Here Without You escrita por lawlie


Capítulo 21
I wish I could save you. - Parte II




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Kakashi já se aproximava da rua de Takari. Ele acelerava cada vez mais olhando arfante para os lados. Uma seqüência de mansões se estendia por aquela alameda. Em uma placa, ele avista a rua da garota e, violentamente faz uma curva fechada com o carro, arrancando com os pneus.

 

Ele nota que a rua não tinha continuação, e no que seria seu fim, existia um imenso muro. Ele freia bruscamente parando enfrente àquela casa, o que provoca a formação de marcas de pneus pelo asfalto. Kakashi rapidamente desliga o automóvel e sai de lá de dentro.

 

Ele bate com força a porta e vai correndo em direção ao portão de metal, escondido em meio as plantas que surgiam por todos os cantos do longo muro. Kakashi forçou a fechadura da grade, mas nada se moveu. Estava trancada. O garoto observou uma campainha. Ele a tocou com rapidez.

 

Talvez não fosse uma boa idéia ele anunciar sua chegada. Contudo, era melhor do que aparecer por lá como um vândalo pulando o muro. Certeza se ele conseguiria entrar o garoto não tinha, mas esperava e confiava ao menos em conseguir ver Takari.

 

Depois de alguns minutos Kakashi notou que vinham atender a porta dois seguranças uniformizados. Eram altos e assustadores. E sem sombras de dúvidas não eram nem um pouco amigáveis.

 

- Quem é você? – pergunta o primeiro segurança analisando cada centímetro de Kakashi.

 

- Não importa! Eu vim falar com Uchiha Takari! – bradou Kakashi sem medo algum dos enormes homens.

 

- Ora! Seu moleque! Não há nenhuma Uchiha Takari aqui! – disse hostilmente o segundo segurança, mais robusto que o primeiro.

 

- Fale logo seu nome, seu insolente! – grunhiu o primeiro segurança, carrancudo e com cara de mau.

 

- Meu nome é Hatake Kakashi e eu não saio daqui sem a Takari!

 

- Você não ouviu moleque! Não existe nenhuma Takari aqui!

 

- É claro que existe! – interrompeu Kakashi. – E eu não vou sair daqui sem falar com ela! Chamem Uchiha Mikoto! Ou até mesmo o Fugaku!

 

- Do que esse rapazinho está falando?! Você não marcou hora para ser recebido aqui! E eu não tenho ordens de deixar você entrar! Você não vai importunar a família Uchiha, muito menos a Stra. Uchiha! – ralhava o segurança.

 

- Calma Barton, vamos falar com o patrão. Vamos ver se o Sr. Uchiha conhece mesmo esse moleque!

 

Enquanto os seguranças se comunicavam em um canto de visão inacessível a Kakashi, o garoto tentava arrumar palavras para falar com o tal Fugaku. Sinceramente, Kakashi tinha medo do irmão de Takari. O pavor que a garota tinha do Uchiha deixava o Hatake cada vez mais apreensivo e nervoso em ter que encará-lo.

 

Após alguns minutos os seguranças apareceram ainda do outro lado do portão. O segundo abriu um sorriso de satisfação e deboche. Já o primeiro ainda sustentava o mesmo feitio de nojo para Kakashi.

 

- Ele vai vir falar com você, garoto. – disse o segurança de nome Barton. – Mas se eu fosse você não ficaria feliz. O Sr. Uchiha não gosta de ser incomodado, especialmente por alguém como você.

 

- Vamos Barton. – disse o outro segurança. – O nosso problema já está resolvido. Já o desse garoto está só começando.

 

E então os dois seguranças desapareceram de vista, ainda olhando malevolamente para o garoto, indicando que com certeza a confusão realmente iria começar no momento em que Fugaku aparecesse.

 

Kakashi respirou fundo, recusando-se em sentir medo do Uchiha. Mas toda aquela situação o deixava inseguro demais. O garoto sabia que não seria bem tratado naquela casa, especialmente se ele se apresentasse como namorado ou até mesmo amigo de Takari. Eles com certeza não o receberiam ali com chá e biscoitos para uma conversa amistosa.

 

Kakashi então notou uma figura imponente vindo em sua direção, caminhando por aqueles jardins secos e imensos. Era Uchiha Fugaku. Aquele que transformara a vida de Takari em um inferno. Aquele capaz de trazer os pesadelos mais sombrios à garota. Aquele a quem Kakashi estava prestes a encarar.

 

Fugaku se aproximava cada vez mais, andando de forma dura e rude. Até que finalmente ele chegou ao portão trancado. O homem girou a maçaneta do portão e abriu-o. Mas ao invés de convidar o garoto para entrar, fora ele quem saíra da casa.

 

O Uchiha parou, cara a cara com Kakashi. O garoto de cabelos prateados sentiu sua respiração parar, seu coração acelerava de medo, mas ele permaneceu firme sobre as pernas. Fugaku olhava Kakashi com um olhar superior, vindo de cima para baixo, fitando todas as características do garoto.

 

Kakashi sentia que ele esta o analisando, fazendo questão de ressaltar todos os seus defeitos para depois serem usados contra ele. Os dois permaneciam em silêncio. Kakashi fez questão de erguer o rosto e encarar os olhos do homem à sua frente. Aqueles negros olhos eram medonhos. Eram frios, sem vestígios algum de sentimentos. E Kakashi fez questão de não fraquejar. Olhou também desafiadoramente para o Uchiha.

 

Fugaku fechou os olhos por alguns segundos e fez menção de falar algo. Mas ele parecia estar escolhendo cuidadosamente as palavras envenenadas que iria usar. Até que finalmente, em um meio sorriso sarcástico e assustador ele murmurou com a voz fria e grave:

 

- Ora, ora. Isso é mesmo ridículo.

 

No mesmo instante o sorriso de Fugaku desapareceu, dando lugar a uma feição de ira e extremo ódio.

 

- Uchiha Fugaku. – falou Kakashi sem fazer a voz tremer.

 

- Então você é o garoto do baile. – disse indiferente. – Por um momento achei não pudesse ser verdade. Ela é mesmo desprezível... – agora o homem fez uma expressão de nojo, como se algo estivesse fedendo embaixo de suas narinas.

 

- Não fale assim dela!

 

- Quem é você pra me dar ordens, moleque?! – bradou Fugaku para Kakashi.

 

- Eu não tenho medo de você Fugaku! Agora me deixe vê-la! – falou Kakashi no mesmo tom.

 

- Você é muito topetudo garoto. Como é mesmo seu nome?! – perguntou com arrogância.

 

- Hatake Kakashi.

 

Nesse instante Fugaku soltou uma gargalhada de extrema ironia e deboche que deixou Kakashi com mais ódio do Uchiha. Homem detestável na opinião do garoto.

                                                 

- Que pena! – exclamou sarcasticamente. – Pensei que você não podia ser pior, mas estou enganado. Hatake, não? Sabia que você me era familiar. Você realmente se envolveu com as pessoas erradas garoto...

 

- Eu não me importo com o que você pensa ou deixa de pensar! Eu quero apenas vê-la! – interrompeu Kakashi gritando de raiva.

 

- Abaixe esse seu tom de voz moleque! Eu realmente não esperava que o desgraçado que estava correndo atrás daquela bastarda fosse o filho de Hatake Sakumo. O brilhante advogado traidor.

 

- Cale a boca! Você tem o direito de falar assim da Takari e nem do meu pai! – bradou ruidosamente Kakashi.

 

- Tenho sim! – retrucou no mesmo tom, Fugaku. – Você me causa repúdio, moleque! Filho do Canino Branco... Não podia ser pior. Você fede a traição. Você e aquela bastarda.

 

A vontade que Kakashi tinha no momento era socar aquela cara arrogante e nojenta de Fugaku. O garoto sentia ira ao ver aquele homem asqueroso se referindo a Takari como uma bastarda e a seu pai como um traidor.

 

- Será que você sabe a triste historinha do seu pai nas Empresas Uchiha? – debochava Fugaku. – É. Ele trabalhava para mim. E em um belo dia ele entregou informações confidenciais à Companhia Hyuuga, concorrente. E foi trabalhar para eles. Foi apenas por falta de provas que aquele traidor não foi parar na cadeia...

 

- Isso é mentira! – gritou Kakashi. – Ele pediu demissão por causa das falcatruas que você fazia com as outras pessoas! Ele saiu de lá por causa da falta de ética e escrúpulos de vocês!

 

- Coitadinho... Ainda está submergido por mentiras... Pobre garotinho... – continuava a debochar Fugaku.

 

- E sabe do que mais? Não importa o que você fale de mim ou do meu pai! Eu vim aqui apenas para buscar a Takari! E não vai ser você que irá me impedir!

 

- Você acha mesmo que aquelazinha vai querer ir embora com você? Ela não seria tão ridícula a esse ponto.

 

- Eu a amo e sei que ela sente o mesmo por mim! – Kakashi parecia agora que queria ir para cima de Fugaku a qualquer momento.

 

Fugaku agora parecia não conseguir conter o riso e soltou uma gargalhada ainda mais audível que a primeira. Ele se deliciava com o estado de sofrimento o garoto.

 

- Amor?! – disse em meio as gargalhadas – Isso é mais patético que eu pensava! Amor por aquela desequilibrada! Amor por aquela garota louca e ridícula... É, eu tenho dó de você! Muito dó mesmo...

 

- Não zombe de nós! Você é mesmo um monstro, Uchiha! Se a Takari está frágil daquele jeito é por sua culpa! Você que a deixou daquele jeito! Você que a deixou mais vulnerável! Você que transformou a vida dela num inferno! É por causa do seu veneno que ela hoje quer acabar com a vida dela! É por sua causa que ela está lá no quarto dela tentando suicídio! – gritou Kakashi com todo fôlego existente em seus pulmões.

 

- Do que você está falando?! Que eu sou o motivo da loucura dela? Não seja idiota! Aquela bastarda é doente! Ela é daquele jeito por causa do maldito sangue daquela vadia que ela carrega nas veias!

 

Kakashi apertou os punhos para conter sua vontade de partir para cima de Fugaku. A sua têmpora pulsava e sua respiração já estava ofegante.

 

- Eu vou vê-la e levá-la comigo custe o que custar! – gritou Kakashi correndo em direção ao portão da mansão Uchiha.

 

Fugaku foi ágil e se postou frente a frente do garoto. Por sorte, Kakashi era pouco mais baixo que Fugaku e, mesmo esse sendo mais robusto, o garoto não quis pensar no seu ato de desespero. Inconscientemente, Kakashi fecha os punhos fortemente e soca o rosto de Fugaku, que cambaleia buscando por equilíbrio depois de sentir o rosto sendo ferido.

 

- Saia da frente! – grunhiu Kakashi.

 

Porém, no memento que o garoto corria até o portão, ele sentiu uma mão o impedindo de continuar. Com uma rapidez imensa, ele se sente sendo puxado para trás. E depois disso, num lapso, sente o punho de Fugaku em sua face.

 

O garoto cai no chão. Sente o quente sangue escorrer do canto da boca. O Uchiha passa pelo portão e o tranca.

 

- Vá embora daqui moleque! Antes que eu chame a segurança! – grita o homem desaparecendo de vista e indo para o interior da casa.

 

Kakashi limpa o sangue que escorria de sua boca com a manga de sua camisa. E do chão fala consigo mesmo:

 

- Eu não desisti, Takari. Eu irei te tirar desse inferno.

 


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