Violinos e Veneno escrita por Mariana M


Capítulo 1
Minha breve péssima vida


Notas iniciais do capítulo

primeiro capítulo, tá meio curto mas é isso aí



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Capitulo 1 – Minha breve péssima vida

Quando Ariane tinha apenas sete anos de idade ela viu seu mundo desabar, em um domingo típico de muito calor e sol ela e sua irmã Caroline que na época tinha oito anos foram sair com seu pai, mas infelizmente eles sofreram um acidente de carro e o pai de Ariane não sobreviveu, Caroline ainda tem sequelas, mas Ariane só ficou com uns arranhões que logo se cicatrizaram, depois do trágico acidente a mãe de Ariane entrou em depressão e começou a odiar a própria filha, segundo sua mãe o acidente tinha sido culpa de Ariane o que provava que ela estava completamente louca porque era improvável que uma criança de sete anos conseguisse matar o pai e quase deixar a irmã em coma, e depois de oito anos sua mãe ainda odeia Ariane com todas suas forças, mas coloca sua filha Caroline num altar e isso deixa Ariane com uma raiva incurável e ela todos os dias tenta provar para sua mãe que o acidente não foi culpa e dela e tenta encontrar um pouco de amor naquele coração cheio de ódio.

POV Ariane

Primeiro dia de trabalho, cabelo devidamente arrumado, tudo arrumado na minha bolsa, maquiagem bonita e muita ansiedade. Eu sei que estou exagerando porque vou trabalhar em uma pequena livraria, mas por algum motivo eu quero parecer bonita e não espantar os clientes. Peguei minha bolsa e abri a porta confiante até ver a cara da minha mãe e minha irmã deitada no chão babando

- O que houve com ela? – perguntei assustada

- Não te interessa – respondeu minha mãe friamente

- Ok, eu estou indo trabalhar e não sei que horas e volto, tchau.

Ela nem se deu ao trabalho de me dizer ‘’tchau’’ ou então um simpático ‘’bom trabalho filha’’ pelo simples fato de não se importar, eu tinha que parar de criar expectativas com a minha mãe, tinha que parar de achar que ela ia mudar algum dia e que ia parar de me culpar por uma coisa que aconteceu há oito anos. Entrei no ônibus e coloquei meus fones de ouvido e fiquei pensando na péssima vida que eu tinha, minha mãe me odiava, minha irmã era patética, eu não tinha pai e só havia duas pessoas no mundo que se importavam comigo, Regina a pessoa mais maravilhosa que eu conheço e seu irmão João Pedro com  qual eu tive um pequeno romance há 2 anos atrás, conheci Regina e João no dia do acidente, na época eles moravam com o avô deles que infelizmente morreu ano retrasado, foi o senhor Paulo que chamou a ambulância para o meu pai e me tirou dos escombros, agradeço muito a ele até hoje. E desde aquele dia Regina é minha melhor amiga, lembro que no dia do acidente ela estava de trancinhas que destacavam seu cabelo naturalmente ruivo e ela tinha sardas espalhadas por todo rosto e era magrelinha, hoje em dia ela não mudou nada, só não usa mais trancinhas.

Quando finalmente cheguei ao trabalho, Ângelo, meu chefe estava há minha espera no caixa da livraria, ele me explicou que havia muitos clientes caloteiros ali e por isso eu tinha que ficar de olho e também disse que havia clientes muito especiais na livraria e que deveriam ser tratados muito bem,  eu ia ficar no caixa e isso me deixou um pouco aliviada porque eu era melhor em lidar com o público do que ficar arrumando caixas no almoxarifado, minha colega de trabalho se chamava Fernanda e era muito simpática, aquele tipo de pessoa que é impossível ficar triste perto, isso me deixou menos nervosa pro primeiro dia. Na hora do almoço fui comer em um restaurante ali perto e a comida era extremamente ruim então ou eu levava marmita pro trabalho ou então eu teria que arranjar outro lugar para comer. Quando voltei Ângelo me deu a ótima notícia de que eu poderia pegar 2 livros por conta da loja todo mês e isso me deixou extremamente feliz porque uma das coisas que me livrava daquela minha vida eram os livros, terminando meu último dia de trabalho fui para casa torcendo pra que ela estivesse vazia porém não estava, minha mãe estava sentada no sofá tomando vinho e encarando as paredes, tentei passar despercebida por ela mas não consegui.

- Onde você estava? – disse ela ainda encarando a parede

- Trabalhando, eu te avisei hoje de manhã, mas parece que você estava ocupada demais pra prestar atenção em mim.

- Como você vai trabalhar? E as aulas?

- As aulas começam amanhã e eu vou trabalhar das 3 até as 8.

- Quanto você ganha?

- 500 reais

- Quero 200 para mim todo mês – disse ela tomando mais um gole de vinho

- Não, não vou dar dinheiro pra você, você trabalha.

Ela se levantou e ficou bem próxima de mim e me encarando com ódio nos olhos

- Como ousa? Eu te aguento nessa casa desde que você nasceu te dou comida e água pra tomar banho e você não quer dar míseros 200 reais para mim? Sua própria mãe?

- Então sendo assim eu saio dessa casa e não preciso te pagar nada!

- Quem vai lavar louça?

Não acreditei quando ouvi a frase, ‘’quem vai lavar louça’’ sua filha está ameaçando sair de casa e a mãe preocupada com que vai lavar a louça. Quanto amor.

 - Caroline trabalha e não te dá nenhum centavo, porque eu tenho que dar? – não sei por que eu insistia em fazer perguntas daquele tipo, a resposta era sempre a mesma.

- É diferente.

- Não é diferente mãe, só pra você é diferente, dá licença.

Fui correndo pro meu quarto tentando não deixar as lágrimas escaparem do meu rosto, mas assim que fechei a porta eu desabei, enterrei minha cara no travesseiro e chorei, chorei até não ter forças pra chorar mais, as lágrimas não eram só pelo acontecimento do dia, era por tudo, estava cansada daquela situação, de ser tratada como lixo pela própria mãe, cansada de ter que aturar tudo aquilo, cansada de viver. É hora de mudar, hora de tentar uma vida nova, juntar dinheiro e cair fora daquele inferno e tentar ser feliz pelo menos um pouco.

Caroline havia acabo de entrar em casa e estava dando risadas com sua mãe, típico. Não aguento mais ficar aqui, preciso respirar e me preparar psicologicamente para voltar para a escola amanhã. Último ano finalmente, eu não posso ir pra escola no outro dia com os olhos inchados e não estou nem um pouco  afim de dormir em casa hoje. Peguei minha mala e coloquei umas roupas e peguei a mochila com os materiais da escola e fiz uma coisa que sou muito boa em fazer e faço a muito tempo, pulei a janela. Fui para o único lugar que me fazia bem em todo o mundo, a casa de Regina. 


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Notas finais do capítulo

se gostar comente por favor



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