HARRY POV

Entramos em Hogwarts graças a uma passagem secreta no bar do irmão do Dumbledore, Aberforth.

Encontramos Neville Longbottom e os outros na Sala Precisa. Quando digo “os outros” quero dizer todos os colegas que participaram da Armada de Dumbledore. Eles contaram tudo que tem passado em Hogwarts desde que Snape assumiu o comando da escola.

Explico vagamente a todos que tenho que encontrar algo em Hogwarts que vai ajudar a destruir Voldemort para sempre. A dor na minha cicatriz havia se intensificado cada vez mais e podia sentir que Voldemort estava com ódio.
Então, quando estou preste a sair da Sala Precisa para ir até o Salão Comunal da Corvinal (onde provavelmente está o Diadema de Ravenclaw), com Luna, noto que Alex não está conosco.

– Onde está a Alex? – pergunta Justin, com ar preocupado.

– Ela veio com vocês? – pergunta Neville, surpreso.

– Sim. Ela estava conosco no Cabeça de Javali. – respondeu Hermione, ansiosa.

– Vai logo, Harry. Nós vamos achá-la. – prometeu Gina.

Acabei concordando e juntamente com Luna, entrei debaixo da Capa da Invisibilidade.

ALEX POV

Acordo e vejo uma movimentação à minha frente. É estranho, porque minha visão está sem foco e tudo sai de lugar o tempo todo. A pancada na minha cabeça foi forte o suficiente para poder me matar. Mas infelizmente, isso não aconteceu.

O garoto de cabelos negros e olhos castanho-claros, esta à minha frente, conversando com Giuliana, que ainda tem seus cabelos loiros platinados, olhos azuis e rosto perfeito.

– O que vamos fazer com ela? – pergunta Kevin Jadeson, irritado. – Você foi louca por empurrá-la da escada. Ela deve estar morta a essa altura.

– Não seja idiota, Kevin. – ri Gigi. – Acha mesmo que ela está morta? Há, me poupe. Não acredito que está preocupado com ela, Kevinzinho. Ainda tem aquela paixonite pela Russo?

– Não é nada disso. – diz Kevin, rapidamente. – É que a reivindicação vai acontecer e...

– E tudo vai ficar otimamente bem para o nosso lado. – diz Gigi, tranqüilamente. – As Trevas vão dominar o mundo. E Alex vai fazer o trabalho pesado. Nós só vamos assistir a destruição.
Kevin fica em silêncio. Gigi ri mais uma vez.

– Ora Kevin, não se preocupe. Quando eu terminar o serviço com a Alex, ela estará perfeitamente bem.

Que raio de serviço é esse? O que ela pretende fazer comigo? O que quer que seja, não posso permitir. Gigi não vai fazer porcaria de serviço nenhum comigo!

– Morgana vai descontar a raiva dela em você se a Alex não estiver ótima. – diz Kevin. – Ela te deu carta-branca para você agir. Só espero que o seu plano funcione.

– Vai funcionar. – diz Gigi, se virando para mim. – Alex! Você acordou! Saudades de mim?

– Nem um pouco. – digo, ainda tonta.

Não consigo me levantar e entendo o porque. Estou amarrada contra o pé da escadaria onde acabei de rolar.

Gigi gargalha.

– Ainda continua chata. Veremos se vai ficar assim quando eu fizer o serviço. – Gigi se aproxima de mim, saindo da sombra. Seu rosto fica completamente visível e com susto, noto que os olhos da minha rival não estão mais azuis. Estão dourados.

– Acabe logo com isso, Giuliana. – diz Kevin, impaciente.
Gigi se vira para mim e me debato. Em vão. Ela conjura uma mordaça em minha boca, para abafar meus gritos.

– Hora de liberar as Trevas dentro de você. – diz Gigi, fazendo com que sombras apareçam em sua mão direita.

Entro em desespero e continuo me debatendo. Mas a mão toca minha cabeça e nem mesmo a mordaça, consegue abafar meu grito de dor.

HARRY POV

Depois de lutar contra os Comensais da Morte na Sala Comunal da Lufa-Lufa e encontrar a professora Mc.Gonagall, deduzo logicamente que o Diadema de Rowena Ravenclaw não está por aqui.

Meu corpo pode estar aqui, mas minha cabeça está em Alex. Onde ela está? Conhecendo-a como a conheço, com certeza Alex deve ter ido atrás de algum Comensal da Morte ou, pode ter ido atrás da Morgana. Só espero que ela esteja bem.

Quando cheguei com Luna na Sala Precisa, vi que Rony e Hermione não estavam por ali. E agora essa!

Logo, uma grande confusão se iniciou. A Ordem da Fênix invadiu Hogwarts e Snape simplesmente fugiu, ou seja, se demitiu do cargo de diretor de Hogwarts. Covarde. Fugiu como um rato.

Minha cicatriz continua latejando. Vejo que Voldemort está por perto. Minha certeza aumenta, quando sua voz soa por todo o castelo e pelos terrenos de Hogsmeade. Ele está atrás de mim.

– Eu sei que vocês estão se preparando para lutar. Seus esforços são fúteis. Vocês não podem lutar comigo. Eu não quero matá-los. Eu tenho grande respeito pelos professores de Hogwarts. Eu não quero derramar sangue bruxo. Entreguem-me Harry Potter e ninguém será machucado. Entreguem-me Harry Potter e a eu deixarei a escola intacta. Entreguem-me Harry Potter e vocês serão recompensados. Vocês tem até meia-noite.

Agora estou aqui, sozinho, caminhando por um corredor lotado de alunos que ao me verem, apontam e falam algo. Ainda não chegou meia-noite, mais sei que quando o prazo se esgotar, a guerra vai se iniciar. Ninguém vai me entregar à Voldemort e fico meio feliz com a lealdade dos meus colegas. Entretanto, coisas ruins vão acontecer daqui para frente.

Mc.Gonagall e os professores começaram a evacuar a escola. Os alunos mais novos estão indo embora, para não se ferirem. Apenas os maiores de idade continuam no colégio, para lutar na guerra.

Sei que Rony e Hermione falaram algo sobre banheiro antes de sumirem misteriosamente. Mas por que raios eles iriam até um banheiro?

Max e Gina também sumiram. Quem continua comigo são Harper e Justin. Mas sei que não por muito tempo, já que eles planejam ir para outro lado do castelo, fazer a defesa de lá e arrumar pistas de onde Alex possa estar agora.

– Harry, temos que ir patrulhar os corredores de cima. - diz Harper, decidida.

– Tudo bem. Eu vou ver se encontro o Diadema. - digo, agitado.

– Nos vemos depois. Boa sorte. - diz Justin.

Ele e Harper saem correndo, de mãos dadas. Logo, eles somem no meio dos alunos.

Vejo Nick do outro lado do corredor.

– Nick! NICK! Eu preciso falar com você!

(...)

HARPER POV

Nunca pensei que pudesse estar gostando do meu melhor amigo. Quero dizer, do irmão da minha melhor amiga. Mas já era prevísivel. Ele sendo alto, bonito, forte, inteligente...Quem não gostaria de Justin Russo?

Eu o amo e sei que esse sentimento é verdadeiro. Infelizmente, não tenho coragem de contar o que sinto para ele.

Talvez Justin nem goste de mim. E eu vou acabar com a amizade entre nós. Mas e daí? Estamos preste a lutar em uma guerra mortal. E se algo acontecer a nós? Vou morrer com isso dentro de mim?

Nem pensar.

– Justin. - digo, parando de correr ao seu lado.

Justin para e se vira para mim.

– O que foi Harper? - pergunta ele, ansioso.

A voz custa a sair da minha boca. Por que não consigo dizer três palavras? Por que tem que ser tão difícil?

Meu coração bate cada vez mais rápido. Sinto um frio na barriga e várias borboletas no estômago voam para todos os lados dentro de mim.

Então, por impulso, pulo em seu pescoço e colo nossos lábios e um beijo apaixonante. Fico feliz por saber que Justin não recusou meu beijo e nem minha aproximação repentina.

Justin me tira do chão enquanto me beija. Nossas línguas se enrolam e passeiam em nossas bocas.

Nos separamos em busca de ar. Justin cola nossas testas.

– Eu te amo. - diz ele.

– Eu sempre quis ouvir isso. - murmuro e o beijo mais uma vez.

Então, algo faz com que o nosso momento seja interrompido e que lembremos que existe uma guerra ao nosso redor.

– Atenção! - uma voz soa por todo o castelo e pelos terrenos de Hogsmeade. Dessa vez, não é Voldemort. É Milenne Morgana. O que ela quer agora? - Uma notícia um tanto chocante para quem conhece a garota.
Justin cerra os punhos e eu o abraço de lado. Morgana está falando da Alex. Ai meu Merlim, o que será?

– Alexandra Margarita Russo está morta. - anuncia Morgana.

Sinto Justin vacilar e meu coração perde uma batida. Não pode ser.

– Não é brincadeira. Não é mentira. Alexandra Russo está morta. As Trevas consumiram seu corpo e a garota não aguentou. Aos Heróis que a conheciam, meus pêsames. - Morgana ri e um silêncio segue as suas palavras.

– Justin... - murmuro.

– Ela não pode estar morta. NÃO PODE! - grita Justin e vejo lágrimas rolando por seu rosto.

– Ela...Ela...Pode ser mentira! - grito em desespero e abraço Justin, que passa seus braços ao meu redor e chora silenciosamente.

– As Trevas são...Fortes demais. - murmura Justin, afagando meus cabelos. - São fortes demais.

Ficamos abraçados, chorando pela mesma dor e pela mesma pessoa: Alex. Se ela está morta, de fato, todo o seu esforço tem que valer a pena. Tudo o que ela fez. Tudo. Por isso temos que vencer essa guerra e derrotar Morgana e o Voldemort.

HARRY POV

Sem palavras e sem nada para pensar. A não ser na bela garota de olhos escuros e pele morena, que me conquistou com seu jeito rebelde e com sua mania de arrumar problema.

Então, quando a notícia de que ela está morta é anunciada, meu coração pode parar e tudo pode explodir. Minha vida não vai valer a pena sem ela.

Me encosto contra uma parede e começo a pensar em várias coisas. Lágrimas rolam por meu rosto e não temo em escondê-las.

Por que logo ela? Poderia ser eu. Eu me mataria no lugar dela. E sinto que a culpa é minha. Por não tê-la defendido. Por ter sido idiota. Eu só gostaria de ter dito o quanto a amava antes disso acontecer.

Os alunos passam por mim apressados, e a sensação de que tenho que destruir Voldemort, vêm à tona. Ainda tenho algo a fazer e isso me faz sentir melhor. Vou tentar não pensar na Alex agora. Vou tentar não pensar nisso...Por enquanto.

(...)

Após uma conversa conturbada com Rowena Ravenclaw, tenho certeza de onde está o Diadema. Na Sala Precisa. No único lugar onde pode se esconder tudo e não correr o risco de alguém achar.

Encontro Rony e Hermione na curva de um corredor. Paro derrapando.

– Harry... - começa Hermione e vejo que seu rosto está manchado por lágrimas.

– Não há tempo. Temos que ir. - digo, rapidamente.

Saimos correndo e por um instante, percebo Rony e Mione de mãos dadas. Será que eles reataram de vez?

(...)

A guerra havia se iniciado totalmente. Agora, lampejos verdes cortam o ar e gritos são constantes. Tenho medo de receber a notícia de que mais alguém morreu.

Aqui, acho que a única pessoa que pode morrer no momento sou eu. Estou na Sala Precisa e adivinhem? Draco, Crabbe e Goyle surgiram para atrapalhar.

Claro, com a inteligência que tem, Crabbe tacou fogo na sala e o pior de tudo, Fogo Maldito. Entenderam o problema, certo?

Como tenho instinto heróico (do tanto que já me disseram isso, me acostumei com a ideia), peguei uma vassoura e salvei o Malfoy, enquanto Rony tirava Goyle das chamas. Não encontramos Crabbe e pelo jeito, ele se foi mesmo.

Saimos da Sala Precisa. Tudo está acontecendo muito rápido e me assusto com isso. Pessoas correm de um lado para o outro, duelando ou socorrendo feridos. Acima de nós, o céu está escuro e cheio de estrelas.

Suspiro com essa visão e lembro da garota que fazia meu coração ir para o estômago em menos de cinco segundos, e que também admirava estrelas.

Draco e Goyle permanecem no mesmo lugar que foram jogados, minutos atrás. Rony e Hermione estão cobertos de fuligem, com ferimentos e queimaduras. Acredito que não estou em um estado melhor.

Ouço a voz de Percy e Fred dizendo uma única frase:

"Você realmente está fazendo piadas, Percy! Acho que não ouço você brincando desde que você era..."

O ar explode. Nós nos agrupamos juntos, Harry, Rony, Hermione, Fred e Percy, os dois Comensais da Morte aos nossos pés, um estuporado, outro transfigurado, e nesse pequeno momento, quando o perigo parece temporariamente suspenso, o mundo se parte. Harry sentiu-se voando pelo ar, e tudo o que posso fazer é agarrar o mais forte possível naquela vara de madeira que era sua única arma e resguardar sua cabeça com seus braços.

Ouço os gritos e os berros dos meus amigos sem esperança de saber o que está acontecendo com eles – e então o mundo se dissolve em dor e escuridão: Eu estou com metade do corpo soterrado nos destroços de um corredor que acaba de ser alvo de um terrível ataque.

O ar frio me diz que um lado do castelo acaba de ser explodido, e a viscosidade quente em minha bochecha me diz que eu estou sangrando muito.
Fred se levanta com Percy ao lado. As primeiras sombras que vejo. Depois, surgem Rony e Hermione. Ninguém morreu. Alíviado? Por enquanto.

Vejo uma sombra ao longe. Com a ajuda de Hermione saio do meio do entulho e tijolos.

– É um fantasma? - pergunta Rony, olhando em uma direção.

Sigo seu olhar e a vejo.

Ela está com os cabelos soltos, que esvoaçam ao vento. Sua pele está cintilando e a garota está em um belo vestido roxo, sem rasgos ou poeira. Uma escura sombra negra envolve seus olhos, que estão levemente dourados. Ela sorri para mim. De uma forma como nunca fez.

– Alex...? - murmuro.

– Harry! - grita Gina, logo atrás de mim.

Me viro e a vejo com Max, Harper e Justin. Eles chegam correndo e param ao meu lado. Alex continua parada ao longe, sorrindo.

– Olá! - grita Alex, sorridente, caminhando na direção deles.

– Tem algo errado. - murmura Gina.

Mas Justin, Max e eu não damos ouvidos. O que pode estar errado? Alex está na nossa frente, inteira. Sem ferimento algum! O que pode estar errado? Ah, é. Ela deveria estar morta. Tirando isso, tudo está normal.

Alex para de caminhar. Dou um sorriso e vejo seus olhos dourados, cintilarem de longe. Por uma fração de segundos, nos encaramos. Então, um vento sopra e Alex sorri.

– Acho que você está certa, Gina. - diz Max, em tom perplexo.

– Eu sempre estou certa. - diz Gina, se afastando dois passos.

Alex aponta sua varinha para mim.

– Harry! Cuidado! - grita Hermione.

Caio no chão e o feitiço passa por minha cabeça.

– Ela não é a mesma. - diz Justin, nervoso. - Não é.

– Que foi? - grita Alex, ao longe. Ela sorri com puro deboche. - Está com medo de mim, Potter? Não quer duelar?

– Ela foi possuída. - garante Fred.

– Você tem que ir, Harry. Talvez ela lhe dê ouvidos. - diz Percy.

Hermione grita. Ótimo. Isso é hora da turma do Aragogue aparecer? Essa guerra não poderia estar melhor!

Encaro Alex. Ela sorri em desafio. Se é um duelo que ela quer, um duela ela terá.