Júniper´s POV

Saltitava pelos corredores alegremente até o meu quarto. Estava animada para ver quem iria ficar comigo, tomara que fosse alguém humano, já que uma das do ano passado me contaram que era uma vaca.

Mas de repente eu vi uma mendiga saindo no corredor gritando que odiava uma tal de Clarisse e que queria mudar de quarto. Isso era uma coincidência e tanto! Eu já ouvi muitas garotas falando que odiavam a Clarisse.

–Aqui dois reais. – peguei o dinheiro e dei para ela – Não dá para comprar um unicórnio que eu queria, então, vou fazer uma boa ação. Compra roupas novas.

A garota urrou de raiva jogando o meu dinheiro longe. O que me fez dar uma risadinha.

–DO QUE VOCÊ ESTÁ RINDO? –a garota berrava

A questão era que eu não sabia a resposta. Então eu saí andando para o meu novo dormitório. Espero que ela consiga muito dinheiro futuramente, já que jogou o meu longe, deve ser um pouco perturbada.

Observei uma garota arrumando as suas roupas, ela era a Zöe Doce-Amarga. O que os pais dela tinham na cabeça? Misturar doce e amargo? Eles a lamberam para ver de que sabor era ela e não se decidiram? E sim, eu sou pura, então eu quero logo avisar que poluição passa longe.

Zöe Doce-Amarga

Extremamente interessante eu ter ficado justamente no quarto da garota mais iludida e sem-cérebro de todos os anos. Ela parecia um bebê. Comemorava qualquer coisa.

Porém quando olhei a outra garota que entrava no quarto, percebi que o maior problema do ano letivo não iria ser o ser vivo alegre. A situação acaba de ficar terrivelmente catastrófica.

–Silena Beauregard. –disse fitando a garota que acabará de entrar no quarto – Irá se juntar a nós nesse cômodo?

–Nossa. Como você fala bonito. Pena que nenhum garoto gosta de você. –ela realmente achou que aquilo me atingiu? – Você é de alguma religião em que não se pode pegar garotos? Ou ser amiga deles? Ou pensar neles?

Já deve ter notado o motivo de nos odiarmos. O fato era que: eu sempre fui uma garota comportada que pensa que essa história de “amor” era um besteira, já Silena é uma amante do romantismo (prefiro não tocar no assunto que ela já teve relações sexuais com quase todo os alunos do ensino médio).

–Mulher que dá não merece respeito-pensei no que acabei de falar, como eu estava ficando com a linguagem chula. – Muito menos o homem que aceita.

–Inveja de virgem não me atinge! – ela levantou a voz e chegou mais perto de mim, como uma ameaça.

–Eu sou de peixes. Vamos nos dar super bem. Eu adoro pessoas de virgem. – exclamou Júniper do outro canto do quarto – Vamos compartilhar conhecimento? EU PRIMEIRO! Sabiam que o arroto é o peido que subiu de vida?

Bufei. Reparei que Silena fez o mesmo. Aquela garota realmente tinha conhecimento das baboseiras que falava?

O pesadelo estava apenas começando.

Nico´s POV

–Cara. Qual o seu problema? Isso aqui não é High School Musical não. – disse para Luke brincando e ele riu (já que eu sou hilário), que a poucos segundos teve a genial ideia de cantar da varanda para uma garota – Não é assim que se consegue pegar uma garota.

Achei ótima a volta de Luke para o colégio, ficaríamos mais fortes para a competição. Ele era um excelente ex-líder. Ao invés de enfatizar o “excelente”, enfatizem o “ex”, já que eu estou no comando e liderando bem melhor que ele, de modéstia parte.

Nesse momento a porta abriu lentamente. Um rosto familiar entrou no quarto sorrindo. Lee Fletcher.

–Calado Di Ângelo. –ele falava parecendo não perceber que Fletcher estava no quarto–Quando você virou de garoto punk solitário até galinha?

GALINHA!? PUNK SOLITÓRIO?! Nossa, eu realmente não era aquilo. Além do mais, do maracujá eu só não comi a Mara. Nesse momento consegui imaginar a voz de nove mil garotas dizendo “Idiota”. Mas isso não vem ao caso.

–Talvez tenhamos que jogar um saco de adubo nele para ver se ele cresce-brincou Fletcher.

Segurei a risada, mas Luke gargalhou.

–Nico! –ele nos abraçou e por um momento pensei que ele fosse gay – Luke!

– Oi – disse indo para a porta– Tchau. Vou ver as minhas gatas.