“Nome (não precisa do sobrenome) - Jana.

Idade - 16.

Tem irmãos? - Não.

Algum vício? – Animes.

Esse vício (se tiver) pode te fazer mal? – É claro que sim, eu choro tanto assistindo que fico com dor de cabeça e quando termino de assistir eu fico em depressão.

Cor preferida – Preto, muahahahahaha. Mentira, é azul.

Tem alguma coisa que ama fazer? – Além de animes? Escrever sobre animes.

É supersticiosa? – Não, que isso, eu nem acho que se eu pisar em uma linha no dia de sexta-feira 13 eu vou virar uma bruxa e ir pra Hogwarts.

Quais são os seus sonhos – Entrar em algum anime (menos no Elfen Lied ou em algum de terror ou hentai – professora, se você não sabe o que é hentai não procure saber, vai estragar sua vida) e ir no show do Vocaloid.

Qual é o animal que mais gosta? – Lobos.

Tem algum problema na família ou na vida? – Se eu tivesse com certeza não contaria pra escola.”

É claro que depois os professores iriam ficar bravos comigo. Refiz em outro papel. É um mini teste que eles fazem de vez em nunca para saber o estado mental dos seus alunos. Deitei minha cabeça em cima do caderno. Suspirei, pensando que se dormisse eu iria babar o caderno todo. Outro suspiro. Escola. Existe coisa mais CHATA?! Principalmente quando eu estou muito ansiosa pra ir pra casa. Quer dizer, eu tinha parado em uma parte totalmente dramática do anime, eu necessitava assistir o próximo episódio! Escolas do Brasil são uma merda, principalmente as públicas, os professores nunca ensinam nada, a gente só fica aqui, babando enquanto dorme. Quer dizer, só eu né, porque minhas amigas ficam dançando na aula, o resto fica ouvindo funk, e eu... a única que fico lendo... a única... não posso ler porque senão pegam meu livro/mangá e saem correndo, e aí se eu começo a espancar a pessoa, não imporá todas as notas boas que eu já tirei, eu vou pra diretoria e chamam meus pais. Eu. Necessito. Ir. Pro. Japão. Dei mais um suspiro quando tocou o sinal.

*TRRIIIII*

Bateu o sinal. Do que isso é sinônimo? Consegue encontrar o sinônimo na frase? É sinônimo de recreio (comida! Amigas!), que é sinônimo da hora de ir embora! Pra casa! Assistir anime! Totalmente preguiçosa e largada numa posição estranha e conseguindo-não-sei-como comer pipoca. Minhas Melhores Amigas (as da sala são só pessoas que eu simpatizo) são de outras salas, por isso o único momento que temos pra ficarmos juntas é no recreio. Se bem que, eu considero elas minhas melhores amigas, não sei se elas me consideram, já que nos conhecemos a pouco menos de um mês... De qualquer forma, toda vez que nos encontramos nós pulamos umas nas outras e fomos rolando escada abaixo, terminamos rindo. Todas elas são bem brasileiras, não são muito americanizadas nem exibidas. Mas eu gosto delas mesmo não tendo muito a ver comigo, simplesmente porque elas não me julgam pelo meu passado. Os nomes delas são Marina, Tiffany, Lili e Mel. Se é chato eu ser a única que gosta de anime ali? Muito, pra caramba.

Mary: Comer no lugar de sempre?

Todas: Sim!

Lili: Jana, você parece estar meio ansiosa. Que foi?

Sabe aquelas pessoas que são tão Lolita/kawaii (da no mesmo sua idiota) que você não sabe se aperta ou mata? Ela é uma dessas pessoas.

Jana: Nada não Li... – ela insiste pra chama-la de Li, apesar de isso só me fazer lembrar do Syaoran - Só quero ir pra casa ver xxxHolic logo. – Elas me lançaram aquele olhar “retardada-que-só-veste-azul-detectada” que sempre fazem quando eu falo sobre anime. Como se tivessem combinado (e provavelmente combinaram), todas ao mesmo tempo reviraram os olhos.

Meninas: Aff.

Jana: Olha o recalque, se liga que o seu recalque bate na minha perfeição e volta ricocheteando como uma voadora na cara de vocês.

Tiffany: Recalque? Perfeição? Aonde?

E a Tiffany é uma barraqueira (pessoinha-que-saiu-sabe-se-lá-de-onde: ela faz barro? – Ahn, não, não foi bem isso que eu quis dizer...). Você fala qualquer coisa mais mal-criada pra e ela já vem com o sarcasmo e a ironia. Mesmo assim eu amo ela (deve ser porque você também é cabeça-quente, baka!).

Mel: Sem brigas pessoal, vocês sabem como eu não gosto!

Tiffany e Jana: Deixa a gente se matar em paz! Ah ta, ta, ok, nós paramos.

A Mel... é um mel hahahaha. Ta, eu sei, não teve graça. Ela é uma menina normal. Mas parece que tem fobia de briga, sempre separa QUALQUER pessoa. É sério. Um dia ela viu a diretora brigando com a professora... E tentou separar. Bom, quem foi pra briga foi ela. Irônico não?

Mel: Hihi...

Marina: Ok, já que o recalque foi embora, tipo, nós temos muito que fazer algo muito super!

Essa aí é uma excêntrica. Cheia dessas manias populares entre garotas “tipo, super” e também escrever “neh, ou eh” ao invés de “né e é”. Bocejei.

Jana: Então porque não brincamos de alguma coisa?

Meninas: Tá!

Marina: Que tal... jogo da verdade!

Lili: Vou pegar uma garrafa então...

Marina: Não.

Lili: Porquê? Não é problema nenhum.

Marina: Não é isso dear, é que a gente não vai precisar de garrafa – todas olharam pra ela com cara de “what?” - explicando: a gente senta em roda, e cada uma vai perguntando, na ordem do círculo. E a cada pergunta, todo mundo responde, até a mesmo a própria pessoa que fez a pergunta!

Mel: Pra mim está ótimo, vamos fazer assim.

Lili: Não gosto desse jogo. – Ela fez cara de assustada.

Jana: Sekai de, ichiban ohime-sama! – todos ignoram essa manifestação e aceitam como um “sim”.

Tiffany: Eu gosto de usar a garrafa... Mas ok né, se vocês querem assim.

Sentamos em roda e olhamos umas para as outras, sabendo que só viriam perguntas idiotas.

Marina: Eu começo! E a pergunta da estreante é.... De quem vocês gostam? – a próxima era a Tiffany. Ela arregalou os olhos e depois fez uma cara de deboche, como se ela fosse imune a essas coisas.

Tiffany: De vocês, obviamente.

Marina: De ga-ro-tos. Namoro. Pegação. Oba-oba do The Sims! – todas rimos.

Tiffany: Ah, sei, claro, aquele oba-oba é zuado. Nem parece que eles estão fazendo um “oba-oba”. Parece mais que eles foram possuídos por algum ser do mal e estão agora atrás de possuir a cama.

Jana: Não fuja do assunto! – sussurra – Apesar de que você ta certa...

Tiffany: Eu não gosto de ninguém não gente.

Meninas: Mentirosa! Conta! Conta! Conta! – fomos gritando cada vez mais alto, atraindo olhares. A Tiff olhou exasperada pros lados e fez um sinal pra gente ficar quieta. Começamos a rir.

Tiffany: Calem a boca, daqui a pouco os próprios garotos estão vindo aqui! Eu conto! – colocamos as mãos em concha nas orelhas. – Eu gosto do... Kristian... – ela disse em um sussurro. Todas gritamos.

Lili: Ah, aquele fofo... ele é o tipo de garoto que daria rosas, né? – todas assentiram e começaram a bajula-la, diferente de mim.

Jana: Hum... Um galante com uma pessoa irritadinha... Que casal mais perfeito! A Bela e a Fera! A diferença sendo de que você é a Fera e ele o Belo! – as pessoas que passavam riram. A Tiffany ficou vermelha e sussurrou que depois ela iria se vingar, mas eu só ria.

Tiffany: E você Lili? – ela apertou a mochila rosa de coelhinhos dela e olhou pro chão.

Lili: Eu... Eu gosto de uma pessoa mais velha – todas fizemos um “oh!” e ela corou – é um... professor.

Meninas: Nossa!

Marina: Quem é el...

Mel: Eu gosto do Felipe.

Aposta quanto que ela só interrompeu para que não criasse intriga? Nós só assentimos com a cabeça, o Felipe era um garoto normal e tímido, era bem entendível que ela gostasse dele, nada de especial.

Marina: Bem, é a minha vez... Eu gosto do... Mattheus. – Começamos a rir e a lhe dar tapinhas nas bochechas.

Jana: Eu-não-a-cre-di-to! Você parecia que odiava esse menino! Bem que eu desconfiei... hohohohoho – risada a la Tomoyo. Ela me olhou com raiva. A Tiffany achou sua oportunidade e se juntou a “irritadice/aura demoníaca” da Mary.

Tiffany e Mary: E você? De quem você gosta, hein? Do Yan, o japonês? Ou o Gustavo, o viciada em funk? – elas disseram zuando com a minha cara.

Jana: E-eu?

Meninas: É, você! – todas se juntaram a revolução.

Jana: Bom... eu... eu gosto... – senti uma gotinha de suor descer pelas minahs costas - do... do Syaoran. – Elas me olharam por um momento, e depois suas bocas se escancararam.

Meninas: O QUÊ?!! Um personagem?! Uma merda de um personagem?

Jana: Ele não é merda! Ele é a pessoa mais fofa, gentil, inteligente, interessante, maravilhosa, perfeita...

Tiffany: Ok, pode parar o discurso. Mas, e de uma pessoa de verdade? – todas me olharam com os olhos bem abertos. Fiz uma cara estrangulada por causa da resposta que eu tinha na ponta da língua. Engoli em seco.

Jana: Nã-não tem ninguém... – elas me olharam em descrença. A Tiff se pronunciou.

Tiffany: Mas não é possível que você esteja apaixonada por um personagem! Ok, você ama animes, mas se apaixonar por um é doentio! É burrice!

Não. Ela NÃO disse isso. Podem me xingar de tudo, menos de burra! (< é muito pro ego gigante dessa garota orgulhosa)

Me levantei e saí andando na direção dela. Puxei-a pela gola da camisa. Ela era bem mais alta que eu (1, 70, triste, mas é a realidade da vida), por isso eu estava meio que super ferrada, mas eu nem estava pensando direito.

Jana: Repete...

Lili e Mel: Meninas, parem! – elas tentaram colocar as mãos entre nós, só que nós as impedimos. As outras soltaram gritinhos de surpresa. As pessoas da rua pararam para olhar e a Tiffany decidiu de me provocar. Bem, ela não sabia ainda com eu era viciada. Ela me deu um sorrisinho de deboche.

Tiffany: Você não! O Syaoran é um burro.

Ela não disse isso.

Jana: Você não disse isso sua baka! – levantei minha mão para lhe bater e ela arregalou os olhos, assim como todas as outras pessoas ali presentes.

Continua...