The Ascent escrita por Thaina Fernandes


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Eu to com um baita de um bloqueio criativo e isso foi o melhor que eu consegui. Acho que eu reescrevi esse cap umas cinquenta vezes, então tentem não chorar pelo texto ruim.



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Olhei em volta, resistindo a vontade de sair correndo. Todos estavam vestidos como James, roupas formais. Será que eu terei que usar vestidos todos os dias?

Havia, ao todo, 12 homens sentados em uma mesa redonda. Toda a parede era forrada com papel de parede vitoriano vermelho vinho e creme. Candelabros pendiam do teto, com pequenas gotas de cristal como adornos, lançando suas sombras pelos pálidos rostos dos Anciões. Eles me encararam profundamente, seus olhos parecendo querer me queimar viva.

–Seja bem vinda, Princesa Dragomir. Teve uma boa viagem?

Quem falou foi o mais novo dentre todos. Ele parecia ter uns 25 anos, a idade que James aparentava. O Conselho não era formado apenas pelos mais velhos, mas sim por cada representante de cada família Real restante. O homem era loiro, e pálido assim como os outros. Seus olhos eram dourados, eu acho que âmbar é o nome da cor. Ele tinha ombros largos e também era alto.

–Sim, senhor. - o olhei questionadoramente, querendo saber seu nome. Ele, eu percebi, era o que menos me olhava com hostilidade.

–Pode me chamar de Klaus. Sou Klaus Miusov, ao seu dispor. Espero que saiba que todo o povo de Munin estava ansioso pela sua chegada.

–Sim, eu percebi isso. Apenas não os entendo muito ainda, pois eu só passei a saber da existência deles não faz nem um mês.

Os outros, que estavam observando calmamente, ou fizeram uma cara sutil de desgosto - dois deles fizeram, o segundo mais novo, e um que não me parecia ser tão velho. - os outros apenas me olharam, como se estivessem agradados com minhas maneiras e minha aparência.

Eles se apresentaram um por um. Os mais velhos eram, por ordem: Nicholas Fairpatch, com mais de mil anos (disse-me que já perdera a conta, e que não ligava mais.) ele aparentava ter não mais que 50 anos. Anthonio Dimaggio, que tinha pouco mais de setecentos, e também aparentava ter pouco menos de 50, e Pyotr Rumianov, que tinha 500. Era Pyotr que me olhava com ódio, como se me quisesse o mais longe o possível. Dos outros 9, apenas me lembro do nome de quatro, os menos complicados: Rudolf Eleanor, 300 anos, Gregorio Franciscane, 350, Fittz Hambert, 250, Peter van Housen, 200, e é claro, o de Klaus.

Todos, menos Pyotr e outro que se chamava algo parecido com Pavlov não me trataram bem. Acho que eram russos, sei lá.

Nicholas disse que considerava meu pai seu filho que nunca teve, e ele foi muito gentil. Klaus e ele foram os mais gentis, para falar a verdade, os outros foram apenas educados.

Durante todo tempo, James se manteve longe. Acho que o vi rolar os olhos algumas vezes, mas não tenho muita certeza. Sinceramente, eu queria rolar meus olhos. Eles me faziam perguntas tontas sobre a minha infância, ou coisas tão sem importância quanto.

–Então, Princesa, seu Poder parece ser o mais poderoso entre todos.

Isso me pegou de surpresa, já que Nicholas havia feito poucas perguntas. Eu sabia que eu era obrigada a respondê-lo, com ele sendo o mais velho e tudo o mais.

–Não sei se ele é o mais poderoso, nem ao menos sei se ele é o que o sonho me disse. Não fiz nada para testá-lo ainda.

– E quando pretende fazê-lo? Um poder, tão grande assim... Podemos ganhar guerras com ele.

Pyotr fez a ultima pergunta. O olhei confusa, seu tom não era cheio de raiva, de fato era cheio de uma falsa simpatia. Ele queria me usar como uma arma? Assim que abri a boca para responder uma coisa muito mal educada, Klaus falou:

–Ancião Rumianov, a última da linhagem Dragomir não será usada, em hipótese alguma, como uma arma na guerra que você quer fazer.

Ah, muita ênfase no em hipótese alguma, seu velho folgado. Me esforcei para manter meu rosto em branco.

Depois disso, todos ficaram em silêncio por, digamos, um segundo, e então começaram a falar entre si em romeno. Sério, eu vou precisar aprender essa língua, eu quero saber quando estão falando de mim ou não. Olhei para James impacientemente, eu queria sair dali. Queria deitar e dormir um pouco. Ele apenas deu um meio sorriso.

Sinceramente, pra que ele serve? Ele nunca faz nada que eu quero. É pedir demais ser teletransportada daqui para meu quarto?

Olhei para o teto ornamentado, observando os candelabros com suas gotas de cristal pendendo, lançando sombras pelo teto com desenhos de anjos. Tudo aqui parecia ter saído de um livro, pelo menos tudo o que eu vi. A voz de Nicholas me fez desviar os olhos do teto.

–Sophia, pode ir descansar.

ALELUIA, eu queria berrar. Murmurei despedidas e sai dali rapidinho, com James em meus calcanhares.

–E então?

–E então o que? - eu estava andando rápido, e parei de repente quando percebi que eu não fazia a mínima idéia de onde ir. Olhei em volta confusa, e dei de ombros, continuando a andar sem direção.

– O que achou do seu defensor?

Virei em uma porta, e fui parar no jardim traseiro. Arvores cobriam a extensa área ao ar livre, e o gramado era coberto em diversos pontos por flores. Fala sério, cadê as teias de aranha? As masmorras, os calabouços? Parece que minha vida toda foi uma mentira.

Olhei para ele, e senti minha sobrancelha se arquear. Meu detector de ciúmes estava apitando. Um sorriso involuntário começou a se formar na minha boca. Que fofo, ele com ciúmes de mim. Não que ele tivesse direito algum de ter, ele não era meu namorado, afinal de contas.

–Ele parece ser legal. E ele é alto. - dei de ombros, e tentar segurar o riso enquanto ele chutava uma pedra, um vinco se formando entre suas sobrancelhas. - Você sabe o que eu penso sobre gente alta.

Ele parou em frente a uma arvore, e eu quase tropecei no pé dele. Tenho certeza que ele fez de propósito.

–Ele é uma má influencia, não quero você ficando tão amigável com ele.

O encarei, atônita. Ele acha que pode dar ordens em mim?

–Que eu saiba, sou livre para ser amigável com quem eu quiser.

Eu girei em meus calcanhares e sai de perto dele. Ele não era nada meu para tentar ditar com quem eu posso andar ou não. Eu estava andando rapidamente pelos corredores quando eu finalmente percebi que estava perdida.

–Merda.- murmurei, olhando ao meu redor. Onde diabos eu estava? Aqui devia ter um mapa em cada parede indicando onde você estava e os outros locais, que nem no metrô.

–Está perdida?

Eu pulei assustada. Porque todos eram tão silenciosos aqui? Klaus estava na frente de uma porta aberta, com um livro em suas mãos. Ele não estava mais com sua roupa formal, agora vestia jeans e uma camiseta.

–Eu... Acho que virei em algum lugar errado. Não que tenha como eu saber, todos os corredores parece os mesmos.

O cenho dele franziu.

–Onde está o Guardião James? Ele devia estar com você.

Olhei desconfortavelmente para os lados.

–Nós brigamos, só isso. - cruzei meus braços, me sentindo exposta demais com aquele espartilho.

Eu não devia ter feito isso, já que atrai a atenção dele para a área do meu busto. Fala sério, meu peito nem era grande!

–Então eu lhe mostro o caminho para seu quarto.

Eu o segui. Onde será que o James estava? E como ele sabia o caminho para meu quarto?

Bem, não há outro jeito de descobrir. Eu o segui pelos corredores, em silêncio.

–Já conheceu a cidade, Princesa?

Eu pulei com o som da voz dele. Estávamos andando a alguns minutos em silêncio.

–Não me chame de Princesa. - disse, como sempre. - E não, apenas quando eu estava subindo de carro.

Paramos em frente a uma porta de madeira grossa, com algumas rosas entalhadas nela. A reconheci como a porta do meu quarto.

–Devia vir comigo, amanhã. - ele disse rápida, e nervosamente. - Comigo e meus amigos, quero dizer.

O olhei por um segundo. Ele estava me chamando para um encontro? James não iria me deixar ir nunca. Não que ele precisasse me dar permissão para fazer algo. Sorri.

–Claro, por que não?

Ele sorriu e disse adeus.

E simples assim, eu tinha um encontro. Com uma pessoa que eu nem conhecia. James ia gritar de felicidade com isso.

Assim que entrei no meu quarto, fui direto ao guarda roupa. Minha mala com algumas roupas estava lá. Pegando jeans e uma camiseta creme, fui direto para o banheiro, relaxando completamente na água quente. Até alguém bater na porta.

–Sophia, seu celular está tocando.

A voz de Lizbete estava abafada pela porta. Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha rapidamente. Ela estava parada do lado de fora da porta, com meu celular azul na mão. Com um agradecimento, peguei-o, checando a tela. Era Jordan.

Suspirei, e me sentei num banquinho que ficava ao lado da banheira. Eu não podia evita-lo para sempre.

Tomei coragem e atendi.

–O que foi, Jordan?

–Soph, você atendeu.- A voz dele era tão cheia de alivio que me fez hesitar em ser malvada com ele.-Onde você está?

–Munin. Eu ainda não te perdoei, você sabe disso certo?

–Eu sei. Soph,-ele hesitou por um instante- eu estou em Munin também.

Eu paralisei, ele estava aqui? Não que a cidade fosse fechada para licantropes, mas...

–Jordan, o que...

–Eu precisava te ver. Por favor, Sophia. Venha me ver. Vamos conversar.

Mordi a parte de dentro do meu dedão. Eu sentia falta de Jordan.

–Ok, amanhã eu estarei na cidade de noite, eu vou dar um jeito de escapar dos vampiros.

Pude ouvi-lo suspirar do ouro lado da linha, e meu peito se apertou. Ele estava preocupado comigo, e sinceramente? Eu nem estava mais brava com ele, só estava cansada demais para conversar.

–Obrigada. Me ligue quando escapar e eu irei te buscar.

Eu concordei, e desliguei. Eu tinha dois compromissos marcados que iriam fazer James querer me matar. Eu não ia chamá-lo para ir para o centro comigo, ele me impediria, com toda a certeza. Me enfiei no roupão. Eu desisti do jeans, optando pelo meu pijama de pinguins bebê.

Quando eu estava prestes a fechar os olhos, a porta se abriu. Lizbete estava lá, com algumas coisas nas mãos.

–Ah, me desculpe, eu vim apenas guardar esses lençóis.

–Não precisa se desculpar, vou precisar de sua ajuda, Lizbete. Mas não pode contar nada a James.

Ela acenou veementemente com a cabeça, e eu contei do meu plano de fugir. Ela sorriu com a idéia de eu sair com Klaus. Ela iria me ajudar a escapar, e manteria James ocupado.

Eu fui deitar, satisfeita. Ele merecia ser passado para trás de vez em quando.


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Notas finais do capítulo

Acharam esse cap tão blergh quanto eu achei? Comentários?