurar naquele momento foi:

 - Fudeu.


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Notas finais do capítulo

Nós, as autoras, estamos pensando em fazer uma entrevista com os personagens criados pela gente: Katherine, Samantha, Julia e Bianca. O que vocês acham? -3- Se gostaram da ideia, podem enviar perguntas xD



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