Eu estaria mais feliz, mas acho que não irei me adaptar muito bem, o único amigo que tive já morreu e não quero passar por essa situação novamente.

É a primeira vez que ando de carro. Meu pai não tinha um. Ele morreu a poucas horas, sinceramente me sinto aliviada por isso.

Estou a caminho da casa de minha mãe. Não a vejo a oito anos, quando ela fugiu do meu pai com meu irmão.

Eu sei que somos gêmeos mas ainda estranho que meu irmão seja tão parecido comigo, é diferente, estranho. Nós dois somos ruivos de olhos azuis e pele bem branca. Acho que se ele colocar uma peruca fica igualzinho a mim.

Minha mãe e meu irmão me esperam na porta de uma casa que creio ser deles. Não vou mentir ainda sinto raiva de minha mãe, por ter me abandonado.

– Finch, querida!

– Lavinia. Oi. Darius - disse eu o mais simpática possivel.

Minha mãe é ruiva mais não muito parecida comigo. Tem olhos bem negros. Ela não é muito de falar.

–Maninha -diz Darius vindo me abraçar. É quando tenho um flash Back de meu pai...ele... fico com medo, minha adrenalina sobre, sinto que vou gritar.

Ele percebe meu medo e me solta.

–Vamos entrar filha, seja bem vinda.

Não queria sentir mais raiva de minha mãe do que já tenho, mas só em pensar que ela vivia nessa mansão e eu em um mocó de apartamento, fico com raiva.

–Vem eu te levo pro seu quarto - diz Darius.

Ele quer ser legal eu sei, mas não quero falar. Não com minha mãe perto. Sinto que se eu abrir a boca posso acabar xingando ela, e depois estrangulando. Sei que é errado mas seria a cena mais feliz de minha vida.

Vou subindo as escadas, pelo fato do primeiro andar ser grande elas são enooormes.

–Eu vou viajar e ficar duas semanas fora, mas eu avisei meus amigos que você viria. Eles vão te fazer companhia. Teve algum amigo que você deixou?

–Na verdade o único amigo que tive morreu ano passado. Ele tinha câncer.

–Desculpe.

–Não precisa pedir, não tinha como saber.

Depois de subir todos os degraus imagináveis do mundo, vamos a um corredor.

–Isso parece um hospital. Pra quê tanto quarto?

–Bom não são só quartos- responde ele rindo.

Ele vai até o final. Depois abre a porta do lado direito do corredor.

–Aqui está. Uma coisa: você ainda gosta de raposas?

– Sim. Como você sabe?

–Quem você acha que deu o apelido Foxface pra você?

Eu nem sabia que tinha esse apelido.

–Hum..-respondo para não deixar ele no vácuo.

Ele abre a porta. O quarto é lindo: Branco com uma parede laranja, onde está uma cama enorme de colcha vermelha. E na cama tem várias raposas de pelucia. Outra raposa desenhada na parede.

–É enorme!

–Ali é o banheiro. E essa porta é o closet.

Eu abro a porta do Closet, ele é enorme.

–Esse closet mandei fazer depois de assistir na TV O Diário da Princesa 2. Ele tá vazio, mas logo minhas amigas vão te ajudar a enche-lo.

– Como assim?

–Vão te levar pra fazer compras. A propósito, seu cartão, registrei em seu nome. A senha é o dia e o mês de nosso nascimento e o ano do casamento de nossos pais.

–E que ano é?

–Pensei que soubesse. 1991.

–Obrigada.

–Como vocês tem tanto dinheiro?

– Mamãe casou depois do divórcio e ficou viúva. Vai ver o banheiro.

Abro a porta do banheiro.

–Acho que só o banheiro já tinha o tamanho do meu antigo apartamento. Tem até banheira!

–Legal né?

–Nunca entrei em uma.

–Bom essa é só sua. Já jantou?

–Sim.

–Bom então pode ficar a vontade.

–Acho que vou dormir. Foi uma noite muito longa.

–Claro, seja bem vinda. Boa noite.

–Tchau.

Depois que ele sai eu tomo banho na banheira. É muito legal a banheira.

Uma coisa que Darius não me falou era a varanda. Ela é quase um quintal. E tem uma vista em tanto...

Eu deito na cama e logo pego no sono.

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Eu sou acordada pela empregada, ela me trouxe café.

–Seu irmão me disse que a senhorita ama chocolate quente. Espero que goste.

Estou surpresa por Darius lembrar tanto de mim.

–Onde está Darius?

– Ele está arrumando as malas.

– Quando ele estiver pronto pode me avisar? Gostaria de me despedir e desejar boa viagem.

–Claro.- Diz ela saindo do quarto.

Acho que dá pra montar uma pista de dança na minha varanda.

Eu me troco como sempre: mangas no cotovelo e calça jeans comprida. Penteio meus cabelos e escovo os dentes.

Vou até a varanda. Vejo um carro parando em frente da mansão. Dele descem duas garotas e três garotos, devem ser amigos de Darius...

Não tenho o que fazer, decido descer e ir pro quintal. Tudo bem, parece mais uma floresta, mas preciso relaxar.

Toda galera que tinha chegado, decide ir pro jardim também. Decido ficar na balança.

Faz tanto tempo que não me balanço, chego a arriscar um sorriso.

–Você é a Finch?- pergunta um garoto realmente bonito.

–Sim.

–Sou Finnick.

–Prazer.

–Olha só até parece o Darius de peruca. Sou Marvel. Aquele idiota ali é o Cato, aquela emburrada é minha irmã Johanna, e a loira saltitante é Glimmer.

– Oi pessoal.

–Loira saltitante, realmente Marvel... Não liga pra ele Finch, ele tem cara de idiota mas é mesmo um.

–Que declaração mortífera Glimmer, acho que foi a coisa mais cruel que já disse. E Marvel eu estou revoltada porque não queria estar aqui.

–Eu sei, eu sei...

– Eu não sou idiota.-Diz Cato.

Cato-gato até rima.

Eu sorrio.

–Não ela é mais bonita que Darius de peruca.-Brinca Cato, o que me faz corar.

–De onde você veio?

–Nova Iork.

–Nossa longinho.

–É um pouquinho.

–Finch, amanhã eu e minha irmã vamos te levar para fazer compras. Você precisa de umas dicas de moda, colocar um shortinho e tirar essa cobertura toda.-diz Glimmer

–Eu gosto de estar assim. Não gosto de mostrar minhas pernas.

–Elas devem ser bonitas para querer esconde-la tanto.-Diz Glimmer- não tenha medo, eu entendo de moda.

–Imagino.

– Eu acho que posso te emprestar um short meu que está no carro, você não vai sair assim.

–Sair?

–É vamos te mostrar a cidade- diz Marvel.

–Eu me sinto bem assim, com calças. Não precisa me emprestar o short.

–Mas...

–Glimmer dexa a garota. Não se preocupe Finch eu te protejo -diz Johanna.

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