Naraku Apaixonado? escrita por Amanda Catarina


Capítulo 13
Irrecusável




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Capítulo 13

Yeda abriu os olhos num susto, por um instante, não reconheceu o lugar onde estava e nem quem era, mas foi só por um instante. Uma voz de criança ali perto, lhe trouxe de volta à realidade.

Respirou fundo, deixando ar fresco invadi-la, trazendo forças e um novo ânimo. Ao sair da cabana, a youkai precisou cobrir os olhos com uma das mãos por causa da luminosidade. O sol finalmente apareceu depois de dias escuros e gelados. Ali em frente, ela encontrou todo o grupo reunido: Inuyasha, Kagome, Sango, Miroku, Shippo e a senhora Kaede. E, para sua satisfação, Sesshoumaru, Rin e Jaken, também estavam lá.

– Bom dia a todos! - saudou bem alto, tornando-se o centro das atenções. – Não precisam mais chorar, a fabulosa Yeda está de volta!

– Yeda! - exclamou Shippo e saiu correndo em direção a youkai. Assim que ele chegou perto, ela o levantou no colo, e depois o abraçou com carinho.

– Finalmente você acordou! Eu estava tão preocupado... - falou meigo.

– Obrigada por se preocupar comigo, fofinho... - disse, esfregando-o no próprio rosto.

– É, nós estávamos pensando em procurar um médico - informou Inuyasha. – Você dormiu por sete dias.

– Sete dias! - exclamou surpresa.

– Foi mesmo - confirmou Shippo, abraçando-a pelo pescoço.

Yeda olhou na direção de Sesshoumaru, ao lado do qual estavam os pequeninos, Rin e Jaken, ambos a olhavam com expressões contentes.

– Se é assim, fico surpresa de vê-lo ainda aqui, Sesshoumaru.

– Tive minhas razões - disse com a secura de sempre. – Rin? - chamou, abaixando o olhar.

– Sim, senhor Sesshoumaru?

– Como pode ver, ela está bem. Portanto, partiremos agora mesmo.

A criança abriu a boca numa muda exclamação. Pensava que poderia passar um tempo com a youkai lobo. Ficou estática então, com uma expressão triste no rosto. E não foi a única, Kohaku também lamentou pela resolução. Sesshoumaru até percebeu o desapontamento dela, mas manteve-se indiferente. Jaken ia se manifestar, mas Yeda foi mais rápida.

– Mas, Sesshoumaru... reconsidere a minha proposta.

– Isso está fora de cogitação. Vamos... Jaken, Rin - chamou e virando-se, saiu andando, e logo foi seguido pelos dois.

– Que proposta fez a ele? - perguntou curioso Inuyasha, quando o irmão já estava um pouco distante.

– Uma irrecusável. Quer apostar comigo que convenço ele?

O meio-youkai bufou.

– Só pelo seu jeito de falar, dá pra ver que está plenamente recuperada - comentou.

– Senhorita Yeda - chamou Kaede –, deve estar faminta... vamos meninas, vamos preparar o almoço.

Kagome e Sango assentiram sorridentes.

– Kaede querida, aceitarei seu almoço de bom grado, mas antes preciso dar um jeito naquele arrogante - disse e deixou Shippo no chão.

A velha senhora assentiu.

– Ah, e preparem porções extra, porque vamos ter mais bocas pra alimentar!

ooo ooo ooo ooo

Ainda que pudesse perceber facilmente a aproximação da youkai lobo, Sesshoumaru não se deteve. Por nada no mundo ficaria morando ali.

– Sesshoumaru! Espera! - chamou Yeda, correndo para alcançá-lo.

– Não perca seu tempo. Eu já me decidi - retrucou, de costas a ela.

Audaciosa, Yeda o puxou pelo ombro.

– Espera... - disse num tom brando. – Vamos discutir isso melhor... será que não notou o quanto a Rin ficou chateada?

O youkai cerrou os punhos, e a menina balançou a cabeça preocupada, temendo que os dois brigassem. Afastando com aspereza a mão dela de si, ele virou-se.

– Eu sei o que é melhor pra eles. Você tem seu bando, cuide deles! - revidou furioso.

Yeda ficou meio desconcertada, mas logo recobrou a determinação.

– Tudo bem... não posso obrigá-lo a ficar... - disse calma, pensando num argumento. – Mas acho que faz mal nos deixando.

– Não preciso de vocês.

Ele não poupou, por isso, ela decidiu revidar à altura:

– Ah é? Pois me pergunto como vai se virar sendo tão arrogante assim.

– Ora, como se atreve?! - indignou-se, mas ela levantou a mão num gesto altivo, para que se calasse.

– Lucrar prestando serviços aos humanos requer negociação - alertou ela. – E você tem o péssimo hábito de tomá-los sempre por inúteis. Se ficasse conosco, eu me encarregaria dessa parte, você só precisaria enfrentar os inimigos.

Uma raiva quase palpável tomou o olhar dele, mas permaneceu quieto, então ela continuou:

– E me diz com quem deixará os dois quando estiver liquidando youkais perversos, heim?

– Cale-se! - mandou incrivelmente alto, mas depois abaixou o rosto ponderando, não era tolo, só não gostava de dar o braço a torcer.

Ficaram em silêncio por alguns instantes.

– Por que faz tanta questão da minha presença aqui?

– Ora, porque será extremamente vantajoso para todos nós! E, além disso... - Yeda mordeu os lábios, sua língua coçava de vontade de fazer uma provocação. Sabia que poderia colocar tudo a perder, mas não resistiu: – Além disso, é hilário ver você e o Inuyasha discutindo.

Jaken bateu na testa e Rin escondeu os olhinhos nas mãos, ambos pensaram que a youkai só podia ser louca.

– Miserável... - rosnou o youkai branco. – Pra mim basta! Deixe-nos! - bradou e deu as costas.

– Um mês, Sesshoumaru... - falou ela alto. – Fique conosco um mês. Se depois desse tempo, não tivermos conseguido o bastante, você poderá ir pra onde bem entender.

– Sesshoumaru não seguirá suas vontades youkai lobo.

– Não é por mim... - disse ela e olhou para a menina.

Ele baixou os olhos à pequena Rin, que tinha uma expressão angustiada. Claro, afinal ela gostava muito de Yeda. Instantes depois, ela a encarou demoradamente, e foi como se conversassem com os olhos.

– Por Rin... - disse ele bem baixo, praticamente consigo mesmo.

Yeda assentiu com um gesto, certa de que ele cederia, ainda que a confirmação tenha parecido demorar uma eternidade.

– Muito bem... - falou ele, fazendo com isso a youkai abrir um sorriso enorme. – Mas se dentro de um mês, as coisas não estiverem bem diferentes, partirei de uma vez por todas.

Jaken e Rin ficaram boquiabertos.

– De acordo... - disse ela.

– Nós... vamos mesmo ficar, senhor Sesshoumaru? - quis saber Rin.

– É... - confirmou seco.

– Senhor Jaken, vamos ficar! Vamos ficar! - vibrou contentíssima.

– Oba! - acompanhou o youkai sapo.

Então os dois pequenos juntaram as mãos e começaram a girar contentes. Yeda sorriu diante da cena, e Sesshoumaru suspirou fundo.

– Então vamos de uma vez! - chamou ela. – Daqui dá pra sentir o cheirinho do arroz da senhora Kaede...

Os dois seguiram atrás da youkai lobo, que já caminhava à frente.

– Tenho a impressão de que ainda vou me arrepender disso... - murmurou Sesshoumaru, mas, em seu íntimo, sabia que não.

ooo ooo ooo ooo

Umas duas semanas se passaram, a construção da nova casa ainda os enchia de trabalho, mas Yeda tirou um tempo para descansar. Ela recostou numa árvore, um pouco afastada da vila e pela primeira vez, desde que tinha retornado, se permitiu pensar em Naraku.

“...sei que a chance dele estar vivo é quase nula, mas então por que tento me agarrar a essa esperança?”

Pensar na morte de Naraku a deixou tão desesperada que até doeu-lhe o peito.

– Fiz minha escolha... que esse sentimento fique esquecido pra sempre... não... que morra junto com ele.

Seu tom foi baixo, mas não inaudível e no que ela mesma se ouviu falando, não conseguiu segurar algumas lágrimas. Esfregou a mão nos olhos, e então, quando as cenas daquela noite invadiram sua mente, uma enxurrada escorreu por seu rosto. Abalada, desabou de joelhos no chão.

– Não... - recriminou-se – ...ele não passava de um monstro, não era digno, não era... não era...

Quanto mais afirmava, mais doía. Mesmo que as atrocidades por ele cometidas estivessem latentes em seu pensamento, mesmo assim, sentia que tinha cometido um erro. Odiava-se por sentir isso, mas não conseguia evitar também.

– ...vai passar... o tempo vai me curar... daqui alguns meses vou rir dessa história... vou rir...

Podia até ser, mas, naquele momento, ela só pôde chorar copiosamente.

ooo ooo ooo ooo

Inuyasha e Kagome conversavam, não muito perto de onde Yeda descansava.

– ...mas como assim eles brigaram de novo?! - abismou-se o meio-youkai.

– É, até eu acho que, ultimamente, a Sango anda muito sensível... mas é tudo culpa do Miroku... ele não pára de ficar se engraçando com tudo quanto é mulher que vê pelo caminho. Ele sabe muito bem que isso deixa a Sango zangada, e não pára.

– Ainda bem que você não é sensível assim, Kagome.

Hunf... meu problema com você é outro...

Inuyasha ficou encarando-a como quem não entendeu.

– Que foi? - perguntou ela.

– Como assim seu problema comigo? Há algum problema entre a gente?

A colegial suspirou.

– Esquece, Inuyasha. Não quero falar disso...

– Então tá, mas me diz uma coisa... - começou e esperou até ela voltar o rosto a ele – ...quanto tempo ainda preciso esperar para poder me casar com você? - indagou com a maior naturalidade.

Logicamente, Kagome arregalou os olhos.

– Quê?! O que você disse? - retrucou e até ficou de pé.

– Por que as moças da sua era esperam tanto pra se casar?

– Inuyasha! Que conversa insana é essa? Como você pode cogitar casamento, se nem ao menos me pediu em namoro? E ainda morre de amores pela Kikyou! Se nunca nem sequer me deu um bei... - gritava a plenos pulmões, mas então se conteve e tampou a boca.

Com uma expressão confusa, o meio youkai se levantou também.

– Te pedir em namoro?! Mas nós já não estamos namorando? Você sempre diz pra suas amigas que eu sou seu namorado - falou todo tranqüilo.

A colegial corou violentamente. “Como ele sabia daquilo?” se indagou em pensamento.

– Não é que... - gaguejava, mas ele a cortou.

– Ora, isso não faz diferença! - gritou impaciente. – E quanto a Kikyou, você sabe muito bem que eu escolhi você. Mesmo porque a Kikyou que eu amei... já não pertence a este mundo... - isso ele falou bem mais contido, até um pouco triste.

Kagome ficou absolutamente chocada, tentando processar aquelas surpreendentes declarações, tanto que emudeceu por completo, mas tinha que esclarecer aquilo.

– Está dizendo que não ama mais a Kikyou? É isso? É isso mesmo? - desatou aflita.

Inuyasha coçou a cabeça, estranhando a pergunta, achando que a resposta fosse muito óbvia.

– Se eu ainda amasse ela, estaria sendo um canalha já que não desgrudo de você... -  disse se achando um gênio por causa do raciocínio.

– É, mas eu não pensei que você... - dizia ela, mas sentiu falta de ar. – Ai... eu preciso me sentar... - desabou sobre os joelhos.

– Kagome o que foi? Você ficou pálida... O que tem?! - ele se aproximou e tocou na testa dela.

– ...não é nada... foi só a surpresa... - disse meio corada com o gesto preocupado dele.

Encararam-se. Estavam tão próximos, por isso foi inevitável. Inuyasha passou os braços em torno da cintura dela e inclinou o rosto. Assim, num gesto mútuo, eles, finalmente, se beijaram.

Foi um beijo terno e singelo, carregado de carinho, e depois do qual, se abraçaram fortemente. Eles se amavam tanto.

Kagome deixou as muitas perguntas que queria fazer para uma outra hora. Naquele instante, quis apenas desfrutar dos braços acolhedores de seu amado meio-youkai. Além do que, entre eles dois nada mais precisava ser dito. Tanto para ela, como para ele, a vida de um sem que o outro estivesse presente era algo inimaginável.

ooo ooo ooo ooo

Não muito distante de onde Kagome e Inuyasha estavam, Miroku caminhava, vagaroso, à procura de Sango, até que finalmente a avistou sentada sob uma árvore.

Concentrada no polimento de seu osso boomerange, a jovem não percebeu a aproximação do amigo monge.

Mesmo que tudo já estivesse esclarecido e mesmo Kohaku estando seguro, ela ainda não tinha voltado a conversar com ele normalmente. Sabia que estava sendo injusta, afinal já não era por causa do nobre gesto de Yeda, incompreendido por ele, que estava zangada. Aconteceu que naquela manhã, ainda bem cedo, ela o viu flertando com uma camponesa. E apesar disso ser extremamente corriqueiro vindo dele, dessa vez, ela ficou mais sentida.

– ...aquele imbecil... - resmungou consigo.

“Será que sou eu?” Miroku pensou ao ouví-la, e bastou atentar-se à expressão dela, para deduzir que continuava mal humorada. Aproximando-se, ele inclinou um pouco o corpo.

– Posso te ajudar com alguma coisa? - perguntou com um lindo sorriso.

Surpresa com a repentina abordagem, ela ergueu o rosto e o encarou.

– Não! - disse ríspida, e virou a cabeça para o outro lado.

Miroku sentou-se à frente dela.

– Sango, o que há? - indagou manso.

– Nada, oras...

– Por que está assim comigo? Puxa, eu já me desculpei de todo jeito possível... o que mais quer que eu faça? Diga, seja lá o que for, eu farei.

Hunf, sei... - ela mantinha a face virada, mas então se espantou quando ele pousou as duas mãos em seu rosto e o virou para ele.

– ...o que é isso? - balbuciou ela.

– Olha pra mim pelo menos... - pediu e então se afastou.

– Seu abusado! - esbravejou. – Não volte a tocar em mim!

O monge balançou a cabeça e suspirou. "Que mocinha geniosa!" pensou ele.

– Me desculpe - pediu polidamente. – Mas o que fiz de errado dessa vez?

– Você sempre faz tudo errado! - acusou, contudo mais num desabafo do que com motivos.

– É? - ele não se abalou. – Então o que preciso fazer pra começar concertar as coisas?

Sango ficou levemente vermelha, então abaixou a cabeça.

– Esqueça... eu apenas ando um pouco cansada.

– Mas pelo que, Sango? Não há motivo pra isso...

Ficaram em silêncio por alguns instantes. Então se olharam, e ao mesmo tempo, abriram a boca como quem fosse dizer algo, mas acabou que nenhum deles falou.

Sango voltou a baixar o olhar e apertou um dos punhos. Havia algo sim que ela gostaria de dizer, mas lhe faltava coragem, então foi Miroku quem tomou a palavra.

– Hoje de manhã, encontrei uma moça...

– É, eu vi! - revidou brava.

O rapaz percebeu o ciúme no tom dela e chegou a sorrir levemente.

– Uma moça muito bonita... - provocou.

– E aposto que pediu pra ela ser a mãe do seu filho! - retrucou e até fechou os olhos de raiva.

– Não... Ela já é casada, é uma conhecida minha...

Sango levantou o rosto e o encarou.

– Seu nome é Sayaka, fazia um bom tempo que não a via. A última vez foi antes de eu me juntar à Inuyasha...

A exterminadora envergou uma sobrancelha, desconfiada. Miroku continuou:

– Ela me contou que está muito bem, teve um filhinho lindo e o marido abriu um pequeno negócio...

– Bom pra eles... - disse simplesmente.

– É... Ouvi-la falar me fez pensar em muitas coisas... - fez uma pausa – Eu sou alguns anos mais velho que ela, e enquanto ela já tem sua família, eu sequer tive coragem de me declarar a mulher que amo.

A moça vidrou os olhos, num primeiro momento, pensou que ela era essa pessoa, mas logo se convenceu do contrário.

– Talvez seja porque a cada dia você ame uma mulher diferente! - exclamou, tremendo de raiva.

– Que bobagem... - retrucou ele. – A senhora do meu coração é e sempre foi você, desde que a conheci - declarou muito calmo, seguro e galante.

O coração de Sango deu um pulo e ela virou rápido o rosto a ele, sem acreditar no que tinha acabado de ouvir.

– O que?!

Calmamente, Miroku começou a esclarecer.

– A Sayaka me fez entender que não posso bancar o “mulherengo” pra sempre, ninguém sabe o dia de amanhã...

– Miroku... o que... - balbuciava ela.

– Eu amo você, Sango. Você é a mulher da minha vida - confessou sorrindo, fazendo-a estremecer dos pés à cabeça. – Esses dias que estivemos brigados, têm sido horríveis...

O choque foi tanto que ela não conseguiu dizer nada de imediato, então ele continuou falando:

– Eu vim aqui te dizer que preciso estar mais próximo de você, que quero fazer realmente parte da sua vida, ser mais que um amigo, ser seu companheiro...

– Pare com isso! - revidou enfim. – Não sou como as outras! Acha que vou cair... - a voz dela foi sumindo e uma vontade doida de chorar a dominou. Emoção misturada à dúvida. Então, apoiou as duas mãos no chão e abaixou o rosto sem coragem de continuar encarando-o, mas logo Miroku ergueu-lhe o queixo e pousou a mão em seu ombro.

– Sango, em nome da nossa amizade, eu juro que estou falando sério. Se você não sente o mesmo por mim, tudo bem, eu entenderei. Mas...

Ela o encarava aflita.

– ...se corresponde ao meu sentimento, por favor, vamos ficar juntos... eu quero verdadeiramente que seja minha esposa e... a mãe do meu filho - gracejou. – Eu prometo que serei um marido digno.

A exterminadora não pôde mais conter as lágrimas. Fechou os olhos e uma cascata escorreu.

– ...não está mentindo? - precisou perguntar.

– Claro que não.

Foi por pouco tempo, mas tantas coisas passaram pela mente de Sango naquela hora, mas então diante do olhar gentil dele, e depois daquelas palavras tão lindas, tudo que pôde fazer foi se atirar nos braços dele.

– É claro que eu também amo você! - confessou. – Como pôde demorar tanto pra perceber!?

Sorrindo, Miroku a abraçou carinhosamente e pousou uma das mãos na cabeça dela, que ficou escorada em seu peito.

– Fui um tolo, mas vamos pensar no futuro agora...

Sango levantou os olhos chorosos a ele, que secou-lhe as lágrimas.

– Você é linda, mas sorrindo fica ainda mais... - gracejou, fazendo-a rir levemente. Então aproveitou a distração dela e a beijou nos lábios.

Espantada, Sango ficou ainda alguns instantes com os olhos vidrados e sem saber como reagir, mas ao sentir os braços de Miroku lhe envolvendo mais forte, relaxou o corpo. Baixando as pálpebras, permitiu que o beijo se aprofundasse.

Foi um beijo demorado, e quando terminou os dois se encararam sorrindo e contentes. Uma nova etapa de suas vidas acabava de começar.

Não há muito a ser narrado em relação à isso, tanto Miroku e Sango, como Inuyasha e Kagome, apenas formalizaram um compromisso que já se estendia por um bom tempo.

É, a vida é assim... uns se desentendem, outros se entendem.

Naquela noite, quando as novidades foram anunciadas, Yeda ficou tão contente que tratou de organizar uma festa para comemorar as uniões. E isso foi ótimo para que ela própria se animasse, depois daquela tarde de lembranças dolorosas.

E foi diante da cena de pequeninos youkais e crianças, se divertindo, quatro jovens abraçados, um belo youkai sério e uma simpática anciã, todos sorrindo e festejando, que nossa youkai lobo chegou a vislumbrar um futuro bom para si mesma e todos eles.

Sim, seriam uma família próspera e renomada, cuidariam uns dos outros e com aquele novo poder que corria em suas veias, nenhum inimigo poderia ameaçá-los, por isso Yeda sorriu. Seu coração podia chorar ainda, mas diante da boa perspectiva, se tranqüilizou, e se convenceu de que tinha feito a coisa certa.

Por hora era isso, mas talvez o tempo a fizesse refletir melhor.

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Estão acompanhando? Então, comentem por favor. ^_~
Seja bem vindo ao Nyah, Lype nii-san!