Nascente Sangrenta escrita por Júlia Fernandes, Isa Carlie


Capítulo 1
Do inferno ao céu


Notas iniciais do capítulo

Passamos a vocês um pouco da nossa imaginação.Essa história vai mostrar uma possibilidade de continuidade para a história da Bree e do mundo vampirístico criado pela Stephenie Meyer.
Capítulo escrito por: Isa Carlie



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Eu já esperava acabar no inferno, já esperava a morte, só não imaginava aquilo da forma como eu via, não parecia como nos filmes, quente e vermelho, fogo e desespero. Eu via fogo, mas não sentia calor, eu sentia uma dor concentrada no peito, como se meu coração lutasse para bater novamente, como se aquele fogo estivesse derretendo meu coração de gelo.

Mas eu continuava andando, continuava seguindo por uma trilha de corpos desgastados e desesperados, e eu posso até mesmo dizer que reconheci Riley e Victória dentre os corpos, porém ignorei, olhei para frente procurando o desconhecido, e então o avistei. Era lindo e convidativo, não transmitia medo, só inveja, talvez fosse o jeito de tanta gente fazer pacto com o diabo, ele era convidativo e eu não prestei atenção quando ele falou comigo, por conta de tal beleza.

-Repito o que faz aqui? – Ele falou autoritário, me olhando de cima a baixo como uma mulher ambiciosa avalia sua inimiga.

-E-eu morri não morri? Vim parar no inferno, matei humanos, não mereço o paraíso. – Minha voz tremeu no inicio, mas continuei minha frase até sua risada ecoar em meus ouvidos.

-Mania de mandarem todo vampiro para cá, você matou por sobrevivência garota, ou um humano não mata a vaca para se alimentar? É a mesma situação, é um ser vivo. – Ele disse quase me expulsando dali.

Mas eu não entendia como eu podia ter direito ao céu quando matei tantos humanos indefesos?

-Mas... eram humanos, com famílias, e uma vida. Talvez aqueles dos olhos dourados merecessem o céu, eles  se alimentavam de animais não é? Cuidavam da humana. – Tentei argumentar com o diabo. Eu me sentia merecedora do inferno, culpada pelos meus erros.

-Eu digo novamente, um humano mata a vaca, você mata o humano. Os dois vão para o inferno, mas o humano vegetariano e o vampiro que só se alimenta de animais vão para o céu por sua dieta saudável? Sua alimentação não me diz respeito garota, suba agora.

Meus olhos se arregalaram ao ouvir sua declaração e eu saio dali rapidamente, afinal, quem era eu para argumentar com o diabo?

Segui por um caminho sem ter consciência de onde ia, era como seguir o caminho de casa, não precisava prestar atenção, só precisava saber a direção. E eu sabia a direção, a direção dos grandes portões dourados que estavam abertos e eu entrei sem hesitar, e então havia uma grande poltrona no mar branco e acolhedor, e nessa poltrona eu via aquele no qual tantas vezes duvidara da existência.

-Senhor. – Eu me aproximei dele confiante e sem aquela dor no peito que sentia instantes atrás. Agora eu estava no lugar certo.

-Bree, como foi injusta sua morte. – Ele disse pensativo.

-Como sabe meu nome? – Era minha maior curiosidade no momento.

-Sei o nome de cada filho meu até mesmo aquele que não são merecedores do paraíso, e estão lá em baixo, no inferno. – Ele sorriu. – Mas, o que faz aqui menina?

-Morri senhor, mas me sinto aliviada pela morte. – Sorri verdadeiramente depois de algum tempo sem fazê-lo.

-Mas minha menina, há gente esperando você lá embaixo. Você morreu tentando se salvar, e salvar aquele que ama. Nunca ninguém morreu sem ter algum pecado Bree, e por incrível que pareça seu único pecado foi fugir de casa onde vivia mal e era mal tratada. E por esse motivo Bree, eu gostaria que aceitasse minha proposta.

-Que proposta senhor?- Perguntei confusa.

-Tem alguém lhe esperando no Riley Park. – Fred! Ele ainda estava lá. - Eu lhe darei a vida novamente, mas voltara como a vampira que é. Sei que fará o bem por essa raça mal compreendida Bree. Aceite essa proposta e ajude seu amigo, achara algumas surpresas no seu caminho. Ou pode ficar e descansar.

Eu ponderei sobre aquelas opções, viver com sede, escondida do sol, e descansar? Mas e aquelas palavras? Sei que fará o bem por essa raça mal compreendida Bree. Aceite essa proposta e ajude seu amigo, achara algumas surpresas no seu caminho. E foram essas palavras que pesaram na minha cabeça até minha decisão ser tomada.

-Eu quero voltar. – Falei confiante.

-Fará muito por todos Bree. Você vai acordar no Riley Park está bem? E a partir de então tudo estará em suas mãos, não poderei fazer mais nada. – Ele sorriu solidário e eu retribuo.

Não sei em que momento foi, e nem como aconteceu, mas eu simplesmente dormi, ou desmaiei, se um dos dois fosse possível. E acordei em uma ruela, não era nojenta ou suja, mas era deserta e escura. Levantei-me dali me perguntando se estaria mesmo perto do Riley Park. Sai da rua e me deparei com o parque a minha frente.

Um sorriso confiante surgiu no meu rosto enquanto eu atravessava a rua para encontrar Fred. Foi só então que me permiti inspirar, e nossa! A sede me atingiu com tal força, como se eu estivesse acordando da transformação, ou até mesmo pior. Minha garganta ardeu e eu corri em um ritmo lento demais pra mim. Olhei o relógio central do lugar e eu estava atrasada.

Ele foi claro ao dizer que 24 horas depois partiria. Seria ironia do destino dizer que ele deveria ter partido a apenas dez minutos? Eu quis respirar aquele ar e sentir seu cheiro e a direção para qual foi, mas minha garganta ardia com tanta intensidade que tive medo de fazê-lo. Mas eu precisava acha-lo, precisava saber o porquê de ser importante na terra, o porquê de ser a única a voltar, e precisava saber que surpresas me aguardavam.

Fiz um sinal da cruz e respirei profundamente me focalizando ao máximo em detectar um cheiro de um vampiro grande, quase ataquei uma mulher, mas no exato momento captei seu cheiro e corri em direção a ele ignorando a sede. O rastro já estava enfraquecendo e eu corria tentando alcança-lo quando o rastro subiu pelo ar e sumiu. Pensei por alguns minutos até meu subconsciente dizer. Os telhados! E eu subi em um captando novamente seu cheiro, mais forte e recente agora.

Corri por mais cinco minutos até avista-lo a cerca de dois quilômetros de distancia.

-FRED! – Gritei uma vez e ele estava distraído demais para me ouvir.

Aproximei-me dele e gritei novamente.

-FRED! –Ele ouviu, porque se virou curioso e sorriu ao me ver.

-Bree, achei que tivesse...

-Morrido? É por pouco. – Sorri fraco, quase forçado.

-Então para onde quer ir? – Ele perguntou.


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Notas finais do capítulo

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