A História Oculta De Adolf Hittler escrita por Marcelo Torres


Capítulo 1
O Início




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Meu nome é Rolf Baumberg. Hoje, 17 de novembro de 1991. Tenho 56 anos e o que vou contar aqui pode mudar muita coisa do que se sabe sobre Hittler.

Não tenho a pretensão de fazer quem me lê acreditar em minhas palavras, mas é o relato da minha vida e da vida de meu pai, Wilfried Baumberg.

Meu pai sempre fora militar. Já seguia a carreira antes do meu nascimento, então a farda era a sua roupa que eu mais via.

Morávamos em Berlim. Meu pai fazia parte da polícia e tinha um cargo considerável. Com a ascenção de Hittler, ouvi uma conversa dele com minha mãe, Sabine Baumberg, sobre uma proposta que recebeu de alguém do partido Nazista. Precisavam de alguém com conhecimento estratégico para liderar uma tropa de força especial. Meu pai faria parte da verdadeira liderança, enquanto outras pessoas seriam os líderes que o público iria ver. Meu pai seria o líder, mas outra pessoa é que iria aparecer para todos. Ele disse que isto seria para protegê-lo e a nós, sua família. Eles não viram que eu estava ouvindo toda esta conversa.

Minha mãe ficou apreensiva, pois éramos pacatos e respeitados. Mas meu pai a convenceu dizendo que teríamos uma vida melhor, pois as propostas para um novo governo seriam a salvação de nosso país.

Passamos por tempos difíceis. Não víamos mais meu pai. O dinheiro nunca faltou, mas vivíamos apreensivos pois ninguém poderia saber que ele estava trabalhando no alto escalão de Hittler.

Toda semana recebíamos correspondência de meu pai. Ele fazia questão de escrever para minha mãe e para mim. Ele era muito atencioso. Eu sempre fui muito observador e muito curioso. Percebia que minha mãe recebia um envelope grande, dentro dele haviam três outros envelopes menores. Um pequeno e magro era destinado a mim. Um outro mediano era destinado a minha mãe. O terceiro era um pouco maior e minha mãe nunca me deixou ver seu conteúdo, embora eu pedisse insistentemente.

Quando a guerra acabou e Hittler foi derrotado recebemos a notícia que não gostaríamos de receber: Meu pai foi morto pelo próprio Hittler pouco tempo antes de se matar. Ele foi acusado de traição.

Em princípio não acreditei nisto. Não era o normal para meu pai. Mas esta era toda a informação da qual dispunhamos. Tinha de me conformar com isto.

Passamos dificuldades por falta de alimento durante quatro meses. No fim do quarto mês recebemos a visita de pessoas fardadas (com farda alemã) e interrogaram minha mãe sobre as atitudes de meu pai. Eu presenciei minha mãe sendo esbofeteada por um militar que não acreditou quando ela disse que nada sabia. Para nossa sorte, durante este momento difícil, entrou um outro militar com o semblante nervoso e chamou o outro que estava liderando aquela "operação" em minha casa. Falou-lhe algo que não pude ouvir e todos saíram as pressas. Um soldado ficou do lado de fora da minha casa e, antes de sair, um deles nos disse:
– Não saiam de casa até segunda ordem!

Minha mãe, muito nervosa e chorando muito, me levou para meu quarto. Pegou um papel que continha alguns números que eu não sabia o que significavam e me disse:
– Rolf, isto é muito importante. Mantenha este papel com você pelo tempo que for preciso. Nunca o perca. Quando tiver oportunidade vá neste lugar indicado por estes números. Estou certa que um dia vai conseguir decifrá-los para chegar a este lugar. Neste lugar está enterrado todas as correspondências de seu pai, inclusive aquelas que você nunca viu.

Aquilo caiu como uma tempestade em minha mente. Havia muita coisa da qual eu não sabia. Eu tinha de descobrir!

Dois dias depois minha mãe foi levada pelos mesmos militares e eu fui enviado a uma escola que abrigava órfãos de militares mortos em combate. Nunca mais tive notícias de minha mãe. Certamente foi morta por aqueles militares.

Guardei aquele papel como minha vida. Decorei os números que haviam nele e nada me faria esquecê-los. Eram, para mim, números sem sentido mas já faziam parte de minha vida.

O papel eu queimei para que ninguém mais soubesse daqueles números, já que eram importantes. Tive de confiar em minha memória, pois não podia confiar em ninguém ao meu redor. Isto não seria, exatamente, um problema, pois estes números estavam gravados em minha mente como se tivessem sido tatuados no meu cérebro.

Fui tratado como o "filho do traidor", então é possível imaginar a perseguição que sofri até a minha adolescência.

Cresci. Ganhei o final da adolescência. Estava com 20 anos, trabalhando num jornal (estagiando e pleiteando uma vaga de jornalista) e dividia uma casa com 4 outros amigos. Já sabia que aqueles números, que nunca consegui esquecer (por mais que eu quisesse), eram coordenadas geográficas. Havia perdido a vontade de procurar, mas estes números nunca saiam da minha cabeça. Passei a acreditar que meu pai era realmente um traidor, afinal de contas o comportamento de minha mãe foi muito suspeito, na minha opinião.

Resolvi por um fim na minha angústia e parti para pesquisar onde ficavam aquelas coordenadas para, finalmente, conhecer o que meu pai tanto escondera.

Uma pesquisa rápida me indicou um lugar que hoje é um parque numa cidade vizinha chamada Potsdam. Mas tudo o que eu tinha eram coordenadas geográficas. Como iria saber onde cavar? Mesmo assim fui lá.

Não dava pra saber onde estava aquele "tesouro" de meu pai. Cheguei no lugar, mas a coordenada abrangia um terreno enorme. Era impossível escavar toda a região em busca de algo que eu sequer sabia se estava realmente enterrado. Resolvi andar pelo lugar. Havia muito mato, não estava alto, mas era visivelmente um lugar abandonado.

Estava disposto a ir embora e nunca mais preocupar com isto. Na volta visualizei uma árvore que tinha, na sua base, uma planta de flor amarela, idêntica a que havia no jardim de minha casa em Berlim. Lembrei do amor de meu pai por esta planta. Ele sempre cuidava dela e não permitia que eu sequer chegasse perto, com medo de que eu, acidentalmente, a machucasse.

Olhei ao redor e não havia mais nenhuma planta igual aquela. Esta era a única. Fui até ela e não vi nada demais no terreno em volta. Precisaria de ferramentas para cavar. Guardei o local em minha mente e voltei. No dia seguinte me dirigi novamente ao mesmo local munido de uma pá.

Não foi difícil encontrar o lugar. Chegando lá cavei em volta da planta. Inicialmente me senti um idiota fazendo aquilo. Até que uma das minhas estocadas da pá no solo bateu em algo mais sólido. Fiquei trêmulo. Encontrei!!!

Cavei com pressa, atendendo a minha ansiedade misturada a minha curiosidade intensa. Era uma caixa de madeira. Devia ter aproximadamente uns 60 centímetros de comprimento por uns 40 de largura. Escavei mais até conseguir retirar a caixa. Limpei a caixa com as mãos e, com alguma dificuldade, consegui levá-la para minha casa.

A minha curiosidade era muito grande... Eu precisava saber o que tinha lá dentro. Levei a caixa para meu quarto. Tínhamos o hábito, em minha casa, de manter os quartos trancados para evitar qualquer problema. Então, esconder a caixa não seria um problema para mim, visto que ninguém sabia de sua existência.

Abri a caixa. Haviam vários envelopes. Todos numerados. Peguei o primeiro envelope, com o número 1 na frente. A letra era de minha mãe, sinal óbvio que ela leu e catalogou os envelopes para haver uma ordem cronológica.

Abri o envelope e haviam escritos com a letra de meu pai.

O conteúdo destes escritos vou transcrevê-los na íntegra para que eu seja compreendido e para que entendam o motivo de minhas atitudes.


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