A Sombra Da Lâmina escrita por Miss Venomania


Capítulo 19
O retorno do filho pródigo


Notas iniciais do capítulo

Olááááá pessoassssssss :DDDD Happy birthday to meeee ♥♥ AYE!! Enfim, aqui está mais um cap, espero que gostem tanto quanto eu gostei de escrever essa fic ♥ P.S.: O capítulo ficou um pouco que MUITO longo, mas enfim xDDD



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- Sai daqui! - Digo, olhando-a nos olhos.

- O-O que? – Ela pergunta

- SAI DAQUI AGORA ANTES QUE EU MUDE DE IDEIA!!- Grito, espantando todos os pássaros, quase como o grito da Katarina quando me achou na clareira. Quinn se levanta e corre rapidamente em direção á floresta, tropeçando em alguns pontos devido á fraqueza pela perda de sangue.

 Sigo meu caminho e entro pela janela da indústria. A temperatura dentro da mesma é muito elevada, alguns minutos depois de ter entrado consigo sentir minha camisa encharcada pelo suor. Há carvão por todos os lados, e em alguns pontos podem ser vistas labaredas e até mesmo fogo. Passo pelas dezenas de salas vazias, já estava tonto e desidratado quando chego a uma sala com um tipo de dispositivo estranho. Neste, havia escrito um código estranho, e estava protegido do fogo dentro de uma camada de vidro reforçado. Me aproximo do mesmo com cuidado, podem haver armadilhas em qualquer lugar. Quando estava próximo o suficiente para tocar o objeto, ouço uma voz atrás de mim:

- Não sabe com o que está brincando, Noxiano!

Olho para trás rapidamente, com a lâmina empunhada. Era a Vayne, mas ela possuía uma aparência maléfica e fora de si, muito diferente do seu normal, cruel e misterioso. Seus cabelos estavam bagunçados, seus óculos estavam tortos e suas roupas rasgadas em alguns pontos, além de seus olhos estarem arregalados e sem brilho, e seu sorriso ter uma essência parecida com a de Noxus, cruel e sanguinária.

-... O que é essa coisa??- Pergunto.

- Isso? Quer dizer... – Ela me empurra para o lado e se aproxima do objeto, apontando para um botão vermelho no mesmo. – Isso aqui?

- Sim... Isso mesmo.

- Bom, já que você não vai sair vivo daqui mesmo, vou te contar, como seu último desejo! Isso é o controle de centenas de milhares de dispositivos que estão espalhados por Noxus inteira. Com um simples apertar desse botão, tudo irá pelos ares. Inclusive a sua amada, como era o nome dela? Katarina?

Sinto meu coração acelerar com a notícia. Saber que qualquer movimento brusco que eu faça pode resultar na morte de pessoas “inocentes” e, principalmente, da pessoa que salvou minha vida.

- Demacianos são medrosos demais pra guerrear? – Deixo escapar.

- Não! Por que guerrear se podemos acabar com todos em um piscar de olhos?

- Hm... E o que acontece se esse controle for destruído?

- Ah, eu não faria isso se fosse você! A destruição desse controle causaria uma explosão que mataria a nós dois.

Travo por um instante, olhando para baixo. Uma lágrima escorre pelo meu rosto, caindo no chão e evaporando em poucos segundos.

- Te dou uma noite de vantagem para você se esconder, Noxiano!- Ela diz, com um sorriso sarcástico e maléfico.- E se ousar tentar contar para os outros da sua “raça” sobre nosso plano, mataremos cada um separadamente de forma lenta e dolorosa. E faremos questão de você estar na plateia durante a morte de sua amada, lindo, não??

Me viro de costas, toda a minha vida parece passar pelos meus olhos. Tiro a mochila das costas e pego uma lâmina para atirar a distância, segurando-a ao lado do corpo.

- Então vai tentar lutar,é? Nem adianta. Qualquer passo indiferente e sua nação inteira vira pó.- Ela ameaça.

Vejo um pequeno pedaço de carvão em chamas ao meu lado. Pouso a lâmina sobre ele por alguns segundos. Vayne parecia impaciente, rangia os dentes atrás de mim. Após alguns segundos, retiro a lâmina do fogo, e, ainda virado de costas, digo:

- Então é esse o custo para manter uma nação inteira viva?

Jogo a lâmina na dispositivo, cortando-o, fazendo labaredas saírem do mesmo. Vayne se assusta com o ato, e me olha nos olhos com raiva.

- Esse é um preço... que estou disposto a pagar!!- Respondo, quase sem ar.

- Seu... Seu idiota!! Você não pode fazer isso, você tem medo da morte!!

-... Acontece... que eu não faço isso por mim!...Faço pela Katarina!...Faço POR NOXUS!!

                                                                    ...

“ Caras irmãs e irmãos Noxianos. Hoje é um dia histórico para todos nós. Os planos de Demacia foram descobertos e desintegrados. Teremos paz por mais alguns anos. Infelizmente, perdemos um bravo soldado nessa luta. Espero que, um dia, possamos vingar sua perda, fazendo com que o reinado de Demacia finalmente caia.”

O discurso feito próximo á minha atual localização me acorda do sono que parecia eterno. Com algumas peças de vidro reforçado e muita, muita sorte, consegui sobreviver á explosão. Me lembro de ter saído rastejando da indústria, e tudo que pude ver foi o corpo da minha inimiga estendido no chão, cheio de feridas e sangue devido á explosão, que assustou toda a cidade. Felizmente, nenhum dos cidadãos em volta me viu rastejar em direção á floresta. Pego as bandagens e os pães que haviam na minha mochila, envolvo minha cabeça, meu braço e meu olho direito, que ainda sangrava, com as bandagens e como dois pães, que não ficam muito tempo em meu estômago devido ao enjoo causado pelo ar rarefeito e a fumaça da explosão. Após tudo isso, rastejo mais um pouco até sentir meu corpo incapaz de continuar. Me sento sob uma árvore, tudo parece girar á minha volta, fazendo eu cair no sono. Acordo com o som do discurso e aqui estou, juntando todas as minhas forças para rastejar em direção ao som das declarações de luto feitas em Noxus. Chego ao limite da floresta, meu corpo pedia piedade, mas simplesmente não conseguia parar de seguir o som, que logo se silenciou. Estava prestes a gritar para tentar aliviar a dor que sentia, quando, para minha surpresa e “alegria”, vejo os dois irmãos juntos no limite da floresta. Draven estava sentado na mesma rocha em que estava quando parti, afiando um pedaço de madeira com uma faca. Darius estava em pé ao seu lado, com uma mão em seu ombro e a outra segurando um papel. Em um movimento súbito, levo minha mão á boca, bloqueando o possível grito e me fazendo engolir um pouco de sangue e terra.

- Quem diria que eles teriam milhares de bombas espalhadas por toda a nossa cidade... –Diz Darius, olhando o movimento das mãos do irmão.

- Quem liga? Pelo menos aquele rato de esgoto morreu! A escoria de Noxus tinha que ser eliminada! – Rosna Draven, afiando com mais força o pedaço de madeira.

- Então por que está aqui? Não sabe fazer nada além de executar pessoas por diversão, e ainda acha que tem moral pra falar de alguém!

- Heh! Até parece que você faz muito mais do que isso!

- Nem tente mudar de assunto, você podia ter dormido sem essa!

- Não estou mudando de assunto... – O carrasco disse, jogando a madeira afiada no declínio próximo, acertando um cervo que bebia água na corrente que passava pelo mesmo, matando-o imediatamente. O irmão parece impressionado. - ... Apenas faço as minhas coisas com o meu estilo!

- Nossa...

- E você sabe que a morte dele foi o melhor para Noxus inteira! Afinal, você sabe no que essa história desse “Télon” ter conquistado a Katarina iria acabar, certo?

- É Talon... e sim, eu sei... As guerras só iam continuar se tudo isso não acabasse!

- Eu não gosto de elogiar, mas sua ideia de manda-lo para uma missão suicida foi razoavelmente boa!

-... Draven

- O que?

- Desde que ele chegou você está tão diferente! O que houve com sua autoconfiança excessiva?

- ... Eu simplesmente não consigo demonstrar minha grandeza com os resquícios do rato de esgoto ainda por aí! Quando a poeira abaixar, eu posso voltar a ser quem eu sou!

A conversa dos dois me assusta, a vontade que me deu foi de gritar perguntando o que estava acontecendo, mas, além de ser provavelmente suicídio agora que sei que minha morte é mais do que necessária, não estou em condições de fugir ou atacar caso queiram se livrar da responsabilidade logo. Me apoio em uma árvore para tentar levantar. Ando em direção á mansão, onde há uma aura triste, sem vida. Tento abrir as portas da frente, mas parecem trancadas. Me lembro da entrada dos fundos pela qual Katarina me arrastou até o campo de treinamento, e vou até lá o mais rápido que posso, tropeçando algumas vezes. Ao chegar lá, vejo-a sentada em um tronco de árvore, segurando algumas das armas que usei para acertar os alvos. Ela apertava as lâminas com força com suas mãos trêmulas, como um tesouro precioso, e parecia estar chorando muito. Junto minhas forças para pular sobre o muro que separa a área de treinamento do resto da cidade, e ando lentamente em sua direção.

- Ele me disse que voltaria... ELE ME PROMETEU!! POR QUE FUI TÃO INGENUA?? POR QUE ACREDITEI NAQUELE...N-naquele....

-... Verme?

Ela arregala os olhos, e observa o meu reflexo na lâmina. Após alguns segundos, se levanta do tronco e se afasta um pouco.

-... Sim, eu prometi! Eu não gosto de me comprometer, mas... Eu nunca quebro uma promessa!

Ela se aproxima lentamente, me olhando nos olhos. Ao chegar próximo o suficiente, ela passa a mão direita em meu cabelo, ainda com o capuz. Ela toca a ferida causada pela Riven, que ainda doía um pouco em minha cabeça, e logo dá um pequeno sorriso.

- ...É você...

- Sim, sou eu! Eu voltei, como prometi!-Digo, abrindo os braços para um abraço. Ela corre ao meu encontro, se pendurando em meu pescoço, me fazendo cair para trás devido á fraqueza. A dor do impacto me faz gemer e me contorcer um pouco, mas o calor do seu abraço parece fazer todas as dores que sinto sumirem. Ao sentir o cheiro do sangue que, mesmo sem eu sentir no momento, escorria pelo meu rosto, ela se levanta e me ajuda a fazer o mesmo.

- Seu olho...- Ela diz, preocupada.

- Ah! Eu consegui isso lutando com uma “garota pássaro” em Demacia! Não é nada de mais!

- Mas está sangrando muito! Eu vou pegar uma coisa! Me espere aqui!

- Não precisa se preocupar Kat! Está tudo bem!

- Eu disse pra me esperar, verme! – Ela diz, rindo inocentemente em seguida.- É sério, me espere aqui, ok?

Sem muitas opções, espero sentado sob uma árvore. As recordações que tenho deste lugar me fazem mergulhar em meus devaneios. Tinha prometido a mim mesmo que não iria mais ficar me questionando sobre o passado, mas acho que a questão de cumprir promessas não funciona quando se trata de mim mesmo. Em alguns minutos, a Kat volta com a mesma caixa que uma vez usara para cuidar da minha ferida na cabeça, pega um pedaço do algodão e umedece com água. Ela retira a bandagem que envolve meu olho, e revelar o susto que toma ao ver o estado do mesmo é inevitável. Ao notar que eu percebi seu susto, ela força um sorriso inocente.

- Está tudo bem! Só precisamos limpar todo esse sangue!

- Não precisa fingir, Kat! Eu sei o que aconteceu!

- Não estou fingindo! Anda, se levanta do chão e senta nesse tronco para eu limpar isso.

Ela estende a mão para ajudar-me a levantar. Obedecendo-a, sento no tronco. Ela passa lentamente o algodão sobre meu olho, causando um pouco de dor a cada toque. Eu observava com o olho saudável a expressão que ela fazia ao perceber a minha angústia, uma mistura de preocupação e arrependimento. Após alguns minutos e vários pedaços de algodão sujos de sangue, meu olho estava com uma aparência melhor, apesar de minha visão estar bastante turva. Ele perdeu sua cor castanha e agora sua íris possui um cinza amedrontador, e a pupila diminuiu bastante de tamanho, mas pelo menos não está coberto de sangue. Katarina senta do lado oposto do tronco onde estou sentado, fazendo nossas costas ficarem coladas. Ela brincava com minha mão, que estava estendida sobre o tronco, por algum motivo parecia se divertir muito com isso. Ficamos alguns minutos assim, afinal a brincadeira não estava me incomodando muito.

- ...Você está tão diferente de quando te vi pela primeira vez...- Ela diz, ainda brincando com meus dedos. - ... Você ameaçou me matar tantas vezes quando ainda era parceiro da Riven... Mas você nunca o fazia... Até me salvou uma vez...

- O que? Quando?

- Sabe, já faz nove meses que meu pai desapareceu! Eu caí em uma profunda depressão com o ocorrido! Minha irmã também teve alguns momentos de fraqueza, mas logo saiu por aí em buscas de informações e fortuna pelas cidades novamente. Não me lembro da última vez que á vi... Você foi a única pessoa que realmente se importou, que ficou comigo até o final, que cuidou de mim. Você nunca notou, mas eu sempre gostei muito de você! Você nunca se comprometia, não queria se tornar dependente de ninguém. Não lembro exatamente como lidei com o seu desaparecimento, quando você foi deixado quase morto na floresta pela Riven sem eu saber.  

-... E como você me achou? E por que não me reconheceu?

- Você e a Riven costumavam se encontrar todo o dia naquele mesmo lugar. Eu sempre ia lá para me recordar de você, para ter algo para esquentar meu coração do frio que a solidão deixara. E provavelmente não te reconheci por causa das suas roupas, como estavam em maior parte amassadas e sujas. E sua personalidade está muito diferente também. Apenas te reconheci com as botas de guerra e suas roupas limpas e passadas, e quando falou que tinha que provar força e garra para os “cães” de Noxus...tive certeza de que era você!

- Hm...

Ela inclina a cabeça para trás, parando de brincar com minhas mãos.

-... Talon...

- Sim?

- Você acharia estranho... – Ela faz uma pausa, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.- ...acharia estranho se...

- ...Se?...

Ela suspira, e continua:

- Você acharia estranho... se uma pessoa... se apaixonasse por um verme?

Sinto meu coração acelerar, e minhas bochechas arderem e corarem. Sem respostas para a pergunta, levo o polegar á boca e começo a roer a unha rapidamente. Após alguns segundos, respondo:

- De- Depende... Que tipo de verme?

- Do tipo chato, corajoso, irritante, confiável... E que faz falta!

- B- Bem... Não, eu acho!

Ela se vira um pouco e me dá um abraço de lado.

-... Ótimo, porque eu amo esse verme!

Fico imóvel. Mesmo que eu quisesse, não ia conseguir ir para lugar algum. Pela primeira vez, gosto de ser chamado de verme. Vendo que eu estava desnutrido devido aos dias que passei sem comer, ela me puxa para a mansão pelo braço como fazia antes de eu partir para a missão, com um sorriso. O destino é tão engraçado e tão irônico. Se eu não tivesse traído a Riven, eu nunca teria mudado tanto. Se eu não tivesse mudado, a Katarina nunca me acolheria em sua casa e cuidaria de mim por tanto tempo, o que fez eu estar aqui hoje. E por mais que eu devesse estar com raiva da minha antiga parceira por toda a dor e sofrimento que tive, não sinto rancor. Na verdade, gostaria de saber como ela está agora. Com toda aquela confusão, acabei me esquecendo dela e de todo aquele treinamento de soldado. O destino é delicado, complicado e completamente sensível, como a forja de uma lâmina. Um simples erro, e tudo que você planejava acaba mudando em um piscar de olhos. Como havia dito, me prometi que pararia de pensar no passado, afinal ele é apenas uma sombra de nosso presente, de nossas decisões, exatamente o contrário da lâmina que é o nosso destino. Ele é como... A sombra da lâmina!


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Notas finais do capítulo

*Chorando* O último cap... T3T Foi muito bom escrever essa fic, celebrar e pular sempre que recebia um comentário novo... tudo passou tão rápido... MAAAAAAS Eu estou trabalhando em OUTRA fanfic, então vão ter que me aturar por mais tempo u3u (Boa sorte pra vocês), enfim, espero que tenham gostado da Fanfic :3 Um abraço enorme para vocês, um milhão de beijos e muitos pentakills ♥♥
— T.F.



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