A Menina De Cabelo Azul escrita por Clara Selenator


Capítulo 2
Mundos distintos sempre vão acabar trilhando o mesmo caminho.




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Os mundos. Sim, em cada um deles seus povos pensam que só existem coi... só existem vidas no próprio mundo. E essas deduções, apenas deduções (odeio com todas as minhas forças quem simplesmente deduz), acabam sendo passadas de geração em geração, e por causa dessas deduções, ninguém mais procura ir além. Ninguém gostaria de tirar suas dúvidas, eles pensam que só porque foram a alguns planetas, não existe mais nenhum. Os seres de outros planetas são egoístas, impacientes, e sempre choram com o leite derramado. Principalmente os do tipo de vocês. Os tipos de vocês têm a mente como um planeta. Simples planeta desabitado. Vazio. Sem nada. Apenas com algumas nuvens negras cobrindo tudo o que tem no mundo e na vida. Nunca pensei assim. Nem eu nem meu povo. Queria saber o que mais precisava fazer. O que precisava para fazer aquilo. Livrar-me do mal que eu estava sofrendo.

Meu povo sempre foi curioso, mas éramos gênios da astronomia. Podíamos observar todas as 1537 luas que rodeavam nosso planeta. Porém... bem... ele foi destruído pelo monstro no qual chamam Terra. Mas claro, sempre há uma esperança para tudo. Meu povo sempre pensou assim. E eu também penso. Sei que tudo acabou, e tipos de vocês esqueceriam o passado e “bolariam para frente”. Eu não. Tenho que deixar acesas as chamas que um dia foram passadas para mim do meu povo. Afinal, há uma esperança para tudo.

– Hum... – Soltei um pequeno gemido quando a luz do sol atacou meus olhos. – Já é de manhã... 05h20min da manhã... – De onde eu dormia, podia ver o relógio gigantesco que ficava no centro de um parque. Levantei-me, meu vestido branco cada vez mais sujo.

– Ah... Eu... Ai… eu estou com fome - eu estava magra. Muito magra. Meu estoque de bissuis e rasfinhas. Ah, bissuis... Deliciosa fruta afinal. Tem gosto de morango, framboesa e cereja, tudo ao mesmo tempo. – Desci da caixa, pernas tremendo, não conseguindo me aguentar em pé. Andei dois passos, cai num tombo feio. Andei um pouco mais, cambaleando. Enfim, peguei uma escada de bambus, que, por sorte, não aguentava os moradores, já que era muito frágil, e só me aguentava porque eu era muito magra. Apoiei a escada sob uma rasfinheira. Era primavera, então era a minha chance, pegar várias rasfinhas para fazer o estoque. E pegar minha “vaquitcha-quitcha” (como chamo todos os bichos: sapitcho-pitcho, patotchi-totchi etc.) para misturar leite com rasfinhas. É uma delícia. Coloquei o meu cesto de bambu abaixo da árvore, e fui jogando as rasfinhas dentro. Por fim, ele começou a esborrar. Levei a cesta e coloquei em cima da caixa que sempre fico em cima. Fiz isso 10 vezes. É igual a 600 rasfinhas. Sim, fiz um cesto bem grande! E minha caixa também era enorme. Existem dois compartimentos. Nela, e um ficou sobrando. Nele, coloco leite dentro de garrafas feitas através de cocos, e outras coisas de comida e utensílios.

Certo dia tive uma ideia. Odiava ter que fazer isso, pois sou da paz. Fiz uma capa longa, repicada e preta. Então fui andando com a capa para o parque, cambaleando, não propositalmente, mas tenho que admitir que ajudou para assustar. Cheguei, e, com minhas enormes e podres unhas que nunca cortava, fiz dois cortes numa garotinha. Fiz isso três dias seguidos, o primeiro, dia, segundo, noite, terceiro, dia. O parque ficou com fama de ser assombrado por um velho espírito. Agora, tinha me apoderado de várias outras frutas, bancos, uma barraquinha fixa de churros e pastéis, uma grama fresquinha, outra barraquinha de hambúrgueres, uma caixa de papelão grande, copinhos das barracas, e um lago onde podia tomar banho e beber água. Me senti muito melhor desde que comecei a morar lá. Agora, não dependia mais das árvores que usava, e agora estava recolhendo madeira para fazer uma pequena casa para mim.

Depois de um tempo de 1 mês, consegui construir uma casa de um cômodo grande. Coloquei lá minha enorme caixa, que ainda tinha um estoque de 490 rasfinhas, 200 bissuis, 2 edredons, 100 garrafas de leite, minha cesta e copos feitos de bambu e os que peguei das barracas. Dentro de casa, fiz uma poltrona de madeira, uma cama de madeira, uma cadeira de madeira e uma mesa de madeira. Estava engordando, me sentindo mais limpa e bem cuidada e estava mesmo. Forrava um edredom na cama e me cobria com o outro. Minha casa tinha duas janelas, daquelas que tem duas portinhas que você empurra e abre.

Então, chegou o inverno. Todas as folhas das árvores caíram. OK, tradução: Tchau, rasfinhas e bissuis. Como meu estoque estava acabando, porque comecei a me desacostumar a ficar muito tempo sem comer, tinha que pegar na Floresta do Capricórnio. Tinha este nome porque a lenda diz que essa floresta foi plantada no dia 21 de Dezembro, quando o Sol entrou em capricórnio e foi regido por Saturno, ou seja, é dito que o Sol e Saturno que plantaram essa floresta (viu? Primery também é cultura!). Tenho um estoque de frutas bem maior do que pode caber na minha caixa lá, e elas não apodrecem, porque estão dentro de uma árvore muito, muito grande oca, em que alimentei com todas as propriedades que as frutas precisam. Ninguém se atreve a entrar nessa floresta. Confesso que também tenho medo, mas era preciso.

Estava de noite. Estou quase chegando ao local quando escuto um barulho. Vem das árvores. Me afasto um pouco. De repente, um rosto muito pálido, magro e com muitas olheiras avança sobre. Solto um grito agudo. Ele cai sobre mim. Vejo que seu cabelo também é azul. meu coração dá um salto. Ele levanta a cabeça. Seus cabelos lisos e azuis bagunçados são jogados para trás das costas, por estarem um pouco longos devido ao tempo sem cortá-los. Ele tem as mesmas características de meu povo. Os lábios azulados e etc. Porém ele estava pálido anormalmente.

– M-me... ajude... por favorr... - Ele forçou o "R" devido a fraqueza.

– Q-quem... é você?


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