A Menina De Cabelo Azul escrita por Clara Selenator


Capítulo 16
Goodbye, lullaby


Notas iniciais do capítulo

GENTE, capítulo bônus porque o outro foi curto!



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Não. Não podia acreditar. Então passei cerca de três segundos olhando, até não suportar mais ficar olhando aquilo. Como podia? O que aconteceu para ele resolver fazer isso comigo? E... Com a Army? Não. Não suportaria ficar pensando nisso. Corri para fora de casa. O Vill... O Villtish parecia ter notado que eu os vi e saiu da casa poucos segundos depois.

– Rose! Rose! Espera aí, fala comigo! Rose...

– NÃO OUSE ME CHAMAR DE ROSE! – Eu estava furiosa. Nem fui capaz de derramar lágrimas devido a esse choque tão grande. Não. A palavra não seria tristeza. De jeito nenhum. Fúria, talvez. Estava mais para ódio. – EM QUE MUNDO VOCÊ ACHA QUE ESTAMOS? VOCÊ NÃO TEM DIREITO DE ME CHAMAR DE ROSE! E NUNCA TERÁ!

– Ros...

– CALE... ESSA... PORCARIA... DESSA... BOCA. – Então pelos olhos de Villtish, me olhei. E percebi uma coisa. Meus olhos. Eles estavam vermelhos. Sendo que tinha tirado as lentes que tinha usado. É, tá, eu admito. Isso eu tive que roubar.

– Ros... – Percebendo o meu rosto quando ele disse isso, substitui a palavra – Primery. O que exatamente você viu?

Ri. Ri muito alto. Exato, isso mesmo. Eu gargalhei alto. Achei engraçado o fato de ele estar preocupado de eu ter visto o que ele fez.

– Você é burro? O quê? Você se faz de idiota? Pois NÃO ESTÁ DANDO CERTO. – Naquele momento de tensão, tive que admirá-lo por ter mantido a paciência diante de tantos gritos.

–R... Primery. Olha, me dá ao menos uma chance de explicar. – Dei uma risadinha. Estava gostando desse joguinho maldito. Olhei bem pra ele e esperei ele dizer alguma coisa. Meus olhos continuavam vermelhos. Ele deve ter demorado para perceber que eu tinha deixado ele falar, porque depois de uma pausa ele piscou várias vezes e bem rápido. – É... Bom... – Olhei para ele, impaciente. Mas deixei-o terminar. – Eu acho que você percebeu mas nós nunca demos algum sinal de que estávamos namorando na frente da Army. Bem, sendo assim, ela não sabia de nosso romance. E ela... Bem... Ela começou a meio que gostar de mim... O resto você provavelmente tirou a conclusão.

Olhei para ele profundamente, com os olhos como chamas.

– Não acho isso conveniente. Mas sabe o que eu acho conveniente?

– O qu... – Ele não conseguiu terminar a frase, pois tinha acabado de ser atingindo no meio da cara com um soco. Não dei um soco com toda a minha força. Ele provavelmente já estaria morto, já que minha força é quase o equivalente ao necessário para se quebrar um diamante. Mas eu já tinha conseguido quebrar uma coisa com aquela forcinha. –MEU... NARIZ... – Gritou ele. Até que enfim, pensei. Só fiquei o encarando ali, se remoer de dor. Amador. Ele não sabe que tem de inclinar a cabeça para traz para parar o sangramento. Simplesmente me dirigi para dentro de casa, onde Army estava com medo, encolhida, e aparentemente, muito envergonhada pelo que fez.

– Primery... – Ela teve o cuidado de não me chamar de Rose, provavelmente porque ouviu o que eu disse lá fora. – M-me desculpe... Eu simplesmente não sabia... Me perdoe, por favor?...

Só fiquei encarando-a, pois também estava com raiva. Ah, qual é! Nem vem! Ela tinha beijado o meu namorado! O que você esperava? Bom, de qualquer forma, me dirigi à mesa e comecei a rabiscar. Ah, aí estão as lágrimas! Comecei, então, a escrever.

Caro... Não. Villtish.

Creio que você saiba que o ódio que estou sentindo agora não vai ser amenizado com palavras. Então trate de calar essa boca, antes que eu te dê outro soco. Mas, bem, não vai ter como, não é?”

Continuei a escrever por um bom tempo, elaborando bem as palavras que eu usaria nesse assunto delicado. As horas se passaram, e eu não falei com ninguém. Eles pareceram ter captado bem a mensagem, pois só ficaram com a cabeça baixa fazendo o que tinham de fazer. Chegou a noite, e todos se organizaram para dormir. Bem, menos eu. Provavelmente acharam que eu só ia organizar as coisas antes de dormir, como eu sempre fazia, pois não falaram nada sobre eu não ter ido para a cama. Hum. Ingênuos.

POV. Villtish Bawn Meiden

Acordamos cedo no outro dia. Quero dizer... Eu e a Army. E provavelmente a Rose tinha se levantado bem cedo para deixar tudo pronto para o dia. Algo como ir na padaria, etc. O negócio do avô ia ter de esperar, porque era impossível resolver uma coisa quando as pessoas não se comunicam. Mas só que descobri que a Rose não tinha ido à padaria. Por causa de um bilhete que tinha pendurado na parede. Dizia assim:

Caro... Não. Villtish – Autch. Doeu essa - Creio que você saiba que o ódio que estou sentindo agora não vai ser amenizado com palavras. Então trate de calar essa boca, antes que eu te dê outro soco. Mas, bem, não vai ter como, não é? Quero dizer, ainda não aprendi a dar socos por email ou correspondência. Eu creio que teria de estar aí para isso. De qualquer forma, espero que você se divirta bastante com sua namorada nova. Diga a ela que mandei um oi. O que foi? A Bíblia diz que devemos amar até os que não nos gostam. Estou seguindo direitinho o caminho de Deus. Desculpe pelo nariz quebrado. Sara em 3 meses. Mas relaxe,até lá, só vai doer muito, hahaha. OH, desculpe, isso parece muito odioso para você? Sinto muito, vou tentar ser mais delicada.

Acabou. Cai fora. Se manda.

Qual desses é melhor? A escolha é sua.

Sabe, percebi que é muito mais fácil de viver quando a sua espécie está extinta.”

Essa última frase me atingiu com uma bala, bem no peito, onde fica o coração. Caí sentado em cima da cama e meu queixo começou a tremer. Preciso achá-la, Preciso achá-la, Preciso achá-la! Era tudo que se passava na minha cabeça. Ela podia ter partido no meio da noite, quem sabe onde ela podia estar! Talvez estivesse em outro estado! Eu sei que ela é muito rápida. Mas também sou rápido, e vou atrás dela. Mas antes, tenho que passar numa joalheria.


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