Downtown escrita por Bruna A


Capítulo 1
Capítulo 1




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A musica esta alta e eu estou com dor de cabeça. Tento faze-la passar esfregando minhas têmporas com meus indicadores. Acho que não deveria ter vindo aqui. Se minha mãe chegar, e eu aposto que ela vai em alguns minutos pois já passa das duas da manhã, eu estou ferrada. Me dirijo a varanda e me apoio sobre o para-peito.  Olho as luzes da cidade. Escuto o barulho dos carros. É melhor que a maldita musica que esta tocando. Não vejo graça no Flo Rida. Todas as garotas estão dançando tentando ser sensuais. Parecem galinhas com problemas nos quadris. Além de estarem se esfregando em garotos que não dão a minima para elas. 

Sinto minha cintura ser envolta por mãos. Olha para trás. Léo. 

--O que foi? --Pergunto tirando suas mãos de mim. 

--Você está parecendo tão sozinha. Vim te dar um oi. -- Ele coloca as mãos envolta de mim novamente e sussurra: -- Oi. 

Mordo o lábio. Lembro que sua namorada já me odeia então o faço me soltar. Seus olhos azuis quase brilham na meia luz da varanda. Ele sorri e seus dentes brancos ressaltam ainda mais suas covinhas. Tento parar de pensar nisso. Pergunto:

--Então, como esta a Katy. É esse o nome da sua namorada, não é?

--Não. O nome dela é Jessica. 

--Bem, foda-se. 

Ele sorri de lado. Tira uma mecha de cabelo da frente de meus olhos. Acaricia minha bochecha com a mão. Eu a afasto. 

--Você fica linda com ciúmes. --Léo diz.

--A sua namorada parece o capeta quando fica com ciúmes. -- Eu digo. --Além do mais, por que eu teria ciúmes de vocês? 

--Porque você me ama. 

Eu ri exageradamente. Acabo ficando sem-ar e coloco minhas mãos sobre o para-peito. Finjo enxugar uma lágrima. Ele apenas me olha. Seus lábios formam lentamente quatro palavras. "Você está com ciúmes". Chega perto de mim e finge enxugar uma lágrima do meu rosto. 

--Cuidado para não borrar sua maquiagem, coisinha linda. 

Depois que ele diz isso vai embora, fechando a porta atrás dele. Pego meu copo cheio de cerveja e o jogo para fora do prédio. Vejo enquanto ele cai do oitava andar onde estamos e joga cerveja num pedestre. Me viro para ver a festa. Algumas meninas totalmente bêbadas estão indo embora. Outras estão indo com garotos igualmente bêbados para algum quarto ou coisa parecida. Léo e mais sete garotos estão olhando duas garotas fazerem strip tease em cima de uma mesa no meio da sala. A namorada de Léo já tinha ido embora. Acho que essa é a hora pra tentar alguma coisa. Ando até a festa. Olho para o que todos estão fazendo e acabo achando engraçado, então sorrio. Ando até Léo e o faço virar em minha direção. Ele fica sem entender o que esta acontecendo e me pergunta onde estamos indo, quando o puxo para o meio das pessoas. Muitas garotas ainda dançavam como galinhas com problemas no quadril. Léo chega perto do meu ouvido e pergunta:

--O que foi? 

Coloco minhas mãos sobre seus ombros e o faço chegar mais perto de mim. Ele sorri, ainda sem entender nada. Coloca soas mãos ao redor de mim, acariciando minha cintura de leve. Me viro de costas para ele e deixo a musica mover meus quadris. Ele chega mais perto. Sinto sua respiração quente em minha nuca e seu nariz roçando minha pele perto da minha orelha. Jogo minhas mãos para traz e acaricio seu cabelo. 

De repente, a musica pára. Desço minhas mãos para os lados do meu corpo. Léo ainda segura minha cintura. Olho para os lados. Todos parecem perdidos como eu. Escuto alguém gritando. Ando até o corredor e um garoto vem correndo. Ele diz a todos que a policia esta no quarto andar. A maioria das pessoas entram em panico, inclusive Léo. Eu pego sua mão e o levo para fora do apartamento. 

--O que estamos fazendo? --Ele pergunta. 

--Nós estamos indo embora. 

--Por que? 

--Porque nós somos menores de idade em uma festa com bebidas alcoólicas. 

--Todos lá também são. 

--Eu sei. Vamos logo. Ou você quer ser preso? 

Ele balança a cabeça em negativa. Vejo que o elevador está parado. neste andar. Faço-o entrar no elevador. Ajeito sua camisa e seu cabelo. Limpo uma marca do meu batom em seu pescoço. Ele me olha de um jeito engraçado. 

--O que sua namorada vai pensar? 

Ele começa a rir. O elevador pára no térreo. Olho para os lados antes de sair e puxo Léo comigo. 

--Deveríamos acabar o que começamos, não é, Charlott? --Léo diz. 

Sorrio e o beijo. Ele fica surpreso. 

--É... Talvez outro dia. --Digo, me virando para ir embora. 


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Notas finais do capítulo

O primeiro é chatinho, mas depois vai ficar legal.