P.O.V Edward

O jogo estava ótimo, poderíamos continuar a tarde toda, se o velho não tivesse ficado chato na hora que eu ganhei pela primeira vez. Ele disse que o jogo era apenas pra homens sábios e me mandou sair dali. Eu apenas ri, e voltei para o quarto.

Tomei uma atitude bastante determinada naquele momento. Deitei na cama e observei o teto. Um turbilhão de pensamentos invadiram minha mente de novo.

Eram mais ou menos oito da noite, estava chovendo. Será que ela dormiu? Ou está fazendo outra coisa? Será que está triste? Eu a deixei triste?

Isso era tão complicado! Ela era tão complicada! Eu não estava, com certeza, não estava, gostando da Hadley. Até por quê a diferença entre nós é gigante.

“O herói fica com a garota no final. Você é o herói?”

Essas palavras ecoavam em minha mente sem parar e eu tive certeza de que estava enlouquecendo.

Eu precisava falar com ela.

 Me sentei na cama e suspirei, pensando. Será o certo?

-Droga, Edward!-Soquei a cama. Me levantei e fui até o quarto dela. Bati na porta e esperei. Sem resposta. Bati de novo com mais força e chamei seu nome. Sem resposta, de novo.

 Notei que a porta estava apenas encostada e a empurrei, murmurando “Tô entrando”.

 Não tinha ninguém no quarto. Ninguém mesmo. Chamei o nome de Sophie três vezes e não obtive resposta. Fiquei preocupado e um tanto frustrado. Ótimo. Mais problemas.

-Sr. Will.-Eu disse, quando cheguei na cozinha, e encontrei o senhor fazendo o jantar. –Temos um problema.

                                                                           ...

-Ela não tá lá!-Eu disse voltando do quintal, ofegante.

-Olhou bem?-Ele perguntou, sem demonstrar preocupação.

-Claro que sim, Will. Mas e daí? Eu não a achei, ela pode estar em perigo, eu tenho que ir buscá-la, que droga!

-Ela está bem.-Ele disse rindo, e colocando o macarrão no meu prato.

-Como pode ter tanta certeza?-Eu disse, cansado, encostando na parede.

-Eu a conheço.-Ele tinha um sorriso bobo no canto dos lábios.-Eu a conheço, muito bem.

-Tem algo que queira me contar, Sr. Will?

-Não.-Ele disse rindo, e me dando um tapa na cabeça.-Vai comer, criança.-E seguiu seu caminho até a cozinha cantarolando.

É. Eu teria que montar o quebra-cabeça sozinho.

                                                                     ...

Quase dez da noite, e eu estava lá, no quarto da loira, procurando algo que servisse ao menos de pista. Nada até agora.

Achei dois papéis jogados na cama. Um com um desenho e outro com algo escrito que eu nem tentei ler.

 Fui até a janela e suspirei. Onde ela estaria agora? No que estaria pensando? Será que eu nunca mais a veria?

 E o que diabos eu tenho? Eu não deveria estar pensando nela assim, que droga!

Me deitei em sua cama, cansado. Peguei o papel ao lado e comecei a ler, talvez ajudasse. Quem sabe?

 Mal consegui terminar de ler sem conter o sorriso gigante que se formava em meu rosto. Aquilo era real? Sério que ela me achava perfeito?

Tive uma vontade repentina de tê-la pra mim, aqui, agora. Mesmo que não durasse pra sempre, queria Sophie por perto, de qualquer jeito.

E pra isso eu tinha que acha-la.