A Grifinória escrita por LBorgez


Capítulo 6
Cinco




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cinco

Eles compraram tudo o que precisavam – e o que não precisavam - e quando voltaram ao orfanato já estava escuro.

– Ced? – Hayley chamou manhosa assim que saíram pela lareira dela.

– O que foi, pequena?

– Dorme aqui hoje? – pediu chorosa.

– O que você me pede que eu não faço? – Ela riu

– Nada!

– Exatamente, Só vou passar em casa para pegar umas roupas e avisar meus pais.

– Não demora, tá? – Cedric sorriu.

– Pode deixar. – Ele disse e logo entrou na lareira.

Hayley aproveitou para tomar um banho. Odiava ter visões, sempre a deixavam tensa, entrou no banheiro de seu quarto. Seu quarto era o único de todo o orfanato com banheiro, eles queriam evitar ao máximo que Hayley tivesse contato com os outros órfãos. Eles só abriam a porta para ela, quando era para comer e quando era 1° de Setembro. Depois de tomar um banho demorado, saiu do banheiro e vestiu seu pijama, separou uma toalha para Cedric, tinha certeza de que o garoto ia querer tomar um banho, também.

Pegou caneta e pergaminho em seu malão e começou a escrever uma carta a Dumbledore.

Tio Al,

Tive uma visão hoje. Era bem poderosa e tomou conta de mim enquanto estava acordada. Sorte a minha é que Cedric estava comigo, desmaiei dentro d’O Caldeirão Furado. A visão era sobre Voldemort e a forma em que ele está. Parece uma criança, horrível pele macilenta, preta avermelhada crua, rosto plano, fenda ao invés do nariz, olhos vermelhos. Rabicho está com ele, ele mataram Berta Jorkins e um velho trouxa que estava no mesmo lugar que eles. Voldemort pretende fazer algo contra o Potter, tem um espião em Hogwarts e um plano para chegar até Harry.

Isso foi tudo o que vi. Queria lhe avisar também que estou indo para a Copa Mundial de Quadribol, não se preocupe, não irei me expor, nem estragar nenhum de seus planos.

Beijos,

H. Cherry.

Colocou o pergaminho em um envelope e endereçou a Dumbledore, em seguida pegou um pergaminho limpo e escreveu uma segunda carta:

Padrinho,

Estou com saudades, não tens me dado mais noticias, nem sinal de vida. Como você está?

Comigo está tudo na mesma, estou bem, não ando me metendo em confusão, nem nada disso. Amanhã, provavelmente vou à casa dos Diggory e de lá iremos á Copa. Alguma chance de te encontrar por lá, Remo?

E Almofadinhas? Como anda? Alguma noticia recente? Diga a ele que qualquer coisa que precisar me envie uma coruja.

Ah, estou lhe enviando um pote de sua poção. Mantenha-se seguro, Padrinho! Tome cuidado com a Lua Cheia de hoje, cuide-se e ponha juízo na cabeça dura de Black.

Amo você,

De sua linda, maravilhosa e fofíssima Afilhada (a sua preferida haha),

Hayley Cherry.

Assim que Erin partiu com as cartas, Cedric desaparatou.

– Demorei? – Perguntou se jogando na cama ao lado de Hay.

– Não. Acabei de mandar uma carta a Dumbledore, avisando que vou a Copa. – Cedric sorriu.

– Avisando? Pensei que ia pedir permissão.

– Não. Sou uma órfã, esqueceu? Ele não é meu pai, dei apenas satisfação, afinal ele não manda em mim. – o sorriso de Cedric cresceu.

– Sua linda. – Ela riu. – Preciso de um banho

– Tem uma toalha pra você no banheiro. – Cedric assentiu, pegou seu pijama em sua mochila, a colocou em cima da cômoda de Hay e foi tomar banho.

Hay levantou-se da cama, pegou no armário alguns cobertores e arrumou a cama, jogou-se na cama e minutos depois Cedric saiu do banho, só com a calça do pijama, enquanto colocava a camisa. Hayley desviou o olhar do seu abdômen definido, corando levemente, Ced reparou e deu um leve sorrisinho.

– To com fome, Hay! – Disse jogando-se na cama ao seu lado, sorrindo maroto.

– Novidade. – Ela o olhou rindo. Hayley saiu do quarto, para ver se todos já haviam ido dormir e os dois correram para assaltar as geladeiras dos funcionários do Orfanato. Afinal, pra que as chaves dos cadeados quando se existe o Alohomorra?

Eles comeram e quando voltaram ao quarto conversaram até dormir.

Eram mais de duas horas da manhã quando Hayley acordou de mais um sonho. Harry Potter, quem mais poderia ser? Ela estava deitada no peito de Cedric, e se mexeu levemente para não acordar o garoto. Voltou a pensar no Potter.

Ele não sabia de sua existência, mas lá estava ela, sonhando com ele todas as noites. Hayley se pegou pensando no dia que esbarrou no Potter nos corredores de Hogwarts, depois de três anos estudando juntos, finalmente, Harry notou a presença da garota.

Flashback On

Era a ultima semana antes das férias, todos os alunos de Hogwarts estavam com a cabeça cheia por causa das provas, mas isso nunca foi problema pra Hay. Hayley estava preocupada, mas o motivo era outro, ela estava preocupada com a aparição de Voldemort, tinha a sensação de que essa aconteceria em breve.

A garota havia acabado de sair da biblioteca, estava indo para o Salão Comunal da Grifinória, carregando mais livros do que podia, Madame Pince havia expulsado-a da biblioteca, pois já estava na hora de fechar, seus óculos de leitura ainda estava em seu rosto. Ela já estava chegando á seu destino quando esbarrou em alguém. Todos os seus livros fora parar no chão, juntamente com seus óculos.

– Droga. Des... – Ela se interrompeu quando viu em quem tinha esbarrado. Aqueles olhos verdes brilhantes a encaravam curiosos. Hayley agachou-se, fugindo daquele olhar e começou a apanhar seus livros.

– Deixa. Eu te ajudo. – Respondeu o garoto.

– Não, obrigada, pode deixar que eu me viro. – A garota o ignorou terminando de arrumar seus livros e Harry estendeu o último para ela.

– Você quer ser Auror? Ou pretende lutar contra algo muito ruim? – O garoto sorriu, brincando.

– Como? – Perguntou Hayley sem entender, perdida na profundidade daqueles olhos verdes.

– Seus livros, são todos sobre DCAT¹. – Explicou-se o garoto.

– Ah... É que bom... Eu... Nunca se sabe. – Ela levantou-se com os livros na mão, aquele garoto abrira a boca uma vez para falar com ela e já a deixa daquele jeito? Ela não se podia permitir a chamar atenção de Potter, começou a andar em direção ao Salão Comunal da Grifinória.

– Ei, Espera! – Harry a chamou.

– Que é? – Ela parou e ele a alcançou.

– Seus óculos! – Hay o olhou, ele colocou delicadamente os óculos em seu rosto, Hayley reparou que uma das lentes havia se rachado, suspirou e Potter também reparou e sorriu para ela enquanto levantava a varinha – Reparus – Murmurou um ‘obrigada’ e desviou o olhar do dele e recomeçou a andar até seu destino. – Espera! – Ela suspirou e virou-se. – Eu te ajudo. – o Moreno sorriu.

– Não precisa. – Ela respondeu.

– Faço questão. – Disse pegando os livros da mão dela, ignorando os protestos da garota. Eles andaram até a Mulher Gorda em silencio e quando chegaram Harry deu a senha a ela.

Eles entraram juntos e Harry colocou seus livros em cima de uma das mesas do Salão Comunal.

– Harry Potter, prazer. – Ele disse sentando-se ao lado de Hayley.

– Eu sei quem é você, por favor, você já trouxe meus livros e muito obrigada por isso. Agora, sem querer ser rude, mas você poderia me deixar sozinha? – Falou a garota irritada e Harry sorriu.

– Claro. – Ela deu um leve sorriso pra ele e isso o fez aumentar ainda mais o dele.

Droga, Hayley, o que você tá fazendo? Não chama a atenção do Potter, Droga. Daquele grupo já basta Hermione, e ainda sim já chama atenção o suficiente.

Harry seguiu para onde estava Hermione e Ron o esperando, numa mesa logo ao lado, perto de Hay e a garota pode ouvir a conversa dos três. Ela sempre se sentava ali, pois, dava pra saber sempre dos planos do trio.

– Ajudando a Cherry com os livros é, Harry? – Brincou, e Hay pôde ouvir que a voz era de Hermione.

– Cherry? Quem é ela? – Perguntou o moreno curioso.

– Hayley Cherry, estuda conosco desde o primeiro ano. Vive na Biblioteca, acredite, ela é pior que eu...

– Pensei que isso fosse impossível – cortou o ruivinho e Hay sorriu.

– Quieto, Ron. Eu a conheço um pouco, nós conversamos bastante, mas ela é difícil de fazer amizade, meio antissocial. – Deu uma leve risadinha, quem dera que isso fosse escolha própria – As únicas pessoas com quem eu a vejo conversando é o Oliver e com Cedric Diggory. – Finalizou.

– Diggory... Tinha que ser o metido a bonitão – Desdenhou Ron.

– Acho que a beleza do Diggory não tem nada a ver com isso, Ron, mas desde o primeiro ano que ela só conversa com os dois. E bom comigo, mas só de vez em quando e sempre estamos na Biblioteca, ela me ajuda a fazer algumas pesquisas, como no ano passado quando descobri sobre o Basilisco, ela quem deu a ideia do encanamento. – Ela deu uma pausa e em seguida veio à voz de Harry, mas baixa demais para Hayley diferenciar as palavras. – Acredite Harry, já tentei, mas Hayley não faz amizade fácil, e olha que eu tento fazer amizade com ela há três anos e nada que se possa chamar de amizade. – Hayley sorriu e levantou-se, subiu rapidamente no dormitório e pegou um livro que Hermione queria emprestado, desceu novamente para o salão comunal, eles continuavam do mesmo jeito, conversando agora sobre outra coisa. Aproximou-se.

– Mione? – Ela me olhou dando um pulo.

– Hay! Tá tudo bem? – Sorriu pra Hermione.

– Tudo, só vim lhe entregar o livro que me pediu emprestado. – Ela sorriu.

– Ah, obrigada, Hay. – Olhou para a cadeira do lado e vi Harry sentado a olhando, ao lado dele Ron tagarelava algo sobre seu rato.

– De nada. – Sorriu levemente e abaixou a cabeça.

– Senta um pouco aqui com a gente? – Pediu Mione

– Isso! – Ao ouvir a voz do Moreno foi como se sua cabeça desse um estralo, ela o olhei assustada e seu sorriso se fechou.

Droga, Hayley, você tá chamando atenção.

– Eu... Não, Mione. – Se voltou pra ela.

– Aah, Hay, por quê? - Ela olhou novamente para Harry e percebeu que ele continuava a encarando.

– Nada... Eu... Eu vou terminar de estudar e... Vou para o Dormitório. – Hermione sorriu.

– Tudo bem. A gente se vê amanhã, então. – Hayley concordou.

– Sim, amanhã a gente se vê... Na Biblioteca. – Ao dizer isso Hayley deu as costas e voltou para sua cadeira, pensando na merda que tinha feito, chamar atenção do Potter, que droga, pegou um livro e começou a prestar atenção nele.

Já estava a um tempo lendo, e sentiu alguém a observar, virou para o lado e encontrou o olhar do Moreno, ela corou levemente e ouviu Mione o chamar.

– Harry? O que acha? – Sem resposta, Harry continuava a olhando – Harry! Harry James Potter! – Ele desprendeu o olhar do dela e Hayley fechou o seu livro.

– Poxa, você pode parar de olhar pra Hayley e prestar atenção aqui um pouco, cara? – Reclamou Ron, Hay pegou todos seus livros e seguiu para o dormitório.

– É só que... – Harry hesitou a vê-la se aproximar. – Ela é tão bonita... E os olhos dela, me faz pensar que a conheço de algum lugar, mas eu... Não me lembro. – Hayley estranhou, também teve essa sensação quando o viu pela primeira vez, depois colocou na cabeça de que estava enganada, devia ser só impressão, por causa das visões, devia ser coincidência. Ou não.

Flashback Off

Hayley tirou o Potter da cabeça – difícil – e voltou a dormir. Dessa vez sem sonhos, apenas com um par de olhos verdes em sua cabeça.

Acordou no dia seguinte com Cedric lhe dando um beijo quente na bochecha.

– Acooorda, pequena, já é quase meio dia. – Sussurrou em seu ouvido. Hayley bocejou e se espreguiçou, enquanto isso Ced a observava.

– Bom dia – Disse Hayley lhe dando um beijo na bochecha, a garota se levantou da cama e foi ao banheiro, fez sua higiene matinal, trocou de roupa, pegou a escova de cabelos e saiu do banheiro enquanto penteava-os.

– Aonde vamos almoçar? – Perguntou olhando para o garoto.

– Mamãe enviou uma coruja e mandou te levar para almoçar lá. – Disse entrando no banheiro

– Isso foi um convite ou uma intimação? – A garota brincou.

– Acho que foi uma intimação. – Respondeu saindo do banheiro com a calça do pijama nas mãos, já vestido com uma roupa trouxa.

– Ah, ok então. – Disse Hay pegando uma jaqueta.

BAM BAM BAM

Hayley olhou pra janela e viu Erin batendo com as garras no vidro, correu até lá e a coruja voou direto para seu poleiro.

– Ah, querida, obrigada. – Falou Hay fazendo carinho em seu bico e essa deu uma leve bicadinha em seu dedo.

Hay pegou as duas cartas que a coruja trazia e abriu à primeira.

Hayley,

Depois me envie mais detalhes sobre essa visão. Tenho feito algumas pesquisas e isso seria de grande ajuda. Preciso que tente descobrir o local em que eles estavam e se conseguir mais alguma informação me envie imediatamente. Tudo bem vá a Copa, mantenha-se distante de Lucius Malfoy, ele e toda sua família estarão presentes no evento. Ah, Harry também estará por lá, assim como toda a família Weasley e a Srt, Granger. Mantenha os olhos bem abertos, e ajude Harry Potter no que for preciso, não o perca de vista, mas não chame sua atenção. Harry não tem noção do que está por vir, você sabe muito sobre isso. Proteja-o. E proteja-se. Faça o que for possível. Iria pedir para ir á Copa, mas você já tomou essa decisão por si mesma, fico feliz. Mais uma coisa, gostaria que pudesse se aproximar de Harry e seus amigos, está em um bom momento pra isso. Essa é a hora.

Tenho plena confiança em você, Hayley e sei que nunca estragaria meus planos, Tenho orgulho do que te faz ser tão dura na queda. Você me lembra de seus pais. Igualzinha a sua mãe, mas os olhos… Eles são de seu pai.

Atenciosamente,

Albus Dumbledore.

Revirou os olhos, ele sempre encontrava uma maneira de meter Potter nisso, e se não quisesse que ela fosse á Copa ele, provavelmente, já tinha arranjado uma desculpa. Se aproximar deles? Depois de tanto tempo os repelindo? Que merda. O caso era que ela era uma marionete nas mãos de Albus Dumbledore.

Cedric jogou-se na cama, imaginando que a amiga iria demorar, Hayley abriu a segunda carta e não pode deixar de sorrir.

Hayley,

Olá querida, fico feliz que esteja bem. Desculpe-me não ter lhe dado noticias nas ultimas semanas, mas estava fazendo exatamente o que me pediu. Tentando botar um pouco de juízo na cabeça dura de Black.

Estou bem, também, não precisa se preocupar, estou de olho em Almofadinhas e não vou á Copa. Além do mais, essa semana é semana de Lua Cheia, então não vou á lugar nenhum. Obrigada pela poção, vou guardar no estoque – sim, todas as vezes que me escreve você me envia um pote, já deu pra montar um estoque – agora, garota, pare de se preocupar, sua missão com Dumbledore – que eu ainda não sei qual é – deve ser muito cansativa, então aproveite o máximo que puder. Então relaxe e pare de se preocupar com todos ao seu redor. Cuide um pouco de si mesma e de seu coração.

Como vai o processo de adoção para a senhora Figgs? Queria mesmo que você viesse morar comigo, mas sei que tudo isso tem a ver com sua missão, e não pense que sou tolo, pois com certeza liguei isso ao Harry. Um dia descubro qual é, Hay. E juro que te ajudarei no que puder.

Te Amo,

De seu Padrinho mais querido,

Remo.

Sorriu ao ler, nunca viu padrinho mais cabeça dura que esse, quando ela iria conseguir colocar na cabeça dele que sua missão não podia ter interferência de ninguém? Que era algo só dela? Nunca.

– Vamos? – Chamou Cedric. Levantou-se e sorriu para ele.

– Claro. – Cedric apontou a varinha para o malão de Hayley e o fez desaparecer, provavelmente, o mandando para sua casa, fez a mesma coisa com a gaiola de Erin.

Pegaram o pó de flú, e jogaram na lareira. Cedric foi à frente, falando Diggory’s House e Hay o seguiu.


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