Eu só esperava não estar mais corada que ele, ou esperava que eu fosse acordar de um sonho e não passar de uma simples ilusão... Mas nada disso foi ilusão, e agora o que eu faço ou falo? O abracei. Mas então cai no mundo da realidade, eu precisava falar com ele e era importante demais, dependia da sobrevivência dele, me lembro da frase “A mensagem dada em dois dias ou eu irei matar Tyler Owen”, precisava fazer alguma coisa.

–Temos problemas – Ty disse a ele.

–Me conte uma novidade – ele revirou os olhos.

–Você me beijou serve?!- perguntei, mas nesse exato momento o Padrasto dele estava passando no corredor:

–E ainda dizem que são só amigos- cantarolou Matt, que vergonha, argh. Então eu encarei Ty e arregalei os olhos, ele fez o mesmo, mas acabamos rindo. Porém eu precisava dar a notícia, tinha medo do que poderia ocorrer se por um deslize eu esquecesse daquilo.

–A senhora apareceu- disse por fim fitando, e ele suspirou- ela foi rápida disse assim: “A mensagem dada em dois dias ou eu irei matar Tyler Owen”.

Era difícil acreditar que ele estava tão calmo, parecia que ele já esperava por isso.

–Amores venham jantar- gritou May do andar de baixo.

–Vamos- disse Ty- nos falamos com a minha mãe sobre isso, ela já enfrentou uma situação parecida, eu acho. E assim descemos bem a parte, com o pé machucado de Ty demoramos o dobro de tempo. Sentamos-nos a mesa, e eu devo admitir, o cheiro e a aparência da comida estavam ótimos, mas eu estava com vergonha, pois Matt ficava me encarando com aquele sorrisinho.

–Então, conversaram o que tinham pra conversar lá em cima- disse ele irônico. Eu juro já estava tendo um ataque de nervosismo, mas então a linda da May salvou minha pele:

–Querido cale a boca, não seja mais inconveniente do que você já é- eu juro, mesmo gostando do Matt, eu tive que segurar a risada, os olhos de Ty começaram até a lagrimejar, pois fazia o mesmo. Após o jantar, em quanto eu ajudava May na louça comentei sobre a alma

–May, a senhora a pareceu novamente, ela disse “A mensagem dada em dois dias ou eu irei matar Tyler Owen” eu não sei, mas essa alma quer que eu seja tipo comunicadora, pra conversar com o filho dela...- Ela me encarou perplexa

–Você sabe o que ela pode fazer, nunca subestime as almas, vocês tem que ir até Melpis e falar com o filho dela, de qualquer modo, ela é mãe, e só está fazendo isso pelo seu filho, com certeza se vocês fizerem o que ela pediu, ela vai parar- por um momento quando ela disse aquilo foi um certo alivio, era só fazer isso e a alma desapareceria pra sempre da minha vida, mas Melpisd ficava longe daqui, no mínimo oito horas de viajem, e com dois dias...

–Eu sei que Melpisd é longe, mas é isso, ou.... –Ela pareceu ler meus pensamentos, mas era verdade era isso ou a morte de Ty.

–É logico que eu vou, só não sei quando, e nem como. - terminei de enxugar o ultimo prato. E então fomos para a sala, onde ty lia o livro.

–Ty leva você. – May disse olhando para Ty, mas ele estava tão concentrado na leitura que acho que nem ouviu.

– Leva ty?- Perguntei a ele, e ele deu algum sinal de vida? Nada. Então May foi em sua direção e tirou o livro.

–Só cuide Kayla, reze para uma alma não aparecer em quanto ele estiver lendo. –Disse May então rimos. -Olhe você deve chamar a alma aqui, conversar com ela e fechar um acordo. – Eu respirei fundo, tinha que ser agora?, cada vez que essas almas apareceiam meu psicológico ficava revirado, é a pior coisa do mundo, mas então eu acenti.

–Quando?- perguntei fechando os olhos

–Agora- respondeu May

Eu fechei os olhos e tentei lembrar da velha senhora que eu tanto tinha medo, mas então ela apareceu.

–O que querem de mim!!- Gritou ela com a voz seca que me atingia como socos, segurei-me em Ty. Literalmente agarrei no braço dele, e ele me envolveu passando seus braços sobre meu ombro.

–Calma ele sussurrou

–Queremos fazer um acordo, nos de o endereço, falaremos com seu filho, e você nunca mais vai aparecer entendeu?- disse May, ela parecia tão calma

–Provem isso, quero ver feito, para depois eu jurar- a velha se aproximou de May.

–Nos de o endereço, todos os dados que precisamos, faremos isso, mas jure primeiro.- May manteu-se firme, então a velha se virou para mim, e veio mancando em minha direção, me agarrei mais em Ty. Só que a velha puxou meu braço, mesmo assim Ty não soltou.

– Adam Kiord, 82 anos, mora em Melpisd, Bairro Mored Faldon, casa numero 1739, você sabe que tem o prazo de 2 dias ou diga adeus a ele. – Ela me bateu na cara, e então sumiu, eu comecei a chorar , não pelo fato de ela ter me batido, bem um pouco pois doeu, mas se eu fracassasse? Se eu não conseguisse Ty morreria.

–Calma vai ficar tudo bem, nos vamos consegui- disse Ty e me deu um beijo na testa

–E se não conseguimos?!- gritei chorando

–Calma querida eu sei quanto é ruim. – May se sentou em meu lado no sofá.

–Eu preciso ir disse a eles- me levantando e respirando fundo

– Eu vou junto- disse Ty, a mãe dele assentiu e se despediu.

Ty me deu a mão.

–Vai ficar bem, nos vamos conseguir- ele disse

–E se algo de errado?- perguntei

–Nada vai dar errado, entendeu?!- o jeito que ele falou me deu ma segurança maior, eu vi umas 10 pessoas caminhando no meio da rua, todas separadas, então perguntei a Ty.

–Ty, por que elas estão aqui?

–Eles quem?

–Essas pessoas, no meio da rua.- apontei para uma

–Yla? É uma brincadeira não?

–Não!- comecei a chorar, eram almas? E porque eu estava vendo em grande quantidade tinha umas 10, nenhuma veio falar comigo, mas é como se fossem pessoas comuns andando mesmo sem saber aonde ir. – Ty eu preciso ir logo pra casa – então sai correndo, e ele correu atrás, ao chegar em na porta de casa ele me alcançou.

–Yla, espera. –Então eu parei

–Ty as almas, elas estão por toda a parte- disse histericamente.

–Você vai ficar bem?

–Não- uma lágrima caiu, era horrível ver aquelas almas, eu nunca tinha visto tantas, abracei ele.

–Você quer que eu fique com você?- Ele perguntou

–Não, você precisa ir, eu vou ficar bem, em partes.

–Yla, a quem você quer enganar?

–Ty, sério, eu preciso fazer uma coisa, volta pra casa ok? Falamos por telefone, ou alguma coisa- entrei em casa e bati a porta, eu sei que foi falta de educação da minha parte, mas o que estava ocorrendo comigo? Subi correndo pro meu quarto.

–Kayla é você?- disse Claire

–Sou- então tranquei a porta do quarto.

Me concentrei mesmo sendo quase impossível pois eu estava chorando e tremendo muito mas consegui Mylla apareceu.

–Kay! O que aconteceu?

–Eu, eu estou vendo muitas almas ao mesmo tempo, quero parar com isso -gritei.

–Muitas almas? – Mylla me olhou como se isso fosse sério demais. – Kay fique calma e escute o que eu vou lhe dizer...