O Assassino E As Ordens Militares escrita por Goth-Lady
Notas iniciais do capítulo
Muito tempo sem posar, eu sei.
Depois de muito esforço, Reinaldo se levantou. Ele levou a mão até a cabeça para massageá-la e notou um tecido estranho nela. Ele olhou para os lados em busca de Louis e o encontrou desmaiado.
- Louis, acorde. – Chacoalha Louis.
- Hã? O que aconteceu? – Despertando. – Eu não me lembro de nada.
- Que bom que vocês acordaram. – A voz vinha de um rapaz de aparentemente 16 anos, cabelos negros, olhos castanhos e sotaque sulista. Ele usava um manto parecido com o de Louis, exceto pela cor, era negro com uma cruz branca. – Vocês estão bem?
- Acho que sim. – Respondeu Reinaldo.
- Se estar bem é se sentir como se tivesse acabado de levar uma martelada, eu estou ótimo. – Disse Louis esfregando a cabeça.
- O que aconteceu?
- Eu não sei, apenas encontrei vocês dois desmaiados no meio da estrada e cuidei de seus ferimentos. – Disse o rapaz.
- Obrigado. Sou Reinaldo Soderini, de Florença, e este é meu amigo Louis Lefebvre, de Toulouse.
- Prazer. Sou Paolo Venosa, de Nápoles.
- Maldita dor de cabeça! – Exclamou Louis. – Parece até que eu estou de ressaca.
- Tome isto. – Disse Paolo retirando um líquido estranho da bolsa. – Vai ajudar a dor passar.
- Obrigado. – Louis pega e toma o conteúdo.
- Vocês apanharam feio.
- Não, não apanhamos. – Começou Reinaldo. – Foi um cavalo que nos derrubou.
- Pensei que tivessem apanhado de um mercenário ou do assassino.
- E por que acha isso? – Disse Louis enquanto entregava o recipiente vazio para Paolo.
- Seu manto. Você é um templário, certo? Quando os vi na estrada, seu manto foi a primeira coisa que chamou a minha atenção. Minhas suspeitas foram confirmadas quando vi isto. – Paolo apontou o cordão de Louis, que continha cruz vermelha pendurada. – Mas seu amigo não tinha um e não me pareceu hostil, então resolvi ajudá-los.
- Eu não sou mais um templário. Acabei de desertar da ordem. Não era lá o que eu pensava. Só não tive tempo de jogar isso fora. E também, só os novatos usam este manto, os mais velhos usam outro tipo de vestimenta.
- Que bom. Por um instante achei que éramos inimigos.
- Louis, do que ele está falando? – Perguntou Reinaldo não entendendo nada.
- Eu não sei. Os templários são tão odiados assim?
- Desde que abandonaram os antigos propósitos da ordem, ela nunca mais foi bem vista por ordem nenhuma. Minha ordem guarda um profundo rancor pelos templários.
- Sua ordem? – Perguntaram os dois.
- Sou da ordem os hospitalários.
- Um hospitalário?!
- Louis, o que está havendo.
- Eu já vi este nome em algum lugar. Minha mochila, onde ela está?!
Paolo pegou as mochilas e explicou que os pertences deles estavam todos espalhados por todos os cantos e ele recolheu, por isso as mochilas deveriam estar bagunçadas. Reinaldo e Louis remexeram nas mochilas atrás dos documentos. Louis achou a carta de Reinaldo em sua mochila.
- Mon Dieu! – Exclamou o francês. – Você é...
- Isso mesmo.
- Não dá para acreditar! Reinaldo, você está em sérios apuros!
- O que foi? – Perguntou Paolo.
Os dois trocaram olhares de cumplicidade para saber se contavam a ele ou não. Louis voltou a vasculhar nas mochilas enquanto Reinaldo foi desviar Paolo do assunto.
- Não é nada muito importante. Então, o que um hospitalário faz por essas estradas?
- Estava em uma missão que me levou até Siena. Eu ia voltar a Nápoles, mas eu me perdi.
Reinaldo olhou para todos os lugares para se certificar de que estava certo. Ele viu a estrada bloqueada pelas árvores e soube que era o lugar certo.
- E vocês, o que fazem aqui?
- Meu amigo e eu estamos fugindo de Florença. Savanarola mandou matar meus pais e Louis desertou dos templários. Estávamos sendo seguidos por eles.
- Entendi.
- Hei, vocês aí! Gritou um dos guardas de uma patrulha com três homens.
- Hospitalário!
Os templários foram para cima deles. Paolo pegou a sua espada e se defendeu dos golpes, mas não atacou nenhuma vez. Reinaldo desviou e acertou um soco na cara de um dos patrulheiros. Louis parou de fazer o que estava fazendo, pegou sua espada e matou os três. Louis começou a discutir com Paolo.
- Você o tinha na mão, por que não o matou?
- Porque eu não gosto de matar. Pra falar a verdade, eu odeio lutar.
- Então por que entrou para os hospitalários?!
- Porque é uma ordem que cuida dos feridos. Eu queria ser médico, mas como uma escola de medicina custa caro, acabei entrando para os hospitalários.
- Deixa pra lá. Sei como é não ter grana para fazer o que quer. É melhor verem isso. – Eles vão até os documentos. – Roubei isso dos templários antes de desertar. De acordo com isso, a ordem hospitalária foi fundada pouco tempo depois da ordem templária. Se trata de uma ordem de cavaleiros-médicos.
- Cavaleiros-médicos?
- Sim. – Respondeu Paolo. – Além de lutar, também tratamos dos feridos, mas eu não gosto da parte da luta.
- Pelo visto era uma grande aliada da ordem dos templários. E vejam só! A ordem dos templários era para ser uma ordem de monges-cavaleiros e proteger os peregrinos no percurso até Jerusalém, mas se tornou uma poderosa instituição financeira. Parece que a ordem desviou de seu caminho depois que encontraram a maçã.
- Maçã? – Perguntaram os outros dois.
- Não sei o que é, apenas menciona uma maçã. E tem dos assassinos também! Segundo isso, a ordem dos assassinos foi criada Hassan ibn Sabbah. Ô nome estranho!
- Continua. – Pediu Reinaldo.
- Esse cara também era conhecido como o velho da montanha. Pelo jeito a ordem dos assassinos e a dos templários se odeiam, principalmente depois que os templários se corromperam.
- Precisamos achar os assassinos.
- Reinaldo, calma. Eu sei que seu pai é um assassino, mas...
- Desculpe interromper, mas ouvi dizer que há uma cidade em poder dos assassinos.
- Sabe?! – Os dois amigos se viraram incrédulos para Paolo.
- Sim. A ordem hospitalária é responsável não só por seus cavaleiros, como também pelos médicos. Você ouve todo o tipo de coisa na ordem.
- Onde, Paolo?! – Perguntou Reinaldo desesperado.
- Ouvi dizer que se chamava Monteriggioni.
- Muito obrigado!
- Antes de irmos, é melhor sermos cautelosos. – Louis pegou a espada de um dos guardas mortos e a deu para Reinaldo. – Está anoitecendo e o caminho é longo sem o cavalo. Paolo, você virá com a gente?
- Claro, por que não?
- Espera aí, assim de repente?! Nem conhecemos ele!
- Os templários não suportam os hospitalários. Como não estou mais na ordem e ele nos ajudou, confio nele.
E assim começou a jornada desses três companheiros até Monteriggioni.
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