When You Least Expect It... escrita por Little Cupcake


Capítulo 12
A blusa


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente, tô de volta. Eu demorei um pouco, sei disso, mas foi só porque estava esperando mais alguns reviews, que não obtive. Sei lá, acho que vocês deviam dar suas opiniões, fazer comentários, leitores fantasmas não são legais.
Boa leitura! :)



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Como minha mãe previu, os policiais começaram a investigar o 'caso Jess'. Um por um, todos os conhecidos tinham que responder uma série de perguntas, todas tão ridículas que eu não conseguia imaginar como aquilo ajudaria a descobrir o assassino. 

Enquanto a polícia fazia seu trabalho ( ou não ) eu queria descobrir outra coisa: quem era o - até então - estranho que me abraçou no velório. Eu poderia - e seria até bem mais fácil - sair por aí perguntando de um por um, mas eu queria complicar as coisas, queria sinais. Não que alguém fosse chegar em mim dizendo : "nossa cara, foi ótimo te abraçar naquele velório!", mas eu queria descobrir aos poucos. Como sempre, eu tinha medo se der alguém completamente nada a ver, apesar de à essa altura do campeonato, eu não fazer ideia do que tinha a ver ou não. 

                                               ... 

Como sempre, eu estava em pleno auge do tédio na minha vida quando Kendall me ligou:

- Kath?

- Eu acho que sim.

- Bom, eu tava pensando se... Ah Kath, eu imagino que você não esteja fazendo nada importante, então vem pra cá.

- Acertou em cheio. Chego em 10 minutos.

A casa de Kendall não era muito longe dali, então fui andando, já que meus pais nunca me deixariam pegar o carro deles.

Pontualmente, em 10 minutos eu estava lá.

- Kath! Que saudade de você! 

- Carlos! Pois é, não nos vemos desde.. ah, você sabe.

- É, todos sabemos, mas vamos esquecer, ou pelo menos fingir só por hoje. Eu não chamei Kath aqui para falarmos disso. - interrompeu Kendall.

Eles passaram a tarde toda tentando me fazer rir, e de certa forma conseguiram. Eu esqueci meus problemas. 

- Ai parem, parem - falei entre risos, tentando me defender de um ataque de cócegas. - eu preciso ir ao banheiro.

- Você sabe onde é.

Atravessei o corredor até o banheiro e entrei. O banheiro da casa de Kendall era assustadoramente limpo, como eu gostaria que o da minha casa fosse mas nunca tive cooperação pra isso. Cheirava algo parecido com um campo de flores, exceto pelo balde de roupas sujas atrás da porta. Ali, o cheiro era de morte, o que me fez concluir que as roupas do velório não tinham sido lavadas ainda e estavam ali. Foi então que eu tive um surto de inteligência, embora parecesse estúpido e nojento: cheiras as roupas. Bingo. Uma das blusas tinha o meu cheiro, era a blusa de quem me abraçou. Eu deveria saber de quem era, mas droga, eu tinha uma péssima percepção quanto à roupas. 

Usei o banheiro e voltei para a sala, eu nào pretendia perguntar sobre a blusa logo de cara a menos que não tivesse outra escolha. 

- Kath, nós vamos até a padaria, você vem?

- Claro, vamos.

- Então vamos, mas Kendall, tem alguma blusa minha aqui? Já começou a chuviscar e está esfriando. 

- Hmm.. Acho que não James, mas você pode usar uma minha, a menos que prefira a sua do velório. 

- Deixa pra lá, vão vocês, eu fico por aqui. 

Não sei por que, mas meu coração batia de encontro com as costas, era a minha chance.

- Pensando bem gente, James tem razão. A chuva vai piorar e nós só temos um guarda chuva. Vão vocês. Eu fico com James pra não deixá-lo sozinho.

- Hmmmmmmm..

- Cala essa boca Carlos, e vamos antes que a chuva piore. - falou Logan empurrando Carlos em direção à porta enquanto piscava pra mim sobre o ombro.

Eles saíram como se estivessem sérios, mas eu sabia que  antes da primeira esquina iriam rir e fazer palhaçadas sobre o fato de eu ter ficado sozinha com James. 

- Por que você ficou? Sei muito bem que não foi por causa da chuva. 

- Realmente, não foi.

- Então por quê?

- Porque eu queria falar com você.

- Comigo? Sobre o quê?

- Sobre a blusa.

- Que blusa Kath? Tem certeza que está sã?

- Absoluta. É, a blusa no banheiro, atrás da porta. É sua?

- Qual? - Ele se levantou e foi até o banheiro numa rapidez admirável, pegou a blusa e voltou. - Esta?

Minhas mãos tremeram, eu senti uma coisa estranha, como se meu coração estivesse em minha garganta pronto para rasgá-la a fim de sair de mim. Minhas pernas pareciam flutuar, como se não houvesse chão abaixo dos meus pés. Mas como isso era possível? Que tipo de sensação era aquela? Eu nunca tinha sentido algo assim. Era assustadoramente bom, e eu faria qualquer coisa pra sentir de novo. Saí de transe e respondi:

- É. É essa mesma. É sua?

- É. É minha. 

- Então era você. Era você que me abraçava no velório da Jess.

- Era eu sim.

- Mas por quê? Era um momento de tristeza, ninguém conseguia pensar em nada além de quem seria o assassino da Jess. Como você conseguiu ficar lá, cuidando de mim, me protegendo? Por quê?

- É o que todos fariam Kath. Consolar os "restantes", os "sobreviventes" da morte. 

- Ah. Então foi só isso. Você o consolador. E eu a sobrevivente, o resto, aquela que a morte teve pena e resolveu deixar. - Ele soltou uma gargalhada. 

- Claro que não foi só isso Kath. Eu me preocupei com você sim. Você é importante pra mim Kath, e sabe disso. Você pode até não acreditar, por causa daquela história do garoto, mas..

- Shh! Não fala mais nada!

Eu nunca fui dessas garotas atiradas ou coisa assim, mas se eu não beijasse James agora já seria um caso grave de babaquice. Ele corou e parecia querer dizer alguma coisa,mas nem ele mesmo sabia o quê. 

- Kath, eu não entendo. Por que você fez isso? Você me odeia.

- Eu? Quem disse isso?

- Jess, poucos dias antes de morrer. 

- Como assim? Isso é impossível! - eu disse alterando meu tom de voz. Subitamente, a raiva se apoderou de mim e eu comecei a pensar que talvez Jess fosse qualquer tipo de pessoa, menos a que eu pensava conhecer. 

- Foi o que ela disse.

- Mas isso não é verdade James.

- Como eu vou saber?

- Bom, eu acabei de te beijar. 

- Isso não é prova suficiente.

- Você acha mesmo que eu iria deixar você me beijar no elevador de um supermercado se te odiasse? Acha que eu ia contar minha vida pra você se te odiasse? Pense o que quiser de mim James, pense que minha missão é iludir e partir corações, mas não é. Eu já tive meu coração partido e, acredite, eu não desejo isso à ninguém. 

- Me desculpa Kath. Mas, por que ela diria isso? Ela era praticamente sua irmã.

- Também queria saber. Talvez ela não fosse "praticamente minha irmã". Talvez nunca tenha sido nada minha. 

- Mas é sério isso? Você realmente não me odeia?

- De jeito nenhum. Na verdade, há uma grande chance de eu estar apaixonada por você.


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Notas finais do capítulo

Bom, deixem reviews!