3#: Espião

–----------------Flash Back on-----------------

Os membros da Interpol não estavam entendendo nada. Pra quê L estava mandando esse recado para a sede se ele apenas estava se dirigindo ao Kira e aos fãs dele? De repente a tela ficou preta e apareceu um "Z" no meio dela. Daí começou a ser exibido um vídeo:

– Palavras interessantes L. Ou devo dizer Near? Você pode ser o sucessor de L, mas [...]

– O que? Aquele não é o verdadeiro L?

– Porque esse "Near" está dizendo que é ele?

"Preciso ligar para d'Arc." pensou Haroldo.

Rapidamente ele pegou o celular e discou o número.

– D'Arc! Que porcaria é essa?!

– O-o que houve?

– Um mascarado está dizendo que o L que você está trabalhando é um tal de "Near"!!

– Você está vendo uma mensagem em vídeo?!

– Sim!

Dá para ouvir Fernander gritar algo do tipo "Isso está sendo transmitido na sede da Interpol também!" Pelo visto Fernander estava tão surpreso quanto ele pela transmissão.

– Viu onde você está metido?!

– Eu já sabia que Near não é o verdadeiro L. Este foi... morto por Kira durante o primeiro caso, então Near, seu sucessor, assumiu a investigação.

– Tem mais alguma coisa que eu devia saber?!

– Nada que eu possa informar...

– Tsc, entendo o seu lado. Você está com "Near" e não pode ceder informações a menos que ele permita.

– Eu queria poder contar tudo, senhor, mas eu não posso ainda...

–----------------Flash Back off-----------------

"Nossas tentativas de localizar Kira estão péssimas... - pensou Haroldo - "Como ele mata? Onde está agindo? Quem é ele?! D'Arc maldito! Simplesmente se mudou para o lado com com mais vantagem e não quer nos ajudar... Será que devemos infiltrar um espião na SPK?"

De repente o celular de Haroldo faz um toque de SMS. Ele olha e vê que é uma mensagem de Fernander.

>F> N sabe que estou lhe mandando isso.

>F> O vídeo de Zeta não é um trote, ele realmente está certo sobre Kira estar no Brasil, e é onde todos da SPK estão agora.

Usando o sistema de torpedos Haroldo respondeu:

>H> O que comprova que não é um trote?

>F> Um código no vídeo.

>H> Código?

>F> E dada essa informação, N exige uma troca equivalente.

>F> Que o que está sendo passado aqui não seja transferido para o banco de dados e a Interpol não Interfira no caso Kira.

>H> O que você está me pedindo?!

>F> Há um raquer acessando dados policiais do mundo todo. Ele pode fazer com que todo a investigação vaze.

>H> Sei. Temos conhecimento do raquer. Estamos tentando localiza-lo

"A interpol é rápida..." Near pensou. Ele começou a digitar:

>F> Então vocês podem localizar o raquer enquanto localizamos Kira, não é?

>H> Sim. Essa "troca equivalente" serve pro N, não é?

>F> Acredito que sim.

>H> Então será dessa maneira.

Near fechou o celular e devolveu-o para Fernander.

– Não entendo porque não quer que a Interpol interfira, N.

– Qualquer deslize pode ser fatal. Não podemos ter muitos riscos com interferências externas. A polícia brasileira é uma exceção, mas eles irão apenas espionar nossos suspeitos. E existe uma possibilidade de ocorrer o mesmo que aconteceu com os agentes do FBI mais de dez anos atrás.

– E não dá pra fazer nada pra evitar isso?

– Infelizmente não.

– Recebemos as respostas dos policiais. - Disse Aizawa monitorando um computador - Já temos números suficientes para cada suspeito.

– Não deviamos fazer como foi feito com os agentes do FBI de novo!

– Matsuda, os policiais não terão conhecimento dos outros - disse Ide - para eles os principais suspeitos são uns 5 e foi selecionada só uma dupla para investigar todos.

– Para amenizar as suspeitas os policiais das duplas irão se revezar - disse Near -, e eles só terão conhecimentos de seus parceiros, assim será impossível Kira matar todos os policiais. Mesmo assim a possibilidade não é zero, mas é o melhor que temos.

Em sua garagem, Gabriel estava dando uns golpes de vários estilos de artes marciais num saco de boxe pendurado em sua garagem, enquanto isso, Vinícius estava sentado num banco, apenas olhando. Depois de um chute Gabriel dá uma pausa.

– Arf... Arf... O que você quer Vin?

– Nada cara. Só tou aqui olhando mesmo.

Gabriel seca o suor com uma toalha e diz rindo:

– Você só sai ou pra beber ou pra fujir do stress de casa.

– Se eu quisesse ouvir merda eu não teria vindo aqui!

– Tá, eu só tava brincando, hehe.

– Hunf!

– Ei! - Gabriel segurando o saco de boxe - Se tá irritado com alguma coisa coisa bate nisso aqui!

– Se eu descontasse tudo que me irrita nesse saco, eu o furaria e arrancaria do teto.

Vinícius começa a dar uns socos no objeto.

– Reprimir as coisas assim não faz bem a ninguém. - disse Gabriel.

– Eu não me importo. Tento corrigir os meus erros e fazer o que é certo, mas sempre parece que o mundo está contra mim. Meu pai traiu a minha mãe com outra mulher, Ela morreu no meu parto e ele me levou pra ser criado por aquela vadia! Quando ele estava bêbado ele batia nela e mesmo quando estava lúcido os dois brigavam! Depois que ele saiu de casa ela ligou pra polícia e ele foi preso! Mesmo sem ele lá, ficar em casa é insuportável! Eu sempre levo a pior!! Quando tento ajudar ou fazer o que devo ser feito sempre levo a pior!!

Ele dá um soco com uma força maior dos que tinha dado antes e esse soco fez um pequeno furo no saco e esse começou a vazar areia.

– Quando você disse que ia furar o saco erá sério...

– E isso não é nem a metade...

– Não enxergue só o lado ruim das coisas. Veja também as boas. Se você se dá mal fazendo o certo é o mundo que está errado e não você, então não se importe com isso.

– Hunf! Falar é fácil...

– Tá, agora vou pegar uma fita pra tapar isso antes que o saco fique vazio.

Gabriel procura fita adesiva para colar no buraco.

Leonardo entra na garagem.

– E aí Vin!

– E aí.

– Ei GB! Tou aqui com o seu livro de física.

– Deixa por aí, depois eu pego.

Leo sentou ao lado de Vinicius.

– O que você está fazendo aqui?

– Até você quer se meter na minha vida?

– Eu não! Haha! Você só está com um humor... pior do que o normal.

– Hunf! Não tenho nenhum motivo pra ficar de bom humor. Como... ela tá?

– Você devia saber por conta própria ao invés de sumir no intervalo.

– Tenho os meus motivos pra sumir...

– Hum! Acho que ela tá bem. Está a mesma Julia de sempre.

– Não se aprofunda mais sobre isso?

– Cara, nossa rixa acabou no dia que você foi reprovado, como combinamos. Continuo gostando dela, mas não forço a barra para que vire outra coisa. E mesmo se ela de repente começasse a gostar de mim, eu iria me recusar. É o nosso trato.

– Sei disso. De certa forma agradeço por cumprir sua parte, mesmo sendo óbvio que você tem mais chances do que eu.

– Eu não acho não.

– Por que?

– Sei lá. Só não acho.

Zeta entrou em casa, não teve sorte dessa vez. Achar o Kira por acaso não era algo fácil.

– Ele deixou alguma notícia? - perguntou.

– Não... Até eu acho que ele está demorando...

O computador apitou.

– É ele!

Zeta ligou o microfone.

– Fala Spy!

– Já disse pra não me chamar assim! Vão acabar me descobrindo!

– Diz logo o que você tem pra mim.

– Vou passar agora os nomes, fotos e endereços dos principais suspeitos. Ah! Near falou pra Interpol sobre o código.

– Tanto faz, até Kira pode ler aquilo, pra mim não tem problema.

– Você quer mais alguma coisa?

– Não, só os nomes já é o suficiente pra eu saber quem tem o Death Note. Por enquanto pode trabalhar normalmente para N.

– Certo. Desligando.

Zeta mexeu nos dados e achou a lista dos suspeitos.

– Hehe... Se eu tivesse os olhos de B seria só olhar essas fotos pra saber quem possuí um Death Note, como meus olhos são diferentes eu vou ter que encontrar pessoalmente esses suspeitos um por um.

– Ao menos isso se tornou mais fácil.

– Sim, como o planejado. Graças ao Near temos o Kira sendo uma dessas pessoas. Só preciso ver qual delas é perseguida por um shimigami.

Zeta nasceu com uma habilidade diferente de qualquer humano. Ele podia ver shinigamis, o nome verdadeiro das pessoas e sabia regras do Death Note que nem Near nem o verdadeiro L sabiam. Ele não se interessava em se envolver no primeiro caso, deveria deixar que fluísse normalmente. Mas nesse segundo, ele pretende derrotar Kira antes de Near, não por um motivo competitivo, como Mello, mas sim para evitar a morte do sucessor de L.