Jessica Chloe - Vitoriosa escrita por MidnightDreamer


Capítulo 2
Não chore, Lil...




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Chego cedo à escola. Eu estou nervosa, mas não sei bem por quê. Ah, é claro que eu seu sim; é por causa dele. Eu agi de um jeito tão esquisito hoje de manhã... Passei maquiagem (Que devia estar vencida já que eu quase não uso), coloquei uma roupa que eu considero bonita e passei um perfume importado de minha mãe que cheira divinamente bem. Não sei por que faço isso... Como se fosse adiantar algo. De qualquer maneira, acho que chamar um pouco de atenção lá não irá tirar um pedaço meu.

Eu entro diretamente na sala da primeira aula do dia, Geografia. A sala ainda está um pouco vazia, mas percebo que Gwen está sentada, olhando para a janela.

— Oi, Gwen! - Exclamo. Ela parece se assustar um pouco, mas assim que me vê, sorri. — Como vai?

— Oi, Sica! Eu vou bem. - Ela se levanta e caminha até mim para me abraçar. - Uau, garota! Você está linda! Eu nem preciso adivinhar para quem é tudo isso, não é?

Fico quase tão vermelha quanto meu cabelo, e minha mais nova amiga começa a rir da minha cara de nervosa.

— Tá tão na cara assim? - Ela balança a cabeça afirmando. - Eu sou uma idiota, mesmo...

— Por que você acha isso? — Ela sorri para mim. — Se eu fosse você, eu aproveitaria a chance de chamar atenção, principalmente a dele. — Ela dá uma piscadinha.

Olho ao redor e vejo algumas pessoas me encarando, mas não sou boa o suficiente quando a questão é entender o que os outros estão pensando, principalmente de mim. E esse é o problema: se eu soubesse que tinha alguma chance com Hector, não hesitaria de maneira alguma. Porém, com a namorada dele ainda presente e a pressão que ele sente e o faz mantê-la só provam que chamar a atenção não servirá de nada.

— Acho que ele nem vai reparar. — Desvio o olhar do dela. — Afinal, é só maquiagem. Sem falar que nós mal nos conhecemos. Por que raios eu tenho que me sentir atraída por um cara que nem sabe meu sobrenome?

— Não há nada de errado em se sentir atraída por um cara que conheceu agora, Jessica. - Ela sorri, ajeitando uma mecha do meu cabelo que estava fora do lugar. - Você está linda. E pelo o que eu conheço dele, ele também acharia.

— Jura? — Sorrio, meu coração acelerou um pouco. Percebo que ela ainda está achando graça de mim. — De qualquer maneira, não vou deixar minhas expectativas subirem.

Ela me dá um pequeno soco no ombro, e eu rio. É bom fazer amizades em locais novos e estranhos.

— Ei, não quer andar um pouco pelo prédio? Garanto que todos vão te achar linda.

Ela quase me arrasta para fora da sala, sem mesmo esperar minha resposta. Andando pelo corredor eu podia sentir os olhares sobre mim. Mas realmente eu não sei se eram olhares do tipo Nossa, que gata ou olhares como Alguém chame a NASA! Acabei de encontrar um alienígena!

Antes que eu consertasse minha cara de preocupação, percebo que Hector se aproxima de nós. Mantenha a calma, Sica!

— Oi, Sica... - Ele arregala os olhos sobre mim, e fico vermelha. — Uau, você está linda.

— Obrigada. - Sorrio, com as bochechas ardendo. Ele olha para Gwen e levanta a mão. — Bom dia, irmã querida.

Meu queixo caiu no chão. Ele realmente chamou ela de irmã? Irmã? Acho que, por causa da minha cara, eles começaram a rir.

— Acho que você está me devendo dez pratas, mana. - Ele fala ainda rindo para ela, que bate na mão dele. — Sabia que ela não desconfiaria.

— Ah, pelo amor de Deus, Hector! Aqui não. — Gwen olha para ele repreensiva. — Em casa conversamos, ok?

O que está acontecendo aqui?

— Vocês são irmãos? - Pergunto, surpresa.

Depois de alguns segundos, percebi que os olhos e o sorriso deles eram quase idênticos.

— Somos sim. Nada parecidos, não é? - Gwen fala, com um olhar que queria dizer que depois ela me explicava. - Nada parecidos para gêmeos.

Meu olhar vai do rosto de um para o do outro, tentando achar mais semelhanças. Pelo pouco da raiz do cabelo de Gwen que aparecia, podia com certeza dizer que ela é loira, ao contrário de Hector. As bochechas dela são um pouco mais cheias, mas o que mais me impressiona são os olhos azuis. Só mesmo isso para eu acreditar que eles são realmente gêmeos.

— Você nunca me disse que tinha uma irmã. - Falo para ele, tentando aliviar um pouco.

— Você não perguntou. - Ele sorri, me fazendo estremecer. — Vocês tem aula de Geografia agora, não é? - Concordamos. - Até logo, então.

Ele beija minha bochecha. AI MEU DEUS, que vontade de gritar, de agarrar ele, beijar ele, ficar com ele e não largar mais... Onde ele me beijou fica quente, e percebo que ele está corado. Como ele é fofo... Ele se afasta e olho para Gwen, furiosa.

— Como você não me contou antes! — Tento controlar a altura da minha voz. — Meu Deus, eu estava falando tudo o que eu sentia para a irmã...

— Desculpa! — Ela levanta as mãos, interrompendo minha frase. — Se eu te dissesse que eu sou irmã dele, você jamais teria se aproximado de mim.

— Por que acha isso?

— Porque você teria medo de mim, de eu contar para ele o quão você está extremamente doida por ele, de como você quer ele nu na sua cama...

— O QUÊ! - Olho para os lados. Eu estou tão vermelha que ela começa a rir da minha cara. Já é a segunda vez hoje! - Cala boca, você fala muito alto! Eu estou falando sério!

A risada dela começa a diminuir.

— Desculpa, mas essa é a verdade, não é? - Ela fica olhando para mim, e eu desvio o olhar para o chão. - Tudo bem, se não quiser mais falar comigo...

— Ai, tudo bem! Eu quero isso sim! - Escondo meu rosto com as mãos. Como isso é constrangedor! - Satisfeita?

— Muito! - Ela passa seu braço por cima do meu ombro e começamos a andar para nossa sala. - Não precisa se envergonhar, você não é a única. A maior parte das garotas também quer isso. Nem todas tem sorte, claro.

Eu não pergunto nada, mas é óbvio o que ela disse, ele já tinha transado com algumas garotas daquele colégio. Puta merda... Tudo bem. Ele não é mais uma criança, e nem eu; não preciso ficar chocada. Nós voltamos para a sala, e não consigo prestar atenção em nada. Tudo o que vem na minha cabeça não é nem o Hector, e sim a minha irmã. Ela estava estranha, desde hoje de manha. Eu preciso falar com ela.

No intervalo eu como uma barra de cereal, e vou andar pela área verde. Daqui não posso ver o prédio de Lil, e infelizmente não posso sair dos arredores do prédio, regras da escola. Eu queria muito poder sair correndo para entender o que estava acontecendo, mas tudo isso aqui é cercado por seguranças... Mas que merda!

Hoje de manhã, os olhos de Lil estavam vermelhos e inchados. Mesmo eu confrontando ela, minha irmã praticamente me ignorou. Eu sei que ela estava chorando, e quero saber o motivo antes que ela chore novamente.

— Espionando alguém? - Hector chega perto de mim. Ele estava me seguindo?

— Na verdade não. — Suspiro, voltando a olhar para o outro lado da cerca. — Eu queria muito sair daqui.

Os olhos dele se arregalaram.

— Por quê? Não gostou daqui, não é? — Ele parecia desapontado. — Mas é a melhor escola... Você devia ficar.

— Quê? — Volto-me para ele, que percebe o quão estranho ele agiu. As bochechas dele estavam vermelhas. — Não, eu quis dizer sair para encontrar minha irmã. Eu não sei porque, mas acho que ela precisa de mim.

— Oh, claro. - Ele estava realmente envergonhado. Ele fica muito fofo assim... Seu rosto muda de expressão bem rápido, como se ele tivesse acabado de ter uma ideia. — Mas isso é fácil. Vem comigo.

Ele me puxa pelo braço, e sigo-o para um esconderijo entre as moitas do jardim. Que cena linda: Eu sendo arrastada para um matagal pelo cara mais lindo da face da terra. Calma, mantenha a calma.

— Olha... Essa cerca tem uma falha. O buraco é bem pequeno, mas acho que você consegue passar. - Ele olha para meu corpo, como se medisse a circunferência da minha cintura. Que vergonha...

— Tudo bem. — Assinto.

Me esgueiro pelo pequeno buraco, e finalmente passo.

— Antes de ir - Ele me fala. - Você vai ter que voltar quinze minutos antes das do fim do intervalo. Depois disso, alguns seguranças ficam nas saídas daqui.

— Certo. - Eu digo e, antes que eu fosse para o outro prédio, volto-me para ele. — Obrigada por me ajudar.

Ele dá um leve sorriso como resposta. Saio correndo e fico olhando para os lados, tomando cuidado para não ser vista por ninguém. Olho para uma pequena garota sentada embaixo de uma árvore, cabisbaixa. Me aproximo dela e percebo que ela está chorando.

— Lil? O que está acontecendo? — Ajoelho-me ao lado dela. — Porquê está chorando?

Ela olha para mim e enxuga as lágrimas com a manga de sua blusa.

— Não é nada, Sica. — Ela se esquiva. — Você não devia estar aqui. Vá embora.

— Não, eu não vou, mocinha, até você me dizer o que está acontecendo. - Pego-a pelo braço.

— Ai, Sica! Isso dói! - Ela puxa seu braço, e coloca atrás das costas.

Ela se encolhe mais uma vez, tentando esconder mais lágrimas que teimavam em descer. Sinto minhas próprias lágrimas se formarem e descerem quentes por meu rosto, mas não posso me descontrolar. Preciso entender minha irmã primeiro.

— Lilian Marie Andersen, deixe-me ver seu braço. — Digo suavemente, mas ela finge não escutar. — Agora.

— Não. - Ela se esquiva novamente. Eu pego seu braço a força, e afasto sua manga.

Não... Eu não acredito no que vejo. Cortes e mais cortes sobre seu pulso... Muitos vermelhos, outros quase sarando. Grandes traços horizontais que me assustaram. As cicatrizes tomavam mais que seu pulso, subindo para o começo do antebraço. Respiro pesadamente.

— Lil... O que é isso? - Pergunto, as palavras quase não saem, soando baixas demais. Ela puxa seu braço de volta. - Lil... Por favor, me responda.

É nesse momento que vejo minha irmã quebrar. Seu choro era forte, mas não alto, e meu coração se esmigalhou pela primeira vez na minha vida. Lilian, minha doce irmãzinha, estava se mutilando. Era minha culpa? Culpa de nossa mãe? Nosso pai, a ausência dele? Eu não poderia imaginar nada que respondesse minhas perguntas. Até ontem eu não havia percebido nada! E se eu não tivesse percebido de maneira nenhuma? Será que ela cometeria uma bobagem maior? Não, não... Não quero nem imaginar essa opção.

— Eu não estou bem, Jessica. - Ela me abraça com força, ainda chorando muito. Meu Deus, o que eu faço? - Eu estou doente. Doente da cabeça.

— Minha irmã, você pode contar comigo para tudo, viu? - Olho para meu relógio. Vinte minutos antes de tocar o sino. - Eu não posso falar com você agora, mas assim que a gente chegar em casa eu prometo que farei de tudo pra te ver feliz de novo, tudo bem? Eu vou te ajudar.

— Mais tarde. - Ela enxuga suas lágrimas, e eu beijo sua testa. O suspiro dela soou pesado demais para ela aguentar. - Que alívio. Precisava tirar isso de mim.

— Eu te amo, Lilian. Eu te amo muito, viu? - Ela me dá um pequeno sorriso, visivelmente triste. – Nunca esqueça disso.

Eu não quero deixá-la, mas preciso. Minha irmã, se mutilando... O que eu fiz para ela fazer isso? Eu sei que não sou a melhor irmã do mundo, mas será que fiz algo de errado? Eu saio correndo para meu prédio, e percebo que estou chorando. Eu vou ajudá-la, a qualquer custo.

Passo pelo pequeno buraco e vejo que Hector estava parado na saída da moita.

— Você demorou. Quase não daria tempo.

— Desculpe. - Eu fungo. Não sou daquelas que choram sem ficar vermelha ou com o nariz perfeitamente normal.

— O que houve? Porque está chorando?

— Nada não, Hector. É só a minha irmã. Ela... Está passando por dificuldades.

Ficamos em silêncio por mais três segundos, até que ele pergunta:

— E eu posso ajudar?

Ele realmente parecia preocupado, tanto comigo quanto com Lilian, e isso ajudou a aquecer meu coração mais uma vez. Era bom saber que eu poderia contar com ele, mas ainda assim preferi não expôr Lil.

— Infelizmente não. — Contento-me em responder, mas ele segura meu pulso gentilmente.

— Deixa eu tentar, pelo menos. — Ele limpa uma das minhas lágrimas com as costas de sua mão. — Sei que você é tímida. Provavelmente odiaria entrar na escola chorando assim.

Tento soltar uma risada, mas ela soa fraca demais e mais parece um pigarro. Hector entra comigo no prédio e me acompanha até o banheiro mais próximo, praticamente me guiando até lá, já que me recuso a olhar para qualquer lugar além do chão. Antes de eu entrar no banheiro, ele se volta pra mim.

— Como seu tutor, fiz um voto de honra para nossa amável diretora que meu pupilo, no caso você, estaria a salvo de qualquer problema possível. — Ele fala num tom forte, sua mão direita ao alto e a esquerda em seu coração, como se fizesse um juramento.

Mesmo triste, não pude deixar de rir. Noto que ele parecia um pouco mais aliviado.

— Mas sério, quero que saiba que você pode contar comigo e com a Gwen também, certo?

Assinto, agradecendo mais uma vez. Vejo ele andar para onde quer que a aula dele seja, então entro no banheiro e lavo meu rosto.

Eu não conseguia me concentrar em nada. Eu estou triste, não consigo parar de pensar na Lilian. Eu quero ajudá-la, muito. Mas não sei como. Minha segunda aula depois do intervalo era Educação Física, então pequei meu uniforme e vou direto para o vestiário. Lá eu encontro, infelizmente, Tiffany. Ela olha para mim, com raiva no olhar.

— Ei garota. - Ela me puxa para um canto da sala. - O que você tá tentando com o Hector?

— Eu? Nada. — Volto a tentar amarrar todo meu cabelo em um rabo de cavalo alto.

— Por favor, querida. — Ela me encarou com os olhos semicerrados. — Passaram quase todo o intervalo juntos, que eu sei. Você está se metendo com a garota errada.

— Acho que você devia ter uma conversa com seu namorado, e não comigo, já que ele não quis passar o intervalo com você.

Ela olha para os lados e percebe que todos estão olhando para nós, então ela para de me atormentar por um tempo. Por um momento acho bom ela ter me atacado, pelo menos consigo me distrair um pouco. Visto minha roupa, e para dizer a verdade, acho muito apertada para o meu gosto, mas não posso fazer nada.

Para minha surpresa, Hector também estava nessa aula. Ele fica olhando para mim de cima abaixo, me deixando vermelha. Tiffany também percebeu ele olhando para mim, e sei que ela viria até mim me bater, mas a professora manda a gente formar duplas. Hector se esquece da namorada e vem direto à mim.

— Você tá muito sexy nesse uniforme. - Ele sussurra, e sinto o tom de brincadeira, para meu alívio. Acho que desmaiaria se ele estivesse falando sério.

— Obrigada, mas você não devia ficar falando essas coisas com a namorada que tem. Ela está nos vigiando.

Hector e eu nos viramos para onde Tiffany está, e vejo que ele nos olha co cara de nojo. Ela fez dupla com uma de suas amigas.

— E daí? Ela não manda em mim. - Ele se volta para mim e sorri de lado, me deixando tonta. — Você está melhor?

— Um pouco. Tenho que confessar que suas piadas ruins me animam.

— Ei! — Ele finge estar ofendido. — Minhas piadas são ótimas!

Começo a rir, e ele me acompanha na gargalhada. Acho que poderíamos ficar rindo um da cara do outro por muito tempo se não fosse a professora nos interromper.

A professora nos manda fazer alguns exercícios e logo a aula termina, já que fiquei entretida o suficiente com Hector para notar o tempo passar. As outras também passam rápido, e logo é hora de buscar Lil. Hector pede para me acompanhar, mas decido que é melhor ele não ir. Despeço-me dele que acaba me dando um abraço. Se eu não estivesse tão nervosa em relação à minha maninha, eu provavelmente ficaria agarrada à ele para sempre.

Logo depois vejo Lil me esperando.

— Oi, Lilian. — Abraço-a forte. — Tudo bem?

Que pergunta idiota. É claro que nada está bem.

— Tudo. — Ainda assim, ela responde. — Vamos?

Vamos para casa em silêncio e abraçadas. Chegando lá, chamo-a para meu quarto.

— Vamos, Lil. Começa. - Falo de um jeito não autoritário, mas sim compreensiva.

— Eu não tenho amigos. Eu não tenho garotos babando por mim. Meus amigos antigos acham que fiquei metida. Eu estou solitária, irmã. Às vezes é como se eu não me reconhecesse mais no espelho. — Ela controlava o choro, provavelmente para mamãe não escutar. — As pessoas que eu mais gosto me odeiam...

— Eu não te odeio. Nem a mamãe. – Digo quase num sussurro.

Ela começa a chorar novamente, e eu afago seus cabelos assim que ela deita sua cabeça nas minhas pernas... Eu falo para ela que eu a amo, e que eu nunca vou abandoná-la. Ela sorri, mas ainda estou triste. Muitas coisas saem dela. Uma tristeza enorme invade meu quarto. Solidão, tristeza, sentimento de traição, ódio de si mesma. Tanta coisa que ela me confessa, tantas coisas horrendas...

— Você sabe que eu tenho que contar para a mamãe, não sabe? — Ela se levanta assim que falo.

— Sei. Eu estou com medo da reação dela.

Eu beijo sua testa e desço para conversar com minha mãe. Ela estava na cozinha, e me abraça.

— Vocês nem falaram comigo quando chegaram! — Ela sorria. — Como foi o dia?

Suspiro, me preparando para o que vou falar.

— Mãe, eu tenho que te contar uma coisa.

E eu falo tudo para ela, tudo que a Lilian havia me dito. No começo ela não acredita, e chama a Lil. Ela desce, devagar, e confirma tudo. Minha mãe começa a chorar tanto... Meu coração vai se partir a qualquer momento, sinto isso.

— Minha filha... Porquê?

Lil não responde, mas abraça-a com tanta força que ela não precisa dizer nada. Minha mãe me chama para o abraço e ficamos assim por um tempo.

— Filha, querida... Eu te amo. E não importa se você se sentir sozinha. Eu sempre estarei aqui. — Minha mãe segura o rosto de Lilian com as duas mãos, como se tivesse medo de soltá-la. — Mas eu tenho que lhe dizer, nós vamos ter que procurar um psicólogo, certo?

— Tudo bem... — Ela funga o nariz, e um leve sorriso aparece em seu rosto.

Elas voltam a se abraçar, e vou fazer minhas tarefas. Depois de um tempo, desço e vejo as duas conversando muito. Não estão felizes, mas é uma conversa profunda. Janto e convido Lilian para dormir comigo.

Ela vai para meu quarto e ela se deita abraçada à mim. Eu durmo tranquilamente, até que uma mensagem, às três e meia da madrugada, chega ao meu celular.

Sica, desculpa te mandar uma mensagem agora, mas preciso te contar. O Hector acabou de terminar com a Tiffany! Eu estou tão feliz! Ah, e eu ouvi uma conversa dele com um amigo, ele estava falando sobre você! Ele dizia que você era "a garota mais divertida e doce que ele já viu em tempos"! E ele falou que ia te chamar para sair amanhã. Boa sorte! - Gwen.

— AI MEU DEUS!!!!!

— Sica. - Lilian acorda, sua voz sonolenta me faz lembrar que horas são. - Vai dormir.

— Mas antes lê isso aqui! Ai, Deus, que felicidade!

Ela lê e abre um sorriso.

— Parabéns, irmã! - Ela me abraça. - Mas agora dorme, por favor!

 


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