Porque Ninguém Precisa De Um Namorado escrita por Amélie Poulain


Capítulo 8
Não provoque


Notas iniciais do capítulo

I'm back, muchachos. *-*
Playlist:
Nicole Reynolds - The Only Ones



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   Acreditava que a pressão das garotas para eu encontrar um vestido não era brincadeira, até mesmo porque nunca é bom procurar as coisas em cima da hora. No caso quando o baile já é no dia seguinte. Eu havia percorrido todo o centro da cidade atrás de uma droga de vestido para uma droga de baile, mas a única coisa que encontrava vestidos infantis. Isso é o que acontece quando se mora em uma pequena cidade com pouca variedade de lojas.

  Havia desistido naquela busca para o vestido perfeito, iria de calça de jeans e que o pessoal me criticasse. Procurava minha bicicleta até me deparar com o pequeno antiquário que nunca levava à sério. Bom, tudo tem sua primeira vez. Não medi esforços e entrei no estabelecimento fazendo vários ruídos enquanto pisava no piso de madeira. Levei um susto logo quando uma senhora me abordou.

  — Olá jovem! Posso ajudá-la? — perguntou senhora, não prestei muita atenção em suas feições de inicio, mas havia alguma coisa que lembrava-me alguém. De qualquer forma, eu apenas assenti para a mulher.

  — Sim, estou procurando um vestido. — respondi enquanto olhava ao meu redor atrás de achar roupas.

  — Sinto muito, jovem. Mas não temos vestidos aqui, temos outras peças vintages aqui. — articulou a senhora apontando para um varal cheio de roupas.

  Logo estava já procurando com ambição alguma coisa que me chamasse atenção, dito e feito. Uma saia toda trabalhada com pedraria e lantejoulas. Foda-se vestido, eu irei pelada mesmo, ok, mentira. E assim na cara de pau, puxei uma tesoura da minha bolsa e cortei um pouco da barra da saia. Pronto, estava perfeita. Pelo fato de está bastante tarde não vi necessidade de experimentar a saia, a minha preocupação seria achar uma blusa adequada para a determinada saia.

  — Irá levá-la? — indagou a mulher aproximando-se e pedindo a permissão para pegar a saia.

 — Sim, mas não tenho nenhuma blusa. — eu disse e a senhora logo sorriu, em passo ligeiro ela trouxe com si uma blusa bem simplória mais bonita. — Já olhou essa? — indagou.

  Rapidamente trouxe a blusa para minhas mãos no intuito de olhá-la bem, infelizmente o sininho da porta tocou e tirou minha atenção. Alguém estava adentrando o estabelecimento. Era Will. Como assim? Certo, respira e ignora.

  — Ah, olá Marni. — ele disse. Ignora mesmo?

  — Oi Will. — disse em um sussurro. A senhora virou-se para nós, assim sem entender a situação. — Sim, nós nos conhecemos. E irei levar a blusa também. — finalizei já querendo me ver longe daquele lugar.

  Agradeci a Deus por não ter demorado muito, mas por alguma razão Will percebeu esse meu incômodo em relação à sua presença. Preferi ficar calada, não teria nenhuma discussão naquela situação. Sempre acabava com o ego ferido ou odiando-o mais. Garotos sempre idiotas.

  E assim, rapidamente já estava correndo em direção à bicicleta que estava encostada em um poste. Até escutar meu nome ser gritado diversas vezes, estava firme e forte que não iria me virar, porém as pessoas ao meu redor apontavam para mim, querendo fazer-me parar.

  — O dia que alguém correr atrás de mim, pode chamar a policia porque só pode ser assalto! — eu disse erguendo as mãos e não virando, permanecendo traçando meu destino.

  Com tranquilidade e paz pedalava pela cidade, tentava evitar a ideia de está algo errado, porque sabia que tinha. Desde o dia das garotas, havia algo estranho, algo que desconhecia em mim mesma. Deveria ser estresse pela aproximação do baile. Tinha que ser isso. Não era isso. Entrando em conflito emocional, acabei parando perto do parque e deixando a bicicleta de lado e começando a adentrar no pequeno parque.

  Está tudo bem, coloquei isso em sua cabeça! Não se deixa abalar pelas suas emoções, lembra-se da última vez que isso aconteceu? Você acabou com seu coração na mão, todo destruído e aos pedaços. Não, você não gosta de Will.

  — Eu não gosto dele! — eu urrei batendo meu pé contra o chão. E sabe aquele momento que tudo dá errado? Um Will desesperado aparece em minha frente.

  — Dá para ser mais desligada, Marni? Você se esqueceu suas sacolas na loja! — disse ele entregando-me duas sacolas com minha saia e blusa.

  — Ah, obrigada. — finalizei dando de costas esperando ele ir embora.

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez... E ele não havia se movido, permanecia ali atrás de mim, observando não sei o que.

  — Dói né? — perguntei virando-me para Will com um sorriso perverso adornando minha face.

  — O que? — ele indagou coçando a nuca enfatizando sua dúvida.

  — Ter seu coração quebrado por um idiota. — eu disse. Rá, estava mentindo. Não disse isso.

  — Essa pedrada, toma. — e foi assim num acesso de raiva atirei-lhe uma pedra grande em Will, mas ele desviou com facilidade e olhou-me horrorizado.

  — Qual é o seu problema, Marilyn? — ele elevou seu tom de voz enquanto falava, percebia que aos poucos ele diminui o espaço entre nós, coisa que me intimidava de alguma forma. Felizmente evitei qualquer tipo de contato visual, ficando assim, admirando meus tênis.

  — Marilyn Buxbam! Estou falando com você. — ele falou, mas tornei a ignorá-lo até que ele veio ao meu encontro e sua mão deslizou pelo meu queixo elevando-o e obrigando-me olhar em seus olhos, contra meu gosto.

— Eu estou com raiva de ti. Pronto. Está satisfeito? Agora me largar! — disse e sacudi sua mão de meu queixo livrando-me daquele contato visual. Conseguia ver que estava Will havia adquirido outra postura logo quando proferi aquilo, suas feições que antes estavam retesadas agora eram firmes.

  — E você tem algum argumento concreto para explicar isso? — ele rebateu voltando a se aproximar.

  — Não, na verdade, mas você me faz sentir inferior. — disse colocando minha mão em seu peito e empurrando-o para longe.

E ele afastou-se, mas voltou no mesmo baque.

   — Você é mais complicada que as outras garotas. — ele disse e concentrou seu olhar em mim. — Mas isso que te diferencia das outras, Marni. — prosseguiu ele, eu logo vir-me-ei sentindo minha face queimar de vergonha. — Você é uma incógnita para todos os garotos, se já não percebeu. — continuou com sua voz firme e um pouco intimidadora para mim. — Você é excêntrica de certa forma. — ele finalizou e logo senti suas mãos em meus ombros.

Excêntrica? Ele considera aquilo como um elogio?

Permaneci sem proferi palavra alguma, gostaria que aquilo silêncio não fosse rompido tão cedo. Gostaria que quando virasse-me ele já tivesse tomado seu rumo e nunca mais olhasse em minha face. Eu detestava Will Bloom. Por quê? Ele iria receber algum prêmio de maior idiota brincando com meus sentimentos? Idiota! Sou uma idiota. Como diabos ele iria ter consciência que eu estava sentindo algum tipo de sentimento por ele? Não, nada de se apaixonar, Marni. Você sabe como acabou da última vez...

— Me deixa em paz, Will. Vai lá atrás da Danny. Me deixa! AGORA! — eu disse ainda de costas e corri pela extensão do parque tentando despistá-lo. Will idiota. Garotos idiotas!

Mas como toda coisa da vida, ele me seguiu infelizmente. Acabando por agarrando meu braço e eu perder o equilibro caindo em um monte de folhas secas. E sabe o pior? Ele caiu junto comigo deitando-se ao meu lado ainda segurando meu braço.

— Você não irá me deixar em paz? — urrei com fúria impregnada em minha voz.

— Marni, por que você se comporta assim? — perguntou ele.

— Por que você é um idiota? — indaguei admirando as estrelas acima de nós.

— Você acha que sou um idiota? — perguntou.

— Sim, acho. — disse firme e forte.

— Ótimo. — ele disse.

— Ótimo. — finalizei.

E depois a única coisa que conseguíamos ouvir era o silvo dos insetos. Sabia que aquela conversação ainda não tinha acabado, sua mão ainda era firme em meu braço e não tinha esperança de conseguir me soltar utilizando minha própria força.

— Você é diferente, M. — ele falou quebrando o silêncio, em seguida virei meu rosto para olhá-lo e lá estava ele, encarando-me com seus olhos castanhos. — Você é o tipo de garota que qualquer garoto iria apaixonar-se em somente cinco segundos de conversa e não como as outras, em somente um olhar. — ele disse.

Como assim? Ele havia acabado de me chamar de feia? Que ótimo, agora estava fazendo graça com minha aparência.

— Claro. Porque essa garota aqui não é gostosa como as outras. Faça-me o favor de me largar. — eu exigi ameaçando-o.

— Não.

— O que você quer?

— Que você não vá ao baile.

— Mas eu vou.

— Você vai comigo. Não com o Jeremy.

— E a Danny?

— Brigamos.

— Legal e eu sou o prêmio de consolação?

— Marni! Quer largar de ser ignorante. Você não percebe?

— Percebo o que?

— Que eu gosto de você.  


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Notas finais do capítulo

Saia e blusa da Marni: http://www.polyvore.com/hope_shell_be_fool--thats_best/set?id=53039264



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