Como Irritar Um Capitão Pirata escrita por Mrs Jones


Capítulo 3
Capítulo 2-Jogue água no Capitão/Chame-o de senhor


Notas iniciais do capítulo

Fiquei muito feliz ao ver que tenho quatro leitoras. Aqui vai mais um capítulo, espero que gostem.



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Depois do incidente da pimenta, Killian Jones mandou Ruby lavar o convés. Munida de apenas um balde e um escovão, ela foi obrigada a esfregar cada centímetro de chão. Foi o suficiente para que os piratas começassem a debochar dela.

– A Princesa virou faxineira!

– Já era hora de descer do salto...

O Capitão foi supervisionar o serviço, pois temia que a moça causasse mais problemas. E foi só pisar no convés que ela começou a se queixar.

– Estou enjoada...

– Você já nasceu assim – o Capitão debochou – Agora continue o trabalho.

Ruby ficou literalmente de quatro e fazia esforço para deixar o chão brilhando como o Capitão queria. Mas ele nunca parecia satisfeito.

– Não, não... ainda está sujo. Limpe de novo.

– Meus braços estão doendo... – ela choramingava.

– Essa aí não serve para nada – um dos piratas murmurou.

– Pelo menos ela sabe rebolar – o Sr. Smee riu. Só então Ruby se deu conta de que todos estavam olhando seu traseiro.

– Isto está ficando interessante... – o Capitão sorriu sugerindo que estava mesmo gostando daquilo. Ruby não deixou de notar certo tom de safadeza em sua voz. Indignada, ela se levantou:

– Vocês não têm respeito nenhum com as mulheres... – ela disse fazendo cara feia - Eu já terminei...

– Não terminou, não. Você não limpou nem a metade... agora continue – O Capitão a empurrou para o chão.

– Seu... grosso! Termine você mesmo se quiser! – e Ruby pegou o balde d’água e o virou na cabeça do Capitão. Ao invés de ficar bravo, Killian começou a rir exageradamente.

– Ah Princesa... você não devia ter feito isso – e só então ele ficou realmente bravo. Pegou Ruby pelo braço e a arrastou pelo navio – Eu lhe dei a chance de trabalhar na cozinha e você a desperdiçou – eles começaram a descer as escadas – Poupei sua vida e é assim que agradece? Pois hoje você vai dormir no porão!

– Não! Não! Por favor! – mas eles já haviam chegado ao porão. Era frio, escuro e úmido. Ruby agora chorava, o Capitão a acorrentou dizendo:

– Espero que isso lhe sirva de lição, Princesa. Eu lhe disse que não devia brincar comigo. – E ele saiu abandonando-a naquele lugar horrível e imundo.

***

Passar a noite ali estava sendo um martírio. O navio parecia balançar demais e Ruby estava se sentindo enjoada. O porão era mal cheiroso e ratos e baratas corriam por todo lado. Mas ela nem ligava, estava cansada demais para se importar. Em apenas um dia ela fora seqüestrada, amarrada, levada a um navio, obrigada a cozinhar, ameaçada pelo Capitão, ridicularizada ao esfregar o convés e abandonada no porão. Aquilo era demais para qualquer um. Aquele Killian Jones... argh! Ela ainda ia se vingar!

E então ela se lembrava de como ele era grosso e arrogante. Pensava no quanto ele era insensível e indiferente por tratar uma princesa daquela maneira. Pensava naqueles olhos incrivelmente azuis. E em seu modo de se vestir. E na barba malfeita. E em seus lábios tão chamativos... Ele era muito charmoso, ela não podia negar. Mas não devia se apaixonar... ele era um pirata!

– Um Capitão pirata... – ela suspirou – Mas que é que estou pensando? Não devo pensar nele. Não dessa maneira. Preciso me vingar...

Quando finalmente conseguiu dormir, Ruby foi acordada pela movimentação lá em cima. Ela só esperava que viessem logo soltá-la. Mas e se ela ficasse ali para sempre? O cozinheiro havia lhe contado que o último prisioneiro havia ficado meses acorrentado no porão. E se acontecesse o mesmo a ela?

– Eu realmente não devia ter irritado o Capitão – ela disse em voz alta.

– Ainda bem que pensou sobre isso – e lá estava ele. Killian Jones, o mais charmoso pirata que ela já vira. – Espero que tenha aproveitado sua estadia no porão – ele começou a soltar as algemas que a prendiam.

– Ainda vou me vingar de você – ela murmurou. O perfume do Capitão incomodava suas narinas, ela espirrou. O Capitão riu e ela não sabia se fora pela ameaça ou pelo espirro.

– Bem, divirta-se tentando, Princesa... Vai ter muito tempo para isso! Agora vá para cozinha e me prepare uma comida decente.

– Quer outra dose de pimenta? Eu sei que o senhor adora...

– Eu não sei se cheguei a mencionar, mas não gosto que me chamem de senhor, me faz parecer velho demais... E quanto à pimenta - ele se aproximou de Ruby e olhou bem no fundo de seus olhos – é melhor não fazer aquilo de novo. Estamos entendidos?

– Sim senhor...

– Que foi que eu acabei de dizer sobre você me chamar de senhor? – O Capitão pareceu irritado. Ruby estava gostando de vê-lo daquele jeito, mas não devia abusar, ou então ele a deixaria no porão o resto de sua vida.

– Que o senhor não gosta de ser chamado assim...

Killian estava ficando vermelho.

– Ora, eu não posso evitar – Ruby se justificou – Sou muito educada e sempre tratei os mais velhos como senhor ou senhora...

– Não há muita diferença de idade entre nós. Eu já lhe disse quais são as regras aqui, senhorita... Eu sou o Capitão e você me trata como tal. Entendido?

– Sim sen... Capitão!

– Ótimo! Agora vá para a cozinha antes que eu mude de ideia e deixe você presa aqui.


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