Como Irritar Um Capitão Pirata escrita por Mrs Jones


Capítulo 9
Capítulo 6 - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Oi fofas, desculpem minha demora, já tinha escrito esse capítulo há um tempo, mas tive problemas no pc e não estava conseguindo entrar na internet. Esse capítulo ficou um pouco grande, espero que não se importem. No próximo tem a última parte do capítulo 6 e já estou com umas ideias para os próximos capítulos. Este capítulo não saiu bem como eu queria, mas esses dias estou meio sem criatividade e não quis que vocês esperassem mais.
Achei que já era hora e resolvi colocar um beijo dos dois rsrs Não foi bem como eu queria, mas espero que gostem.
Ah, e vocês já viram as cenas deletadas da segunda temporada? Tem uma com o Hook e a Ruby e eu morri de rir. Infelizmente quem não sabe muito de inglês, não vai entender nada, mas já adianto aqui o que ele disse pra Ruby: "Olá! Você é bem real, não é?" kkkkk
Tem também um bônus com o Colin Odonoghue falando um pouco sobre o Hook, mesmo que não souber inglês vai gostar, uma vez que a estrela do vídeo é o Hook gostosão kkkk
E tem também os erros de gravação. Vou deixar os links aqui, pra quem não viu ainda.
Sinceramente, Hook: http://www.youtube.com/watch?v=9uZ-mEic8Rs
Cena deletada com Ruby e Hook: http://www.youtube.com/watch?v=IMfUe8rGfL8
Erros de gravação:http://www.youtube.com/watch?v=pDGa6oWlcn0



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Capítulo 6 – Seja mais esperta que o Capitão (parte 3)

No trajeto até a ilha, Ruby parou para pensar que talvez não fosse uma boa ideia ter pedido para ir com o Capitão. Pelo o que diziam, aquela ilha era lar dos mais variados tipos de aranhas. Mas sua curiosidade falara mais alto, tão alto que ela não conseguia ter medo.

– Por que o nome é Ilha das Tarântulas se há outras espécies de aranhas lá? – Ruby perguntou a Smee enquanto se afastavam do navio.

– Só posso imaginar que não tinham um nome melhor para dar à ilha.

– E elas são mesmo tão terríveis como dizem?

– São – e Smee tremeu ao pensar nas criaturas horripilantes da ilha – Da última vez que estivemos aqui, muitos homens morreram. O Capitão não devia ter voltado aqui, mas você sabe como ele é teimoso.

– Ele está mesmo interessado no tesouro, não é?

– Ele só pensa nisso. Espero termos sorte dessa vez. Preciso mesmo de algum ouro. Há meses que não encontramos tesouros valiosos.

Ela observou o Capitão, que estava outro bote. Ele parecia mesmo confiante, ou não voltaria a se arriscar naquela ilha.

– Felizmente, agora que temos a senhorita devemos estar mais perto de encontrar o tesouro.

– Oh, eu não diria isso. Nunca estive atrás de tesouros antes e estou realmente preocupada com as aranhas.

– Eu aposto que a senhorita irá encontrar o tesouro. E não precisa se preocupar, iremos protege - lá.

Diante das palavras de Smee, Ruby ficou mais tranqüila. Logo eles desembarcaram na ilha, numa praia de areia muito branca e águas claras.

– Homens – o Capitão disse em voz alta – a partir de agora devemos tomar cuidado. Aos que nunca estiveram nessa ilha, um aviso: estas aranhas são criaturas traiçoeiras, portanto tomem cuidado. Não quero cometer o erro de perder mais homens desta vez – os marujos engoliram em seco. Aqueles que já haviam estado ali se lembravam das mortes dos colegas (alguns devorados pelas aranhas carnívoras). E os outros, que eram novos na tripulação, só podiam imaginar o horror que os esperava.

– Capitão – Smee falou timidamente – não seria bom nos dividirmos em grupos?

– Bem lembrado, Smee. Da última vez todos nós caímos na mesma armadilha. É melhor nos separarmos dessa vez, assim um grupo pode ajudar o outro caso um de nós esteja em apuros.

E assim os homens foram divididos em grupos. Smee e Ruby foram com o Capitão, enquanto os outros marujos se dividiram em mais cinco grupos.

Cada grupo seguiu numa direção, e quando Ruby, Smee e o Capitão entraram na floresta inóspita, a Princesa sentiu um arrepio de medo percorrer seu corpo. Ela segurou o punhal com força, pronta para se defender do que aparecesse.

Andaram por cerca de meia hora sem que encontrassem nenhuma aranha. A floresta era escura e fechada em alguns pontos, mas havia algumas clareiras em algumas partes.

– Princesa, cuidado onde pisa – Smee advertiu – certas aranhas costumam fazer suas tocas no chão.

– Sim, eu sei, mas acontece que nunca vi uma delas antes.

– Nunca? – o Capitão se virou para olhá-la, uma expressão de descrença no rosto – Quer dizer que não sabe o que é uma aranha?

– Mas é claro que eu sei! Já vi ilustrações em livros.

– Mas as aranhas de verdade são muito mais assustadoras. Não acho que tenha sido uma boa ideia trazer você. Foi realmente muito... – o Capitão parou de repente ao perceber as expressões aterrorizadas de Smee e Ruby. – O que foi?

– Capitão... tem uma... uma...

O Capitão se virou bem a tempo de ver a aranha atrás dele. Era enorme, vermelha e peluda, e estava pendurada pela teia, pronta para dar o bote. Felizmente o Capitão foi mais rápido e desferiu um golpe de espada contra a aranha, que se partiu no meio.

Ruby soltou um gritinho e fez cara de nojo. O Capitão riu.

– Pelo menos agora você sabe como elas são horríveis. Espero que esteja arrependida de ter vindo conosco – e ele saiu andando, largando os outros dois pra trás.

– Eu estou arrependida! Vamos voltar, Capitão – Ruby correu para alcançá-lo e Smee foi atrás.

– Você quis vir, agora vai até o fim.

– Eu sei, mas estou com medo. Por favor, vamos voltar...

– Não!

– Eu lhe imploro!

– Não!

– Por favor! Eu juro que vou ser uma boa menina. Eu faço qualquer coisa... – ela estava a ponto de chorar. Nunca imaginara que as aranhas pudessem ser tão assustadoras daquele jeito.

– Nada do que disser vai me fazer mudar de ideia.

– Será que não entende? Nós vamos morrer!

– Nós não vamos morrer e eu não vou voltar. Você quis vir, agora agüente as conseqüências.

– Mas, Capitão...

– Não se preocupe, eu sei exatamente o que estou fazendo.

– Você tem um mapa pelo menos?

– Não precisa de mapa, é só seguir a lenda... A propósito, Sr. Smee, o senhor se lembra daquela fonte na qual reabastecemos nossos cantis da outra vez? Acho que estamos por perto, devíamos parar um pouco para comer e descansar... Sr. Smee?

Smee tinha desaparecido.

– Smee! Smeeee! – Ruby e o Capitão gritaram por Smee, mas o homem não apareceu.

– A gente devia voltar, Capitão... vamos procurar por ele.

– Não podemos voltar agora. Temos que encontrar o tesouro antes que anoiteça. A não ser que queira pernoitar por aqui...

A ideia de ter que dormir na floresta escura, a mercê das monstruosas aranhas, fez a moça ficar arrepiada. Mas ela se importava demais com Smee para pensar em outra coisa.

– Mas e o Sr. Smee?

– Ele deve ter se perdido ou foi morto.

A Princesa olhou para o Capitão horrorizada. Como ele podia parecer tão insensível ao dizer aquilo?

– E você não vai fazer nada? – ela gritou – Eles são sua responsabilidade.

O Capitão deu de ombros.

– Eles estão aqui por livre e espontânea vontade, não obrigo ninguém a permanecer no meu navio.

– Mas nenhum deles tem coragem de contrariar você. Acha mesmo que eles teriam vindo se fossem livres? Sabem que você faria o maior escândalo caso se recusassem a vir...

– Ora, mas eu...

Um barulho lhes chamou a atenção. Algo se movia ali perto, agitando as folhas das plantas quando passava.

– Ouviu isso? – Ruby perguntou num sussurro.

– Sim...

Algo se aproximava. De repente, silêncio.

– Acho que foi embora – Killian disse depois de uns minutos, mas de repente ouviram um guincho alto bem atrás deles. Ruby gritou e se agarrou ao braço do Capitão.

– O que foi isso? – a moça perguntou quase sem voz.

– Tem alguma coisa naquele arbusto – o Capitão apontou para um pequeno arbusto de onde parecia ter vindo o som. – Podemos dar a volta, mas de qualquer jeito ainda vamos encontrar umas aranhas por aí.

– Eu vou lhe dizer o que devíamos fazer – Ruby disse, ainda agarrada ao braço do Capitão – Devíamos voltar e procurar pelo Sr. Smee. E depois você desiste dessa ideia maluca de procurar por um tesouro que não existe. Devíamos ir embora daqui...

– Eu não vou desistir! Mas já que quer voltar, sugiro que vá sozinha. Só não vá gritar por ajuda quando encontrar aranhas gigantes por aí.

– Aranhas gigantes?

– Você não vai gostar delas nem um pouco.

Ruby não tinha escolha, já que estava ali, melhor que estivesse com um homem forte que pudesse defendê-la. Mesmo não gostando da ideia de estar sozinha com o Capitão, ela teve que ir com ele e estava tão amedrontada que nem percebeu que ainda segurava seu braço.

Eles deram a volta por trás de um grupo de árvores e tomaram outro caminho. Ruby reclamou o tempo todo, insistindo para que voltassem à segurança do navio. O Capitão, porém, não lhe dava ouvidos e continuava obstinado na procura do tesouro.

– Passei noites em claro planejando este dia e você não vai estragar as coisas.

– Está bem, mas se algo me acontecer você vai passar noites em claro tendo de lidar com o remorso de não ter me ouvido.

Killian riu.

– Você está mesmo com medo, até agora não largou meu braço.

Ela enrubesceu e soltou o Capitão, mas não podia negar que estava gostando daquela aproximação entre os dois.

– Aonde é que estamos indo? – ela perguntou apenas para disfarçar o rubor em sua face.

– Você vai ver. É um lugar perigoso, temos que tomar muito cuidado.

– O senhor quer mesmo esse tesouro, não é?

– Estou arriscando minha vida por ele.

– A sua e a dos outros...

Ele suspirou:

– Continua com isso, é? Você é mesmo teimosa.

– Não mais que você.

– E também é uma atrevida!

– Como se você não fosse.

– E também é uma intrometida!

– E você é um arrogante!

– E também se atreve a falar comigo dessa maneira...

– Falo como quiser!

– É uma pestinha que gosta de me irritar.

– É minha única diversão...

– Mas é inteligente apesar de tudo...

– Que bom que reconhece isso...

–... e também é fofa...

Ruby enrubesceu.

–... e bonita – o Capitão sorriu sedutor.

Ela ficou ainda mais vermelha. Ruby sabia que o Capitão era um galanteador, mas sempre se surpreendia com seus elogios.

– Hum, obrigada... – foi tudo o que ela conseguiu dizer.

– Esperava que você fosse dizer o mesmo de mim – ele fingiu estar decepcionado.

– Como é?

– Você sabe... o quanto sou bonito e sexy... esperava que fosse me dizer isso – um sorriso maroto se formou em seus lábios atraentes. Ele se aproximou, tocou os cabelos dela e ficaram se olhando por um tempo. – Céus... como você é linda!

Mas antes que Killian pudesse fazer qualquer coisa, seja lá o que ele estivesse pensando em fazer, um grito de desespero cortou o ar ali perto. Um dos marujos, que Ruby não sabia o nome, veio cambaleando na direção deles.

– Capitão! Capitão! Venha depressa!

– O que aconteceu?

– Fomos atacados – o marujo estava ferido na perna esquerda, parecia ter sido picado. – Precisa nos ajudar! Robert está em apuros.

Os três se apressaram a ajudar o marujo Robert. Quando chegaram ao local, ficaram horrorizados a ver a cena que se passava. Três marujos estavam caídos no chão, Robert entre eles, e berravam feito loucos enquanto aranhas pretas e de pernas muito compridas os comiam vivos. Eram as tais aranhas gigantes que o Capitão mencionara.

– Ajude-nos! Ajude-nos! – gritavam desesperados. Mas não havia nada que pudesse ser feito. Pedaços de carne humana se espalhavam pelo chão, misturadas ao sangue escuro que jorrava por todo lado.

– O que está esperando? Temos que ajudá-los! – Ruby guinchou horrorizada.

– Não há nada que possamos fazer. Precisamos sair daqui antes que mais delas apareçam. – o Capitão arrastou Ruby para longe e o marujo de perna ferida ficou parado sem saber o que fazer. As aranhas emitiam um barulho que parecia um guincho, o que tornava a cena ainda mais assustadora.

– Não, Capitão...

– Anda! Depressa!

– Não podemos deixá-los aí...

– VOCÊ QUER MORRER TAMBÉM? VAMOS LOGO!

Ruby ia replicar mais uma vez, quando mais daquelas coisas peludas e grandes apareceram. Primeiro elas atacaram o marujo ferido, que incapaz de se defender caiu no chão e logo também estava sendo devorado vivo. Depois mais aranhas apareceram; algumas deviam ter uns três metros de altura e eram as adultas; mas havia aranhas menores de um metro de altura, que deviam ser recém-nascidas. Killian arrastou Ruby pra longe dali, os dois correram o mais rápido que puderam e acabaram chegando a um rio.

– Vamos, entre no rio. Aqui elas não podem nos atacar, a correnteza é forte.

Ruby obedeceu. Ela chorava e tremia completamente apavorada. O Capitão ficou de coração partido ao ver o estado em que ela se encontrava:

– Ei, calma, calma... vai ficar tudo bem – ele a aconchegou em seus braços. Ainda era possível ouvir gritos. Quem sabe quantos homens teriam morrido até agora? Smee estava sumido e eles não haviam encontrado os outros grupos.

– Eu quero ir embora – a Princesa soluçava – Quero ir embora agora. Por favor...

– Shhh! Vai ficar tudo bem. Não vou deixar nada te acontecer – Killian a abraçava com carinho, da forma como nunca fizera com nenhuma outra mulher antes. Talvez por ter passado por muita coisa, ou por estar muito assustada, Ruby apenas aceitou o abraço como se precisasse muito disso. O momento teria sido romântico, não fosse o medo que se apossara deles. Aos poucos ela foi se acalmando e o Capitão lhe dizia coisas carinhosas. Depois de um tempo tudo ficou silencioso e eles não ouviram mais nada, a não ser o som da água do rio.

– Acabou? – Ruby perguntou com a voz fraca, ela ainda tremia.

– Me parece que sim. Mas temos que tomar precauções, você viu como elas são agressivas.

– O que vamos fazer? Do que elas têm medo?

– Talvez tenham medo de fogo. Vou arrumar uma tocha, então podemos sair daqui.

Depois de improvisarem uma tocha usando um pedaço de pau, pano e querosene, os dois voltaram ao local onde as aranhas haviam atacado. O que viram ali não foi nada agradável. Não sobrara nada além dos ossos dos marujos. Havia pano rasgado e ensangüentado no chão, e as aranhas não haviam deixado nem um naco de carne para trás. Ruby ficou enojada e teve vontade de vomitar. Ainda havia algumas aranhas por ali, descansando sob a sombra das árvores ou dentro de seus buracos na terra. Elas correram na direção deles e Ruby se escondeu atrás do Capitão, que as espantou com o fogo.

– Pelo menos isso funciona – ele falou deprimido enquanto as criaturas corriam para longe.

– Não sabia que elas comiam gente.

– É, há coisas aqui que você nem imagina...

***

– A questão é – ia dizendo o Capitão – eu não posso voltar, agora que estamos tão próximos do tesouro.

– Mas você prometeu... – Ruby choramingou.

– Disse aquilo pra você se acalmar. E agora não há mais como voltarmos antes que anoiteça.

– Quer dizer que vamos passar a noite aqui? Não mesmo!

– Você tem uma ideia melhor?

Desde que haviam encontrado as aranhas gigantes, Killian e Ruby só andaram em círculos. Por mais que o Capitão dissesse saber o que estava fazendo, estava claro que ele não sabia onde estavam.

– Ótimo! Estamos perdidos! Não bastasse eu ser seqüestrada por piratas, ainda vou ser devorada por aranhas assassinas! Ótimo!

– Acalme-se, Princesa. Eu vou encontrar o caminho.

– Estou cansada... quero ir embora... – ela choramingou.

– Eu sei, eu sei. Mas não podemos parar agora. Precisamos ao menos achar um lugar seguro para passar a noite.

– Maravilha! Vou passar a noite toda com você numa ilha assassina! Não podia ser melhor!

– Ora, não reclame! Devia agradecer por ter salvado sua vida – ele disse examinando a bússola.

Você salvou minha vida? – ela riu com ironia

– É, eu devia mesmo ter largado você com as aranhas. Pelo menos assim você não me atrapalhava mais...

– Ora, seu...

– Hum, talvez devêssemos ir para o leste... – Killian voltou a examinar a bússola, ignorando Ruby completamente - acho que temos uma boa chance de encontrar abrigo...

– Não se mexa! – Ruby falou interrompendo-o

– O que...

– Não se mexa! – repetiu olhando pra alguma coisa acima de Killian.

– O que... o que tem aqui? – ele pareceu com medo. Antes que Ruby pudesse responder, uma aranha pousou na cabeça do Capitão. Ruby guinchou:

– Ai meu Deus! Ela é horrível!

– H-horrível?

– E é grande!

– Grande?

– E tem mais delas!

Ruby olhou pra cima, apavorada. Estavam debaixo de uma enorme teia branca e espessa. Acima deles as aranhas ficaram agitadas, como se sentissem sua presença.

– O que está esperando? Tire essa coisa de mim! – Killian gritou

– E como você quer que eu faça isso? – ela gritou mais alto ainda

– Eu não sei! Use o punhal!

– Tá! Tá bem...

A aranha começou a descer pela cabeça do Capitão.

– Depressa!

Ela se aproximou, trêmula.

– Eu não vou conseguir...

– Vai logo! Anda! – a aranha estava descendo pelo rosto do Capitão. Outras aranhas começaram a descer, penduradas em suas teias. Não eram assim tão grandes, mas o medo fazia com que parecessem maiores. Uma delas começou a subir pela perna de Ruby, e a moça começou a gritar e pular feito louca.

– Tira! Tira isso de mim!

Killian, por sua vez, descobriu que aquelas aranhas não eram assim tão horríveis. Ele simplesmente arrancou a aranha que agora descia por seu pescoço e riu-se com o desespero de Ruby.

– Calma! Calma! – ele avançou até onde Ruby pulava tentando se livrar da aranha e a segurou pelo braço, em seguida pegou a aranha que agora subira para a barriga da moça – Não são venenosas... – ela parou com o escândalo – Viu? Inofensivas... – O Capitão deixou a aranha caminhar por seu braço e Ruby o olhava perplexa.

– Ok... podemos ir agora? – ela ficou muito séria e o olhou com firmeza. Killian começou a gargalhar. – O que é tão engraçado?

– Você...

– Ha ha ha, que engraçado! – ela disse sem emoção.

– Devia ter visto sua cara... – o Capitão ria de uma forma que ninguém nunca havia visto. Era como se ele tivesse se tornado uma pessoa normal de repente, uma pessoa que se permitisse chorar de rir. A cena era estranha.

– Idiota!

– Uuuuuuh veja como elas são horríveis e enoooormes! - ele largou a aranha e enxugou os olhos.

– Imbecil! Como se você mesmo não estivesse com medo.

Killian ficou sério de repente.

– Eu não estava com medo!

Mas Ruby sabia que no fundo ele se assustara um pouco.

***

Eles caminharam por mais algumas horas até que acabaram numa clareira bem no meio da floresta. Já escurecia e logo a floresta se tornaria um lugar muito mais perigoso.

– À noite elas saem pra caçar – o Capitão explicou – mas se acendermos um fogo elas não chegam perto. Vá catar uns gravetos!

– Vá você, estou cansada! – Ruby cruzou os braços e fez cara de emburrada.

– Espero que esteja muito arrependida por ter vindo. Eu lhe avisei que aqui não era lugar pra mulher.

– Está bem, está bem! Eu estou arrependida, ok? Agora vá catar seu gravetos e me arrume algo para comer.

– Quando foi que você se tornou tão mandona assim?

Talvez por estar cansada, amedrontada e faminta, Ruby criara coragem para desafiar o Capitão. Ele parecia não ligar, pelo menos não gritava com ela como fizera tantas outras vezes. Talvez aqui fosse diferente: ou eles se uniam ou acabavam mortos.

Por fim fizeram uma fogueira e minutos depois tudo ficou completamente escuro. O fogo era o suficiente para aquecê-los e protegê-los de possíveis... predadores!

– Pronto! Agora é só mantermos o fogo aceso e estaremos seguros até amanhã cedo – o Capitão mexia no fogo usando um graveto comprido. Os dois estavam sentados no chão, próximos ao fogo. No início Ruby se recusara a se sentar, uma vez que podia ter mais daquelas coisas escondidas em buracos na terra, mas o Capitão a tranqüilizara, dizendo que as aranhas não gostavam de áreas muito abertas como aquela.

– Confie em mim! Está segura comigo. Está com fome?

– É claro!

Killian procurou por algo dentro da bolsa de couro que carregava. Ele tirou duas maçãs e atirou a maior delas para Ruby.

– É tudo o que temos por hoje – se desculpou.

– Obrigada!

– Como você consegue ser tão educada nessas horas? – ele perguntou com a boca cheia e Ruby fez cara de desaprovação.

– Eu sou sempre educada, ao contrário de certas pessoas...

– Eu também sou educado, Princesa, quando é necessário. – Killian riu.

Ficaram em silêncio por uns minutos, Ruby desejando estar em casa, Killian sonhando com o tesouro. Terminaram suas maçãs e atiraram os restos no fogo. Ruby estremeceu.

– Está com frio? – o Capitão perguntou.

– Um pouco.

Então, por mais surpreendente que parecesse, o Capitão simplesmente tirou o casaco de couro que usava e o colocou sobre os ombros de Ruby. Ela sorriu:

– Tentando parecer cavalheiro?

– Sou sempre cavalheiro! Você devia dormir um pouco enquanto fico de vigia. Você pode assumir meu posto depois que descansar.

– Ok – ela se ajeitou como pode em meio às folhas no chão, e em questão de minutos adormeceu profundamente.

***

Ruby teve um sono agitado, sonhou com aranhas e florestas sombrias, mas nunca acordava dos pesadelos, tão cansada que estava. O Capitão manteve seu posto de vigia por grande parte da noite, ficara acordado por mais de sete horas e logo não demorava a amanhecer. Ele não tivera coragem de acordar Ruby, não quando ela parecia dormir tão bem. Mal sabia ele que ela estava tendo pesadelos terríveis.

No último pesadelo da noite, Ruby sonhara com o Capitão. No sonho eles eram atacados por aranhas gigantes e Killian era comido vivo enquanto implorava para que Ruby o ajudasse, mas por uma estranha razão, ela não conseguia fazer nada. Ela acordou gritando e começou a chorar assustada.

– O que foi? - o Capitão estava sentado ao lado dela – Que aconteceu?

Ruby se sentou e pela luz bruxuleante da fogueira, Killian percebeu que ela estava muito pálida.

– Pensei que estivesse morto... – ela disse ainda chorosa – Pensei que tivesse me deixado sozinha...

– Ah querida... – ele a abraçou da mesma forma carinhosa como fizera mais cedo – Foi só um pesadelo. Não se preocupe, eu sempre vou estar aqui pra você.

Ficaram abraçados por um tempo, Ruby chorava como um bebê. Depois de tudo o que ela passara, era normal que precisasse desabafar um pouco.

– Me perdoe! – o Capitão falou depois que a Princesa se acalmou um pouco.

– Pelo o que?

– Por tudo o que eu te fiz. Tenho feito você sofrer... Você me perdoa?

– Está tudo bem...

Eles se olharam. Ruby se perdeu na profundeza que eram aqueles olhos azuis do Capitão. Ele acariciou o rosto dela.

– Você é tão bonita... – disse e então a beijou. Ela correspondeu ao beijo sem pensar no que estava fazendo. Não importava que ele fosse um pirata e que ela fosse uma princesa. Não importava que ele a tivesse seqüestrado. Não importavam as brigas e discussões que haviam tido... A única coisa que importava, é que eles gostavam um do outro...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Fiquem na curiosidade até o próximo capítulo kkkk