Jessica Chloe - Vitoriosa escrita por MidnightDreamer


Capítulo 22
Definitivamente sou a pessoa mais idiota da Terra




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Fico pensando em como eu vou chegar no colégio. Meu Deus, parece que faz séculos que eu não vou para a escola! Eu estou realmente nervosa, como se fosse o primeiro dia novamente. Mamãe pensou em cancelar minha matrícula e me ensinar em casa, já que ela é professora, mas pedi que ela não fizesse isso. Posso não gostar muito do colégio, porém gosto de conhecer outras pessoas, e seria quase impossível eu fazer isso estudando em casa com essa doença me impedindo de fazer tudo o que quero.

Bem, eu sei que eu não vou prestar atenção nas aulas, tanto por causa da Gwen quanto por causa da visita de Hector ontem para mim. Deus... ele deve estar na escola agora, cercado de várias garotas bonitas, bronzeadas e com um corpo fenomenal, diferentemente de mim, um palito de sorvete sem curva nenhuma. Bem, chaga de se lamentar.

Saio do carro, deixando minha mãe com um olhar de "se cuida" para mim. Antes dela continuar seu caminho, corro até a porta do motorista e beijo seu rosto, colocando somente minha cabeça pra dentro do carro. Ela sorri para mim e me deixa ir para a sala.

Dessa vez, ninguém me incomoda. Passo pelas pessoas, mas elas não ficam olhando para mim de um jeito diferente, e isso me deixa bem contente. Isso quer dizer que eu não preciso ficar respondendo nenhuma pergunta. Entro na sala e me sinto estranha... Eu então percebo que eu não conheci praticamente ninguém nessa escola.

— Oi, Jessica. - Sarah se aproxima de mim, sentando na carteira ao lado.

— Oi, Sarah. - Olho para ela, sorrindo um pouco. - Como você vai?

— Isso não importa. - Ela suspira. - Quem realmente importa aqui é você. Como você vai?

Sorrio com a preocupação dela. Sarah é um amor de pessoa.

— Eu vou... bem. Sei lá! - Passo a mão pelo meu rosto, quase borrando a maquiagem que escondia as minhas olheiras. - Eu não sei. Eu me sinto tão perdida aqui...

— Sei como é. Bem, saiba que estou aqui para te ajudar. - Ela diz, sorrindo para mim.

Ela começa a conversar comigo sobre a escola, sobre alguns trabalhos que eu perdi, sobre uma prova horrível de matemática que eles tiveram que fazer... E eu meio que me sinto excluída. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas tenho saudade até do professor maluco de química. Sei que Sarah só quer que eu fique por dentro de tudo, mas isso só me deixa mais triste. Antes que ela possa notar que estou ficando chateada, vejo Tiffany entrar na sala, vindo diretamente para mim. Congelo.

— Jessica... Será que eu podia falar com você?

Antes mesmo que eu responda, Sarah se levanta e se afasta de nós. Ela parecia assustada.

— Ah, claro. - Eu falo.

Tiffany se senta na carteira ao meu lado. Ela não estava com seu uniforme de líder de torcida, e sei que se eu a visse de costas eu não a reconheceria. Seus cabelos loiros estavam soltos, seu olhar estava perdido, encarando o chão.

— Você... você sabe para onde Hector foi?

Ela não fala de um jeito abusado, e sim de um jeito bem preocupado. Olho nos olhos dela, que passam sinceridade. Ela pode estar obcecada por ele em vez de amá-lo, mas ela ainda se preocupa com ele.

— Ele foi morar na casa dos avós, na Califórnia. - Respondo para ela, que fica um pouco cabisbaixa.

— E... – Ela parecia envergonhada em falar. – Você tem notícias dele?

— Ele me visitou ontem no hospital, mas ele já voltou pra Los Angeles. - Ela fica um pouco surpresa quando eu falo. - Ele me falou que estava bem, e que até tinha conhecido pessoas novas. Garotas novas.

Ela olha para o lado, um pouco triste. Acho que Tiffany não esperava que a vida dela mudasse tão rapidamente assim. Isso... Minha chegada aqui mudou a vida de mais gente do que eu pensava. E pelo visto mudei mais vidas para o pior que para o melhor.

— Eu sei que você estava com Hector, mas eu ainda gosto dele. – Ela suspira.

— Isso não é amar, Tiffany. – Olho para ela. – Quando a gente ama, a gente deixa ir. Foi o que eu fiz, deixei ele ir, mesmo querendo que ele ficasse. Você me deu um tapa quando ele terminou contigo, e eu não tive nada a ver com isso. Percebe a diferença?

Ela engole em seco e fecha os olhos. Aposto que ela está repassando a cena em sua mente.

— Acho que estou começando a entender o que ele viu em você.

Franzo meu cenho, tentando entender se aquela era uma maneira distorcida de Tiffany me elogiar. Não pergunto o que ela quis dizer com isso, pois algo me diz que ela não me diria. Solto uma risada forçada.

— O que quer que ele tenha visto, ele não vê mais. – Contento-me em dizer.

Ela fica calada e olha para mim com curiosidade, mas logo seu olhar passa para uma conformação. Ela me agradece e depois sai, me deixando novamente só. Vejo Sarah se aproximar novamente de mim juntamente com Jasmine; cada uma se sentando a cada lado meu.

— O que ela queria? - Sarah pergunta.

— Ela ueria saber sobre Hector.

— E você respondeu o quê? - Jasmine fala, com seu sotaque engraçado.

— A verdade, ué. - Olho para elas, sorrindo. - Eu não tenho nada mais com ele. Ele mesmo falou que já havia conhecido outras pessoas, se é que vocês me entendem.

— Sério? - Elas falam ao mesmo tempo.

— Sim. Eu falei com ele ontem. - Falo, mas não dou detalhes. Elas não precisam saber que ele voltou somente para me ver.

O professor de física entra na sala e começa a dar sua aula. Eu fico boiando certo tempo, até por que não me lembro de mais nada do conteúdo. Depois de um período eu até que me viro, mas sei que vou precisar de ajuda.

Depois das primeiras aulas, sento-me com elas no almoço. Vejo Tiffany olhar para mim, mas finjo que não é comigo. Voltamos para nossas aulas e logo depois as aulas terminam. Mamãe vem me buscar. Eu entro no carro e ela vai buscar Lilian. Ela fica com um pequeno sorriso.

— Steven está lá em casa.

— Ótimo. Provavelmente ele quer terminar comigo.

Ela fica em silêncio. Quando vamos para o prédio de Lil, ela fala através da janela do carro que não vai para casa, que vai fazer um trabalho da escola na casa de Emanuelle. Mamãe concorda, e vamos para casa. Ela, assim que estaciona, fala que vai fazer algumas compras no supermercado. Acho estranho, hoje não é dia de compras, mas não questiono. Quando ela vai embora, entro em casa, que estava destrancada. Vejo Steven sentado no sofá.

— Desde quando está aqui? – Pergunto, sorrindo timidamente.

— Há alguns minutos, talvez meia hora. - Ele fala, se aproximando de mim e me abraçando. - A gente precisa conversar.

— Eu sei. - Olho para ele, um pouco triste. - Senta.

Levo-o até o sofá e sento-me ao lado dele. Ele fica olhando para mim, como se esperasse que eu começasse a explicar. Suspiro e então começo.

— Mamãe me falou que você me escutou... - Não consigo terminar a frase.

— Falar Hector? Chamá-lo enquanto dormia?

Desvio o olhar. Ai meu Deus, que vergonha...

— Sim. - Finalmente falo. - Desculpa.

— Não precisa se desculpar, Sica. - Ele segura minha mão. - Você estava sonhando. É óbvio que você ainda sonha com ele, que você ainda pensa nele... Isso eu não posso mudar em você. Sem falar que eu não devia ficar tão enciumado assim, já que nós não somos nada mesmo...

Steven segura minha mão. Seu rosto estava triste, e eu detesto vê-lo assim. Seguro seu rosto, fazendo-o olhar para mim. Eu não acredito que fiz isso com ele. Como eu posso ter deixado ele assim... Beijo a ponta do nariz ele.

— Mas ainda assim me sinto uma idiota. – Confesso. – Uma idiota estúpida por pensar nele, quando eu tenho você aqui, comigo. Sem falar que ele já arranjou outra, com certeza. Ele não quer mais saber de mim, e eu não queria mais saber dele... Mas ainda me importo.

— Eu sei que ele foi muito importante pra você. – Ele diz. – Mas eu também quero ser importante. Só preciso que você deixe.

Sorrio, concordando com ele. Eu preciso continuar minha vida, e Steven está ali pra me ajudar. Ele se importa comigo. Ele quer ser importante para mim, ele acabou de dizer isso. Mas e eu? Será que eu quero ser importante para ele? Será que eu quero que ele realmente faça parte da minha vida sendo mais que um amigo qualquer?

Acho que só há uma maneira de saber.

— Eu deixo. – Puxo-o para perto de mim. Seu rosto está a poucos centímetros do meu. – Eu não quero mais ele. Eu quero você.

Nosso beijo, mais uma vez, é estranhamente bom. As mãos de Steven vão para minha nuca, as minhas vão parar em cima do peitoral dele. Ele parece esperar que eu dê o próximo passo, e eu estava grata por isso. Quando retomo parte dos meus sentidos, estou praticamente sentada no colo dele.

Sinto algo bom dentro de mim crescer. O beijo fica ainda melhor, e Steven passa suas mãos para minhas costas, agarrando-me ainda mais. Eu quero isso. Eu quero me sentir amada. Eu quero me sentir desejada. Eu quero amar alguém que me trate tão bem quanto Steven me trata agora.

Eu quero amar Steven.

— Ele é o homem mais idiota por ter ido embora. – Ele diz, assim que interrompo o beijo.

Deixo uma risada escapar, e eu acabo o contagiando. É a primeira vez em tempos que me sinto realmente feliz. Ele me abraça e beija-me novamente, me segurando mais forte em seus braços. Eu jurava que ele ia terminar comigo... E mais uma vez ele se prova superior a mim. Deus, ele é tão compreensivo! Beijo seu pescoço e ele suspira bem baixinho. Seguro-o mais forte. Isso seria muito constrangedor se tivesse mais gente em casa... Ainda bem que estamos sozinhos.

É agora. Eu sinto isso.

 

— Sabe, já que estamos sozinhos em casa, e que provavelmente eles só vão chegar lá pras sete...

— O quê, Jessica? - Ele fica sorrindo, bobo. - O que você quer fazer?

— Assim você me deixa mais envergonhada ainda... - Falo, escondendo meu rosto com as mãos. Ai, caramba... Eu quero isso. Sinto que eu estou pronta para fazer isso. – Você sabe muito bem o que eu quis dizer.

Não sei com o que ele concordou: se foi com o fato dele saber o que quero ou se ele aceita minha proposta, mas quando me levanto e o agarro pela gola fazendo que ele levante, sei que ele também quer. Ele me abraça e beija meu pescoço, fazendo-me suspirar. Deus, eu nunca estive tão nervosa em toda a minha vida! Eu começo a andar devagar, sem desgrudar meus lábios dos dele e meio que o arrasto para meu quarto. Eu nunca me senti assim, tão absorta... Sei que isso é bem esquisito, mas eu estou sentindo um calor... Deus, o que é isso?

Ele me empurra com delicadeza e caio na cama. Ele subitamente vem em cima de mim e beija meu pescoço e gemo baixinho. Nesse mesmo instante eu fecho os olhos. Ele está sento tão carinhoso... Como sempre. Ele vai lentamente levantando minha blusa, e começa a beijar minha barriga. Sinto um arrepio tão grande que não posso deixar de rir. E é então que eu gemo a coisa mais estúpida da minha vida.

— Oh, Hector...

É óbvio que ele para instantaneamente. Arregalo meus olhos, tentando demonstrar que eu não queria dizer aquilo. Ele sai de cima de mim e se senta na cama. Eu faço a mesma coisa, mas me viro para o lado contrário.

— Meu Deus... Eu sou uma completa idiota. – Engasgo com meu princípio de choro. – Uma idiota, estúpida, imbecil, ignorante, burra...

Escuto um soluço dele. Por favor, que Steven não esteja chorando...

— Não. Você não é nda disso. – Ele suspira. – Eu que sou.

Volto-me para ele, mas Steven ainda está de costas.

— Como assim? - Viro-me para vê-lo.

— Você ainda gosta dele. Você ainda ama ele, Sica. – Ele finalmente olha para mim. – Eu que fui burro o bastante por ter pensado que tinha chances com você.

Os olhos dele estão vermelhos. Aproximo-me dele e coloco minhas mãos nos ombros dele. Ele respira profundamente.

— Mas você tem. – Eu sussurro. – Você vai ter...

— Não, Sica. Eu não tenho, e se eu tiver algum dia, será depois que você esquecer Hector. - Ele suspira. Ouvir o nome dele me faz arrepiar. - Você ainda o ama. E não vai ser eu, te beijando, transando com você, namorando você que vai fazer que você esqueça ele. Só você tem o poder de fazer isso.

Eu não tenho o que dizer. Steven estava sendo o mais sincero possível, apesar de me doer no coração. Eu não queria, mas ele está certo. Deus, como eu pude... Estávamos tendo um momento tão legal e do nada eu falo o nome dele. Não, não foi do nada, Jessica! Você ainda gosta dele, Sica.

— Me desculpa por isso, Steven. – Digo, e ele dá um sorriso triste para mim. – Eu queria, queria muito que a gente tivesse dado certo.

— Eu também queria. - Ele se vira e me abraça, beijando minha bochecha. - Eu preciso ir.

— Não, Steven! - Clamo por ele. - Não me deixa aqui, por favor...

— Desculpa, mas preciso. - Ele fala com calma. - Você merece ser muito feliz. E você só vai ser feliz com ele.

Eu não falo nada. Ele tem razão. Como eu pude deixar me enganar? Eu gosto de Steven, mas eu amo Hector. Só que eu não posso mais tê-lo. E não posso nem mais ter Steven, por mais egoísta que esse pensamento possa ser.

— Nós podemos ser, pelo menos... Amigos?

— Acha mesmo que eu desistiria da nossa amizade? - Ele sorri, um pouco alegre. - Isso não muda em nada, Sica. Além do mais, eu ainda preciso de alguém com quem eu possa conversar sobre a morte.

Não consigo deixar de rir, mesmo que ainda triste.

— Ai, isso é muito bom. - Suspiro aliviada. Levantamos da cama e vamos para a sala. Ele caminha até a porta e olha para mim.

— A gente se vê? - Pergunto, deixando uma lágrima cair.

— Claro. Mas por favor, não chore. - Ele enxuga-a. - Você vai ver que vai ser melhor assim.

Ele beija minha bochecha e sai, me deixando sozinha com as minhas lágrimas. Fico sentada no sofá, pensando na burrada que fiz, quando Lilian chega.

— Boa noite, mana! Como você está?

— Mal. Eu terminei com o Steven. Não que a gente tivesse oficializado nada, mas com certeza o que temos agora não passará fe amizade.

Ela pareceu triste.

— Minha irmã... Eu sinto muito. - Ela fala, mas a tristeza que ela havia acabado de demonstrar somem em um segundo.

— Deixa de ser mané, Lil! Sei muito bem que você não sente nada!

Ela fica envergonhadíssima. Convido-a para sentar ao meu lado.

— Foi mal, mas é que eu não posso evitar... - Ela fica sorrindo como uma boba, mas depois para, ficando séria. - Isso significa que ele não vem mais aqui?

— Sim e não. – Digo, e ela fica mais confusa ainda. – A gente ainda é amigo, acho que depois de um tempo, quando tudo isso acabar... Ele volta aqui em casa.

— Ah... - Ela ainda está meio boba. - Não sei por que eu reagi assim. Até parece que ele...

— Nem termine essa frase, Lilian. – Eu peço, mas ela ainda parecia triste. – Ele te achava muito bonitinha, de verdade. Se você quiser, você consegue algo com ele. Só acho que ele vai precisar de um tempo. Nós dois vamos precisar.

— E desde quando muito bonitinha significa desejável? - Ela cruza os braços. - Ele me vê como uma criança...

— E daí? Você pode mudar isso, se tomar uma atitude. - Sou sincera. Ainda fico triste por não ter dado certo com Steven, mas não posso negar que estou bem melhor por não ter que carregar mais a culpa de estar com o cara que minha irmã gosta nas costas.

— Você acha? Ou está falando isso só para me agradar? Sabe que isso não funciona...

Dou um beijo na bochecha dela.

— Eu falo sério. Deixa de ser boba. Da próxima vez que ele vier aqui, que eu acho que vai demorar um pouco, mas vai acontecer, eu te dou uma ajudinha, prometo.

Ela sorri e vai para o quarto. Assim que ela fecha a porta mamãe entra em casa junto com papai. Ela sorri para mim e me pergunta como foi a conversa.

— Estranha. A gente acabou.

— Que pena. eu jurava que vocês iriam se reconciliar. - Papai fala, num tom ainda mais irônico que o de Lilian.

— Qual é, pai? Não gostava dele?

— Não é isso, é que ele ainda não se recuperou do choque que ele levou quando viu Steven aqui em casa, de manhã. Ele ainda acha que vocês fizeram algo mais... - Mamãe fala, para a fúria dele.

— Se você quiser, pai, a gente vai numa delegacia para pedir um exame de corpo de delito. Assim eu provo que eu ainda sou virgem e que ele não é um criminoso abusador.

— Não fala assim, Sica! - Ele fala, indo para o quarto. Fico rindo com minha mãe até que algo surge em minha mente.

— Você foi fazer compras de propósito, pra deixar a gente a sós, não é?

— Sim. - Ela confessa. - Fiz mal?

— Não. - Suspiro. - A gente quase chegou a fazer aquilo, mas aí eu cometi a maior gafe do século.

Ela me pergunta o que foi e eu falo tudo o que aconteceu. É sempre bom contar com nossa mãe nessas horas. Eu fico com raiva das garotas que dizem que não gostam das mães... Elas são nossas melhores amigas. Nós temos e podemos contar com elas sempre.

Ela vai fazer a janta enquanto me deito no sofá. Eu não sei se sorrio ou se choro. Eu queria muito ter mantido algo mais sério com Steven, mas já que não deu certo... Fazer o quê? Mas tudo que vejo à minha frente é uma poltrona, TV a cabo e nove gatos.

Vida de solteirona, aí vou eu.


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