Narrado por Gabriella Lopez:

*De tarde naquele mesmo dia, após sair do dentista... *

Finalmente tirei o aparelho, ai meu Deus! Não acredito nisso! Agora meus dentes estão certinhos! Ah, eu ainda tenho que me encontrar com a Sofi no shopping, é melhor eu ir rápido.

Peguei um táxi e fui diretamente para o Shopping “Thunder”. Eu nunca soube por que ele tem esse nome e também não me interessa saber agora. O caminho foi um pouco longo, mas finalmente chegamos. Acho que o motorista estava dando voltas e voltas na cidade para me fazer pagar mais caro, não me lembro do caminho ser tão longo. Também não vou nem discutir nada. E sim, eu havia ido sozinha ao dentista e estava sozinha, como eu disse antes minha família está sempre ocupada, aprendi a me virar desde que eu tinha uns 12 anos. Atualmente tenho 17.

Paguei o taxista e sai do taxi, logo que olhei para frente do shopping lá estava ela, Sofia. Acenou para mim e eu andei em sua direção. Dei um abraço bem forte nela, que retribuiu.

- Garota, onde você estava? Olha a hora que aparece! – ela disse. – Nós marcamos as seis e já são quase sete horas.

- O taxista ficou dando voltas na cidade para me fazer pagar mais caro.

- Af esses taxistas de hoje em dia... Agora vamos rápido para o cabeleireiro que seu cabelo está marcado para as sete. – ela me puxou para dentro do shopping correndo, nem me deu tempo para responder. Corremos até o salão de beleza, já na entrada havia uma grande faixada escrita “Hair & Beauty!” em enormes letras rosa néon. Puxou-me para dentro do salão, era um lugar organizado quase todo decorado em branco, rosa e preto. Havia pessoas lá, mas não muitas. Uma moça, que tinha cabelos ruivos presos em um coque, veio de encontro a nós.

- Sofia! – elas se cumprimentaram. – Vejo que trouxe uma amiga, qual o seu nome, querida? – sorriu sendo simpática.

- Gabriella Lopez. – sorri de volta.

- Seja bem vinda! Qual o horário de vocês? – olhei para a Sofi.

- Sete horas!

- Hum, sete horas... – a moça olhou em seu relógio de pulso. – Ah sim, cabeleireiro Ryan, certo? – Sofi assentiu. – Como sempre! Me sigam senhoritas. – saiu andando e nós a seguimos, fomos de encontro a um homem que, no momento, mexia em algumas gavetas procurando algo. – Ryan – a moça tentou chamar a atenção dele, o que não deu muito certo. – Ryan! – falou num tom mais alto e ele olhou assustado. Tinha uma aparência estranha, aparentava ter uns trinta e poucos anos. E com certeza era gay.

- Ai não precisa gritar , não sou surdo ok? – falou. – Deixa que eu dou conta a partir daqui. – a moça sorriu e se foi. – Sofia minha linda! – andou até ela e a cumprimentou com dois beijos no rosto.

- Oi Ryan! – ela disse sorrindo. – Ai está aquela minha amiga de quem eu te falei tanto! – me encarou.

- Ah sim, Gabriella Lopez, certo? – me perguntou.

- Culpada! – falei e ele sorriu, retribuí o sorriso.

- Ora, sente! – me sentei na cadeira, aquelas de cabeleireiro. – Então, vejamos... – soltou meu cabelo. - Seu cabelo está muito maltratado menina – falou boquiaberto enquanto o analisava.. - Mas não se preocupe, darei um jeito nisso! – sorriu me encarando pelo espelho. Sofi, que estava sentada em um “Puff” do meu lado, colocou a mão no meu ombro e sorriu.

(...)

Depois de lavar, cortar as pontas, fazer hidratação, secar, fazer escova, passar prancha, e mais tudo que se tem direito, finalmente o Ryan acabou de fazer o meu cabelo. E... MEU DEUS! Aquele reflexo no espelho não poderia ser eu, não mesmo! Pela primeira vez na vida eu estava me sentindo... bonita. 

- E ai? – ele perguntou com uma expressão de curiosidade no rosto.

- Não estou me reconhecendo – falei e eles riram. – Cara, você faz milagres, só pode! – riram outra vez.  – Mas sério, ficou incrível! Estou me sentindo bonita pela primeira vez na minha vida. – mexi no cabelo, estava macio e bem liso. Sorri. Eu estava mesmo linda, sem querer parecer convencida.

- Viu amiga, eu disse que você ficaria linda! – Sofi disse sorrindo. Me levantei da cadeira e dei um abraço nela.

- Muito obrigada, estou muito feliz! – falei com os dois, sorrindo.

- Não precisa agradecer – ele disse. – É só o meu trabalho. Vai arrasar corações! – rimos.

- Principalmente o coração do Justin – Sofi comentou e eu ri. – Ele vai ficar maluco quando te ver. Agora temos que correr, preciso ainda comprar as lentes de contato e as roupas. Muito obrigada Ryan, o cabelo dela está perfeito, como tudo que você faz!

- De nada minha linda! Agora vão, não quero que se atrazem por minha causa. Um beijo e boa sorte lá com o tal do Justin. – rimos. Saímos correndo do salão feito duas crianças felizes, rindo do nada. Tem coisa melhor do que estar com os amigos?

Andamos até uma loja onde vendia várias coisas, principalmente lentes de contato. Pegamos logo duas embalagens e fomos ao caixa pagar. Coloquei um par de lentes na hora e guardei a outra. Assim que pagamos, saímos da loja com pressa. Andamos pelos corredores daquele shopping até encontrar uma loja de roupas que, para dizer a verdade, eu nem prestei atenção no nome. Entramos normalmente e logo dei de cara com vários tipos de roupas diferentes. Escolhi algumas, com a ajuda da Sofia é claro, afinal quem entende de moda aqui é ela. Fomos para o provador, fui vestindo os “looks” e mostrando a ela, que aprovou quase todos exceto um ou dois. Fomos ao caixa e pagamos tudo, saímos da loja, mas dessa vez andando normalmente.

- Vamos comer alguma coisa, to com fome. – falei.

- E quando é que você não está com fome? Não sei como você consegue manter esse corpinho. – ri.

- Vou comer no Mc Donald’s.

- Então eu também vou. – andamos até o caixa do Mc Donald’s, fizemos nosso pedido e o pegamos em seguida. Avistamos uma mesa  vazia e lá mesmo nos sentamos, uma de frente para a outra.

- Mas então me diga, qual é o seu lance com o Justin? – ela perguntou.

- Nenhum – falei e dei um gole minha Coca-Cola. – Somos só amigos. – ela riu sarcástica.

- Ata, me engana que eu gosto! Eu te conheço desde pequena e vejo como você fica toda boba só em escutar o nome dele. Você pode se abrir comigo.

- Ok... Olha, eu acho o Justin um garoto super legal, engraçado, lindo e tudo mais, mas eu não vejo como ele pode gostar de mim. Acho que ai tem coisa, não sei, não tenho um pressentimento muito bom nele.

- "Ai tem coisa"? Que coisa, Gabi? Aproveita o garoto, como você mesma disse ele é tudo de bom, não tem nada de errado em se apaixonar.

- Nada de errado? Não lembra o que aconteceu da última vez?

- Pensei que você tivesse superado.

- Só por que eu superei, não significa que esqueci.

- Mas aquilo foi uma penalidade, você não pode viver tentando fugir do amor só por que uma vez um babaca te magoou. Se joga, aproveita Gabi! Aproveita a vida enquanto você é jovem, besta! – ri.

- Não sei não... Talvez eu dê uma chance a ele, mas não sei se aguento mais uma decepção amorosa.

- Ta vendo só? Você é pessimista. Vocês nem começaram a namorar ainda e você já está pensando nas brigas – rimos.

- Sei lá... – de repente um garoto se senta na mesa, uma garoto que nunca vi na vida. (Carol aqui: gente, pensa naquele garoto novo de malhação, então, é ele. Caso vocês não assistam vou botar a foto dele nas notas finais). Sentou bem do meu lado.

- Olá – ele disse e sorriu. Eu e Sofi nos assustamos.

- Te conhecemos? – perguntei.

- Não, mas podem conhecer. Meu nome é Jack. – estendeu a mão e eu a apertei, fez o mesmo com a Sofi.

- Sou Sofia e ela é Gabriella.

- Prazer em conhecê-las! – sorrimos. – Então, estava sentado naquela mesa sozinho, vi duas garotas lindas conversando e, como acabei de chegar na cidade, resolvi vir aqui perguntar se vocês não poderiam me informar uma coisa. – eu e Sofi sorrimos. – Posso te chamar de Gabi? – falou comigo.

- Claro – sorri.

- Gabi, você é muito linda sabia? – olhei para Sofi rapidamente e rimos.

- Obrigada, você também não é de se jogar fora. – ele riu.

- Com certeza não. – piscou.

- E é super humilde também, pelo visto. – brinquei.

- Sem dúvidas! – foi irônico. Ri.

- Gente, vou ao banheiro, já volto. – Sofi disse sorrindo, percebendo que ficaria de vela. Se retirou da mesa.

- Então, de onde você veio? – perguntei.

- Texas, conhece?

- Claro!

- Infelizmente lá nós não temos garotas tão bonitas quanto você. – sorri.

- Não, eu aposto que lá deve ter muitas garotas muito mais bonitas que eu.

- Para ser honesto, não acho que isso seja possível. Mais bonita que você? Não, não pode existir.

- Ah para de ser bobo! – ri.

- Exagerei nas cantadas? – perguntou fazendo uma cara engraçada.

- Só um pouquinho – rimos. – Mas eu gosto! – fala sério, qual menina não gosta de receber elogios de um garoto tão gato quanto ele?

- Que bom, pelo menos me salvei dessa vez – rimos. – Não sou bom em cantadas, nem tão convencido quanto pareci ser a alguns minutos atrás. Mas as cantadas não eram mentiras. – sorri. – Enfim, eu queria perguntar se você sabe aonde fica a escola “East High”? É que eu sou novo aqui na cidade e não tenho a mínima idéia de onde isso fica. Vou estudar lá e preciso estar lá amanhã. – pera! Escola East high? A minha escola?

- Claro que sei onde é, eu estudo lá!

- Não brinca?

- É sério! – rimos. – Que coincidência. – expliquei a ele onde a escola ficava.

- Significa que vamos nos ver mais vezes, o que é ótimo! – sorri. Sofi apareceu.

- Não querendo interromper a conversa de vocês, mas já interrompendo, precisamos ir Gabi.

- Ah sim, está ficando tarde – falei. – bem, foi um prazer te conhecer, Jack. 

- Igualmente – sorrimos. – Também foi muito bom te conhecer Sofia. – ela sorriu com os lábios. – Tem telefone? – me perguntou.

- Sim – trocamos números. 

- Obrigado! Vou ficar aqui mais um pouco.

- Conquistando as meninas com as suas cantadas baratas e depois pedindo o telefone delas? – brinquei. Ele riu.

- Com certeza! – foi irônico.

- Tchau! – falei.

- Poxa, não ganho nem um abraço? – perguntou fazendo biquinho. O abracei. Ele me deu um beijo no rosto, em seguida abraçou a Sofia. – Tchau garotas!

- Tchau Jack! – falamos e saímos da praça de alimentação, caminhando em direção à frente do shopping para pegarmos um táxi.

- Agora todos os garotos vão querer cair matando em cima de você, vê se pode? – brincou, rimos. – Gabi arrasando corações!

- Para de ser boba – ela riu. – Ele vai estudar na nossa escola, sabia? – me encarou de boca aberta.

- Sério? – fiz um sinal positivo com a cabeça. – O Justin vai ficar com ciúmes! – ri.

- Talvez. – já estávamos fora do shopping. Ela fez um sinal com o dedo e um taxi parou. Entramos e fomos para casa.