Prólogo

–E aí? Ta doendo muito? – pergunta meu pai.

–Claro que não, né, papai...? – gritei, impaciente e sarcástica. Se ele acha que quebrar o braço é tão simples assim, ele ta muito enganado.

Eu estava no na arena ainda. Tinha acabado de receber um premio por ganhar um campeonato. À propósito, meu nome é Ichigo Haku. Sou japonesa, mas moro na América. Eu vivo em Seaford, uma das milhares de cidades que já morei. Em dois anos, eu fui para Filadélfia, Carolina do Norte e do Sul, Hollywood e outras cinco ou seis. Passava sempre, no máximo, dois meses e meio em cada cidade. Meu pai se muda muito, pois é professor de historia japonesa e eu nasci parecida com ele. Amo o Japão e na Filadélfia, eu lutava caratê na academia Bob Wasabi e a conversa do começo, foi antes de se mudarmos para Seaford. E outras coisas, é que eu tenho 13 anos, minha mãe morreu quando eu tinha 2 anos e moro com meu pai. Mas essa historia já deu pra sacar no começo dessa narração.

Sou assim:

Sou linda, não?

Estávamos saindo de um campeonato que eu havia ganhado, mas na final, eu tive que dar um golpe muito arriscado para ganhar. Apliquei um golpe de mão aberta em seu pescoço e em seguida na perna e ele caiu. Mas como eu disse, o golpe era arriscado. Não deu pra ninguém perceber, mas o braço e o punho... não sobreviveram muito bem. Ambos ficaram quebrados e só deu para perceberem isso, quando eu fui levantar o troféu.

–AAAAIIIIIII!!! – gritei de dor, quando levantei ele acima da cabeça.

–O que houve, menina? – perguntou o apresentador.

–É essa coisa aqui, ó! – apontava com o meu braço com o troféu na mão direita para a esquerda quebrada. – Ta doendo muito!!!

–Chamem um medico! – gritou o apresentador.

E isso dá pra resumir.

...

No hospital...

–Filha, eu tenho uma coisa pra te contar. – disse meu pai.

–Deixa eu adivinhar. Vamos nos mudar de novo! – eu falei, meio sarcástica.

–Acertou, mas dessa vez, é pra um lugar que você vai adorar.

–Já fomos para Hollywood, não gostei. Filadélfia, pior ainda. Até Los Angeles eu não gostei!

–Mas dessa vez vai. O nome da cidade é Seaford e fica no litoral. Mas a diferença, é que... – ele se aproximou e sussurrou em meu ouvido. – É lá que Bob Wasabi mora.

Minha reação foi: Caretas, loucura e depois, eu sair pulando pelo hospital e só parar quando caí da escada e quebrei a perna contrária do braço. Quebrei o braço e punho esquerdos, agora a perna direita. Só sei me ferrar, mesmo.

O mesmo quarto de hospital, 20min depois.

–Pena que só vamos ficar lá dois meses e pouco, não é, pai? – perguntei.

–Na verdade, meu amor... iremos ficar lá de um modo... permanente.

–Como assim? – sou meio lerda e tenho TDAH. Nunca fui boa na hora de ENTENDER as coisas.

–Quer dizer, que vamos morar lá, até que você queira mudar de novo. Mas não teremos mais necessidade de nos mudarmos novamente.

Minha reação foi: Quase igual ao primeiro, mas eu não saí pelo hospital feito doida. Maldita perna. Se eu não precisasse dela na luta, eu juro que jogava ela fora. Uma coisa que não disse antes, era que eu sou esquizofrênica e tenho o negocio das vozes na minha cabeça que vivem falando comigo. Vamos apresentá-las.

Ichigo: Meu lado normal, comum e bom.

Akarui: Lado alegre e extrovertido.

Hidoi: Lado assassino que adora bater nos outros. É terrível quando eu perco o total controle dela. Mas ela adora a arte marcial pra bater nos outros, então apenas canalizo seu poder para lutar.

Yuuki: Lado energético e aventureiro. Vive me ajudando nas lutas.

Kowai: O oposto de Yuuki. Ela é medrosa.

Akai: Lado romântico que adora me meter em roubada beijando alguém.

Mori: Meu lado otaku. Adora animes e Japão. É louca por mangás e fez uma estande só deles em meu quarto.

Kaminna: Lado religioso, que vive rezando e tenta nos convencer de deixar o corpo casto.

Ecchi: Lado tarado e vive tentando fazer o contrario de me deixar casta. Mas ainda não conseguiu.

Arrou: Lado burro, retardado e sem noção.

Bom, já sabem quem são eles e o que vocês estão falando agora é a Ichigo. Muito prazer.

Continuando, quem disse o negocio de arrancar a perna, foi a Hidoi. A alegria foi o Akarui.

–Muitos e muitos brigadas, pai!!! – era o melhor momento de minha vida.

Era a hora que minha vida iria mudar.

...

Duas semanas depois...

É, chegamos em Seaford. Meu primeiro dia de aula é amanhã. Meu braço e minha perna estão engessados, mas... tô nem aí.

–Somos loucos. – falou Yuuki na minha cabeça.

–Sim, eu sei.

Como já me acostumei a ficar pouco tempo em um lugar, duas horas depois de chegar, metade de minhas coisas estavam guardadas. Minha casa era imensa. Assim, ó:

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Sim, uma casa grande, para duas pessoas, mas eu amei mesmo assim. Meu quarto era os dois andares da direita. As janelas marrons. Aquele que-

–Eles já sacaram. Cala a boca. – a grossa da Hidoi disse.

–E você cale também. – respondemos todos juntos.

Já era meia noite, então, fui dormir.

... De manhã...

Acordei umas 7h e as aulas eram 8h. Fiz tudo tranqüilo, então. Tomei meu banho, tomei café e faltavam 20min pra aula começar. Aproveitei e fui logo pra aula, para não me atrasar.

Essa escola vai ser BEM louca. – pensei.

Continua...