Como Irritar Um Capitão Pirata escrita por Mrs Jones


Capítulo 47
Capítulo 43 - A Xerife, o estranho e encontros


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas! Fico muito feliz que estejam gostando da minha versão de Storybrooke. Eu não sei se estou acelerando demais as coisas, mas não vou colocar muita coisa da série pra não ficar cansativo. E as leitoras que leem a fic sem terem assistido Once, aconselho que assistam pra conseguirem entender a história. E outra coisa, alguns acontecimentos talvez venham numa ordem diferente da série. Por exemplo, o próximo capítulo provavelmente vou me basear naquele episódio que a Ruby se demite do Granny's, mas aconteceu algumas coisas antes disso que eu vou por depois. Enfim. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/322235/chapter/47

Capítulo 43 – A Xerife, o estranho e encontros

Duas semanas se passaram desde a morte de Graham. Depois de alguns dias de luto, a cidade voltou ao ritmo normal. Emma não tinha mais um emprego depois que Regina a demitira e acabou encontrando conforto nos amigos. Ruby lhe lançava sorrisos amigáveis quando ela vinha para tomar café e Henry estava sempre disposto a passar um tempo com ela. Mas o garoto parecia preocupado. Regina matara Graham e Henry temia que ela pudesse fazer algo de ruim a Emma.

Foram dias desanimadores para todos, menos para Regina. A prefeita estava sempre sorridente e nem parecia a mesma mulher que chorara sobre o caixão de Graham.

Não houve emergências policiais em Storybrooke naquelas duas semanas, mas era necessário que colocassem outra pessoa no cargo de Xerife. Sr. Gold disse a Emma que o cargo era dela, já que ela era assistente do Xerife, mas desde que ela tinha sido demitida, Regina arrumara outra pessoa melhor.

– Sidney Glass? O cara do jornal? – Emma indignou-se quando soube – Mas é claro, ele vai fazer tudo o que sua mãe quiser.

– Devia ser você – disse Henry, que andava meio desanimado depois da morte de Graham.

O garoto realmente acreditava que Graham tinha sido morto por Regina. A coisa piorou quando ele descobriu que tinha nascido na cadeia. Regina sempre tinha cartas na manga e não demorou a colocar as mãos em documentos que deviam ser confidenciais. A foto de Emma mais uma vez saiu no Storybrooke Daily Mirror e a manchete dizia que a senhorita Swan tinha dado à luz quando estava na cadeia. Não foi o suficiente para traumatizar o garoto, mas foi o suficiente para que Emma comprasse briga com Regina.

– Olha, sei que não sou a melhor pessoa para aconselhar – Ruby dissera a Emma quando viu o estado em que a mulher estava – Mas estou aqui se precisar de um ombro amigo.

– Obrigada, Ruby. – Emma engoliu seu café com leite – Eu preciso de um conselho: qual é o melhor jeito de eu quebrar a cara da Regina?

Ruby riu.

– Ah eu adoraria que você fizesse isso, mas não vai querer comprar briga com ela. Posso ser apenas uma garçonete, mas também sei que quem enfrenta Regina de um jeito ou de outro acaba sendo destruído. Mas se serve de ajuda, acho que um belo tabefe na cara ia resolver.

Emma sorriu e fez seu caminho pra casa. Ela ainda procurava por outro emprego e assegurara a Mary Margaret que não ia se tornar uma despesa pra ela. Mary nem ligava se Emma colocava dinheiro em casa ou não, ela gostava da companhia. Depois de tantos anos sozinha, era natural que ela quisesse alguém por perto e realmente sentia que havia uma conexão especial entre ela e Emma. Mary tinha um bom círculo de amizades, pena que sua vida amorosa era um completo desastre. A professora estava caindo de amores por David Nolan e sabia que aquele amor era impossível.

Já Emma não parecia ligar para o fato de não ter um homem em sua vida. Sua única preocupação era Henry. O Sr. Gold acabou indo procurar por ela. Ele queria ajudá-la a se tornar Xerife. Regina ia nomear Sidney, mas Emma lhe alertou quanto às leis quando se candidatou ao cargo. Era necessário haver uma eleição. Regina não gostou muito, mas parecia confiante de que Sidney ganharia.

– Acho que conheceremos a vontade do povo – Regina sorriu daquele jeito confiante e desafiador que Emma já conhecia.

– Conheceremos sim – Emma estava disposta a jogar aquele jogo e se Gold parecia tão confiante nela, então ela tinha que confiar em si mesma.

Felizmente Emma conquistou a confiança do povo quando salvou Regina de um incêndio na prefeitura. Mais tarde Emma descobriu que o incêndio fora causado por Gold. Aquilo serviu para que ela virasse uma heroína e Ruby, Vovó, Archie e Killian vieram apoiá-la em sua campanha. Henry subitamente ficou muito animado quando percebeu que Emma podia vencer Regina sem precisar jogar sujo.

Cartazes de “Swan para Xerife” e “Votem em Emma Swan” foram espalhados pela cidade. Havia um bocado de gente apoiando Sidney, mas os amigos de Emma pareciam ter certeza de que ela ia ganhar.

– Eu vou dizer a você, ela é a xerife mais gata e sedutora que já existiu – Orlando disse a Killian enquanto os dois estavam sentados esperando pelo debate. Sidney e Emma fariam discursos, assim o povo poderia decidir quem era o melhor candidato a Xerife.

– Não vai achando que você tem chance com ela – Killian respondeu – Parece que a senhorita Swan não faz muita questão de ter um homem na vida dela.

– É mesmo? E como você sabe? Ah é, esqueci que você é amigo da Ruby agora e ela te conta todas as fofocas da cidade.

– Ruby não me contou isso. Não é visível? Parece que a Emma não quer se envolver com ninguém.

Enquanto isso, por trás das cortinas do palco, Emma relutava em acreditar que poderia ganhar aquela eleição. Ela não gostou nada quando descobriu que Gold causara o incêndio apenas para aumentar a popularidade dela e recusou qualquer tipo de ajuda que viesse dele. Gold estava sentado na plateia e parecia ansioso para o inicio do debate.

Mary Margaret veio e acalmou Emma dizendo que ela tinha muita chance de ganhar e Emma confessou que temia perder e desapontar Henry.

– Eu quero mostrar a ele que o bem pode vencer – ela disse a Mary Margaret enquanto espiava pela cortina. Havia muita gente. Henry sorriu ao vê-la. Ele e Regina estavam sentados na primeira fileira. – Quero mostrar a ele que o herói pode vencer...

O debate começou e Archie pegou o microfone:

– Uma tragédia nos trouxe aqui, mas somos obrigados a tomar essa decisão. Agora peço que escutem com a mente aberta e votem com consciência. Apresento-lhes os candidatos Emma Swan – ele ergueu a mão para a mulher sentada a um canto – e Sidney Glass – apontou o homem sentado no canto oposto.

Sidney era um homem alto e de pele escura. Trabalhava no Storybrooke Daily Mirror e Emma não conseguia imaginar como um jornalista conseguiria resolver crimes e outras emergências policiais. Sidney sorria largamente e estava claro o quanto ele estava confiante de que iria ganhar.

Archie passou o microfone para Sidney, que sorriu para o público:

– Eu só quero dizer que se eu for eleito, meu mandato vai refletir as melhores qualidades de Storybrooke: honestidade, espírito comunitário e força. Obrigado!

O pessoal aplaudiu. Certamente Sidney não precisara de muito esforço para decorar o que Regina tinha mandado ele dizer. Já Emma não preparara um discurso e nem fazia ideia do que ia dizer. Ela apenas encarou as pessoas e falou o que lhe veio na cabeça:

– Todos sabem que eu tenho o que se chama passado problemático, mas vocês conseguiram ignorar isso por causa da coisa de heroína... Mas é o seguinte: o incêndio foi armação!

Houve um burburinho e todos encararam Emma chocados, enquanto que o Sr. Gold parecia meio inquieto em sua cadeira.

– O Sr. Gold concordou em me apoiar nesta campanha – Emma continuou – mas eu não sabia que ele provocaria um incêndio. Não tenho provas concretas, mas tenho certeza. E a pior parte de tudo foi deixar pensarem que isso era real. Não posso ganhar assim. Sinto muito!

Alguns olhares se voltaram para Gold quando o homem se levantou e deixou o salão. Regina sorriu vitoriosa. Swan estava desistindo e isso significa que a prefeita vencera. Sidney seria o novo xerife.

Emma foi beber no Granny’s porque precisava esfriar a cabeça. A lanchonete estava vazia e só Ruby retornara ao local depois da eleição.

– Só pra constar: eu votei em você – a garçonete disse a Emma enquanto lhe servia uma dose de uísque.

– Obrigada, Ruby.

Henry chegou em seguida e não demorou pra que Regina e Sidney também aparecessem. Ao contrário do que Emma pensara, nenhum dos dois parecia animado. Regina estendeu o distintivo de xerife para a Emma e ela precisou de uns segundos para entender o que estava acontecendo.

– Meus parabéns, Xerife Swan – disse Regina, meio a contragosto – Foi uma votação acirrada. O povo achou que o novo xerife devia ser corajoso o bastante para enfrentar o Sr. Gold. Você não tem um excelente amigo no Sr. Gold, mas saiba que ele é um grande inimigo...

As coisas estavam mesmo mudando em Storybrooke e Henry sorriu feliz. Naquela noite houve uma comemoração no Granny’s e pela primeira vez Emma sentiu que pertencia àquele lugar.

***

Fazia quase um mês que Emma estava em Storybrooke e ela estava honrando o detetive de Xerife. Seu primeiro trabalho viera em forma de duas crianças, dois órfãos. Ou João e Maria como Henry insistia em chamá-los. Regina dera um jeito de que os pobres órfãos fossem levados para o sistema de adoção em Boston e mais uma vez Emma salvara o dia ao encontrar o pai dos garotos. A Xerife estava mostrando seu valor e isso impressionava as pessoas cada vez mais.

Killian ainda estava se acostumando a ser visto como herói. Onde quer que ele fosse as pessoas o cumprimentavam ou comentavam o quanto ele fora corajoso ao salvar Henry na mina. Nessas horas Killian enrubescia e balbuciava um “não foi nada” como resposta. De um jeito ou de outro, seu círculo social estava aumentando.

– Eu disse que era questão de tempo – falou Orlando – Há um mês você era um simples peixeiro que não sabia o que queria da vida e olhe agora... virou um herói.

– É estranho como as coisas estão mudando tão rápido. Sabe, às vezes eu acho o Henry meio louco, mas também penso que o garoto está certo quando diz que somos responsáveis por nossos finais felizes.

– Ah e me deixe adivinhar... seu final feliz é com a Ruby?

Orlando não conseguia entender o que Killian via em Ruby. Estava claro que pra metade da cidade Ruby não passava de uma garçonete que flertava com seus clientes. Mas não eram muitos os que tinham o privilégio de conhecê-la melhor.

– Eu sei o que pensa dela – disse Killian – Mas a Ruby não é assim. Ela é legal. E apesar de flertar com metade dos homens dessa cidade, ela diz que nenhum deles presta.

– Ah ela disse isso? Quer dizer que você também não presta? – Orlando riu.

– Não, ela não disse que eu não presto. Os outros é que não prestam...

Era mais um dia de trabalho na peixaria. Killian não podia mais se queixar da patroa porque Esmeralda estava tendo um comportamento diferente. Depois que a foto de Killian saiu no jornal e ele apareceu na TV, Esmeralda achou que precisava tratar o homem bem para que ele continuasse trabalhando ali. Astuta como era, a mulher achou que poderia obter lucros em cima de Killian.

– Não seja idiota, Christopher – ela disse ao marido – Não vê que temos uma mina de ouro em mãos? Assim que as pessoas descobrirem que ele trabalha aqui, as vendas na peixaria irão aumentar.

– Não seja tola, querida – o homem riu – Killian não é tão famoso assim e as vendas não aumentaram muito depois que ele apareceu no noticiário. Por que as pessoas viriam aqui por causa dele?

– Porque ele é um herói! – a mulher exclamou animada e observou Killian de longe enquanto o homem atendia um cliente – E ele pode nos render muito dinheiro. Escute bem, querido, eu vou fazer essa peixaria bombar, ou não me chamo Esmeralda Hilkes.

O plano de Esmeralda era fazer uma propaganda para a TV e ela estava disposta a gastar cada centavo em nome de aumentar os lucros de sua amada peixaria. Infelizmente para Killian, a mulher queria que ele aparecesse na propaganda.

– Deve estar brincando comigo... – ele disse a mulher e estava realmente indignado. Não bastava a humilhação de trabalhar como peixeiro, ele também teria que se humilhar ao aparecer numa propaganda? – Não, isso eu não faço. E você não pode me obrigar.

– Mas Killian, querido... – Esmeralda fez sua melhor cara de boazinha e simpática – Você vai ser muito bem pago por isso. E imagine o quanto vai ficar famoso. As pessoas já te amam por ter salvado aquele garoto, vão amar ainda mais quando souberem que é um trabalhador humilde...

– Ah eu deveria ter imaginado... Devia saber que esse seu comportamento tinha a ver com o fato de eu ter ficado conhecido na cidade. Sabe de uma coisa? Eu me recuso a fazer a propaganda. Quer ter mais lucro? Então vai ter que encontrar outro jeito.

Archie estava ajudando Killian a ser mais confiante e autoritário. O psicólogo dissera que Killian não precisava sempre agradar as pessoas em tudo, ele tinha que dizer “não” às vezes. Bem, o peixeiro estava encontrando coragem pra isso.

– Você recusou a propaganda? – Orlando lançou a Killian um olhar de indignação - Eu não queria dizer isso, mas você é muito burro, Killian. Não vê que esse é o melhor jeito de conseguir o que quer?

– O que eu mais quero agora é conseguir um emprego melhor. Não sei como uma propaganda vai me ajudar nisso.

– Se fizer a propaganda, vai ter algo pra usar contra Esmeralda.

– Não estou entendendo. Qual é a sua linha de raciocínio?

Orlando balançou a cabeça, impaciente.

– Esmeralda quer lucrar em cima de você e esta é a chance que você precisa. Pode chantageá-la! Diga a ela que fará a propaganda, mas em troca ela deve promovê-lo. Você pode ser o gerente!

O rosto de Killian se iluminou num sorriso. Como é que ele não pensara nisso antes?

– Orlando, você é um gênio!

– É claro que sou!

***

As pessoas de Storybrooke mais uma vez encontraram algo para fofocar. Um estranho chegara à cidade e ninguém parava de comentar sobre isso.

Foi numa noite fria de novembro que ele chegou. Viera pilotando uma moto e parou para pedir informações a Emma e Henry, que estavam por perto. O homem queria saber onde poderia encontrar quartos para alugar e Emma apontou a direção da Pensão da Vovó.

Regina, é claro, não demorou a desconfiar do homem. Como Henry dissera, ninguém nunca vinha a Storybrooke. Nunca. Emma era a primeira forasteira a aparecer por ali. E agora este homem. Mas quem era ele? A prefeita mandou que Emma fizesse algo útil e descobrisse quem era aquele estranho.

– O que será que ele carrega naquela mala? – Henry perguntou a Emma quando os dois viram o homem no Granny’s, na manhã seguinte à sua chegada.

– Não sei, garoto, mas vou descobrir. Ruby!

Emma fez sinal para a garçonete, que veio andando daquele jeito sensual, rebolando os quadris.

– Em que posso ajudar, Emma?

– Será que você já descobriu quem é aquele? – Emma indicou o estranho com a cabeça. O homem estava sentado a duas mesas de distância.

– Ah, o cara que chegou ontem à noite. Não sei o nome dele, mas está hospedado na pensão. E parece estar só de passagem. Bem, pelo menos é o que eu acho, já que ele só trouxe uma mala. Só não entendo por que ele carrega isso pra todo lado...

– Obrigada, Ruby. Se souber de algo, me avise.

– Por que está tão interessada nele? – Ruby ergueu uma sobrancelha e depois sorriu maliciosa – Ah eu já sei... Você gosta dele!

– É claro que não gosto dele. – Emma franziu a testa para a moça. Ruby sempre achava que Emma ia se interessar por qualquer cara que aparecesse – De onde é que tirou isso? Eu nem o conheço! A prefeita quer que eu descubra quem é ele e por que apareceu tão repentinamente na cidade.

– Ah eu já entendi tudo. – Ruby se sentou ao lado de Henry – A prefeita é quem está interessada! E como não estaria? O cara é bonitão e é claro que depois da morte do Graham ela deve estar se sentindo solitária... Ah meu Deus! – ela pôs uma mão na boca – Eu não devia ter dito isso... Me desculpe, Emma.

Pensar em Graham às vezes deixava Emma triste e Ruby não tinha muito senso das coisas. A garçonete às vezes falava demais e acabava lembrando a Emma que o Xerife estava morto. Emma não pareceu se importar e Ruby disse que perguntaria a avó qual era o nome do desconhecido.

O inverno estava para chegar em Storybrooke e o tempo já dava sinais do frio que estava por vir. Aquele dia amanhecera nublado e frio e as pessoas tiveram que tirar os casacos e gorros do armário. Na televisão, Ariela Mermaid, a garota do tempo, noticiava que uma tempestade estava prevista e que as pessoas deviam tomar cuidado ao sair de casa. As pessoas paravam no Granny’s para tomar uma bebida quente e Ruby estava tendo tanto trabalho que estava ficando louca.

– Você parece cansada – Killian notou quando foi lá à noite.

– Só pareço? Estou um trapo! – ela respondeu enquanto lhe servia um chocolate – Parece que todos resolveram tomar chocolate quente no mesmo dia. E Kate está doente então estou sozinha pra fazer tudo. Sabe, seria uma boa hora de a vovó contratar mais alguém pra ajudar.

– Está dizendo que eu poderia trabalhar aqui? – ele a olhou surpreso depois que ela lhe deu uma olhada sugestiva – Não sei como seria útil.

– Você poderia fazer qualquer coisa. Anotar os pedidos, ajudar na cozinha, ser bartender...

– Bartender? Sério? – ele ergueu a sobrancelha fazendo-a rir – Então eu ia ser o primeiro bartender maneta...

Ela riu.

– Você é engraçado, sabia? Bom, tenho que servir os clientes.

Ela se afastou e Killian ficou pensando que a coisa estava evoluindo entre eles. Ruby não saía com nenhum cara há muito tempo. Pelo menos foi o que ela dissera a ele. Billy estava sempre flertando com ela, mas Ruby nunca dava uma chance a ele. Ela achava que os caras de Storybrooke eram chatos demais e alguns só queriam usá-la pra depois jogar fora. Mas Killian era diferente, ela dissera. Ele parecia um bom homem.

Observando-a de longe, Killian pensou que precisava criar coragem e chamá-la para sair. Eles já eram praticamente amigos e poderiam sair juntos como... amigos. Sem compromisso. Apenas para se divertir. Já era um começo. Ela ia pra lá e pra cá servindo os clientes e Killian sorriu ao pensar no quanto ela era bonita. Ele sinceramente não entendia por que Ruby precisava mostrar as pernas quando ela tinha um rosto tão bonito e um coração tão bom e sincero.

– Ruby? – ele chamou quando ela ficou um tempo livre e veio até o balcão – Eu estava pensando... será que você gostaria de sair comigo? Apenas para nos divertirmos, sabe?

Ele ficou surpreso por não ter gaguejado feito louco. Ela abriu um sorriso.

– Claro! No sábado. Tenho folga nos sábados à tarde. Estou mesmo precisando me divertir, sabe? Depois que Ashley teve o bebê e Mary Margaret começou a se esconder em casa, eu não tive nenhuma noite de diversão... Podemos fazer um piquenique! Se bem que... não, piqueniques são meio caretas, não são?

– Eu não acho. – ele sorriu ao vê-la tão animada – Podemos fazer um piquenique e talvez caminhar na praia... não sei...

– E podemos ir ao Rabbit Hole à noite. Eles fazem drinques maravilhosos lá... Por que está me olhando desse jeito? Eu sou maior de idade, está bem? E não, não vou me embebedar...

Killian riu e foi embora animado. As coisas estavam mesmo mudando pra ele.

***

– Piquenique na praia? Mas que brega! – Orlando caiu na gargalhada e Killian atirou uma almofada na direção dele.

– Não enche! Está é com inveja porque vou sair com a Ruby e você vai ficar em casa assistindo Two And a Half Men e tomando cerveja.

– Eu não vou ficar em casa porque eu também tenho um encontro – Orlando disse orgulhosamente.

Os dois amigos não iam a encontros há tempos. Mesmo Orlando, que era bonito, charmoso e super confiante, estava com dificuldade para encontrar a mulher certa.

– É sério? E quem é que você convidou pra ir com você?

– A Kate que trabalha no Granny’s.

– A Kate? Desde quando está interessado nela?

– Eu não estou. – Orlando explicou enquanto tomava um gole de sua cerveja – Mas preciso de um passatempo pra esquecer a Rose.

– Um passatempo? Então convidou a Kate, que é uma garota honesta e certinha e que nunca lhe fez mal, apenas para ser sua distração? Orlando, cara, isso não se faz.

– Eu sei, cara, eu sei. Mas é que a Kate foi a única pessoa que pareceu boa o bastante pra sair comigo. Você sabe, não posso sair com qualquer uma, tenho uma reputação a zelar... E eu não consigo esquecer a Rose, Killian... Eu não consigo... É tão estranho! Ela é tão linda e tão talentosa... Eu a amo!

Killian teve que rir e foi a vez de Orlando indignar-se.

– Estou falando sério, cara. Você não entende... eu simplesmente a amo.

– Acontece que ela é uma repórter e mal te conhece. Isso é amor platônico. Depois de um tempo passa.

– Não vai passar. O que eu sinto por ela é real... Você não ia entender.

– Em todo caso, Henry acha que a Rose é a Tinker Bell.

– A Tinker Bell? Ah mas a Rose é mesmo graciosa como uma fada... – Orlando suspirou apaixonado – Sabe de uma coisa? Vou dar um jeito de ficar amigo dela. Nem que pra isso eu precise invadir o estúdio do jornal...

***

Emma acabou por descobrir que o estranho era August W. Booth, um escritor que viera a Storybrooke atrás de inspiração. A Xerife fez questão de que o homem abrisse a tal mala que carregava para todo lado, porque Regina já estava achando que o homem podia ser terrorista.

– Já parou pra pensar que ele pode estar carregando uma bomba naquela mala? – ela retrucou irritada quando Emma lhe dissera que ainda não descobrira nada sobre o homem – Então faça algo e o confronte, antes que metade da cidade se exploda junto com ele.

Felizmente, tanto Emma quanto Regina ficaram aliviadas ao descobrir que a coisa que ele carregava na mala era uma simples máquina de escrever.

– Storybrooke é um lugar inspirador, você não acha? – August sorriu para Emma e ela achou que não havia motivo para ficar desconfiada. Se ele era escritor e achava que Storybrooke iria lhe dar a inspiração que ele precisava, bem, então ela não tinha nada com isso.

A Xerife apenas voltou ao seu escritório e ficou por lá. Emma não tinha muito que fazer agora que Storybrooke estava tão tranqüila. Não havia nenhum roubo, ou mortes ou sumiços. Ela apenas patrulhava as ruas e às vezes acompanhava Henry até o ponto do ônibus. E às vezes aconselhava Mary Margaret também.

David Nolan e a professora estavam tendo um caso e Emma ficou chocada quando descobriu. Como é que eles podiam fazer isso com a Kathryn? Mary parecia sentir-se culpada, mas assegurou que David iria terminar tudo com Kathryn, assim eles poderiam ficar juntos.

O tempo em Storybrooke voltara a ser ensolarado e fresco como sempre. Depois do dia frio e chuvoso que passou pela cidade, todos pareceram realmente aliviados quando o sol apareceu. Mas logo viria o inverno e traria a neve com ele. Bem, todos tinham que aproveitar o tempo enquanto ainda era outono.

No sábado Killian amanheceu sorridente e mais animado do que de costume. Estava ansioso por seu encontro com Ruby e realmente desejava que tudo saísse conforme ela queria. Eles resolveram fazer o piquenique na floresta e deixar a praia para depois. Killian convencera Esmeralda a lhe dar uma folga e a mulher acabou concordando, mas só porque queria muito que o rapaz fizesse a propaganda para a peixaria.

Alguém bateu à porta de seu apartamento e Killian quase morreu de nervosismo por saber que era Ruby. Já que ele não tinha um carro, ela viera buscá-lo. Ele sorriu quando abriu a porta e a viu usando shorts jeans, sapatilhas vermelhas e blusa xadrez. Eles se cumprimentaram e Killian a convidou a entrar.

– Que arrumado! – ela notou com surpresa. O apartamento estava um brinco. Killian passara a maior parte da manhã arrumando tudo para quando ela viesse. – Mais arrumado do que meu quarto.

– É, eu sou meio organizado demais, sabe – ele mentiu e foi apanhar algumas coisas que preparara para o piquenique.

– Harry Potter? – ela foi até a estante e admirou a coleção de Killian – Não sabia que gostava.

– Sou meio viciado – ele riu – Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim.

– E então, de que casa você é? – ela perguntou referindo-se às quatro casas que havia em Hogwarts, a escola em que Harry Potter estudava.

– Grifinória, é claro.

– Sou da Sonserina – ela disse – o que significa que somos inimigos.

Eles riram e a garçonete foi ajudar Killian a apanhar as coisas que eles precisavam. Alguns minutos depois, os dois estavam sentados no carro de Ruby enquanto ela dirigia feito louca. Escutavam Linkin Park e ela cantava junto com a música. Killian só ficou mais apaixonado quando descobriu o quanto ela podia cantar bem.

– Eu não sabia que gostava de Linkin Park – ele disse – E também não sabia que podia cantar desse jeito.

– Tem coisas que você não sabe sobre mim também – ela sorriu – Mas eu não canto tão bem assim. A Vovó diz que tenho voz de taquara rachada.

– Ela com certeza estava brincando – ele riu.

Quando chegaram à floresta, Ruby deixou o carro estacionado numa sombra e eles foram procurar o melhor lugar para o piquenique. Killian carregava uma cesta e Ruby levava outra. Ao vê-la carregando a cestinha, ele achou que ela daria uma ótima Chapeuzinho Vermelho se colocasse uma capa vermelha por cima da roupa.

– É mesmo. – ela concordou – Pena que minha vovó não é tão boazinha como a da história.

– Não sei por que fala assim dela. Eu gosto dela sabe, é uma mulher muito boa.

Ruby não falou da avó mais. Eles encontraram um ótimo lugar perto do rio e estenderam uma toalha xadrez. Ruby tirou os sapatos e se sentou de pernas cruzadas.

– Trouxe o milk-shake de baunilha que você adora – ela estendeu o copo pra ele – E também trouxe sanduíches e cookies. A vovó também preparou uma torta de maçã, é receita de família e ela disse que você tinha que experimentar.

Eles comiam e conversavam e descobriam coisas que não sabiam um sobre o outro. Ruby se surpreendeu quando descobriu que Killian mesmo fizera o bolo de chocolate que levara e ele confessou que tivera uma pequena ajuda de Orlando. Eles comentaram o fato de Kate e Orlando estarem saindo num encontro e Killian ocultou o fato de que Kate era apenas uma distração para seu amigo.

– Me conte mais sobre você – ela pediu – Eu não sei quase nada, só que perdeu seus pais e que mora aqui há uns doze anos.

– Bom, eu sou irlandês como você sabe e também sou filho único. – ele tomou um gole de seu milk-shake e estava realmente surpreso por ela querer saber de sua vida – Eu queria ter irmãos, sabe, é tão ruim ser sozinho... Ainda bem que eu tenho o Orlando como amigo e agora você – ela sorriu e ele continuou – Não tenho muito que falar de mim. Trabalho na peixaria, apesar de ter o sonho de ter um barco e navegar por aí. Quando eu era mais novo pensava em me alistar na marinha, mas minha vida realmente mudou depois que meus pais morreram e eu fiquei assim...

– Você não devia se envergonhar sabe – ela pegou em seu braço defeituoso e olhou bem no fundo dos olhos de Killian – É quem você é. Ninguém é perfeito... Eu sei que isso deve te atrapalhar, mas você pode ser feliz apesar de tudo o que já passou.

– Obrigado! – ele sorriu. Ela claramente não se importava com o fato de ele não ter uma das mãos e Killian ficou feliz por saber que ela gostava dele da forma como ele era. – Sabe, eu sou muito fraco e inseguro. Archie tem me ajudado muito com isso. Acho que posso ser um homem melhor.

– Mas você já é. Não sei se já te disseram isso, mas Killian, você é o único homem que presta nessa cidade – eles riram – É sério! E você também é o único que não dá em cima de mim. Eu sei que todos devem me ver como a periguete da cidade, mas eu... eu não sou assim...

– Eu não acho que você seja periguete. Mas por que se veste daquele jeito quando está no trabalho?

– Eu não sei, eu só queria... acho que eu gosto da atenção. – ela evitou olhá-lo, como se estivesse muito envergonhada – Eu nunca fui boa em nada e nenhum garoto olhava pra mim quando eu era adolescente. Acabei descobrindo que quando me vestia daquele jeito os olhares se voltavam pra mim... Eu sei que é idiotice... mas eu às vezes fico muito carente sabe...

– Eu sei como é. – ele pegou na mão dela, tentando consolá-la – Estou há tanto tempo sozinho que nem sei como é estar com alguém. Mas você é tão jovem e bonita... e não precisa exibir seu corpo pra que olhem pra você... porque... porque você já chama muita atenção quando passa...

Eles se olharam.

– É mesmo? Mas... mas o que eu tenho que chama a atenção das pessoas? Eu não tenho nada, só um corpo bonito...

– É claro que você tem. Você é bonita, inteligente, simpática, bondosa, até meio maluca. – ela riu – As pessoas gostam de você, Ruby.

– Ah obrigada, Killian! – ela ficou feliz por ouvir tantos elogios – Às vezes eu me olho no espelho e não consigo reconhecer meu valor. Sempre fui uma garçonete e é só isso que as pessoas pensam quando me vêem. Uma garçonete, uma simples garçonete... Eu queria tanta coisa pra minha vida... mas não posso realizar nenhum dos meus sonhos enquanto estiver presa aqui.

– E que sonhos são esses?

Ela sorriu tristemente, como que pensando que nunca ia realizar esses sonhos.

– Ah eu sonhava em ser uma grande atriz... queria ir pra Boston e dar um jeito na minha vida, mas algo sempre acontece quando eu planejo fugir da cidade. E eu sempre sonhei em viajar para o Alasca. Eu amo a neve e o frio. Mas me dei conta de que nunca vou fazer nada do que eu quero...

– Você pode fazer o que quiser. Basta acreditar nisso. Um dia eu ainda vou ter um barco e vou sair em busca de aventuras. Até podemos ir juntos para o Alasca. Eu não gosto do frio e da neve, mas acho que seria uma aventura e tanto.

– É, seria... – ela sorriu.

Depois de acabado o piquenique, eles foram à praia. O tempo não estava muito quente e fazia um pouco de frio, mas Ruby não se importava. Ela usava um biquíni vermelho por baixo das roupas e logo se despiu e correu em direção ao mar. Killian sorriu ao vê-la se divertindo e se sentou na areia fofa da praia. Ela começou a chamar por ele e Killian simplesmente se recusava a entrar na água.

– Você não sabe o que está perdendo! Vem!

– Eu não trouxe roupa de banho – ele disse.

– Ora, você pode entrar de roupa.

Diante da insistência, Killian acabou tirando os sapatos, o casaco e a blusa. Ele ficou só de calça jeans e entrou na água. Ruby se demorou um tempo olhando os músculos do homem e se perguntou onde é que ele arrumara bíceps tão perfeitos, já que não havia nenhuma academia em Storybrooke.

Eles jogaram água um no outro e quando voltaram à areia, Ruby se ocupou com a construção de um castelo de areia. Mary Margaret passou por ali e acenou pra eles e Ruby comentou que ela provavelmente estaria indo se encontrar escondido com David. Depois de um tempo eles resolveram ir pra casa, estavam molhados e cheios de areia e Ruby queria descansar um pouco antes que eles saíssem novamente. Combinaram de encontrar-se mais tarde para ir a um bar chamado The Rabbit Hole.

– Por que está molhado e cheio de areia? – perguntou Orlando, que invadira o apartamento de Killian e estava jogado no sofá assistindo TV.

– Não é óbvio? Eu estava na praia... – respondeu Killian. Pelo tamanho do sorriso no rosto dele, Orlando podia dizer que o amigo estava mais do que feliz.

– Me conte tudo! Como é que foi seu encontro?

E Killian ficou mais do que feliz por contar o quão boa tinha sido aquela tarde com Ruby.

***

– Aonde é que você vai? – Vovó perguntou quando Ruby fez menção de sair pela porta da pensão.

– Vou sair, já te disse. – ela respondeu impaciente. A avó a encarava por cima dos óculos.

– Com quem?

– Com o Killian.

– Killian? – a carranca da avó se transformou num sorriso – Oh, até que enfim você encontrou um homem decente, menina.

– Vovó! Somos apenas amigos. E estamos nos divertindo como amigos se divertem...

– É claro, mas será que Killian quer apenas sua amizade? – a avó sorriu marota e Ruby se surpreendeu com a reação que a idosa estava tendo.

– O que quer dizer?

– Ora, Ruby! Pelo o modo como Killian te olha, é mais do que perceptível que ele gosta de você. Ah menina, será que não percebeu isso ainda?

Ruby não pôde deixar de sorrir. É, ela vinha gostando dele há um tempo, mas não imaginava que ele gostasse dela também. A moça apenas fez seu caminho até onde seu Camaro vermelho estava estacionado e dirigiu até o apartamento de Killian. Ele já estava pronto e esperava em frente ao prédio.

– Você está bonita! – ele elogiou quando a viu – Quero dizer, mais bonita do que de costume.

– Obrigada! – ela sorriu envergonhada – Você também está bonito.

O bar estava cheio como sempre. Havia uma pista de dança e um DJ, um balcão em que bartenders preparavam bebidas e algumas mesas a um canto. Os dois foram se sentar e Ruby apanhou o cardápio. Há algumas mesas de distância, Orlando e Kate conversavam. Não pareciam estar se divertindo muito e Orlando parecia meio entediado.

– Acho que vou pedir uma Margarita - Ruby disse depois de um tempo – Você devia experimentar.

– Na verdade eu já experimentei.

– É mesmo? – Ruby se surpreendeu – Não achei que você bebesse.

– Só de vez em quando. – Killian examinava o cardápio – Sabe... de repente me deu vontade de tomar rum, o que é estranho porque eu nunca tomei rum antes.

– Na verdade há uma explicação pra isso – ela sorriu – Você é o Capitão Gancho e piratas tomam rum.

– Ah é claro, como não pensei nisso antes? É melhor nem comentar isso com o Henry, ou ele vai dizer que estou me lembrando dos meus tempos como pirata.

– Sabe o que eu estava pensando? Você ia dar um bom pirata. Se você se vestisse todo de preto e tivesse umas tatuagens e um gancho no lugar da mão, ficaria igualzinho a um pirata.

– Então já sei qual vai ser minha próxima fantasia de Halloween.

Eles riram e Ruby foi até o balcão para pedir as bebidas. Orlando veio até a mesa de Killian, aproveitando que Kate fora ao banheiro, e confessou ao amigo que o encontro não estava sendo o que ele esperara.

– Ela é certinha demais para meu gosto – ele disse – E nos últimos quinze minutos só conversamos sobre caridade e o coral da igreja. O que eu faço, Killian? Devo dispensá-la?

– É claro que não! Ficou louco? Não pode simplesmente convidá-la e tratá-la assim. Apenas continuem conversando.

Orlando voltou à sua mesa porque Kate tinha acabado de sair do banheiro. Ruby veio trazendo as bebidas e Killian gostou do rum. Ele e Ruby conversavam sobre vários assuntos e acabaram por descobrir que tinham muitos gostos em comuns. Depois a garçonete se cansou de ficar sentada e insistiu em levá-lo para a pista de dança.

– Eu não vou dançar sozinha – ela o puxava pelo braço – E você não vai simplesmente sair daqui sem ter dançado pelo menos uma música.

– Acontece que eu não sei dançar.

– Eu também não.

Algumas pessoas se divertiam na pista de dança e ninguém ali era o tipo perfeito de dançarino, eles simplesmente se deixavam levar pela música. Killian começou com alguns passos básicos e logo já estava se soltando. Talvez a bebida tivesse acabado com suas inibições, ou talvez fosse Ruby quem estivesse o ajudando a perder a vergonha. Orlando e Kate se juntaram aos dois e Ruby até se aventurou como DJ. Quando por fim os quatro estavam cansados demais, resolveram se sentar juntos e pediram por porções de batata frita.

– Você tinha razão – Orlando disse a Killian quando Ruby e Kate não estavam por perto – A Ruby não é como eu pensava e vocês dois até que combinam.

– Temos gostos parecidos – Killian pegou uma batata – E quanto a Kate?

– Ela é bonita e simpática, mas não somos parecidos em nada. Não é a mulher certa pra mim. – o outro suspirou – Vou continuar com meu amor platônico pela Rose.

Ruby e Kate vieram de braços dados e rindo de alguma coisa. Killian não se cansava de olhar Ruby, que estava mesmo muito bonita. Ela usava um vestido preto que acentuava suas curvas e sapatos de salto alto. Seus cabelos, que costumavam ser bem lisos, hoje estavam com cachos nas pontas e as mechas vermelhas só lhe davam um charme a mais. Alguns homens não deixavam de lhe dizer gracinhas quando ela passava por eles e Ruby apenas os ignorava.

Eram pouco mais de onze da noite quando eles foram para casa. Depois de quase furar o chão de tanto dançar, Ruby finalmente decidiu que precisava ir embora. Ela ria alegremente e parecia um pouco alterada, mas alegou que só bebera uma Margarita e uma dose de uísque. Orlando e Kate foram embora caminhando e conversando e Killian e Ruby atravessaram a rua.

– Obrigada, Killian – ela agradeceu antes que eles entrassem no carro – Fazia tempo que eu não me divertia assim.

– Eu que agradeço a você. – ele sorriu – Foi mesmo divertido! A gente devia sair mais vezes.

– Podemos fazer tudo de novo no sábado que vem, se você quiser.

– Seria ótimo...

Eles ficaram se olhando e Killian queria beijá-la, mas não ousava tentar. Ele gostava demais de Ruby e não queria que ela se zangasse com ele. Mas parecia que a intenção da moça era a mesma porque ela foi se aproximando dele sem nem se dar conta disso. Eles aproximaram seus rostos e seus lábios iam se encontrar quando Ruby subitamente se afastou e precisou se segurar em Killian para não cair.

– Você está bem? – ele a amparava.

– Sim... foi só uma tontura. Eu não devia ter bebido...

Ela estava completamente sem graça e suas bochechas enrubesceram. Não havia mais clima para beijo, mas Killian não deixou de ficar feliz ao pensar que aquilo quase acontecera. Significava que ela sentia algo por ele também. Ele fez ela se sentar no banco do passageiro porque Ruby claramente não estava em condições de dirigir.

– Tem certeza que pode fazer isso? – ela perguntou enquanto colocava o cinto de segurança.

– Posso. Não estou com meus documentos de motorista, mas acho que não vamos ter problemas.

Ele deu partida no carro e dirigiu calmamente pelas ruas desertas de Storybrooke. Fazia tempo que ele não dirigia, ele contara a Ruby, desde antes do acidente. Eles ficaram calados no caminho até a Pensão da Vovó. Quando Killian estacionou o carro e eles desceram, Ruby se desculpou com o homem.

– Desculpe por isso. Eu não queria causar problemas. Acho que eu nunca tive muito estômago para bebidas.

– Tá tudo bem – ele sorriu – Descanse.

– Okay. Te vejo amanhã?

– Claro! Boa noite.

– Boa noite, Killian. E obrigada!

E enquanto caminhava pra casa, Killian sorriu ao pensar que aquele fora o melhor encontro de todos...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Beijos e até a próxima



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Como Irritar Um Capitão Pirata" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.