Admirável Mundo Novo escrita por Avengerduck


Capítulo 5
4- O Início da Doce Loucura


Notas iniciais do capítulo

Oi bocós, como estão? Bom, hoje vamos entender um pouco da história e espero que vocês gostem tá? Beijos do rei.. E não esqueçam de comentar. Obrigada á quem lê!



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4 – O Início da Doce Loucura


“Como o previsto, você ainda não acordou. Já se passaram quase dois meses desde o acidente e eu ainda estou aqui. Manuela não sai do seu lado também. Não consigo mais estudar, não consigo comer ou dormir direito. Acho que já até estou com aquelas olheiras profundas. Se você me visse agora Pâmela, talvez me achasse um monstro. Penso que envelheci anos em meses, mas acalme-se. Eu não te culpo! Só rezo para que você acorde logo para passar o meu aniversário de 15 anos com você, você iria?


Bom, agora vou parar de falar, já que a Manu quer ler mais histórias para você. Acho que vais gostar, são sobre unicórnios (mesmo pra mim eles sendo muito toscos) Não me mate. Amamos você, pequena.”

Filipe e Manuela – 14 de junho de 1999.



Pâmela Guimarães – 14 de Junho de 1999 ás 13:50h – realidade alternativa.





“Onde eu estou?”, “Eu morri?”, “Para onde irei?”. Essas perguntas continuavam me sufocando a cada dia. Eu corria dentre uma floresta onde eu gritava e chamava por alguém.



Bom, tudo mudou quando encontrei algumas meninas. Elas estavam sentadas á alguns metros do riacho. Pareciam estar num piquenique divertido. Era tantas delícias, tanta comida boa que eu realmente fiquei com vontade. Há quanto tempo eu não comia?

Resolvi me aproximar delas devagar, mas fui notada facilmente.


– Olá? Precisa de algo? – Uma garota morena me perguntou. Seus olhos negros passavam tranquilidade á mim. Achei o seu jeito bem parecido com o meu. Ela estava cercada por mais quatro meninas da mesma idade.


– Olá. Eu me chamo Pame...

– Sabemos quem você é – ela riu.

– Como? Como podem saber quem eu sou? Eu não sei quem são vocês e...

– Pois devia saber afinal nós somos você.

– O que? Não entendi – eu estava chocada com as palavras que saiam da boca dela.

– Sem pânico querida. Você nos criou, também criou esse mundo que está prestes a descobrir, então pare de drama, ok?

– Juliana! Pare com isso! Assim vai assustar a menina! Ela provavelmente não deve fazer ideia alguma do que está acontecendo – uma loira se aproximou de mim e tocou meu ombro.

– Vocês são... Ah – suspirei – Uma ilusão?

– Ah, por favor, menina deixa de ser lerda!

– Juliana! – ela gritou novamente com a garota e voltou a me olhar - Vou explicar tudo pra você Pâmela. Seu acidente deve ter sido muito grave mesmo.

– Acidente? Ah, então deve ser por isso... Eu sempre escuto umas vozes. Uma voz mais fina, de uma garota e uma mais grossa, de um menino.

– Sempre?

– Toda hora, quase. Eu gosto de ouvir as vozes deles, eles me acalmam muito.

– Entendi. Bom, deixe eu me apresentar á você. Eu sou quem você chama de Bianca. Sou o seu lado inocente e carinhoso de ser e também o mais paciente – ela sorriu.

– Sim! Eu sou Raquel, o seu lado mais forte. Afinal você já enfrentou muitas coisas ruins nessa vida e então, eu sou o que te mantêm lutando – ela riu em sinal de orgulho.

– Eu sou Nicole, o seu lado responsável. Digamos que sou eu quem diz o que é certo e errado. Eu guio você Pâmela. Guio suas atitudes com sabedoria.

– Você é como a minha consciência? Minha consciência tem nome? – olhei assustada pra ela.

– Sua boba – ela gargalhou – Você nos criou, você pensou nos nossos nomes e aparências, esqueceu?

– Bom, quando eu era criança eu tinha 4 bonecas que pareciam muito com vocês e até os nomes delas eram iguais e... Ah Meu Deus! – quando me dei conta do que eu estava falando entrei em pânico – Meu Deus! Eu estou delirando! Preciso fugir!

– Ei para com isso! Nossa mas como você é chata garota. Ah, bom e eu sou a Juliana, o seu lado mais divertido (mesmo eu achando que você é um saco e tal).

– Juliana será que dá pra parar e explicar as coisas? A menina sofreu um traumatismo muito sério e até suas ideias voltarem ao normal vai demorar! – Nicole repreendeu-a.

– Tá bom, tá bom – ela revirou os olhos – eu também sou o seu lado mais pervertido se é que me entende – ela gargalhou – Então, espero que você crie garotos bem bonitos nesse seu mundinho, porque eu não posso viver sem eles ok?

– C-Criar? Mas... Meu Deus, por que isso está acontecendo? – levei minhas mãos á cabeça e sentei-me no chão.

– Olha Pam, queria dizer que isso vai passar, mas enquanto seu quadro não melhorar, você nunca sairá desse mundo entende? – Nicole segurou minhas mãos e sorriu.

– Sim. Seus amigos Manu e o gatíssimo Filipe parecem que querem mesmo tirar você daqui! Ouvimos as vozes deles o tempo todo sabia? – Juliana disse – Queria poder conhecer esse gato, mas eu não passo de uma parte sua – ela suspirou.

– Então você o conhece não é? Sua boba! O Filipe é apaixonado pela Pâmela, ou seja, por nós – Raquel concluiu. O que elas estavam dizendo? Ele nunca poderia me amar, o que eu tenho de tão especial?

– É verdade! Ele me ama! Ai meu Deus! Aquele gato me ama! Parabéns menina chata, fez um ótimo trabalho! – ela dava pulinhos de alegria e batia as palmas numa dancinha bem ridícula.

– Eu quero voltar! Nicole, por favor, eu preciso voltar! – Eu olhei com o desespero estampado na minha expressão. Ela me abraçou devagar.

– Querida, já dissemos que você não voltará tão cedo! O acidente lhe deixou em um caso gravíssimo de coma. Talvez você demore anos até voltar á realidade novamente. Um coma vigil é algo difícil de vencer.

– E o que eu posso fazer para melhorar? Eu quero sair daqui!

– Só esperar. Isso depende do seu organismo Pâmela. Não depende de nós, afinal somos só fragmentos da sua mente e personalidade. Não existimos de fato. Acredito que toda essa realidade foi criada pelo seu cérebro como uma resposta á tudo que você viveu de ruim no mundo real.

– Como assim? – acho que eu estava mais apavorada como se estivesse prestes á morrer.

– Como assim? Não brinca garota! Esse mundo foi criado por você! Aqui tudo será como você quiser. Nada de ruim poderá acontecer e você será feliz e realizará seu sonho de ser cantora! Vamos logo, muitas aventuras nos esperam! – Juliana sorriu.

– Pare com isso! Não incentive a menina a ficar aqui! Pâmela você tem que fazer o possível para voltar entendeu? Sua mãe precisa de você! – Nicole disse.

– Chega! Eu não quero ouvir mais nada! É tudo uma loucura, nada disso é real! – tapei meus ouvidos enquanto só conseguia chorar.

– Era só o que me faltava – Juliana começou a reclamar e saiu de perto de mim. As outras sentaram a minha volta e começaram a conversar comigo.

De repente mais vozes soavam e eu podia sentir uma paz enorme.

– Está ouvindo? São eles. A voz do garoto pode ser ouvida facilmente – Raquel sorriu – Ele está mesmo determinado á te trazer de volta.

– Mas por que eu não entendo nada o que ele diz? Queria tanto falar com o Filipe – abaixei a cabeça.

– Seu caso é grave Pam, mas fique calma pelo menos você não está sozinha.

– Ei, Nicole... E-Eu posso vê-los? Quero dizer, nesse mundo, eu posso ver o Filipe e a Manu?

– Você pode pensar neles com muita vontade e quem sabe consegue criar alguém semelhante.

– Não quero alguém semelhante! Quero vê-los. Quero abraçá-los e... – o choro me impediu de continuar. Bianca, tão meiga, me abraçou e enxugou minhas lágrimas.

– Infelizmente não se pode trazer alguém á um mundo que não existe Pâmela. Lembre-se que nada disso aqui é real. Filipe e Manuela estão num plano onde tudo é matéria. Tudo lá é real e concreto, aqui é totalmente o contrário. Mas você ainda se lembra deles?

– Sim, eu não poderia esquecer.

– Acho que a pancada não atingiu a parte que cuida da sua memória, ou seja, pensando firmemente neles você pode criar pessoas exatamente com a mesma personalidade e até uma aparência semelhante – Nicole explicou – Agora, vamos comer. Ainda terá muito tempo para você pensar e entender tudo.

– Comer? Mas... I-Isso tudo não é real...

– Não, mas nós agimos como se fosse – Raquel respondeu com um sorriso lindo. Elas me levaram para junto de Juliana e todas nós comemos juntas.

Ok, eu estava agindo como uma idiota é isso? Estava vivendo uma mentira. Mas no fundo eu gostava, pois ali eu não sofria. Eu tinha amigas mesmo não sendo reais. Elas me faziam bem, mas ele podia estar ali comigo não é? Filipe e Manu. Queria tanto tê-los comigo novamente.

– Ai que saco! Esse pessoal não para nunca de rezar? – Juliana reclamou.

– Rezar?

– Sim. Pelo o que eu contei Filipe reza todas as noites por você. Não conseguimos ouvir muito bem, mas me parece uma prece muito boa! Esse garoto é fantástico! – Nicole disse orgulhosa.

– Ah Pâmela isso é seu, certo? – Bianca me deu um pequeno diário que era exatamente como o meu verdadeiro.

– C-Como... Como conseguiram isso?

– Você não vivia sem ele então...

– Mas... Meu Deus, vocês querem acabar comigo! – eu disse.

– Você que quer acabar comigo de tão chata que é – Juliana resmungou.

– Bom isso é um objeto Pam. Já que não possui vida você pode trazê-lo para esse mundo e veja – Ela folheou o caderninho até a metade – Parece que seus amigos estão escrevendo nele todos os dias. Estão colando fotos para que você fique atualizada de tudo que acontece enquanto está longe.

– Que amigos legais! Até fotos eles colocam! Olha esse cachorrinho que fofo! – Bianca apontou para um filhote de cachorro que estava no colo de Filipe.


“Encontrei esse cachorrinho quando estava indo visitar você Pâmela. Acho que ele se chamará Haru. Ou será Spoke? Vou esperar você acordar para escolhermos.”




– Esse Filipe é um gostoso mesmo! Imagine daqui á alguns anos! Meu Deus que potência ele tem e...



– Juliana para com isso! – Raquel disse.

– Suas chatas. Pelo menos é por mim que ele vai se apaixonar, tá?

– Estou confusa – eu disse baixinho.

– Você é muito chata garota, vou eu mesma matar você – Juliana virou de costas pra mim.

– Fique tranquila, logo você se acostuma com a Ju. Ela é meio doida, mas é de confiança.

Espero que consiga sair disso tudo Pam – Nicole sorriu.

– Sim, eu também espero – abaixei minha cabeça e fechei meus olhos. Deixei aquela voz maravilhosa me levar até relaxar. Enquanto Filipe falava coisas que eu não compreendia eu viajava. Viajava para longe onde eu podia tê-lo comigo.

Parecia tudo doentio, claro. Mas desde que eu o tivesse comigo, tudo faria sentido mais tarde.


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Notas finais do capítulo

Beijoooos do rei.. woow