Meredith

Depois de ver Andrew beijando uma menina que se entrelaçava na sua cintura, eu caí no sofrimento, então aquelas meninas no banheiro falando que ele traia- me... Elas estavam certas! Ele sempre me traiu? Quando aquilo começou?

- Legal Andrew! Ainda bem que a gente não estava namorando!

Ele parou de beijá-la no mesmo instante, como se tivesse sido pego no flagra.

- Meredith! Eu posso explicar! Não é isso que você está pensando!

Senti lágrimas querendo rolar, tentei segurá-las, mas era inevitável, ele também estava chorando, senti vontade de fazê-lo parar, oh! Como ingênua eu sou!

- Esquece Andrew!

- Meredith! Eu... Não é isso, espera!

Sai da festa, mas ele agarrou meu braço. Estávamos na entrada da festa e só os seguranças estava lá.

-Não é o que? Eu estou cega e você não estava beijando ela.

- Ela que estava me beijando, eu só quero te beijar.

Ele aproximou-se como se fosse me dar um selinho, dei um passo para trás na mesma hora, como confiar nele?

- Quer saber Andrew, me esquece, esquece tudo, o que a gente passou juntos, nossos planos do que a gente ia passar, finge que nada aconteceu e que foi tudo um sonho!

Falei aquilo, virei e desabei todo o choro que eu estava tentando segurar, eu o queria, mas eu não podia ficar com alguém assim, e se eu fosse a outra?

Eu comecei a estapeá-lo quando ele chegou perto de mim, porém ele abraçou o meu corpo, fazendo com que eu ficasse sem reação.

-Meh eu não queria aquilo, eu juro!

-Como eu posso confiar?

- Por que eu posso te contar toda história, vamos para a minha ou para a sua casa e eu te conto tudo, no fim, você pode me odiar a vontade, mas eu quero saber que eu fui atrás de você.

- Eu vou te dar dez minutos para me explicar tudo.

- Então vamos logo para a casa, minha ou sua?

- Minha, eu não quero ter que voltar. E você está de carro.

- Tudo bem por mim, o carro está do outro lado, então, vamos?

Atravessamos a rua, ele abriu a porta para mim, e agora eu recordo que a última vez que sentei naquele banco era muito mais relaxante do que agora, como se eu não conseguisse se sentir a vontade.

Ele ligou o som, estava tocando Dear God – Avengend Sevenfold, eu amo essa música, mas fala sobre partidas e eu queria silêncio, desliguei o som, ele começou a puxar conversa, tudo que eu falava era: “Sim” “Não”, não queria conversa com ele.

Chegamos a minha casa e ficamos calados até chegar ao meu quarto e eu falei:

- Então, pode começar a dar uma desculpa, espero que você saiba mentir bem Andrew. Ah é você me enganou por um mês, então acho que mais um dia não é nada para você!

- Meredith, eu estava indo falar com o DJ para parar a música, mas ela apareceu, Margaret é uma menina que sempre quis namorar comigo, mas eu nunca aquis, eu acho ela uma idiota e irritante, porém ela é melhor amiga da minha prima, por favor, eu nunca quis isso.

Vi lágrimas verdadeiras em seus olhos iguais as que ele contou-me que o pai dele tinha matado sua mãe, e eu senti que ele estava dizendo o que realmente tinha acontecido eu não sabia o que sentir! Era tristeza, com amor, compaixão, raiva, tudo junto!

- E por que você queria que a música parasse?

- Para lhe chamar para subir ao palco, eu iria me ajoelhar – ele ajoelhou e eu soltei um sorriso- e falar essa cartinha, quer dizer resumir, eu passei a noite escrevendo, eu vou lê-la toda para você.

Ele pegou minha mão, mesmo eu quero tirar da sua, eu não o fiz e ele começou a ler a tal carta:

- Meredith, nossa, um mês juntos! Sabe quando eu comecei a gostar de você como namorada? Nem eu! Acho que assim que você me emprestou uma folha de papel, ok, não vou exagerar! Você é uma pessoa incrível, linda, talentosa, sentimental e totalmente perfeita! Como uma princesa se apaixona por um plebeu? Um cara forte, lindo e musculoso, era ele que devia estar aqui, não eu, mas então por que sou eu lendo essa carta? Por que você me escolheu? Alguém tão imperfeito com alguém tão perfeito. Eu nunca fui de escrever bastante, sabe aquela frase: “Queria ser poeta, mas poeta não posso ser, pois poeta pensa muito e eu só penso em você”? Bem eu sou quase assim, eu sou desse jeito: “Não queria ser poeta, nem posso ser, pois poeta pensa muito e eu só penso em você” você transformou minha vida em uma quase maravilhosa, me tirou das garras da escuridão, e me provou que há alegria nessa vida, teu sorriso é o melhor de todos!  Meredith. Você quer namorar comigo? Pois eu tenho certeza de uma coisa, eu te amo.

A carta terminou, eu estava aos prantos, ninguém nunca tinha falado nada disso, ele mostrou-me que tinha sido feita a mão, ele não teria tempo de fazer no tempo que eu saí correndo, ele foi direto abraçar-me, ele me ama!

Mas uma voz martelou na minha cabeça, ele tinha beijado outra, ou Margaret tinha feito isso, como saber se era tudo verdadeiro? Tinha que pensar em algo, mas com ele ajoelhado diante de mim, falando que me amava, eu tinha que raciocinar o mais rápido o possível.

- Prova! Fale algo que ninguém nunca falou, se me ama tanto, com certeza notou algo diferente de mim.

- Hum... No céu, tem tantas estrelas, então, para cada estrela que eu via, eu dava uma razão por que eu amo você, no céu faltaram estrelas.

- Clichê. Já vi frases parecidas em qualquer rede social...

Vi sua expressão mudar, sabia que iria ter que inventar uma nova frase de amor, algo que só em mim tivesse, eu realmente precisava de algo para dizer, ele realmente me ama, tudo foi um tremendo mal entendido, mas para me convencer, ele teria que dizer algo.

- Alguém já te falou que você tem sete sorrisos?

- Sete? Não. Quais são?

-Bem... O primeiro quando você está envergonhada, olha para baixo e sorri. O segundo é quando você acha algo engraçado, você rir, sorrir e depois, rir de novo. O terceiro é quando você está imaginando coisas nessa sua cabeça, você desvia os olhos e sorrir. O quarto é quando está empolgada, para mim é o segundo sorriso mais lindo, seus olhos brilham. O quinto é quando sorrir para ser gentil. Geralmente você não gostou, mas sorri para não chatear a pessoa. O sexto é quando dança, esse eu percebi quando eu a observava na janela – corei quando falei, pois eu estava confessando que a observava- e o sétimo... Bem, o sétimo é o mais lindo, ele acontece algumas vezes, mas eu não sei o porquê, algum dia eu vou descobrir.

- Isso... Foi lindo! Não sabe a causa do sétimo sorriso?

- Meu sonho é descobrir, algum dia eu vou, te conto.

Respirei fundo, isso iria mudar tudo, confesso que eu estava muito nervosa, mas eu estava cansada de pensar em tudo, queria agir. Inspirei e expirei novamente.

- A causa... A causa é você!

Pulei em cima dele e o beijei, nunca tinha beijado daquela maneira, intencionamos, o beijo começou a virar um beijo de língua, eu não sabia como fazer isso, era a primeira vez, e não tinha pessoa melhor. Ele, na hora, era o homem da minha vida.

- Você não me respondeu – ele falou entre um beijo.

- O quê?

Ele separou de mim e ajoelhou – se novamente e disse:

- Meredith, eu te amo! Você quer namorar comigo?

As lágrimas que tinha parado voltaram, ele falou que tinha me amado! E eu o amava.

- É claro que eu quero namorar a pessoa que eu mais amo no mundo!

- Eu... Eu comprei isso, há muito tempo, quando voltei da viajem da Europa, queria te pedir em namoro, mas tinha que lhe contar sobre as drogas...

Ele retirou uma caixinha, ele a abriu e tinha um colar com um pingente de coração e com um “My Love” escrito, eu tinha amado, ele virou-me de costas e colocou gentilmente o tal cordão.

Olhei novamente para aquela peça delicada e linda, olhei para os seus olhos que estavam brilhantes e ansiosos esperando a minha reação.

- Eu amei!

Falando isso o abracei e o beijei um pouco. Até que a minha mãe apareceu chorando na porta do meu quarto, mas não era de felicidade.