Premonição 3: A Versão Que Você Não Viu escrita por Wendy Christensen


Capítulo 3
Três


Notas iniciais do capítulo

Voltei sambando na cara de Satanás! Mais um capítulo super digno pra vocês. Espero que gostem e comentem...



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Eu descia as escadas do colégio, pensado sobre tudo o que aconteceu. Então parei em frente a uma janela. Estava chovendo. As gotas de água escorriam pelo vidro gelado e embaçado. Dei um leve suspiro e segui – caindo e rolando pelos degraus.

Ao chegar no corredor do primeiro andar, me aproximei de meu armário, abrindo-o. Enquanto tirava alguns livros de dentro dele, vi uma foto de Jason usando batom, colada na parte interior da porta. Veadinho. Pensei, arrancando a foto do armário e pondo sobre os livros.

Quando passei perto do mural com flores, velas, camisinhas e imagens dos alunos mortos no Vôo do Diabo, diminui os passos da tamanca e parei. Havia sete porta-retratos ali. Cada um com as fotos dos alunos da novela Reblde, de Carrie e Jason - que estava usando maquiagem. É. Ele realmente era um veadinho. Assim que uma das velas acesas apagou com o vento, senti os pêlos da minha vagina se arrepiar e logo saí dali.

Não havia ninguém nos corredores escuros de Mckilney High School, além de mim. Aquele lugar estava mais vazio que meu sutiã. Era o dia da formatura. Provavelmente os alunos estavam abusando dos produtos da Jaquiti em suas casas para ofuscarem naquela noite. Mas eu não. Não queria aparecer num lugar onde pessoas me achariam estranha por ter tido uma premonição. Possivelmente jogariam um balde com sangue de porco em cima de mim.

Enquanto jogava os livros e a foto de Jason no lixo, Kevin me viu e entrou pela porta no fim do corredor.

– Wendy! – disse ele.

Eu estava tanto tempo sem transar que pensei em pular em cima dele. Mas resolvi me fazer de difícil e fingir que nem o vi, dando as costas.

– Wendy, espera aí! – E começou a correr.

Ao sair da escola, a água da chuva foi tomando conta de minhas roupas secas, ensopando-as, pois por algum motivo, joguei o guarda-chuva no lixo. Merda! Já era meus apliques que grudei com pistola de cola quente.



Passando perto do pátio da escola parecendo uma bagaceira, vi que lá estavam as lésbicas Ian e Erin, a recalcada da Julie com suas seguidoras e as Ash’s, que vieram e minha direção, dizendo:

– Wendy, a gente vai se arrumar pra formatura de hoje e...

– Vocês querem me convidar pra fazer bronzeamento artificial! – disse toda empolgada.

– Claro que não, né! – Ashley disse. – Já que você tem essas premonições, eu queria saber qual de nós vai ser eleita à rainha do baile. Bom, caso você veja algo, esse é o número do meu celular – e tirou um pedaço de papel da agenda, me dando. – Eu já tenho o seu.

Rapariga... Vou pegar esse papel e limpar minha bunda. Pensei enquanto o amassava.

– Ai, como a gente é digna! – Ashley disse dando as costas.

* * *

A chuva estava mais grossa quando cheguei ao estacionamento. Sorte que eu estava calçando minha Azaléia Aquática. E com passos rápidos e precisos, revirava minha bolsa em busca das chaves do meu fusca.

– Você não está sozinha – Kevin disse, me alcançando enquanto eu entrava no carro e fechava a porta. – Isso já aconteceu. Eu ia entrar num site pornô, pois estava carente após a morte da Carrie. Mas aí encontrei uma explicação pra o que aconteceu. Uma turma de colegial de Nova Iorque há Seis anos atrás faria uma viajem pra Paris. Quando estavam a bordo, um cara teve uma visão que o avião iria explodir, igual a você. Ele se apavorou e sete pessoas saíram do avião, assim como nós. Na decolagem, o vôo 180 explodiu e nos sete meses seguintes, todos que estavam naquele avião morreram em acidentes, porque aconteceria isso se tivessem ficado lá. Só não morreram quando alguém intervém e eles escaparam.

– “Marmenino”, deixe de besteira. Isso é a sinopse de Premonição! – e acelerei o carro, partindo e deixando-o no vácuo.

* * *

Chegando no meu barraco, comecei ver fotos “ozadas” que tirei com minha tekpix. Mas de repente, senti um frio na periquita. Algo estava errado.

Enquanto isso, Ashley e Ashlyn entravam na cabine de bronzeamento. Após tomar o shake da Herbalife, Ashley colocou o copo sobre uma mesinha.

– Droga! Esqueci meu iFod – reclamou Ashlyn.

– Que peninha. Aqui tem CD – Ashley disse, debruçando-se para a estante com CD’s se desparafusando da parede. – Calypso, Gretchen... – mencionou os nomes dos discos enquanto procurava. - Nós somos as únicas pessoas com bom gosto que vem aqui – e então pegou um CD com músicas da década de 60.

Depois de se despirem, posicionaram-se em suas câmaras de bronzeamento.

– Por que você está de calcinha? – perguntou Ashlyn.

– Meu boy magia disse que adora marquinha – Ashley respondeu com um sorriso no rosto.

– Agora entendi porque ele te bate até ficar com hematoma – de repente Ashley ficou séria.

Em seguida, ambas colocaram os fones de ouvido, protetores sobre os olhos e fecharam as câmaras.

A música começou a tocar e as duas cantaram junto: “Rolê custa um love (no seu iate). Rolê custa ooh, ooh, ooh...”.

Então, as gotas do shake de Ashley caíram sobre o medidor de temperatura, aquecendo-o e fazendo as câmaras ficarem mais quentes.

– Não tô agüentando – disse Ashlyn. – Ta muito quente. Estou tão suada que minha bunda colou no vidro – e ao tentar sair, o vento empurrou o cabide, que bateu na palmeira, derrubando a prateleira de CD’s e trancando as duas.

Quando o medidor chegou a 350, as lâmpadas começaram a explodir.

– Aaaaah! Meu silicone ta derretendo! – gritou Ashley. – Parcelei em 100 vezes pra ter esses peitos e ainda to pagando só o lado direito!

– É só dar o rabo pro Dr. Rey que ele esquece a dívida! – Ashlyn disse. - E eu, que estou toda assada?

– Passa Hipogloss, amiga!

– To puta! Num acredito que a gente vai perder a formatura! Fiquei a tarde inteira me depilando. Isso só na parte da frente! – reclamou Ashlyn.

– Pelo menos vamos morrer sambando no bronzeado.

– Verdade. Acho que já deu nossa hora!

Após gritarem e se debaterem, as biscates receberam choques elétricos e foram silenciadas pelo fogo.

Ai, depois dessa, deu até vontade de comer galinha assada.


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Notas finais do capítulo

Para os leitores fantasmas que querem que a história continue, só digo uma coisa: Comentem! Beijos de ozadia.