Violinos e Veneno escrita por Mariana M


Capítulo 4
A rua dos mortos que não morreram


Notas iniciais do capítulo

Não tenho nada a dizer sobre esse capítulo, então leiam, espero que gostem



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5 dias depois da minha breve visita a delegacia eu ainda era o comentário da escola, as pessoas falavam meu nome pelos corredores e cochichavam quando eu passava e até os professores me olhavam estranho, haviam pessoas que me paravam no corredor da escola e me perguntavam se eu havia visto a Bianca e depois saiam correndo e rindo como uns bocós. Regina e toda a escola também haviam descoberto que eu voltei com João Pedro e isso despertou um ódio profundo na maioria das solteiras da escola, mas eu já enfrentei esse tipo de comportamento delas antes e já estava acostumada com o isolamento social que elas aplicavam a mim. Minha mãe não me procurou durante esses 5 dias o que não foi uma grande surpresa porém me deixava um pouco triste e em breve eu teria que ir em minha casa buscar mais uma mala de roupas porque a que estava na casa de Regina já estava acabando, Bianca ainda não havia aparecido e todos estavam cada vez mais desesperados inclusive eu. O desaparecimento dessa minha colega de classe que até uns dias atrás era uma pessoa indiferente no meu dia-a-dia estava me perturbando tanto que me causou fortes pesadelos que me atormentavam por dias, o último porém teve um pitada a mais de crueldade:

Bianca e eu estávamos em um hospital esperando alguém sair da UTI porém nenhuma de nós sabíamos quem era essa pessoa, nós não nos falávamos de maneira alguma e algumas vezes Bianca parecia estar me encarando com certo ódio no olhar e eu a encarava de volta com um olhar de medo depois de longas cenas entre mim e Bianca nos encarando um médico apareceu e eu e Bianca nos levantamos imediatamente, o médico estava com uma expressão de tristeza

– Infelizmente ela não resistiu – disse o médico abaixando a cabeça

Assim que o médico terminou de pronunciar a frase Bianca me olhou furiosamente e seus olhos ficaram estranhamente vermelhos, ela começou a fazer um barulho parecido com um cachorro rosnando e literalmente voou em meu pescoço e começou a me enforcar, todos do hospital foram lá assistir Bianca me enforcar e invés de apartarem a briga eles apenas batiam palmas e gritavam ‘’mate a assassina’’ eu tentava desesperadamente me livrar das mãos de Bianca mas ela parecia forte quanto um elefante e eu tão fraca como uma formiga depois de minutos agonizantes sobre os dedos de Bianca sobre meu pescoço eu finalmente consegui escapar e corri para a sala da UTI onde a tal pessoa estava morta, olhei pra a cama e arregalei os olhos pois era a própria Bianca em cima da cama mais dura que uma pedra, eu olhei para atrás em busca de ajuda mas apenas vi outra Bianca parada na porta com uma camisola azul bebê olhando fixamente para os meus olhos, a expressão dela era de vingança e ódio então ela pronunciou as palavras que me deixaram arrepiadas ‘’você irá pagar, pagar muito caro!’’

Então eu acordei, aquele sonho era apenas um dos que me perseguiam por dias, eu queria afastá-los mas não conseguia de maneira alguma, a única coisa que me fazia parar de pensar pelo menos 1 minuto nesses pesadelos era João Pedro, era incrível a forma como ele me acalmava com apenas um toque, nesses dias a única coisa que eu precisava realmente era ele.

– Ariane? – Regina me chamou interrompendo meus pensamentos sobre João Pedro

– O que foi?

– Estamos atrasadas para a escola

– Hoje é sábado – eu disse rindo

– Ah é mesmo – assim que pronunciou essas palavras Regina virou novamente para a parede e voltou a dormir

Como eu estava totalmente sem sono e morrendo de fome resolvi caminhar até a cozinha para comer algo saudável (coisa que eu não fazia a dias) mas primeiro fui no banheiro tirar aquele bafo da boca que todo mundo tem assim que acorda, a caminho da cozinha percebi que a porta do quarto de João Pedro estava aberta, fiquei observando ele dormir e percebi que mesmo com a cara amassada e com a boca aberta e roncando João Pedro era uma pessoa extremamente linda, e eu não sei como ele gostava de uma pessoa como eu. Depois de ficar uns 5 minutos admirando a beleza de João Pedro eu resolvi ir para a cozinha me alimentar e não gostei nada do que vi lá, quando avistei a janela dei um berro tão grande que acho que acordei toda a vizinhança. As janelas da cozinha estavam rabiscadas com sangue fresco, a seguinte frase escrita com o sangue me fez arrepiar ‘’tente adivinhar de onde tirei esse sangue, não foi de um animal, eu estou voltando’’ Imediatamente João Pedro e Regina chegaram na cozinha correndo e me encontraram aos pratos, João Pedro me abraçou e nem isso foi capaz de me confortar.

– Quem fez isso? – perguntou Regina assustada

– Eu não sei – respondi chorando

– João Pedro? – perguntou Regina desconfiada

– Está desconfiando de mim? – ele riu debochando

– Esquece – respondeu Regina envergonhada

– A questão é: como que a pessoa que fez isso entrou aqui?

– Acho que eu esqueci a porta aberta ontem – disse João Pedro

Por um minuto nós três ficamos encarando aquela obra assustadora, comecei medo do que estava por vir, quem estava me aterrorizando? Quem estava voltando?


POV Narrador

A escuridão tomava conta da floresta, o canto dos grilos era tão alto que dava um pouco de dor de cabeça, mas o assassino presente naquele lugar não ligava para isso. Ele queria apenas matar e saciar sua sede de tragédia, era um completo psicopata. Os gritos de sua vítima só o deixavam mais excitado para esquarteja-la, e como ela gritava... Tentava se soltar dos braços de seu assassino cruel, mas a força que ele tinha em seus braços era forte o suficiente para segura-la sem nenhum esforço. Ele cuidadosamente andava pela floresta sorrindo maliciosamente e rindo de sua vítima exaltada, chegou ao centro da floresta e observou o local minuciosamente, aquele era o lugar certo. Ele jogou a garota no chão sem dó alguma e ela tentou fugir rapidamente mas seu assassino sempre mais rápida a golpeou diretamente na cabeça e ela caiu novamente, ele amarrou cuidadosamente cordas em dois galhos de uma árvore e logo em seguida amarrou a outra ponta dessas cordas no braço de sua prisioneira que ficou presa na árvore, ele levantou as cordas e deixou a garota no ar segura apenas pelas cordas, enquanto a observava pensava em um jeito de mata-la, quando cansou de esperar ela acordar resolveu acordá-la por conta própria dando-lhe tapinhas na bochecha, quando finalmente consegui despertá-la ela deu um grito que quase o fez ficar surdo, com raiva ele deu uma bofetada na barriga de sua prisioneira que gemeu de dor

– Pronta para morrer? – disse ele rindo sarcasticamente

Ela apenas grunhiu

Ele foi até sua mochila e pegou uma faca muito bem afiada e cortou seu dedo e foi até a boca de sua prisioneira pressionando seu dedo sobre os lábios delicados dela ela tentou lutar contra mas como sempre ele era mais forte, assim que ela bebeu o sangue ele começou a sessão de tortura

– Gosta do seu cabelo? – ele perguntou a ela

Como resposta ela só balançou a cabeça, então ele acariciou os cabelos dela cuidadosamente para depois puxá-los bruscamente e cortá-los com a faca sem dó nem piedade, ela gritou de horror ao ver seu precioso cabelo castanho no chão. Em seguida ele pegou um pano sujo a amordaçou sua prisioneira que parecia estar pedindo para morrer logo, ela lançou um olhar de piedade para seu cruel assassino e mal sabia ela que aquele olhar só dava mais motivos para ele continuar o que estava fazendo
Ele pegou o dedo do meio da mão dela e cortou com a faca a fazendo chorar de dor, com os gritos dela ele ria muito e se divertia mais ainda, em seguida ele tirou as calças dela e cortou sua pele devagar e ela só grunhia de dor, pegou seus braços e fez cortes profundos e a deixou sangrando por 5 minutos, então jogou sal nos ferimentos e se divertiu com os gritos de desespero dela, estava quase finalizando seu trabalho quando resolveu cortar os seios dela só por diversão mesmo, cortou os dois sem pensar duas vezes, então pintou a testa de sua vítima com seu sangue e colocou um anel branco em seu dedo e quando se cansou daquela brincadeira, cortou a cabeça dela de uma vez.




POV Ariane

Hoje eu não tinha acordado muito bem então resolvi ficar em casa fazendo nada, as vezes é bom tirar um tempo para fazer isso e com toda essa confusão da Bianca eu não estava nem tendo tempo para mim. Depois de arrumar a casa toda e organizar os discos de João Pedro por ordem de lançamento eu não tinha nada pra fazer então resolvi ver um pouco de televisão para me distrair mas infelizmente nem isso eu consegui fazer porque o assunto era o desaparecimento de Bianca, o jornalista estava na frente da casa de Bianca conversando com sua mãe que dizia desesperadamente:

– Por favor eu peço pra que todos fiquem atentos para encontrar essa garota – disse ela mostrando uma foto de Bianca – Ela desapareceu há 15 dias e eu não sei mais onde procurar, por favor cidadãos desse pais tentem encontrar minha preciosa filha

A câmera imediatamente foi cortada para o repórter que pedia assim como a mãe de Bianca para todos tentarem encontra-la e em seguida acabou o jornal e eu fiquei fitando a televisão e pensando; ‘’Onde está Bianca?´´ Será que foi raptada ou simplesmente quis desaparecer? E o pensamento que mais cercava minha cabeça era: ela está viva?

Assim que expulsei esses pensamentos da minha mente, meu celular tocou me avisando que havia chegado mensagem, o peguei e quando vi o número na tela tive que me sentar para não desmaiar. Bianca. Fiquei um tempo encarando meu celular antes de abrir a suposta mensagem enviada por Bianca, meus dedos tremiam de nervoso e medo e ao mesmo tempo de felicidade por saber que ela estava viva, tomei coragem e abri a mensagem:

‘’Avenida das Mutações, número 58, eu estou aqui e preciso da sua ajuda venha, por favor’’

Bianca estava viva e precisava da minha ajuda, felizmente eu conhecia a Avenida das Mutações e não era um lugar muito agradável pra se ficar e era um lugar de dar calafrios, mas como Bianca precisava de minha ajuda eu vou lá sem pensar duas vezes. Chegando ao ponto de ônibus fiquei 30 minutos esperando o ônibus, a impaciência tomava conta de mim e eu sabia que eu precisava me controlar. Queria contar para Regina sobre a tal mensagem de Bianca mas eu não tive tempo, eu só pensava em uma coisa: resgatar Bianca daquele lugar, depois de ficar uma eternidade dentro do ônibus eu finalmente cheguei a Avenida das Mutações e como sempre eu tive vontade de sair correndo daquele lugar, a rua era conhecida no bairro como ‘’A rua dos mortos que não morreram’’ o motivo do nome é que a maioria das pessoas que moravam naquela rua praticamente não se socializavam e viviam trancadas e casa como se estivessem mortas. Andei até o final da rua para achar a casa de número 58, era a casa mais horrorosa da rua inteira, a pintura já estava gasta e os portões e janelas estavam enferrujados, o chão da garagem descoberta estava sujo e com folhas das árvores da casa vizinha por todo o chão, o portão estava fechado e sem cadeado então eu resolvi entrar, assim que abri a porta da sala me deparei com um cheiro de mofo horrível, tampei o nariz e fui em frente.

– Bianca? – chamei alto e não obtive resposta, chamei novamente – Bianca? Você está aí?

Mas uma vez não obtive resposta, fui até a cozinha e a única coisa que vi foi mais bagunça, estava desconfiando de que fui enganada e então fui para o quarto da casa e assim que abri a porta me deparei com uma das piores cenas de minha vida: o corpo de Bianca estava por todas as partes do quarto, seu belo cabelo estava espalhado pelo quarto soltos, havia sangue por todas as paredes e pelo chão o cheiro de carne podre misturada com mofo impregnava o local, os dedos de Bianca estavam espalhados ao redor de sua cabeça, fui até a cabeça e olhei nos olhos delas que já não tinham mais brilho e vi uma lágrima cair em sua testa.

– Bianca... o que fizeram com você? Quem faria uma coisa dessas? – eu não podia acreditar no que estava vendo, o corpo de Bianca todo dilacerado e cortado em pedaços, lágrimas não paravam de descer dos meus olhos. Então eu reparei no anel que estava em um dos dedos de Bianca, um anel branco e brilhante, foi a última coisa que eu prestei atenção antes de ouvir uma voz fria dizendo:

– Você está presa em flagrante Ariane Miller


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Notas finais do capítulo

gostaram? comentem por favor c:



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