Foi assim... escrita por Caroline


Capítulo 6
Cheque-mate!


Notas iniciais do capítulo

Era para ter postado o final antes, mas fui experimentar essa tal de vida social, então não tive tempo. Eu queria que fosse algo maior, mas acabou saindo simples... Espero que gostem!



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- Faltam seis meses para você ser avó, qual o motivo dos livros de contos de fadas? – Perguntei já me sentando ao seu lado no sofá, Catherine tinha em suas mãos um novo exemplar de a Branca de Neve, o qual lia atentamente.

- Eu sei, ansiedade não é algo que dá para controlar, quero ser uma boa avó. Essa ideia é meio assustadora ainda, ser mãe é uma coisa e avó é outra. Mãe eu vou ser responsável por alguém, sendo avó eu vou ser responsável por duas pessoas e além de ter a ideia de que estou envelhecendo rápido demais. – Ela apoiou o livro em suas pernas e finalmente me encarou com seus olhos azuis através dos óculos.

- Tempo é uma coisa ilógica, pode ser dois mundos paralelos, seria como se Lindsay estivesse crescendo rápido e você envelhecendo devagar. Isto é questão de maturidade, então trate de relaxar, você não pode simplesmente pirar esses seis meses. – Mais tarde eu viria, a saber, que ela poderia pirar por seis meses.

- Ou não é nada disso e você só está dizendo isso para me acalmar. – Ela voltou seus olhos para o livro e logo que o abriu soltou um longo suspiro. – Já é a segunda vez que eu leio esse livro, será que não há nada mais legal nos contos de fadas para se ler? – Fechou o livro jogando-o em cima da mesinha de centro, que ao entrar em contato com a madeira fez um baque.

Eu estava sentindo o leve friozinho na barriga que me lembrava do que eu tinha que fazer. Eu apenas peguei um livro de histórias que havia deixado na mesinha de canto junto ao telefone e entreguei a loira que me olhava ainda esperando por uma resposta a sua pergunta.

- Tente este, deve ser melhor que aquele. – Ela pegou o livro de minhas mãos percorrendo os olhos pelo título, pelos lábios cerrados e testa franzida vi que não foi de muito agrado.

- Como outro conto de fada pode ser melhor? Olhe o tamanho disso, não dará nem dez minutos e terei terminado este livro. – Disse resignada, logo soltou um longo suspiro e se pôs a ler.

- Cath, às vezes os menores contém os melhores conteúdos. – Voltei toda a minha atenção à televisão que reprisava o jogo de beisebol que havia passado quarta. Texas 4 x 6 Dodgers, esse seria o resultado no final.

- Deveria ter se formado em Filosofia em vez de Física! – Foi o pequeno comentário irônico que soltou antes de voltar, totalmente, a sua atenção ao livro.

Quando deram exatos onze minutos ela me encarava, finalmente, havia chegado ao fim do livro. Senti medo de encarar aqueles olhos azuis que deveriam estar questionadores, eu sentia medo pela reação que viria dela.

- Está falando sério? – Perguntou conseguindo a minha atenção, não poderia simplesmente ficar olhando para TV, teria que ter a mesma coragem que havia tido naquela praça há dois anos. Bem, aquilo não foi coragem, foi adrenalina e o impulso de querer falar o que deveria ter falado há anos.

- Do que está falando? – Fingi-me de desentendida, meu estômago já sofria com os loopings de ansiedade.

- Disso: “Nos contos de fadas ressaltam a felicidade apenas no final com um ‘felizes para sempre’, mas são apenas contos. Pessoas querendo que, em algum momento, pensemos em como podemos encontrar alguém ‘perfeito’. E eu encontrei, com vários defeitos que me exigem calma e com qualidades que me apaixonam a cada dia mais. Perfeita a sua maneira, uma maneira bem encantadora.. Minha felicidade não está no final, longe disso, está no começo... No começo de uma vida que quero te oferecer, casa-se comigo?”

Ela segurava a última página do livro ao qual lia o texto e na que tinha presa em uma fitinha roxa uma aliança dourada. Não me julguem pela forma indireta, às vezes as palavras não precisam ser, necessariamente, verbais para externar um sentimento.

- E desde quando te querer pode não ser sério? Eu só não sabia como te dizer... Palavras não são o meu forte. – Ela me encarava, não conseguia entender sua expressão. Eu poderia dizer que estava parecendo uma adolescente mais uma vez, mas desde que eu estava com ela eu havia me tornado adolescente... Uma adolescente de meia idade e queria continuar sendo assim.

- Foi tão simples, tão você... É óbvio que minha resposta é sim, mas quero encontrar outras palavras para lhe dizer algo. – Ela brincava com a aliança que ainda estava presa na fitinha, segurei sua mão esquerda e puxei a aliança que se soltou com facilidade de onde estava presa.

- Basta um sim, me dê às palavras depois, afinal você terá anos para isso. – Coloquei a aliança em seu dedo anular com calma, seus olhos encaravam o objeto dourado que deslizava vagarosamente por seu dedo e um sorriso estampava seu rosto.

Das dicas que recebi planejei uma forma de achar a coragem para tê-la para mim, não foi o suficiente para me contentar, queria-a ainda mais para mim, de forma egoísta. Será que era mesmo egoísmo? Não sei. E foi assim, de forma espontânea e com palavras simples que finalmente dei o cheque-mate na rainha, conquistando-a somente para mim e ignorando o seu império. Não, na verdade não ignorei o seu império. Eu me perdi nele quando ela sorriu de forma descontraída, me prendeu nos seus encantos.

E finalmente pude falar: Cheque-mate, meu amor!


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