Catherine não estava pensando.

Na verdade, ela nunca pensava muito quando lutava. Se prendia em pequenos detalhes, como o céu, as árvores, e coisas assim. Mas, se parasse para pensar, ou ela seria eliminada logo, logo, ou acabaria com tudo. Por isso, preferiria não pensar.

Não estava nada difícil lutar contra aqueles guerreiros. Eram quantos? Trinta, quarenta? Era difícil contar, se movimentando tanto. Ela pode escutar mias pessoas lutando, mas nem deu moral. Quando finalmente percebeu, havia no máximo uns dez guerreiros.

Ela sorriu para os últimos guerreiros. Um sorriso nada amistoso, que fez alguns deles hesitarem, mas um se lançou contra ela. Com um golpe rápido, ela arrancou a arma de sua mão e deu um chute em seu tórax, fazendo-o sair de batalha, com a águia indo em sua busca. Sem perder muito tempo, todos os outros avançaram.

Ela desacordava uns, desarmava outros. Em uma hora, chegou a receber um corte na bochecha, mas nem deu moral. Estava tudo indo bem, apesar de ela começar a sentir cansaço. Seus braços formigavam um pouco, e a espada não estava tão bem equilibrada na mão. Ela podia usar sua maldição, mas isso somente assustaria todos e ela iria ser abandonada.

– Terceira Coorte! - Ela escutou uma voz gritar, e cometeu o erro de olhar para trás. Viu Butch com sua espada erguida, e seus recém-companheiros atrás dele, com expressões felizes no rosto.

E, nesse momento, recebeu um chute e foi lançada para longe, com a espada deslizando para seu outro lado. Ainda estava em condições de lutar, por isso nenhuma águia foi ao seu encontro. Quando olhou para cima, viu Octavian por baixo do elmo. Ele tinha uma expressão presunçosa no rosto. Seu gládio estava ao lado do corpo, de alguma forma que poderia atacar Cath.

Ela esticou a mão para a espada, como se a arma fosse voar até a mão da guerreira. E isso quase aconteceu. Ela começou a se balançar, como se fosse ganhar vida, mas a fixa caiu para Catherine. Ela não podia deixar que soubessem disso. Para disfarçar, usou o braço de apoio para se levantar.

– De um pra um, Octavian - ela disse, com as mãos na cintura.

– Não caio na sua, ferrata. - Ele respondeu, com um semi-sorriso no rosto. Abaixou a espada para atingi-la, mas isso foi um erro. Sem pensar, ela segurou a parte chata da lâmina e a puxou para si, desarmando-o.

Nisso, ela colocou a espada em seu pescoço, e o obrigou a andar.

– Logo que você não quer pelo jeito fácil, vamos pelo difícil - disse, e foi andando com ele como refém até as bandeiras.

Ele obedeceu, e, quando estavam longe da audição dos outros, ele disse, ainda em tom baixo:

– Se eu fosse você, não ficaria tão orgulhosa assim, ferrata. Eu sei de alguns boatos seus.

Ela hesitou por um momento.

– Boatos são mentiras. Por isso tão idiotas.

Ambos ficaram calados, até ela pegar as bandeiras, que não estavam sendo vigiadas. Com o braço livre, as agarrou a andou novamente até o grupo. Deixando Octavian pelo caminho, passou pelos portões, com as duas bandeiras penduradas em seu braço. Estava tudo silencioso, exceto pelo barulho das lutas ao longe, mas, mesmo assim, ela escutou alguns murmúrios sobre "ferrata".

Somente a alguns passos fora da fortaleza, ela se virou para seus colegas. Todos a olhavam impressionados, e os inimigos estavam com expressões de raiva no rosto. Ela ergueu as bandeiras.

– Terceira Coorte! - Gritou, e todos avançaram nela, cheios de adrenalina.