Noiva Em Fuga escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Capítulo 1 de 2


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma historia fofinha que eu escrevi após uma conversa com a Kisa ♥



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Alabasta estava em festa. Era o grande dia onde a princesa Vivi se casaria. Todos trabalhavam arduamente para que o casamento saísse perfeito. Era possível ouvir a música animada do povo, mesmo dentro do castelo. Mas, em uma parte do castelo, os sons da festa não conseguiam alcançar.

Vivi estava sozinha na sala de banhos, emergida na terma de água quentinha. De olhos fechados, ela relaxou os ombros e cochilou um pouquinho. Quando despertou, sentiu uma bicada na cabeça. Era Carue, tentando avisá-la que já estava na hora de sair da água.

A princesa olhou a ponta dos dedos, já estavam roxos e enrugados. Ela suspirou vencida e saiu da água enrolando-se em uma grande toalha. Vivi espremeu com cuidado os logos fios azulados. Carue pegou uma outra toalha para que ela também secasse o cabelo.

— Oh, Carue. – resmungou Vivi, olhando a toalha pendurada no bico do amigo. – Será que estou mesmo fazendo a coisa certa? – O bicho tombou a cabeça para o lado, não entendendo exatamente o que deixava Vivi tão entristecida num dia como aquele, porque até mesmo o bichinho compreendia que todos estavam felizes pelo casamento. Ela prosseguiu. – Eu o amo, com todo o meu coração. Mas isso tudo, é tão exagerado, tão diferente do que eu sonhei para mim. Todos do reino estão aqui, até mesmo das ilhas vizinhas. E o meu coração esta apertado, é como se ainda houvesse alguma coisa lá fora para ser feita.

Carue agora estava completamente confuso. Vivi pegou a toalha do bico dele, e secou os cabelos. Ela caminhou na direção do quarto de troca. O vestido de casamento estava pendurado, pronto para ser usado. Era um belo vestido de tecidos finos, bordado a mão, de vários tons. Branco, azul, amarelo e lilás. Com várias camadas, mas bem leve, do jeito que a princesa pediu. Ela tocou na vestimenta, mas suas dúvidas eram tantas.

Vivi penteou o cabelo devagar, e a cada escovada, seus pensamentos voavam alto. Começando por quando era bem pequena e corria pelo reino. Depois quando conheceu Kohza, e então deixou seu reino, e depois retornou. E por último tentou novamente deixá-lo para seguir a pirataria, mas decidiu ficar e reerguer o reino ao lado do pai.

E foi aí que Vivi compreendeu de onde vinha aquela sua melancolia. Ela estava desejando uma nova aventura. Desejava viajar, sentir os salpicos do mar em seu rosto, e brindar com os amigos no por do sol, comemorando o fim de mais um dia.

Vivi levantou-se, segurando a escova de cabelo na mão. Ela olhou pela janela, o reino estava em festa há uma semana, desde o inicio das comemorações matrimoniais. Era cerimônia atrás de cerimônia. Etiquetas a seguir, discursos para decorar.

A princesa queria que um dia não tivesse que seguir todas aquelas regras chatas, e protocolos, ela amava seu reino, queria cuidar dele, senão, nem teria lutado com tanta força, mas naquele momento, em um momento tão único de sua vida, ela queria apenas ser Vivi, a mulher que se apaixonou por seu melhor amigo. Mas Kohza, estava tão ocupado com as obrigações que seu futuro sogro lhe entregara, que mal lhe dava atenção.

Na noite passada, Vivi conseguiu fugir da guarda real, e passou pela janela do noivo em meio a madrugada. Ela caminhou na ponta dos pés para não acordá-lo, mas acabou acordando-o, graças a uma pisada em falso e queda. Ele a recriminou por estar ali, e mandou que voltasse ao seu quarto, porque de maneira nenhuma queria que o rei descobrisse que eles estavam burlando qualquer regra cerimonial. Vivi bufou irritada, e saiu do quarto pela porta. Os guardas não entenderam nada, porque nem a viram entrar ali, e Kohza quase caiu para trás com a ousadia dela.

Carue bicou a escova, fazendo Vivi despertar de suas lembranças.
Ela o olhou, ainda desanimada, mas terminou de pentear o cabelo.
Decidiu não ter a ajuda de ninguém naquele momento, porque queria um tempo para si mesma. Vivi despachou todas as pessoas que tentaram ajudá-la nas seguintes horas, até que não havia outra alternativa, senão, colocar o vestido e caminhar em direção ao altar.

Quando seu pai abriu a porta para buscá-la, encontrou a filha transformada em uma verdadeira mulher. Ele sorriu, recordando-se do dia de seu casamento com a mãe de Vivi.

— Papai, no dia do seu casamento, você sentiu que algo estava errado?

— Não, nada estava errado, porque sua mãe era a mulher mais linda e doce de todo o mundo, eu estava ansioso e nervoso. Mas sabia que era a melhor coisa que eu poderia fazer.

Ele disse com tanta certeza e convicção, que Vivi decidiu não revelar suas inseguranças. Ela ainda possuía a esperança de poder falar com Kohza antes do casamento. Mas ninguém deixou que eles se encontrassem.
A carruagem a aguardava para levar até o grande salão de cerimônia. Vivi pediu para Carue procurar por Kohza e levá-lo até ela. Demorou alguns minutos, até que ouvisse a voz do noivo do lado de fora da carruagem.

— Me larga Carue, me solta.

— Kohza? É você? Esta sozinho? – Vivi perguntou, sem puxar a cortina da janela de sua carruagem.

— Vivi! Aconteceu alguma coisa? – Ele pareceu surpreso.

— Por favor, Kohza, preciso que me diga uma coisa... – ela colocou a mão sobre a cortina, mas a manteve ainda fechada. – Você esta com medo?

— Medo? Eu não tenho medo, Vivi, por favor. Vou voltar lá para dentro, estão todos nos aguardando. – ele tentou olhar pela janela da carruagem, mas Vivi não abriu. – Eu não sei o que deu em você nesses últimos dias, mas precisa pensar que não esta sozinha.

— Não? – ela sentia-se mais confiante nas palavras do noivo.

— Claro quer não. Olha só quanta gente te esperando.
Vivi olhou por uma fresta da cortina, todos estavam lá sim.
Kohza ordenou que Carue cuida-se para que Vivi ficasse bem, até o rei vir buscá-la. Ele se despediu rapidamente da princesa e correndo por trás da guarda real, voltou para dentro.

Carue enfiou a cabeça para dentro da carruagem e olhou Vivi. Ele tentou animá-la, mas sem sucesso. Não demorou para que o rei aparecesse, e abrisse a porta da carruagem, pegou a filha pela mão, e antes de levá-la ao altar, ele a apresentou para a multidão que estava no pátio, abaixo deles.

Todos gritaram animados, acenando com lenços coloridos.

Em seguida, caminharam para o salão. Vivi sentiu o estômago revirar quando deu o primeiro passo para dentro do salão. O corredor com tapete vermelho era extenso, e todos a olhavam. Kohza a aguardava no final do corredor, ela não conseguia vê-lo completamente, porque sua visão ficou embaçada, a cabeça girou e Vivi parou no meio do corredor.

— Querida? Esta tudo bem? – O rei lhe segurou as duas mãos, mas Vivi não podia ouvi-lo com clareza. Seus sentidos estavam apagando, quando Carue a segurou com seu corpo, protegendo-a. Vivi disse baixinho para o amigo tirá-la de lá o mais rápido possível.

Quando todos perceberam, a princesa estava escapando.

Vivi segurou-se firmemente nas penas de Carue, que disparou acelerado para fora do salão.

O rei ordenou que ele parasse, mandou que todos fossem atrás dos dois, enquanto Kohza tentava dar alguma explicação para os convidados. Mas todos sussurravam uma única coisa: A princesa Vivi fugiu do casamento.


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Notas finais do capítulo

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