A Casa De Hades escrita por Renato


Capítulo 11
Capítulo 12 - Hazel


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, demorei porque aumentei a história e tive que concluir o que comecei.



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Hazel

Hazel entrou em desespero ao ouvir o grito de Nico. Saiu correndo em disparada, sacando a espada de cavalaria e ao ver o que acontecia, quase desmaiou.

– O que é isso? – disse Frank, meio perguntando, meio arquejando.

Para Hazel, o exército dos invasores era uma coisa tão nauseante quanto navegar. Eles eram criaturas hibridas que pareciam ter fugido de um laboratório de um cientista maluco. Alguns eram grifos com garras de metal; outras eram javalis com asas de águia; alguns eram águias com presas de javali e patas de metal.

– Santo Plutão. – ela praguejou. – Parece que Júpiter, Marte e Vulcano resolveram fazer criaturas malucas.

Hazel varreu os olhos pelo campo de batalha e encontrou Nico esparramado no chão, com Arion defendendo o garoto com coices nos monstros que lutavam no chão. O céu era uma loucura maior ainda: uma coruja gigante destroçava os híbridos que estavam no ar. E ainda tinha Céos, que carregava uma arma que mudava constantemente. Um momento era uma espada de bronze, com a guarda chata; outro instante era um tridente que espetava os invasores; depois virava um machado de lâmina dupla, partindo as criaturas com grande velocidade. Mas sempre voltava pra forma de cajado, disparando esferas de energia que explodia os monstros em mil pedaços.

– Ajudem, não posso continuar por muito tempo! – gritou o titã.

Frank já tinha sacado o arco e disparava flechas explosivas contra o flanco intacto dos monstros. Hazel correu para Arion e montou o cavalo, destroçando os monstros com a espata. Céos se aproximava deles, lançando os monstros para todos os lados.

– Precisamos sair desse ponto. – ele berrou enquanto espetava um javali.

– E pra onde vamos? – Hazel queria saber.

– Para o lado esquerdo. Eu posso montar uma armadilha, mas preciso de tempo.

Nico gemeu e se sentou, mas ainda tonto. Hazel soltou um suspiro de alívio e puxou o irmão pra cima do cavalo.

– Arion, nos leve para o lado esquerdo do templo, rápido.

O cavalo disparou com eles, chegando ao arsenal num piscar de olhos. Frank virou um papagaio e voou para o lado deles.

O templo de repente foi cercado por uma cúpula de força. Céos corria na direção deles, com a coruja gigante dando cobertura.

– Hazel e Arion, barrem o exército terrestre. Frank e Siges, fiquem com a tropa do céu.

Hazel soltaria um riso se não estivesse tão perto da morte.

– Você tem uma coruja gigante e deu o nome de Siges pra ela!?

– Não deboche do nome dela. A primeira coruja gigante se chamava Siges também.

Hazel decidiu não questionar o nome de corujas gigantes. Depositou Nico no chão, subiu novamente em Arion e se lançou na luta. Com o canto do olho, conseguia ver Frank na forma de coruja gigante e Siges derrubando os monstros do céu com rajadas de vento e bicadas.

– Céos, não temos muito tempo. Se você adiantasse seria útil. – ela gritou.

O titã estava mexendo um pequeno caldeirão e jogando vários potes dentro.

– Está quase lá, aguente firme. – disse ele.

Nico estava de pé, usando a espada como bengala, eventualmente destruindo os monstros que avançavam demais.

Arion dava patadas nas criaturas, mas o exército ainda tinha cerca de trinta e cinco criaturas de pé. Aproximadamente noventa monstros subiam o monte, vindo em direção do arsenal. Se eles chegassem, eles não poderiam parar.

– Está pronto, saiam do caminho! – gritou Céos.

O titã arremessou o caldeirão no chão, derramando toda a mistura no chão. A poça começou a aumentar e logo era uma parede de destruição, que avançava em direção dos monstros e da equipe de Hazel. Ela desmontou e abraçou o irmão, que estava quase caindo. Frank pairou sobre eles, pegou os dois e voou para o outro lado do monte, enquanto Siges pegava Arion e os seguia.

Os monstros gritavam e tentavam fugir, mas foram encurralados contra um muro de energia. A parede se chocou contra os monstros, destruindo todos e desaparecendo num feixe de luz. O lugar ficou em silêncio, exceto por alguns pequenos focos de incêndio.

Nico jazia esparramado no chão, com a testa empapada de suor. Frank pegou um cantil de néctar e entregou a Hazel. Ela pingou um pouco na boca dele e aguardou por alguns momentos. A bebida divina fez efeito e ele abriu os olhos, com um sorriso fraco.

– Conseguimos? – ele perguntou.

– Sim, nós conseguimos. – Hazel respondeu.

Ela estava com um sorriso no rosto e lágrimas escorriam pelas bochechas. Frank a abraçou de forma protetora, fazendo-a se sentir melhor. Céos vinha em direção a eles, apoiado em seu cajado.

– Estão todos bem? – ele quis saber.

– Sim, graças a você. – Frank respondeu.

O titã sorriu e montou em Siges.

– Precisamos ir.

Arion se aproximou e Frank colocou Nico sentado no cavalo. Hazel subiu, agarrou as rédeas e esperou o irmão segurar sua cintura. Os dois partiram a galope, com Frank, na forma de papagaio, Siges e Céos os acompanhando.

A equipe chegou à fronteira da Grécia com a Albânia no fim da tarde. Eles subiram e pararam próximos da colina onde deixaram o Argo II e Frank voou para o navio para anunciar a chegada deles. Hazel viu uma forma humana voando em direção ao sul, que só poderia ser Jason. Frank desceu e voltou à forma humana.

– Nós já podemos subir.

Siges agarrou Arion com os pés e voou. Frank virou uma coruja gigante e pegou Hazel e Nico. Os seis foram depositados no convés principal. O Treinador Hedge estava com o bastão na mão, mas Hazel o repreendeu.

– Eles são nossos amigos, não os machuque.

– Que belo navio. – elogiou Céos.

– O quarto da Annabeth está desocupado. Se o senhor quiser descansar por lá, fique a vontade.

– o sátiro convidou.

– Muito obrigado pelo convite, senhor Hedge. Eu aceito.

– Treinador, o senhor pode levar o Nico para o quarto dele? – pediu Hazel.

O homem bode conduziu o garoto e o titã pelo navio. Arion e Siges desceram do navio e ficaram brincando em terra firme, deixando Hazel e Frank sozinhos.

– Enfim, sós. – disse ela.

Frank se inclinou e a beijou. Hazel se sentiu segura e feliz nos braços do seu namorado. Por alguns minutos, ficaram observando o sol descer no horizonte. Próximo das seis horas da noite, Piper e Leo chegaram com um homem de olhos azuis que era muito parecido com Jason.

– Saudações, eu sou Perseu. – disse o recém-chegado.

O sátiro voltou com Céos em seu encalço.

– Parece que temos duas visitas e um quarto de hóspedes. – lembrou o treinador.

– Não me incomodo de dividir o quarto com meu tio-avô. – disse Perseu.

O titã sorriu. Eles deram as mãos e desceram para as cabines, conversando com o Treinador Hedge.

Hazel, Piper, Frank e Leo foram para o refeitório e jantaram, dividindo histórias.

– Parece que já sabem que estamos aqui. – concluiu Leo.

– Então não teremos a vantagem surpresa em relação a eles. – disse Frank amargamente.

– Além disso, nós não temos nenhum deus conosco. – lembrou Piper.

Hazel quase tinha se esquecido desse detalhe. Os Gigantes não poderiam ser derrotados a menos que semideuses e deuses trabalhassem juntos. O pensamento a fez desistir de repetir o prato, bebericando um pouco de refrigerante.

– Os materiais já estão no depósito, espero que saiba o que faz Leo. – ela relatou.

O filho de Hefesto soltou um sorriso.

– Pois bem. Vou trabalhar nesse projeto individualmente, mas seria bom se vocês preparassem os sistemas de defesa e ataque do navio.

– Podemos colocar novas balistas. – sugeriu Frank.

– Isso seria bom, mas estamos nos esquecendo do Percy e da Annabeth. Já tentaram se comunicar com eles? – questionou Piper.

– Tentei algumas mensagens de Iris, mas não chega. – respondeu Leo.

Os outros entraram no refeitório. O Treinador Hedge vinha conversando com Nico, Céos e Perseu, mas se calou quando viu todos reunidos.

– Reunião cupcakes?

– Anh, sim, já começou. – gaguejou Leo.

Os recém-chegados se sentaram à mesa, um de frente pro outro. O Treinador e Nico ficaram com o final da mesa que era curva.

– Tenho a impressão de que falta alguém. – disse Perseu.

– Jason, ele saiu antes da nossa chegada. – disse Piper, com tristeza.

Perseu ia falar mais alguma coisa, mas se calou. Hazel sentiu um pouco de pena da amiga, que mal teve tempo pra o namorado desde que saíram de Roma. Ficou feliz por ter Frank ao seu lado, apertando a mão dele por baixo da mesa.

– Bom, então alguém precisa tomar o controle da equipe. – se pronunciou Céos.

Nico se levantou e assumiu a cabeceira.

– Enquanto o Jason estiver fora, eu estou no comando. – disse ele.

– Quando começamos? – perguntou Céos.

– A partir de amanhã iniciamos os preparativos. – respondeu Frank.

– Devemos dividir a equipe em grupos. – sugeriu Piper.

– Vou precisar do Céos comigo, preciso dos conhecimentos dele. – disse Leo.

Hazel ainda olhava com solidariedade pra Piper, achando que precisava conversar com ela.

– Em relação à organização, eu fico com a Piper. – disse Hazel.

A filha de Afrodite sorriu.

– Frank, Perseu Nico e eu cuidamos das armas e da defesa. – opinou o Treinador.

– Está feito. Amanhã começamos tudo. – anunciou Leo.

O Conselho se desfez.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Deixem reviews
O próximo é a missão do Jason