A Diabólica Vida De Eleonora Duncan escrita por Ikuno Emiru


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Sei que vocês devem estar imaginando que o Demon não está desempenhando um papel fundamental na fic, mas, maaaaas, nos próximos capítulos, vocês vão ver que ele é importante sim na fanfic!
Kissus e boa leitura!(*^3^)/~☆



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Pedi a Marin que me levasse ao orfanato. Eu vou lá todos os sábados para saber como as crianças estão. Levei comida, alguns brinquedos, roupas e outras coisas que eles precisariam. Eu tinha duas sacolas grandes, recheadas de coisas, eles iriam amar! Cheguei lá e todas as crianças correram para mim, abraçando minhas pernas.

            – Nora! – Eles gritaram, fiquei contente em ver que eles estavam bem, mas fiquei mal também, pois parte deles ainda não haviam encontrado uma família. Não que eles não recebessem amor e carinho ali, pois eles recebiam.

            – O que tem aí dentro? – Luke cutucou uma das sacolas com o dedo, ele era um dos mais novos, tinha 5 anos e era muito curioso. Ele chegou há pouco tempo.

            – É para a gente? – Luiza cutucou a outra sacola.

            – Sim, eu trouxe um montão de coisas para vocês, como eu prometi da vez passada, não foi?

            – Foi sim! – Jake estava puxando a barra do meu vestido – Um moço legal trouxe um montão de coisas para nós também, vem conhecer ele.

            – Como é o nome dele?

            – É Na... Na... – Jake tentou falar.

            – Ele não sabe falar o nome dele direito. – Luiza me informou, eu andei até a outra sala. – É Nathaniel! – Ela falou, se sentindo inteligente.

            – Mas esse é um nome legal, não é? – A ideia de que o Nathaniel fosse o Nathaniel da escola só me ocorreu quando eu o vi com os próprios olhos. Ele estava ali, distribuindo brinquedos e roupas para as crianças. Eu senti meus olhos se encherem de lágrimas.

            – Eu soube do que você faz por eles... é muito bonito, Eleonora. Bom, eu tinha alguns brinquedos guardados de quando eu era pequeno, eles não seriam de muito uso... – Eu soltei as sacolas sem pensar e corri para Nathaniel, eu o abracei com força, muita força. Ele me abraçou com a mesma intensidade e agora fazia uma carícia em meus cabelos.

            – Desculpe... – Falei ao me separar dele, Nathaniel limpou as lágrimas do meu rosto com seu polegar – Isso é incrível, Nathaniel. Obrigada... Melody estava certa quando disse que você era muito gentil.   

            – Não precisa se desculpar, Eleonora. Incrível é o que você faz por eles. As crianças me contaram muito sobre você.

            – Nora. – Mandy puxou meu vestido – Ele é o seu namorado?

            Eu e Nathaniel rimos.

            – Não, Mandy, ele estuda no mesmo colégio que eu. Ele é um moço muito gentil. – Falei e fiz uma carícia em seu cabelo. – O que eles disseram sobre mim? – Perguntei a Nathaniel, ele puxou uma cadeirinha para que eu me sentasse ao seu lado.

            – Que você canta canções de ninar, que você trás presentes sempre, que você costuma contar histórias muito legais para eles, que você tem um amigo muito especial que só você pode ver, e várias outras coisas.

            – O que aconteceu com seu pé? – Eles perguntaram em coro.

            – Eu caí de uma árvore e me machuquei. – Eles ficaram surpresos, o que me rendeu uma risada.

            – Eles disseram isso mesmo? – Olhei para Nathaniel, ele concordou com a cabeça.

            – Você vem aqui com muita frequência? – Ele me perguntou.

            – Eu costumo vir aos sábados, desde que Marin me adotou.

            – É muita gentileza sua.

            – Esse lugar foi o meu lar por muitos, muitos anos. Querendo ou não, eu me apeguei a aqui. As crianças aqui são adotadas com rapidez, geralmente as mais novas são as primeiras a deixarem aqui, mas isso parece estar mudando.  

            – E sobre esse amigo que só você pode ver?

            – Você está se referindo a Demon, ah, você não vai querer saber.

            – Ele está com você agora?

            – Não, mas eu posso chama-lo. – Foquei meus pensamentos em Demon e ele apareceu em meu ombro.

            – Me chamou, Nora? – Ele bateu continência.

            – Chamei sim.

            – Ele é um demônio bem pequenininho, ele está sentado no meu ombro. – Apontei para onde ele estava – Você provavelmente não consegue enxerga-lo, eu não sei o porquê... – Nathaniel esticou o braço até meu ombro, ele estirou o dedo indicador.

            – Au! – Ele reclamou e tirou o dedo na hora – Eu senti algo.

            – Eu mordi ele, hehe, eu mordi o dedo dele. – Demon cantarolou.

            – Isso foi o Demon mordendo o seu dedo. – Meus olhos deviam estar brilhando, isso... isso nunca aconteceu! Deve ser porque ninguém tentou encostar nele... – Nathaniel, isso é incrível. – Eu o abracei mais uma vez, não pude aguentar.

            – Eu não posso vê-lo ou escutá-lo, mas eu pude sentir alguma coisa. – Ele sorriu.

            – Isso nunca aconteceu antes... – Eu estava sorrindo sem parar.

            Ficamos conversando e brincando com as crianças, as assistentes sociais me receberam com muito conforto, como sempre faziam. Eu havia chegado às 10h e já eram 14h, Marin já deve estar vindo me buscar!

            – Meus bebês. – Falei, rindo – Eu preciso ir embora. – Ajoelhei no chão e abracei cada um deles.

            – E o Nathaniel, ele não ganha abraço? – Bea perguntou, todos olharam para mim.

            – O Nathaniel já ganhou dois abraços. – Falei, envergonhada.

            – E se ele quiser um terceiro? – Nathaniel perguntou, me pegando de surpresa.

            – Você quer um terceiro? – Perguntei, minhas bochechas deviam estar coradas.

            – Sim. – Ele estava sorrindo.

            – Eu vou morder a orelha dele. – Demon falou.

            – Não, você não vai morder mais ninguém, Demon! – Eu falei.

            – Droga! – Ele rebateu. Andei de joelhos até Nathaniel, ele segurou minhas mãos, me ajudando a levantar. Ele me puxou para um abraço assim que eu estava de pé. Eu o abracei de volta. O abraço de Nathaniel era tão confortável, tão quente e cheiroso... ouvi um coro “Own” das crianças, ouvi também buzinas de carro, só podia ser Marin. Soltei Nathaniel, ele me acompanhou até a porta, de lá, eu acenei para ele, ele acenou de volta.

            – Quem é aquele loirinho, hein? – Marin perguntou assim que entrei no carro.

            – Ele é o Nathaniel, o representante das turmas de Sweet Amoris. Ele trouxe brinquedos e roupas para as crianças, dá para acreditar? E o Demon mordeu o dedo dele...

            – Mordi mesmo! – Demon me interrompeu.

            – ... e ele sentiu!

            – Quantas novidades, uau! Então ele sentiu a presença de Demon? Isso é ótimo! Você ultimamente está toda rodeada de meninos, Ken, Castiel, Dajan e agora esse Nathaniel.

            – Ah, não, o Dajan... ei, espera aí, eu nunca te contei sobre o Dajan.

            – O quê? Eu falei Dajan? – Ela riu – Não falei não, você deve ter ouvido errado!

            – Como você sabe sobre ele? – Levantei uma sobrancelha. Tinha história nessa coisa, ou coisa nessa história! – Eu tenho certeza do que eu ouvi!

            – Eu ouvi também! – Demon protestou comigo.

            – Obrigada, Demon.

            – Ok... eu te falo. – Ela respirou fundo – Mas você me promete que não vai contar para o Castiel? Ele me disse que te contaria quando achasse melhor.

            – Prometo... – O que Castiel tinha a ver com isso? C-como é que eles se comunicavam?

            – O Castiel é um dos meus pacientes, um dos mais queridos! Ele tem consultas comigo há um ano. Ele tem um horário comigo toda segunda e sexta-feira, então, ele me contou que conheceu você.

            – Conte mais... Você já tinha falado sobre mim a ele?

            – Eu não posso falar mais do que isso, é proibido. Já, já sim, ele viu o seu retrato em cima da mesa e perguntou quem era, isso foi há um mês antes de você entrar em Sweet Amoris.

            – Marin! – Protestei – Agora eu estou curiosa...

            – Ele me contou ontem sobre o Dajan, o Castiel estava inquieto sobre esse rapaz.

            Então era esse o compromisso que ele teve na segunda-feira, que não pudemos nos encontrar... Então eles já se conheciam antes? Foi por isso que Marin não disse nada demais ao ver Castiel me carregando com o pé machucado... e ele já sabia quem eu era... será que foi por isso que ele continuou a falar comigo? Uau, eram muitas novidades em um dia só.

            – Lembre-se, não conte a ele! Ele ainda vai te contar, seja paciente e finja surpresa quando ele disser.

            – É muita informação para associar... então ele fala de mim, hein?

            – Fala sim, mas eu não vou te contar mais nada. – Ela estacionou o carro na garagem.

            – O que ele perguntou quando viu minha foto? E que foto era mesmo? – Abri a porta e entrei, Marin atrás de mim.

            – Ele perguntou se a menina da foto era a minha filha adotiva, eu respondi que sim e ele disse que você é muito bonita. É essa foto – Marin pegou um dos porta-retratos e me mostrou.

           

            – Ah! Essa foto! Eu sempre odiei ela, mas agora que eu estou vendo, eu até gosto... E... se ele fala de mim, isso quer dizer que você fala de mim também?

            – Nããão. – Marin falou em um tom sugestivo, eu olhei para ela – Sim. Eu disse que você ficou contente em ter conhecido ele e eu talvez tenha dito que você não tem namorado...

            – Marin! – Eu comecei a rir sem parar, ela não entendeu. – Castiel é popular com as garotas, segundo Íris. Além do mais, eu não me vejo namorando ele... – Menti. – Mas não fale isso pra ele! – Acrescentei, acho que só denunciei a minha mentira em vez de ajudar. – E ele disse que eu sou muito ingênua...

            – Ah, não, eu não vou falar nada. Mas é melhor eu ir parando por aqui, eu já falei mais do que eu devia.

             


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