Julieta E Seu Rom...ops Felipe escrita por Mia R


Capítulo 6
Efeito do álcool


Notas iniciais do capítulo

Escrevi essa história ao som de Young Folks do The Kooks ♥ altas emoções esse cap.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/322478/chapter/6

- Acorda Bela Adormecida, ou eu vou ter que te beijar de novo, igual ontem. – Felipe gritou ao entrar no meu quarto na casa dele.

- Eca. Já estou acordada, não preciso beijar o sapo de novo.

- Se eu era sapo, agora sou príncipe. – ele piscou e fez um biquinho.

- Prefiro beijar um sapo de verdade.

Ele se sentou na ponta da cama, eu me afastei e ele riu. Felipe parecia um pouco mais calmo do que ontem à noite.

- Eu queria te agradecer por ontem, de verdade, você fez tanta coisa que não queria como beber...

- E te beijar. – lembrei e estremeci.

- Essa parte você queria, bem no fundo, mas queria. – ele deu um sorriso malicioso – Mas eu não estou aqui para isso, vamos para o parque hoje... beber.

- Foi só eu dar um gole na bebida ontem que você já acha que pode me embebedar?

- Juju, eu estou tentando te ajudar, em muitas festas hoje em dia você vai ser meio obrigada a beber pra se socializar.

- Felipe! Não! É bem isso que eu não quero, não preciso de bebida pra me socializar. – falei me levantando da cama e saindo do quarto, ele foi atrás de mim.

- Verdade, nem a bebida consegue fazer você se socializar. Para de ser chata, vamos logo que eu já preparei tudo. – ele apontou pra mesa na cozinha onde tinha uma mochila.

- O que tem ali dentro?

- Vodka, toalha de pique nique, comida, vodka, doce, vodka. Já falei vodka?  - eu ri pela idiotice dele.

Quando fui ver já estava dentro do carro do Felipe cantando rock igual duas crianças, pelo menos tínhamos algo em comum, a música. Quando chegamos ao parque e ele desligou a musica eu fiz um biquinho de triste, Felipe sorriu e saiu do carro.

Estávamos subindo as escadas para chegar no parque quando eu quase cai, Felipe me surpreendeu quando segurou minha mão pra não me deixar cair, pensei que tudo que ele iria fazer era rir, mas não. O pior foi que mesmo depois de eu estar em pé ele não soltou minha mão.

- Ei campeão, não precisa dessa mão, não vamos encontrar nem minha mãe, nem teu pai.

- Eu sei, mas eu gosto. – eu sorri, o que não deveria ter acontecido.

Achamos uma sombra, Felipe colocou a toalha no chão e as comidas por cima, eu sentei em cima da toalha também. Ele me mandou fechar os olhos e eu o fiz, quando abri ele estava com uma garrafa de vodka nas mãos, fiz cara de nojo.

- Vai, para com essa cara, come alguma coisa antes porque não quero você passando mal tão cedo. – ele mandou com voz de bravo e eu comecei a comer.

- Amo parques, me sinto bem aqui. – comentei.

- Olha, temos mais alguma coisa em comum. Gostava de vir aqui pra tocar violão, mas com o trabalho fiquei muito sem tempo.

- Faculdade e trabalho têm me deixado louca também.

- E você, mocinha tá fazendo faculdade de quê? – ele perguntou sorrindo e me observando comer.

- Sério que você não lembra? Já te falei e você me vê todo dia indo para a faculdade.

- Só lembro o que me interessa.

- Típico. Faço faculdade de Comunicação.

- Haha que ironia você fazer faculdade de Comunicação, não consegue nem se socializar. – ele comentou morrendo de rir.

- Da última vez que te contei da minha faculdade você disse a mesma coisa.

- Deve ser porque essa piada é muito boa. – ele ainda estava rindo.

- Tão engraçada que eu não estou rindo.

- Se você ainda não está rindo da minha piada é porque está na hora de beber.

- Hm, desculpe, mas não entendi o sentido dessa frase.

- Meu amor, as pessoas não gostam do sabor do álcool, gostam do efeito do álcool e é disso que você precisa agora. – ele deu aquele sorriso malicioso.

Ele me passou um copo já com a bebida, outro estava na mão dele. Ele fez “tim-tim” e bebeu o copo todo de uma vez e depois deu um grito do estilo “uuuuuh”, eu não via diversão naquilo, sério mesmo.

- Só sairemos desse parque quando você beber um copo todo de uma vez sem fazer cara feia. – Felipe disse.

Dei um gole minúsculo e já fiz cara feia de nojo, imagine um copo todo.

- Felipe, precisamos fazer isso? Você sabe que eu não gosto.

- Juju, se você fizer isso pode mandar eu fazer qualquer coisa, eu juro. – me pareceu uma proposta tentadora.

Tentei aumentar meu gole, mas minha cara de nojo sempre vinha.  Aumentei mais um pouco e então involuntariamente dei o mesmo grito “uuuuuh” do Felipe, o que fez ele rir. Acabei o copo no quinto ou sexto gole.

- Onde está sua sorte de iniciante, hein moça?

- Sorte não é comigo, nunca foi.

Ele me passou mais um copo. Agora queria realmente fazer aquilo, pois me senti desafiada, uma das coisas que mais odeio, Felipe sabia disso e me provocava.

- Na minha primeira vez tomei com só dois goles e depois já um copo inteiro, acho que mulher é realmente o sexo frágil. – mostrei o dedo do meio pra ele – Nossa! Será que isso ai já é o efeito do álcool? – ele riu.

Copo atrás de copo, até que no quarto ou quinto eu finalmente consegui tomar o copo todo de uma vez. Felipe bateu palmas e ficava falando “boa garota”, eu levantei e puxei ele comigo, começamos a pular e dançar, parei para colocar a musica “Young Folks” do The Kooks para tocar bem alto no meu celular e continuamos dançando.

- AND WE DON’T CARE ABOUT THE YOUNG FOLKS! – eu e ele cantamos juntos. Pessoas ao redor olhavam, riam e comentavam, mas não ligamos.

De tanto dançar caímos e rimos, deitei no colo dele e ele ficou mexendo no meu cabelo.

- Ei gata, que tal jogarmos um jogo?

- Depende, qual? – eu respondi, meio tonta.

- Você fala seus segredos e eu falo os meus. Vou aproveitar que você tá bêbada e não vai lembrar nada depois. – eu ri e concordei. – Tá, hm eu começo. Sonho em atuar, tipo peças, mas meus amigos me chamariam de gay e meu pai não aceitaria. Sua vez.

- Sinto falta de sexo.

- Ei, ei, ei. Não chegamos nessa área de segredos, tarada. – ele comentou, rindo.

- Desculpa, hm então que tal... sonho em ter um quarto só de livro, como uma biblioteca.

- Sonho isso também. Tá, eu tenho coleção de revista de moda e fofoca que minha mãe lia.

- O que houve com sua mãe? – perguntei, olhando para o céu para não ter que olhar nos seus olhos.

- O que houve com o seu pai? – ele retrucou.

- Meus pais brigaram, meu pai saiu dirigindo todo apressado, bateu o carro e morreu.

- Minha mãe nos abandonou, típico. – ficou um silêncio por algum tempo. – Então...falta de sexo hein?

- Nem todo mundo tem pessoas do gênero das suas amiguinhas que é só ligar e pronto. E com trabalho e faculdade fico sem tempo.

- Sem tempo para sexo? Por favor. – ele começou a rir, tampei a boca dele com uma mão e com a outra fiz um “shh”

Ele de algum jeito deitou em cima de mim e fez “shh” também, e então me beijou. E eu o beijei de volta. Efeito do álcool. E então passou pela minha mente Felipe falando “Meu amor, as pessoas não gostam do sabor do álcool, gostam do efeito do álcool”.

- Olha o que álcool faz com duas pessoas. – comentei.

- Olha o que álcool faz com você, porque eu tomei só aquele primeiro copo. – ele sorriu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Julieta E Seu Rom...ops Felipe" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.