A Diabólica Vida De Eleonora Duncan escrita por Ikuno Emiru


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Acabei atrasando a entrega do capítulo, mas, ele está longo, como eu disse que seria! :33
Espero que gostem *-*



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Visão de Eleonora

            Eu estava voltando apressadamente para o pátio, onde Castiel estava, quando um garoto esbarra em mim, ele parecia estar com muita pressa, foi quando eu olhei para baixo e percebi que ele tinha deixado cair algo, tentei gritar por ele, mas foi em vão, ele nem sequer escutou. Peguei o objeto e corri atrás dele, mas ele já havia desaparecido entre os outros alunos.

            – É... parece que vou ter que encontra-lo depois. – Falei para Angelique.

            – Eu posso te ajudar, posso sair voando e procurar por ele! – Ela falou, contente com a ideia.

            – Oh, não, já basta o Demon ter desaparecido, você vai ficar comigo! Sinto muito, pequena! – Baguncei seus cabelos e ela sorriu mesmo assim.

            Olhei para o objeto em minhas mãos: era um bloco de notas. Eu já tive o meu... colocava todos os meus pensamentos nele, seja em forma de desenho ou em forma de escrita, mas todos os meus pensamentos estavam ali, era um lugar muito íntimo e privado, então não abri aquele bloco de notas, em ordem de não invadir a privacidade de outro.

            – Você não vai ler? – Angelique perguntou, com curiosidade.

            – Ah, não, é algo muito privado! Sei que o dono não gostaria se eu lesse!

            – Mas ele não precisa ficar sabendo. – Seus olhos estavam sobre o bloco, eu dei uma risada.

            – Vamos ver o Nathaniel! Ele pode me ajudar!

            Sair procurando o dono por toda a escola daria um grande trabalho, eu poderia pedir a Nathaniel, quem sabe ele não acha o dono por mim? Fui até a sala do grêmio e lá estava ele, mergulhado nos papeis, como sempre. Toquei seu braço de leve e ele se virou para mim, quando me viu, abriu um sorriso, isso me confortou.

            – Ah, olá, Eleonora! Olá pra você também! – Ele acenou pros meus dois ombros, Angelique olhou pra mim com dúvida.

            – Oi, Nathaniel. – Dei um rápido beijo em sua bochecha, aquilo pareceu o surpreender. – Eu esbarrei com um garoto hoje e ele deixou isso cair – mostrei o bloco – eu posso deixar aqui com você?

            – Eu felizmente aceitaria se eu não tivesse perdido minhas chaves, eu preciso ficar aqui, Melody está procurando por mim. – Eu até o ajudaria a procurar, mas:

Preciso encontrar Demon. Preciso encontrar o dono do bloco de notas.

            – Eu te ajudaria, mas, também tenho umas coisinhas a fazer. – Dei um sorriso de canto. – Obrigada mesmo assim! – Antes que eu pudesse sair, Nathaniel me puxou pelo pulso com delicadeza, muito diferente de Castiel eu diria, e beijou a minha testa ternamente. Tenho certeza de que eu corei como uma pimenta!

            – Eu.. preciso... – mostrei o bloco de notas e me afastei lentamente de Nathaniel e saí correndo para o pátio. Eu ainda sentia os lábios macios de Nathaniel em minha testa e seu toque em meu pulso, tive que parar de correr para me acostumar com essas sensações.

            – O Castiel não vai gostar disso. – A voz de Angelique me fez pular, ah é, ela ainda estava ali! Eu mordi meus lábios e pensei em algo pra dizer.

            – Você não vai contar isso pra ele, não é? Por favor! Ele não gosta nem um pouco do Nathaniel. – Eu juntei minhas mãos e implorei.

            – Claro que não vou contar! – Ela sorriu e eu fiquei aliviada – Olha ele ali! – Ela apontou para a direção dele.

            Continuei a correr quando avistei Castiel, mas ele só pareceu notar minha presença quando eu tropecei e ele me segurou em seus braços. Senti minha cabeça bater contra seu peito, assim que respirei, eu senti seu cheiro. Todo o meu corpo amoleceu e tudo o que vinha na minha cabeça era “me abrace como ontem, me abrace como ontem”, eu não sentia o meu corpo e eu queria que o toque dele me fizesse voltar a realidade, eu queria sentir seus braços fortes me embraçarem, mas isso não aconteceu. Castiel me empurrou pelos ombros, mas com uma inesperada delicadeza. Ele inclinou o seu corpo para frente, para que seus olhos ficassem no nível dos meus.

            – Você está bem? – Ele perguntou, com aquele sorriso irônico.

            – Si... – Eu estava respondendo, quando vejo ele acariciando a cabeça de Angelique. Ela balançou a cabeça, afirmando que estava tudo bem. Suspirei. Ele, claramente, fez aquilo para me confundir!

            – Você não deveria correr pela escola desse jeito. – Ele voltou a encarar os meus olhos, o que me assustou um pouco – Não quer machucar outro tornozelo, não é?

            – É...! E o Demon? – Adicionei, me recompondo.

            – Você fala desse diabinho aqui? – Castiel agora o segurava pela orelha, Demon tinha os braços cruzados e sua cara estava insatisfeita. Eu peguei Demon imediatamente e o apertei contra meu busto, o abraçando.

            – Não faça isso com ele! – Olhei para Demon – Onde você estava? Eu fiquei preocupada! – Sussurrei.

            – Eu só queria dar uma volta, sua grudenta! – Ele brincou e abriu um sorrisinho. De uma maneira, eu não acreditava naquela resposta, mas eu sorri de volta e tentei aceitar aquela resposta. Ele se soltou dos meus braços e pulou para o meu ombro, Angelique foi para o ombro de Castiel. Por algum motivo, eu acabei me lembrando do bloco de notas, eu o tirei da bolsa e mostrei para Castiel.

            – Esse bloco é familiar para você? Um garoto esbarrou em mim e o deixou cair.

            – Por que seria? – Ele falou.

            – Não sei... mas seria de grande ajuda se você soubesse de quem é. – Ele pegou o bloco das minhas mãos e seu rosto se clareou, ele sabia a quem pertencia.

            – É do tonto do Lysandre. Venha, eu vou te levar até ele. – Castiel começou a andar, pensei até que ele seguraria minha mão, com sempre faz, mas ele não o fez e eu fiquei decepcionada... mas por quê? Eu me apressei e o segui, tenho certeza que eu me sentiria envergonhada se ele voltasse só para segurar a minha mão. Nós passamos pelo corredor e fomos direto para a escadaria, lá, entramos em uma sala que eu nunca havia visto, nela, havia uma escada que levava a um porão, descemos a escada, lá havia um garoto de cabelos brancos, vestido em roupas estranhas para mim, roupas de uma outra época, talvez? Ele se virou de frente quando percebeu a nossa presença ali, pude notar que seus olhos tinham uma coloração diferente: um era amarelado e o outro verde. Um garoto bem exótico...

            – Lysandre, essa é a novata. – Castiel me segurou pelos ombros, o que fez Demon saltar, e me colocou em sua frente. Mas por que ele falou “A” novata? Quer dizer que o garoto já sabia sobre mim? Esse pensamento me fez sorrir, pois talvez Castiel possa ter me citado... – Ela achou o seu bloco de notas. Quando é que você vai parar de perder – Ele entregou o bloco para Lysandre.

            – Os olhos dele tem cores diferentes. – Demon estava rindo – Olha as roupas dele!!! – E ele continuava a rir, a morrer de rir.

            – Demon, isso não é educado. – Eu sussurrei, virando o rosto de lado para olhar para ele. – Não fale isso.

            – Deixa de ser chata, Nora, eu só estou brincando. – Ele cruzou os bracinhos – Vem, Angelique, vamos sumir!

            – Ok! – Ela deu um sorrisinho e eles desapareceram. Castiel estava conversando com Lysandre enquanto eu conversava com Demon, talvez para disfarçar... para o Lysandre não achar que eu sou uma estranha... ou algum tipo de louca? Eu só espero que não, Castiel teve essa primeira impressão de mim... ah, é verdade, ele fez isso de propósito!

            – Muito obrigada, senhorita Eleonora. – Ele deu um sorriso e para mim. – E.. você por um acaso não leu o meu bloco, não é?

            – De nada... e AH, não! Eu não li, seria muita falta de privacidade para você!

            – Seria. – Ele apenas disse.

            – Eu preciso ir! Foi um prazer te conhecer, Lysandre! – Eu voltei para a escadaria e dei de cara com Rosalya. Ela veio até a mim, sorridente. Estava evidente no seu rosto que ela queria contar algo.

            – Eleonora, eu tenho algo para você! Encontrei umas fotos dos rapazes, quando eu costumava fotografa-los, e achei que poderia te dar uma. – Ela abriu um sorriso. – Tem a do Castiel, do Nathaniel e do Lysandre. Qual você escolhe?

            – Eu posso vê-las? – Perguntei.

            – Não! Você tem que escolher uma sem ver! Eles estão bonitos em todas as fotos, não se preocupe, eu costumava vende-las.

            – Oh, eu entendo, eu escolho a do...  Castiel.

            Ela tinha um sorriso bobo no rosto. Ela me entregou a foto e eu peguei com certa ansiedade.

            – Nessa época, ele ainda não tinha pintado o cabelo! – Eu, finalmente então, encarei a foto. Nela, Castiel estava encarando o celular e sorrindo... por mais que eu tenha o visto sorrir várias vezes, eu nunca havia visto aquele tipo sorriso. Ele parecia estar mandando mensagem para alguém, parecia feliz... talvez ele estivesse mandando mensagem para uma namorada, quem sabe? Esse último pensamento me causou uma certa dor que eu acabei por não entender.

            – Obrigada. – Eu falei e escondi a foto contra meu peito, eu deveria guarda-la para que ficasse segura. Eu e Rosalya nos despedimos, então, eu segui para o corredor para guardar a foto, mas, para o meu azar, acabei tendo um mau encontro com Ambre.

            – O que é que você está escondendo aí, garota? – Ela falou, eu suspirei. Ela não podia descobrir que eu tinha uma foto do Castiel comigo, não mesmo! Ela provavelmente... – Ela não vai falar... Li, Charlotte. – Ela apontou pros meus dois braços, eu tentei escapar, mas não tive tempo o suficiente, as duas agarraram meus braços, então Ambre puxou a foto que eu protegia em meu peito.

            – Uma foto do Castiel? Então você realmente está interessada nele? – Ela jogou o cabelo com a mão. – Essa foto, agora em diante, vai ser minha! – Ela deu uma risada e saiu, Li e Charlotte só me soltaram uma vez que Ambre já estava bem longe, tentei correr atrás dela, mas era inútil, ela já havia desaparecido no meio dos alunos.

            – O que a barbie queria contigo? – Escutei a voz de Castiel.

            – Ela... ela pegou algo que me pertence... – Suspirei. Eu queria mesmo por aquela foto na minha cômoda, ao lado do ursinho que Kentin me deu.

            – E esse “algo” tinha tanto significado assim para você? – Ele levantou uma sobrancelha. Aquela foto significava tanto assim para mim...? Sim, eu poderia ver o sorriso dele sempre que eu quisesse e eu gostava disso.

            – Sim, é bem especial para mim. – Eu sorri para Castiel. – Mas depois da aula eu vou pegar de volta, não importa como!

            – É isso, aí, pequena. – Ele bagunçou meu cabelo e saiu em outra direção.

            Então as aulas finalmente terminaram! Fiz questão de seguir Ambre, disfarçadamente, até o seu armário e consegui enxergar ela guardando a foto. Esperei pelo menos meia hora até finalmente tentar recuperar a foto, os corredores estavam vazios, então não teria problema pegar de volta o que era meu! Puxei a porta do armário de Ambre e, para minha surpresa, ele estava aberto! Suspirei de alívio ao ver a foto de Castiel, eu a peguei de novo e fechei o armário de Ambre, eu guardei a foto no meu armário e me preparei para ir embora, mas para a minha surpresa, eu avistei a figura de Castiel e Lysandre saindo da escadaria e vindo em minha direção. Se eles aparecessem minutos antes, eu teria passado por um momento muito vergonhoso. Fiquei parada em frente ao meu armário, esperando que os dois se aproximassem, Castiel parou em minha frente e Lysandre acenou para nós e foi embora.

             – E aí, já recuperou o seu “objeto roubado”? – Ele deu o típico sorriso de lado...

            – Ah sim, recuperei sim! Para a minha sorte, o armário de Ambre estava aberto, então eu não precisei apelar para o lado sujo. – Dei uma risadinha.

            – E esse “algo” realmente vale todo esse esforço? – Mal sabe ele que é o “algo” é uma foto dele...

            – Oh, vale sim, vale todo o esforço que eu puder fazer. – Dei um sorriso simpático. – Eu preciso ir para casa agora...

            – Eu te levo, está muito escuro para você ir sozinha. – Ele tirou um capacete do seu armário e segurou em minha mão, me levando até o estacionamento da escola. Eu fiquei surpresa por saber que ele tinha uma moto, tudo bem que ele é emancipado, mas eu não esperava mesmo por isso. Ele retirou outro capacete de dentro do banco da moto e colocou na minha cabeça.

            – Eu podia fazer isso sozinha... – Falei.

            – Eu duvido. – Ele falou, sarcástico, peguei o outro capacete da mão dele, me impulsionei na ponta dos pés e coloquei o capacete na cabeça de Castiel, com cuidado de não machuca-lo.

            – Foi justo. – Falei. Para a minha surpresa, ele me pegou pela cintura e me colocou em cima da moto, logo depois, ele se sentou.

            – Se segure com força, ok?

            – Ok. – Eu abracei Castiel por trás e encostei minha cabeça em suas costas, se não fosse o capacete, aquilo seria tão mais confortável. Eu sentia vontade de abraça-lo cada vez com mais força, mas meus desejos cessavam quando parávamos em um sinal e a atmosfera ficava esquisita com aquela proximidade. O engraçado é que Castiel me levou para casa sem eu ter lhe dado o endereço ou uma referencia qualquer, ele apenas me levou direto, não precisei falar nada! Imaginei que Marin já tivesse o trazido aqui, mas eu não imagino quando... ela me disse que ele a vê há um ano, mas eu estou com ela há dois anos... Eu libertei Castiel do meu abraço e desci da moto em um pequeno pulo, ele fez questão de tirar o meu capacete.

            – Você não quer entrar? Beber alguma coisa? – Afinal, eles não fazem isso nos filmes? Convidam a pessoa para beber um chá ou um suco, conversar um pouco.

            – Não, eu tenho um cachorro faminto em casa para alimentar. – Ele abriu um sorriso.

            – Então... obrigada por me trazer aqui! – Eu segurei seu rosto com uma mão e virei de um lado. Eu estava prestes a beijar sua bochecha, quando ele vira o rosto de propósito e eu acabo beijando seus lábios. Eu me afastei, droga, não fique vermelha, Eleonora! – C-Castiel! – Exclamei – Por que você fez isso? Por quê? Por...

            – Porque é engraçado ver você sem graça. – Ele soltou uma risada – Qual o problema? Você nunca beijou ninguém? – Ele continuou rindo, eu poderia ser sincera com ele nesse mesmo momento e ele nem escutaria.

            – Não! – Exclamei alto demais, ele apenas continuou rindo. – Boa noite! -  Eu falei e saí correndo para dentro de casa, antes que eu me envergonhasse um pouco mais!

            


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